Discurso durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Responsabilização do Governo Federal pelo atual aumento do custo de vida população brasileira, especialmente dos mais pobres. Crítica à política de preços dos combustíveis praticada pela Petrobras.

Autor
Zenaide Maia (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/RN)
Nome completo: Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Assistência Social, Economia e Desenvolvimento:
  • Responsabilização do Governo Federal pelo atual aumento do custo de vida população brasileira, especialmente dos mais pobres. Crítica à política de preços dos combustíveis praticada pela Petrobras.
Publicação
Publicação no DSF de 14/10/2021 - Página 25
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Assistência Social
Economia e Desenvolvimento
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO, POLITICA SOCIO ECONOMICA, RESULTADO, DESEMPREGO, FOME, AUMENTO, INFLAÇÃO.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, POLITICA, CONTROLE, PREÇO, COMBUSTIVEL, DOLAR, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (ICMS), GOVERNADOR, ESTADOS.

    A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Para discursar. Por videoconferência.) – Presidente, colegas Senadores, o que eu estou ouvindo muito das pessoas é: "O que o Senado vai fazer, Senadora, sobre o desemprego, a fome e uma inflação galopante?" – porque se diz que é 10%, mas nos alimentos é muito maior, leite, derivados e tudo.

    Hoje eu vou falar pouquíssimo, porque há uma pergunta que não quer calar: o que este Senado vai poder fazer com um Governo, Presidente, que desrespeita as pessoas, esmaga os trabalhadores, sejam eles do serviço público ou do privado, que não tem o mínimo interesse em gerar emprego e renda e, muitas vezes, mata de fome ou por outras razões, por falta de recursos na saúde, por falta de recursos na ciência e tecnologia? E mais grave: ele diz que é tudo em nome de Deus!

    É uma situação que esta Casa, nós, temos que ver. É muita gente com fome, Presidente! É muita gente com insegurança alimentar, que não sabe se amanhã vai ter comida! Não existe um plano para gerar emprego e renda, só se fala em ajuste fiscal – não tenho nada contra o ajuste fiscal – e venda do patrimônio, desmonte do serviço público, falta de recursos para ciência e tecnologia. E você ouve o Ministro da Educação dizer que "abriram faculdades demais, não era para abrir", ou seja, não é para a maioria da população.

    A gente tem que olhar o que este Governo está deixando à deriva: não são poucos brasileiros, é praticamente a metade da população. Fome, inflação, desemprego e doenças estão matando o povo brasileiro, gente! E eles nos perguntam sobre isso. O que o povo brasileiro está querendo saber é se a gasolina vai continuar subindo, e não adianta dizer que a culpa é dos Governadores, porque não é. Os Governadores vão abrir mão do ICMS, que é justamente... Nunca houve aumento de ICMS depois que entrou esse Governo. Agora, esse preço dos combustíveis e do gás de cozinha alinhado ao dólar internacional, para enricar cada vez mais uma centena de acionistas da Petrobras, é difícil de entender.

    O Brasil é autossuficiente em petróleo, produz, mas nossas refinarias estão trabalhando com a metade da capacidade. Se as refinarias da gente trabalhassem, por exemplo, com pelo menos 90% de sua capacidade, é claro que o volume de combustível que seria importado seria menor e talvez se pudesse baixar o preço.

    Agora, não tem essa história de mudar o ICMS. O Estado pode zerar o ICMS, tirando da educação, da saúde e da própria segurança pública, mas, se não mudar essa política aí, fica difícil. O povo está morrendo de forme, são milhares de homens, mulheres e crianças que não têm... Não estou nem falando de teto, e esse Governo diz que é em nome de Deus! Aí fica difícil você ver isso, mas não é...

    Outra coisa, o Ministro da Saúde esteve aqui em Natal ontem e foi entrevistado. Perguntaram sobre a máscara, e ele disse que é contra a obrigatoriedade de usar máscara, que tem que convencer as pessoas a usarem, e não as obrigar. Agora, eu gostaria que ele me dissesse convencer como, se o Presidente da República é contra, e ele está proibido de fazer qualquer campanha educativa em relação à covid.

    Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/10/2021 - Página 25