Discurso durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas às recentes declarações do Deputado Federal Ricardo Barros à imprensa acerca do relatório da CPI da Pandemia.

Autor
Jorge Kajuru (PODEMOS - Podemos/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atividade Política:
  • Críticas às recentes declarações do Deputado Federal Ricardo Barros à imprensa acerca do relatório da CPI da Pandemia.
Publicação
Publicação no DSF de 14/10/2021 - Página 15
Assunto
Outros > Atividade Política
Indexação
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, RICARDO BARROS, DEPUTADO FEDERAL, LIDER, GOVERNO, RELATORIO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO. Para discursar. Por videoconferência.) – Brasileiros e brasileiras, minhas únicas V. Exas. Eu aprendi, Presidente Rodrigo Pacheco, que é melhor brigar por cima do que por baixo na vida pública. Ocorre que, como este Parlamentar, na verdade, não passa de um ser patego, ele é Líder do Governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, e pasmem com a sua declaração neste feriado à imprensa. Ricardo Barros provoca Renan Calheiros, aspas: "Aras vai pegar o relatório dele, meter a caneta e arquivar", fecha aspas. 

    O Líder do Governo Bolsonaro na Câmara, que foi alvo da CPI da Covid, disse que o Relator do Colegiado não conseguiu provar nada, nada, nada! O Deputado Ricardo Barros, uma das figurinhas carimbadas desta CPI da pandemia, Líder do Governo, disse que Renan Calheiros, Relator da CPI da Covid, está desesperado. Barros comentou, em entrevista ao Congresso em Foco, aspas:

    A preocupação do Renan é como é que faz para o relatório [da CPI] não ir para o lixo. Porque eles não conseguiram nada. Nada, nada, nada. A única narrativa que se confirmou na CPI foi a da Prevent Senior. E, ainda assim, com alguma dúvida. Eles não têm prova de corrupção, eles não têm provas de desvio, eles não têm provas de má conduta. Nem sequer de curandeirismo eles têm prova.

    Ricardo Barros emendou:

    Por isso que o Renan está desesperado, [porque sabe] que o Aras vai pegar o relatório dele, meter a caneta e arquivar. Porque eles não tiveram competência de construir a fundamentação das narrativas. Não conseguiram. Quem é que sentou lá e falou: 'Sim, teve, está aqui a prova?'. Ninguém. Não provaram que eu tenho alguma coisa a ver com a Covaxin, não provaram que foi pedido propina, não provaram que tinha erro no contrato. Ou seja, um total desrespeito a uma CPI que trabalhou duramente, a um Relator que foi irretocável em todas as oitivas e que, ao contrário de despreparado, está muito preparado para apresentar o seu relatório, e o Brasil e este Congresso aqui tomarão conhecimento.

    Com relação ao Procurador-Geral da República, eu me atenho a dizer o seguinte: ele deveria ter respondido porque esse lorpa do Ricardo Barros, Líder do Governo, falou em nome do Augusto Aras, como se o Augusto Aras tivesse dito a ele: "Eu vou canetar e vou arquivar". Ele falou em nome do Procurador. Enquanto o Procurador não fala, eu fico aqui com a declaração dele de que todos os Senadores e Senadoras se lembram. Na sabatina dele conosco, disse ele, aspas: "Tenham certeza de que a PGR, qualquer que seja ele, à época do recebimento do relatório, já terá uma equipe estudando todos os elementos coligidos, e assim será muito mais fácil, em 30 dias, examinar os milhares de páginas que hoje já compõem a CPI", fecha aspas. Foram essas as palavras com que eu fico por enquanto, mas peço ao Procurador-Geral da República que, na mesma imprensa onde o seu nome foi colocado dessa forma, como quem vai canetar, jogar no lixo e arquivar o trabalho longo de uma CPI, venha a falar.

    Enfim, Presidente, como hoje eu não estou bem-humorado, eu deixo para amanhã um assunto importante de elogio ao Ministério da Saúde quanto ao Previne Brasil, que é o novo programa de financiamento para a atenção primária à saúde.

    Abraço, Presidente Rodrigo Pacheco. Para todos e todas, Deus e saúde!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/10/2021 - Página 15