Pronunciamento de Izalci Lucas em 08/11/2021
Presidência durante a 147ª Sessão Especial, no Senado Federal
Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar a campanha ”Novembro Azul” para conscientização a respeito de doenças masculinas.
- Autor
- Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
- Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Presidência
- Resumo por assunto
-
Homenagem,
Saúde:
- Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar a campanha ”Novembro Azul” para conscientização a respeito de doenças masculinas.
- Publicação
- Publicação no DSF de 09/11/2021 - Página 22
- Assuntos
- Honorífico > Homenagem
- Política Social > Saúde
- Matérias referenciadas
- Indexação
-
- ENCERRAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, CAMPANHA, CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO, DOENÇA, HOMEM, CANCER, ENFASE, IMPORTANCIA, INFORMAÇÕES, CAMPANHA, DIAGNOSTICO, TRATAMENTO DE SAUDE, SISTEMA DE INFORMAÇÃO, ACOMPANHAMENTO.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) – Eu que agradeço. Obrigado, Dr. Paulo, pela participação.
Quero aqui agradecer ao meu querido amigo, Nelsinho Trad, por poder estar presidindo esta sessão tão importante. Sabemos de tudo o que foi colocado; realmente precisamos de mais informações, de orientações, campanhas institucionais, para que a população possa entender isso. Acho que poderíamos substituir todas essas propagandas que normalmente fazem nos Estados, nos Municípios e no País. Todo mundo gostaria de morar nessa propaganda que passa na televisão; a gente poderia transformar tudo isso em campanhas, realmente, de conscientização de tudo isso.
Eu tenho acompanhado a questão do SUS no Brasil, e tivemos agora a oportunidade, durante a CPI da Pandemia, também de conhecer um pouco melhor o que que está acontecendo na saúde deste País, e eu, particularmente, com um foco muito forte aqui no Distrito Federal.
De fato, não basta fazer o diagnóstico; tem que haver o tratamento. Já é difícil fazer o diagnóstico, com todos esses preconceitos e a dificuldade de atendimento, de marcação de consulta. Imaginem agora dar sequência no sentido do tratamento.
E eu quero desejar, Dr. Paulo, ao senhor muita felicidade na gestão. Eu sei das dificuldades, ainda mais do Hospital de Base, que foi uma referência para nós durante anos e anos. E eu, inclusive, acabei de receber aqui um ofício dirigido a V. Sa., comunicando a suspensão do serviço da Central de Material Esterilizado. Quer dizer, falta material básico nos hospitais, principalmente no Hospital de Base, que, para mim, sempre foi uma referência nacional.
Então, a gente precisa de uma saúde também um pouco mais digital. Acho que nós já estamos no século XXI, eu sou Presidente da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Inovação e Pesquisa e fico impressionado com a falta de um sistema integrado, porque sistemas nós temos muitos. Aqui, no DF, acho que há cinco ou seis sistemas de informática, mas eles não se comunicam. E o meu sonho – ainda é e espero que isso aconteça o mais rápido possível – é que, quando um paciente chegue num hospital, numa clínica, o médico, ao atendê-lo, possa abrir o celular e ter todos os exames, todos os diagnósticos, todo o acompanhamento, o prontuário do paciente, porque muitas vezes parece que é a primeira consulta sempre. Tenho cobrado isto, a informatização do Sistema Único de Saúde, o controle, porque não existe nenhum controle do sistema, é tudo analógico, e eu não entendo por que tudo isso.
Mas quero aproveitar para agradecer a cada um de vocês, não só pela participação, mas, principalmente, pela luta nesse período da pandemia, em que muitos de vocês, médicos e profissionais de saúde, também da área de segurança e da educação, deram a vida por nós. A gente tem que agradecer muito e rezar muito, orar bastante por todos, porque a gente precisa melhorar muito.
Eu ouvi o Dr. Gustavo sugerindo que a gente pudesse obrigar, na contratação, os exames. Eu acho que seria ótimo, mas como fazer isso? Como fazer com que o Sistema Único pudesse fazer esse diagnóstico para todo mundo e que a gente pudesse não só diagnosticar, mas também tratar o paciente com dignidade? Hoje, lamentavelmente, na Capital do País, as pessoas ainda têm que pegar um ônibus, perder horas de tempo, para marcar uma consulta, o que poderia ser feito por um aplicativo. Não há controle de estoque de medicamentos aqui na Capital do País e, consequentemente, não há em vários outros Estados.
É uma luta de todos nós e, lógico, a gente precisa discutir mais recursos – não se faz saúde só com discurso –, a gente precisa de recursos, mas também temos que também gastar bem esses recursos, não pode acontecer o que acontece muitas vezes: o desvio os recursos. Nós tivemos, aqui no DF, toda a cúpula da saúde presa. Imaginem um exame desses falso, como aconteceu no covid: as pessoas fazendo, dando tudo negativo e, depois, às consequências a gente assistiu aí pela TV.
Hoje a sessão é de reflexão, e acho que temos que fazer todo tipo de reflexão. Assim como todos fizeram, eu também quero aqui fazer a minha.
Acho que a gente precisa realmente gastar melhor os recursos. E são muitos recursos: nós temos hoje mais de R$150 bilhões no orçamento da saúde. Não estou dizendo que isso é suficiente, mas vejo que isso é muito mal controlado. O Governo Federal mesmo repassa o recurso, mas para onde foi, como foi, onde foi gasto... Eu falo isso porque fui contador de hospital, então eu entendo um pouco do que é o controle de uma instituição, como isso é importante.
Aqui no DF, nós temos um orçamento de quase 8 bilhões e não temos sequer controle de estoque de medicamentos. Eu lembro que no hospital em que trabalhei... E hoje basta ir aos hospitais privados, aos melhores hospitais, para ver isto: quando você tem uma dor de cabeça e precisa de um analgésico, de uma dipirona, se pedir 30 gotas, vão 30 gotas, não vão 40 nem 20, vão 30. E aqui, muitas vezes, o caminhão sai do depósito e já dão baixa no estoque. Então, a gente precisa muito de controle, de muita transparência, afinal tudo isso é dinheiro do contribuinte, dinheiro público. Então, além das questões médicas, de prevenção e de tratamento, a gente precisa muito também controlar essa questão dos recursos.
Mas eu quero aqui de coração agradecer a cada um de vocês, agradecer ao meu amigo Nelsinho, porque realmente é um tema muito importante, como foi também o Outubro Rosa. E eu tive oportunidade... Eu também tenho um programa de rádio que eu faço, tive a oportunidade de discutir essa questão do Outubro Rosa, da importância disso; agora também do Novembro Azul, superimportante para a gente fazer campanhas, inclusive neste momento, com a saúde mental no limite. Todo mundo aí com problema. A gente precisa ter um carinho especial e tirar um pouco desse preconceito dos homens. Já melhorou um pouquinho, mas ainda falta muito ainda, não é? E isso me incluindo, inclusive. Acho que todos os homens.
Cumprindo a finalidade desta sessão especial remota aqui do Senado Federal, eu agradeço a cada um de vocês pela participação, agradeço também a todos os nossos ouvintes da Rádio Senado, os telespectadores também da TV Senado. E espero que esta audiência, esta sessão especial possa ser realmente vista depois também por muitos homens para entender essa aula que foi dada aqui pelos senhores e pelas senhoras.
Então, declaro encerrada esta sessão especial.
Muito obrigado.