Pronunciamento de Esperidião Amin em 17/02/2022
Discurso durante a 10ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Análise sobre os efeitos da rápida urbanização ocorrida no País sem os investimentos adequados em infraestrutura. Apoio à criação da comissão externa para acompanhar a situação de Petrópolis-RJ.
- Autor
- Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
- Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Calamidade Pública e Emergência Social,
Desenvolvimento Urbano:
- Análise sobre os efeitos da rápida urbanização ocorrida no País sem os investimentos adequados em infraestrutura. Apoio à criação da comissão externa para acompanhar a situação de Petrópolis-RJ.
- Publicação
- Publicação no DSF de 18/02/2022 - Página 30
- Assuntos
- Política Social > Proteção Social > Calamidade Pública e Emergência Social
- Política Social > Desenvolvimento Urbano
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- ANALISE, URBANIZAÇÃO, BRASIL, AUSENCIA, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, ZONA URBANA, APOIO, CRIAÇÃO, COMISSÃO EXTERNA, ACOMPANHAMENTO, PETROPOLIS (RJ), CHUVA, INUNDAÇÃO.
- DESTAQUE, MEDIDA, PREVENÇÃO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para discursar. Por videoconferência.) – Senador Paulo Rocha, se fossemos aferir idade pelas aparências, como sua cabeleira esbranquiçada que me fez lembrar o granizo – granizo, olha bem! – que hoje caiu sobre Urupema, esbranquecendo, como diz o serrano, os jardins e os gramados de Urupema, a Capital Nacional do Frio, a sua juba branca lhe confere o direito de sentar-se como, realmente, o decano da Casa – e se tirar a máscara, a barba vai confirmar. De forma que eu fico muito honrado pelo uso da palavra neste momento.
Quero, em primeiro lugar, agradecer o telefonema que recebi, que me traz muitas lembranças e muita responsabilidade, do meu amigo Senador Carlos Portinho. E acho que não sei mais do que ninguém, mas dizem, Senadora Leila, Senadora Rose e minha querida amiga Senadora Zenaide, que a dor ensina a gemer. A dor é que ensina a gemer, ninguém aprende a dizer "Ai!", e a inteligência pode nos ajudar a criar alguma forma de reduzir dores futuras. Agradeço a distinção do Senador Carlos Portinho, que se lembrou do meu nome e certamente se lembrou das agruras que eu já vivi em sofrimentos que já passei, especialmente em função desses caprichos climáticos. Acho que nós temos que avançar sabendo que a tendência não é melhorar.
Senão, vejamos, nós temos ideia do que é que significa o processo de urbanização que ocorreu no Brasil? Há 75 anos, nós tínhamos 12 milhões de moradores de cidades e 36 milhões no campo; hoje, temos quase 200 milhões de moradores de cidades, com investimentos mínimos em infraestrutura. Restou o quê? Que mais de 50% do que se constrói nas cidades brasileiras não se constrói em conformidade com o plano diretor da cidade nem com o código de posturas e de obras. E vai ser assim porque habitação é o maior anseio. Ainda ontem eu mencionei uma pesquisa: 87% da população entrevistada – e o Instituto Datafolha participou disso – elegem a casa como o maior bem que almejam. E, Senadora Rose, a tendência é construir a casa onde for possível construir.
Então, nós vamos continuar convivendo com essa insegurança enquanto crescemos. A taxa de crescimento está diminuindo, mas nós temos realmente que criar medidas preventivas fortes. Nisso Santa Catarina evoluiu. Nós temos hoje um sistema de defesa civil bom, mas longe da perfeição. Nós temos radares que às vezes entram em pane; temos previsões meteorológicas, como o Senador Carlos Portinho descreveu, que no final não se confirmam, os fatos modificam a previsão; mas eu acho que essa Comissão será útil porque nós acrescentaremos um pouco mais de aprendizado em função da dor que todos nós estamos testemunhando, vivenciando, nesse espetáculo trágico de uma cidade, com as características de Petrópolis, características históricas, sofrer de novo – de novo! – da forma como está sofrendo.
Então, eu queria começar e esgotar praticamente a minha fala com esta manifestação.
E quero agradecer à minha querida amiga Senadora Rose de Freitas, que ouviu o que eu lhe falei e falei aos companheiros do Senado. Eu acho que todos nós precisamos de recursos, mas isso tem que ser discutido, e não no final de um período legislativo, de uma sessão legislativa, tomar decisões que entristecem e que favorecem outras decisões posteriores à aprovação da lei orçamentária, de pior qualidade ainda. Fiquei muito sensibilizado, Senadora Rose, pela sua manifestação.
E gostaria de concluir minhas palavras agradecendo ao querido amigo Paulo Rocha, de velhos tempos. Ninguém acredita aí, Senador Paulo Rocha, que nós estreamos no Congresso, nós dois juntos, essa dupla, em 1991. Ninguém acredita, porque o senhor tem os cabelos brancos para comprovar, mas eu, infelizmente ou felizmente, deles não disponho para afiançar que eu já tinha idade para ser Senador em 1991.
Muito obrigado e minha solidariedade de coração ao povo...
O SR. PRESIDENTE (Paulo Rocha. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA) – O Paulo Paim e a Rose de Freitas...
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) – ... especialmente ao povo de Petrópolis.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Rocha. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA) – O Paulo Paim e a Rose de Freitas chegaram antes de nós, desde a Constituinte.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) – Se eu falar que a Rose de Freitas chegou antes de nós, isso é uma indelicadeza imperdoável.