Presidência durante a 25ª Sessão Especial, no Senado Federal

Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar a Campanha da Fraternidade de 2022, tema ”Fraternidade e Educação”.

Autor
Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Presidência
Resumo por assunto
Educação, Religião:
  • Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar a Campanha da Fraternidade de 2022, tema ”Fraternidade e Educação”.
Publicação
Publicação no DSF de 26/03/2022 - Página 18
Assuntos
Política Social > Educação
Outros > Religião
Matérias referenciadas
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, CAMPANHA DA FRATERNIDADE, CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB), EDUCAÇÃO.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) – Obrigado, Senadora Zenaide Maia.

    Quero, mais uma vez, parabenizar a CNBB por essa iniciativa, realmente colocando um tema tão importante.

    D. Joel falou muito bem. Nós precisamos de políticas públicas de Estado. Esse é um grande problema do Brasil, onde cada governo que entra acaba com tudo e começa tudo novamente. Normalmente, acaba com as coisas que estão começando a funcionar. Nós, infelizmente, na maioria dos estados e no Governo Federal, temos políticas de governo. Eu não posso nem dizer que aqui em Brasília há políticas de governo, porque nós já estamos no quinto Secretário de Educação, no sétimo Secretário de Saúde. Então, é lamentável.

    A gente vê que educação ainda é discurso. A gente não vê, na prática, uma educação... Eu aprendi que sabedoria é reconhecer o óbvio. E o óbvio, como disse a Senadora Zenaide e todos, é a educação, e de qualidade. Não basta o aluno estar na escola. Tem que existir uma escola de qualidade, de formação.

    Parabenizo o nosso querido Senador Flávio Arns. Nós aprovamos, na semana passada, o Sistema Nacional de Educação que, pela primeira vez, coloca o custo aluno-qualidade. Não adianta uma escola que não tem banheiro, que não tem energia, que não tem internet, que não tem nada e, principalmente, onde há falta de valorização dos profissionais da educação. Eu me lembro, D. Joel, de que quando cheguei a Brasília, nos anos 70, todos os jovens queriam se casar com uma professora, porque as professoras ganhavam muito bem. Hoje, realmente e infelizmente, há estados, municípios, pagando menos do que um salário mínimo, apesar da aprovação do piso nacional dos professores. Precisamos valorizar, como eu disse, os gestores da educação, aqueles que coordenam, que fazem a gestão das escolas, que têm um papel fundamental.

    É evidente que nós temos de agradecer muito a eles. Os professores tiveram que se reinventar sem apoio nenhum, sem banda larga, sem computados. Lamentavelmente, grande parte dos nossos jovens não teve acesso à internet, nesse período de pandemia. Houve uma regressão realmente muito grande no conhecimento, na educação.

    Parabenizo também o nosso Santo Papa Francisco por esse pacto educativo global. Espero que a gente possa juntar todos. Foi dito muito bem aqui que não se faz educação apenas com a escola, tem que ter o envolvimento da comunidade, da família, da Igreja, de todos, para que a gente possa resgatar, de fato, a educação de qualidade, para que os jovens possam ter as oportunidades que eu tive, que outros tiveram, e que hoje, infelizmente, com um discurso de criar um Ministério da Cultura, um Ministério de Esportes, houve essa desintegração. Numa escola que eu tive o privilégio de estudar, lá no Seminário nossa Senhora de Fátima, em Itaúna, onde tinha música, esportes, cultura, uma boa educação.... Lamentavelmente, a gente vem perdendo isso.

    Eu fico triste de ver, agora, vários jovens que não estudam, não trabalham, porque não houve formação profissional. Nós não chegamos, chegamos a 10% dos jovens fazendo curso técnico. No mundo todo, já são 60% dos jovens que saem com uma formação profissional. No Brasil, ainda estamos muito aquém disso.

    Então, eu acho que esse tema é fundamental e, como foi dito aí, uma educação integral e com amor, realmente... Não dá da forma como está hoje, com essa divisão, esse ódio, parece, que as pessoas têm. Aqui, inclusive, ontem, crianças, em escolas, tirando o revólver, ameaçando os outros dentro da sala de aula. É lamentável e eu espero que a gente possa, realmente, fazer uma grande reflexão sobre isso.

    Quero dizer que é um privilégio, uma honra muito grande presidir esta sessão solene. Eu quero agradecer muito pela participação de todos os convidados, de uma forma bem representativa, e que, de fato, a gente possa transformar, focar nas pessoas. Como disse, as pessoas lá na ponta estão largadas. As políticas públicas perderam o foco no cidadão. O cidadão está lá, desde o pré-natal até a velhice. Não existem políticas públicas para a primeira infância, para a criança, para o adolescente, para o jovem adulto, para o adulto, para a terceira idade. A gente perdeu o foco. As pessoas não conseguem uma consulta, um exame, não conseguem um emprego. Ninguém quer viver de cesta básica. As pessoas querem dignidade.

    Então, a única forma óbvia de transformar, de dar dignidade para as pessoas é através da educação de qualidade para todos. E é isso que a gente espera, que a gente possa dar aí alguns passos para que a gente possa avançar.

    Eu agradeço a presença de todos e, cumprida a nossa finalidade desta sessão especial, eu declaro encerrada a sessão.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/03/2022 - Página 18