Fala da Presidência durante a 148ª Sessão Especial, no Senado Federal

Abertura da Sessão Especial destinada a homenagear o Dr. Alysson Paolinelli, indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em 2021, por suas consideráveis lutas e contribuições na promoção da Revolução Verde no Brasil, que resultaram no aumento da segurança alimentar do País e do mundo e reduziram os conflitos no campo.

Autor
Chico Rodrigues (DEM - Democratas/RR)
Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }, Homenagem:
  • Abertura da Sessão Especial destinada a homenagear o Dr. Alysson Paolinelli, indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em 2021, por suas consideráveis lutas e contribuições na promoção da Revolução Verde no Brasil, que resultaram no aumento da segurança alimentar do País e do mundo e reduziram os conflitos no campo.
Publicação
Publicação no DSF de 09/11/2021 - Página 26
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, ALYSSON PAULINELLI, INDICAÇÃO, PREMIO NOBEL, CONTRIBUIÇÃO, SEGURANÇA, ALIMENTOS, AUMENTO, PRODUÇÃO, AGRICULTURA, COMBATE, CONFLITO, CAMPO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

    O SR. PRESIDENTE (Chico Rodrigues. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR. Fala da Presidência.) – Declaro aberta a sessão.

    Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

    A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, e em atendimento ao Requerimento 1.542, de 2021, de minha autoria e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.

    A sessão é destinada a homenagear o Dr. Alysson Paolinelli, indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em 2021, por suas consideráveis lutas e contribuições na promoção da Revolução Verde no Brasil, que resultaram no aumento da segurança alimentar de nosso País e do mundo e reduziram os conflitos no campo.

    A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Guy de Capdeville, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Sr. Edvan Alves Chagas, Chefe-Geral da Embrapa Roraima; Sr. Sebastião Pedro, Chefe-Geral da Embrapa Cerrados; Sr. Nilson Leitão, Chefe da Assessoria de Relações Institucionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Sr. Antônio Arantes Lício, economista e amigo do nosso homenageado; Sr. Emiliano Pereira Botelho, Presidente do Grupo Campo e também amigo do nosso homenageado; Sr. Fabrício Morais Rosa, Diretor-Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja).

    Gostaríamos também de deixar um registro importante da liderança do nosso Presidente Rodrigo Pacheco, que se encontra em missão no exterior, mas que deixou aqui também as suas congratulações ao homenageado.

    Ouviremos agora o Hino Nacional.

    Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional brasileiro.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.)

    O SR. PRESIDENTE (Chico Rodrigues. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – Gostaria ainda de fazer o registro da presença do ilustre Senador Esperidião Amin, que também participará, virtualmente, desta sessão, e de Manoel Mário de Souza Barros, Presidente da Comissão de Direito do Agronegócio e Conselheiro Federal do Agro.

    Esta homenagem se reveste da mais elevada importância porque se trata de uma homenagem a um homem da dimensão além do seu tempo. Trata-se de uma homenagem ao pai da agricultura brasileira – podemos realmente aqui deixar esse registro –, o Ministro Alysson Paolinelli. A alimentação, o emprego e o compromisso com a humanidade são, na verdade, marcas e um símbolo da vida profissional do homenageado.

    Eu vou fazer apenas um pequeno registro aqui, porque imaginem, há mais de 40 anos, a dimensão do que já representava o Ministro Alysson Paolinelli.

    Antes de deixar a sede da Embrapa, o Presidente da República Ernesto Geisel assegurou ao Ministro da Agricultura Alysson Paolinelli e ao seu Diretor-Presidente à época, José Irineu Cabral, aspas: "Não mudem a rota. O caminho é esse que foi traçado, Paolinelli." Portanto, isso já marca a dimensão que vai além do tempo da figura expressiva do Dr. Alysson Paolinelli.

    Todos os brasileiros estamos muito felizes com a indicação de Alysson Paolinelli ao Prêmio Nobel da Paz em 2021. O Senado Federal não poderia de deixar de prestar as devidas homenagem a esse brasileiro cujo trabalho teve influência decisiva no combate à fome em todo o mundo.

    A apresentação do seu nome para o Nobel foi amparada por mais de cem cartas de instituições de 28 países. Sua projeção internacional já havia sido reconhecida em 2006, quando foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio World Food Prize, uma espécie de Nobel da alimentação. Os laureados são honorificados e recebem a sua condecoração em Iowa, nos Estados Unidos, nas discussões, nos debates sobre fome e segurança alimentar no mundo, e essa homenagem tem a mesma dimensão do Nobel da Paz.

    Durval Dourado Neto, responsável pelo envio do dossiê ao Comitê do Prêmio Nobel e Diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), observa que não seria possível o desenvolvimento da agricultura e pecuária na Savana brasileira sem as iniciativas do Ministro Alysson Paolinelli.

    A chamada Terceira Revolução Agrícola, que tem na Revolução Verde a sua expressão mais visível, colocou a produção mundial de alimentos em outro patamar, tornando possível a superação da insegurança alimentar em vastas áreas do globo. A incorporação de pacotes tecnológicos sofisticados baseados em robustos desenvolvimentos científicos resultou em profundas revoluções técnicas que afetaram, radicalmente, a maneira de se produzir nos campos, expandindo as fronteiras agrícolas com a incorporação de áreas anteriormente definidas como impróprias para a agricultura e estabelecendo inúmeros recordes de produtividade.

    Poderia haver outro móvel mais definitivo para a superação dos conflitos entre os povos e, portanto, para a promoção da paz mundial do que a mitigação da eterna disputa entre as nações pelos limitados meios de reprodução de sua existência? Por isso, Norman Borlaug, conhecido como o Pai da Revolução Verde e agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1970, considerou o desenvolvimento do Cerrado como uma das grandes conquistas da ciência da agricultura no século XX, a qual transformou uma terra estéril em uma das áreas agricultáveis mais produtivas do mundo. O Ministro Alysson Paolinelli, Sras. e Srs. Senadores, teve papel fundamental para que isso se transformasse em realidade. Aliou a sua formação científica, obtida inicialmente como pesquisador e professor da Universidade Federal de Lavras, ao papel de liderança no desenvolvimento de políticas públicas para estabelecer a revolução verde no Brasil.

    Na sua gestão no Ministério da Agricultura, durante o Governo Geisel, Paolinelli criou e implantou a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater) e fortaleceu a pesquisa científica na Embrapa, então uma empresa recém-criada; e promoveu a ocupação econômica do Cerrado por meio da execução de grandes projetos, a exemplo do Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polocentro), em 1975, e do Prodecer, em 1976. Mais de 3 milhões de hectares passaram a ser cobertos por programas oficiais que associavam a concessão de crédito à incorporação do pacote tecnológico e da assistência técnica na produção rural. Era a semente do modelo de agronegócio atual.

    Nesse contexto, a descoberta científica dos processos de correção de solo, o desenvolvimento de pacotes de adubação e aplicação de agrotóxicos, a mecanização da produção e o desenvolvimento de sementes adaptadas às áreas tropicais proporcionaram a revolução agrícola nos nossos campos. A partir daí, o Cerrado brasileiro, cuja imagem era a de uma terra infértil, associado à pecuária extensiva, passou a ser ocupado por meio de atividades econômicas de alta tecnologia e inversão de capital, expandindo suas fronteiras da região centro-sul, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, para a região denominada de Matopiba, Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, chegando a Rondônia e hoje também chegando ao nosso glorioso Estado de Roraima, lá no Hemisfério Norte. O agronegócio transformou-se em produção para o mundo, mitigando a fome por meio da produção em larga escala de várias commodities, como soja, milho, café, proteínas animais, etc., e do abastecimento do mercado interno de hortifrutigranjeiros, contribuindo para a segurança alimentar de nossa população.

    Alysson Paolinelli, Sras. e Srs. Senadores, telespectadores que nos assistem neste momento, simboliza todo esse desenvolvimento da economia nacional em prol da erradicação da fome no mundo, associando o nosso desenvolvimento a uma das causas mais nobres e urgentes da humanidade no tempo presente: a erradicação da fome, da miséria e da pobreza. Essa figura emblemática, expressiva, que se transformou em orgulho nacional, que é o Dr. Alysson Paolinelli, merece aqui esta homenagem e tenho certeza de que é um dos mais conceituados pesquisadores.

    Os brasileiros de todas as camadas sociais que já ouviram falar neste nome Alysson Paolinelli ao longo dos últimos 40 ou 50 anos sabem do seu valor e do que representa para o Brasil e para a humanidade.

    Portanto, gostaria de deixar hoje aqui, nesta tarde, este simples registro de homenagem, mais uma vez, agradecendo aos meus colegas Senadores, agradecendo especialmente ao Presidente Rodrigo Pacheco, que, na verdade, pautou, nesta tarde, esta homenagem ao Dr. Alysson Paolinelli.

    Com a palavra o Ministro Alysson Paolinelli.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/11/2021 - Página 26