Discurso durante a 22ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada a comemorar o Dia do Médico.

Autor
Marcos Rogério (DEM - Democratas/RO)
Nome completo: Marcos Rogério da Silva Brito
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem, Saúde:
  • Sessão Solene destinada a comemorar o Dia do Médico.
Publicação
Publicação no DCN de 21/10/2021 - Página 12
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Política Social > Saúde
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, HOMENAGEM, DIA, MEDICO.

    O SR. MARCOS ROGÉRIO (DEM - RO. Para discursar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobre Deputado Dr. Zacharias Calil, eu o cumprimento e homenageio pela iniciativa desta sessão, que tive a honra e a alegria de secundar, como coautor do requerimento de sua realização.

    Cumprimento também o nosso colega Deputado Hiran Gonçalves, que está na bancada da PRODASEN.

    Muito nos honra, Deputados, a sua presença aqui no Senado Federal.

    Cumprimento os demais Deputados Federais que estão participando desta sessão de homenagem. Cumprimento os Senadores da República. Vi agora há pouco o Senador Wellington Fagundes e a Senadora Nilda Gondim. Cumprimento todos os Parlamentares.

    Cumprimento, de modo especial, cada um dos profissionais médicos que estão participando desta sessão, na pessoa do Dr. Álvaro Galvão, que é médico na minha cidade de Ji-Paraná, no Estado de Rondônia, um nome conhecido no meio profissional do Estado e do Brasil, por seus feitos, por seus conhecimentos e por compartilhar parte do seu conhecimento com todos nós. Na pessoa dele, cumprimento todas as senhoras e todos os senhores médicos, que serão aqui homenageados.

    Sr. Presidente, a saúde é o mais básico dos bens. A homenagem que hoje prestamos aos profissionais da medicina, por ocasião do Dia do Médico, é a oportunidade que temos de retribuir, com a expressão de nossa máxima gratidão, toda a dedicação que recebemos dos médicos do nosso amado País. Sr. Presidente, a saúde é o mais básico dos bens. A homenagem que hoje prestamos aos profissionais da medicina, por ocasião do Dia do Médico, é a oportunidade que temos de retribuir, com a expressão de nossa máxima gratidão, toda a dedicação que recebemos dos médicos do nosso amado País.

    Dedicação, aliás, é uma palavra-chave aqui. O exercício da medicina exige mais do que o chamado da vocação, do talento pessoal, exige uma dedicação ímpar, seja para completar o rigoroso ciclo de formação, seja depois, ao longo de toda a prática profissional, para cumprir as exigências e expectativas da profissão.

    É bem verdade que as mãos do médico são para muitos o primeiro contato humano que sentem, ao chegar a este mundo, e o último que recebem, no momento de deixá-lo. Ao longo de toda a nossa vida muitas vezes nossa sobrevivência depende do cuidado e da atenção de um médico. Essa presença permanente em nossas vidas faz o médico uma figura especial, que merece toda a nossa admiração e gratidão.

    É importante ressaltar que o número de médicos do País vem crescendo fortemente. Em 2020, o Brasil ultrapassou a marca histórica de 500 mil médicos em atuação no País, segundo dados do Conselho Federal de Medicina. No entanto, as desigualdades regionais ainda persistem. A Região Norte, por exemplo, tem uma taxa, um número de médicos 43% menor do que a média nacional. Já a Região Sudeste, em compensação, tem um índice próximo ao de países desenvolvidos, com 3 médicos por mil habitantes.

    Esses números ressaltam de todo modo a carga que recai sobre os profissionais médicos, agravada ainda mais em situações de crise como a atual pandemia da COVID-19. Por mais que o número de médicos venha subindo consistentemente, essa expansão não é suficiente para poupar os nossos profissionais da exaustão provocada pela situação pandêmica. Este ano, por ocasião do Dia Mundial da Saúde, o Conselho Federal de Medicina realizou uma pesquisa ampla sobre os impactos da pandemia entre os médicos, em especial aqueles que estão lutando na linha de frente contra essa terrível doença. Os resultados, como esperado, mostram claramente como a extensão do sofrimento e do estresse que a classe médica vem absorvendo desde o início da crise cresceu no último ano. Não nos esqueçamos de que o mesmo estresse pelo qual todos nós passamos os médicos também passaram.

    Mas não foram apenas negativos os efeitos da crise sanitária. Muitos médicos também relatam que seu envolvimento no enfrentamento da pandemia trouxe um reforço do envolvimento e do compromisso com a profissão, uma nova preocupação com a saúde da população e o estreitamento da relação com os pacientes e os outros profissionais da saúde.

    Esse aspecto da relação médico-paciente é especialmente importante, e gostaria de me deter brevemente nele. Quando procuramos um médico, confiamos em sua mão aquilo que temos de mais valioso: a nossa vida e o nosso bem-estar. Acredito que uma parte importante dessa confiança é decorrente da autoridade e da autonomia do médico, como profissional altamente treinado e especializado que é. Qualquer movimento que ponha em risco essa autoridade e essa autonomia do médico, no exercício de sua profissão, é potencialmente perigoso, haja vista que tende a minar a confiança dos pacientes e deve ser evitado.

    Já me encaminhando para a conclusão, Sr. Presidente, gostaria de prestar um tributo especial a um grande profissional de Rondônia, na pessoa de quem quero homenagear a todos que, como médicos ou gestores, têm atuado com segurança e competência na luta contra a COVID-19. Refiro-me ao Dr. Álvaro Luís Galvão Ignácio, cirurgião vascular que atua, como já disse no início, na minha cidade de Ji-Paraná, à qual serviu como Secretário de Saúde no final do ano passado, durante a gestão do Prefeito Affonso Cândido.

    O Dr. Galvão, gaúcho de nascimento, de Palmeira das Missões, no noroeste do Rio Grande do Sul, formou-se em medicina pela então Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, hoje Universidade Federal, e adotou Ji-Paraná como sua terra em 2001, onde instalou sua clínica. Em outubro de 2020, assumiu a Secretaria de Saúde do Município, já, portanto, em plena pandemia. Em sua gestão, conseguiu implantar uma UTI com dez leitos em Ji-Paraná e um centro de tratamento para COVID-19 que centralizou atendimentos, exames, testes e entrega de medicamentos, funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Isso teve um impacto decisivo no controle do desenvolvimento da doença no Município, evitando o congestionamento dos leitos hospitalares. Além do enfrentamento à COVID-19, o Dr. Galvão ainda teve a oportunidade de inaugurar na cidade o Centro de Especialidades Médicas, que reúne atendimentos em diversas áreas da medicina.

    Eu tenho certeza de que, durante o período que passou como titular da saúde em Ji-Paraná, ele deixou sua marca na saúde pública, assim como tem feito em sua prática privada, nos seus 20 anos de atuação profissional na cidade. Na pessoa do Dr. Galvão, que, com sua competência e sua dedicação, é um representante fidedigno da classe e da profissão médica, deixo aqui a minha homenagem a todos os que vêm atuando na linha de frente do enfrentamento à COVID-19, seja como médico, seja como gestor.

    Para concluir, Presidente, eu quero me congratular com todos os médicos brasileiros e agradecer, de todo o coração, pela dedicação deles.

    A escolha que as senhoras e os senhores fizeram, de dedicar sua vida ao cuidado da vida de todos nós, é uma das escolhas mais nobres a serem feitas.

    Especialmente por fazer parte da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal, eu quero fazer um registro importante. Este é um momento de muita reflexão para todos nós e para a classe médica, de modo muito especial. Talvez o Brasil e o mundo estejam enfrentando uma das pandemias mais desafiadoras que já enfrentaram, e o caminho de colocar em rivalidade pensamentos, correntes e protocolos não é o caminho da sabedoria. Politizar o tema do enfrentamento à COVID-19, para mim particularmente, foi um erro. Talvez, no futuro, nós possamos repensar isso e refletir muito sobre o que aconteceu, especialmente no âmbito da CPI do Senado Federal.

    A autoridade, no trato com o paciente, é do médico. Se o médico entende que, naquele momento, naquela circunstância, deve recomendar um procedimento, a adoção do medicamento A, do medicamento B, da cautela A, da cautela B, isso se deve à autoridade do médico. Essa confiança é justamente fruto desta relação, desta autonomia, desta autoridade. Quando a política quer chamar para si a discussão de temas que são temas da ciência e da prática médica, acho que ela toma um caminho perigoso, o que coloca em rivalidade profissionais que podem ter pensamentos diferentes -- e é bom que os tenham, porque é assim que se avança na ciência, é assim que se avança na medicina.

    Então, eu quero ressaltar mais uma vez o papel central do nosso Conselho Federal de Medicina, o papel central de cada médico, de cada profissional de saúde, com a sua autoridade como médico, com a sua autonomia como médico e com o seu sigilo profissional, que, neste momento, vem sendo relativizado.

    Neste momento de tanta politização em cima desse tema, quero fazer o reconhecimento do papel do médico e desejar muito sucesso e plena realização nesse sacerdócio que é o exercício da medicina a cada profissional da saúde deste Brasil. Muito obrigado por essa dedicação.

    Que Deus nos abençoe a todos.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 21/10/2021 - Página 12