Presidência durante a 29ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de Debates Temáticos destinada a discutir o papel do Brasil na mediação de conflitos e construção de uma cultura de paz. Leitura de perguntas enviadas pelo portal e-Cidadania.

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Presidência
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais, Conflito Bélico, Relações Internacionais:
  • Sessão de Debates Temáticos destinada a discutir o papel do Brasil na mediação de conflitos e construção de uma cultura de paz. Leitura de perguntas enviadas pelo portal e-Cidadania.
Publicação
Publicação no DSF de 02/04/2022 - Página 35
Assuntos
Outros > Assuntos Internacionais
Outros > Conflito Bélico
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, OBJETIVO, DISCUSSÃO, ATUAÇÃO, BRASIL, PARTICIPAÇÃO, MEDIAÇÃO, CONFLITO, GUERRA, PROMOÇÃO, PAZ, MUNDO, PAIS ESTRANGEIRO, RELAÇÕES DIPLOMATICAS, RELAÇÕES INTERNACIONAIS.
  • CITAÇÃO, LIDER, MAHATMA GANDHI.
  • LEITURA, QUESTIONAMENTO, CIDADÃO, SITE, SENADO.

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Muito obrigado.

    Gratidão.

    Excelente reflexão o senhor traz para nós. Reflexões profundas – profundas.

    E eu estava aqui, Haroldo Dutra, colegas que estão aqui conosco ou que estão nos assistindo, anotando alguns pontos aqui da sua fala e relembrando o seguinte: realmente, a paz do mundo precisa começar dentro de nós. A chave somos nós. Gandhi dizia: "Seja a mudança que você quer ver no mundo". E, quando a gente percebe, realmente, o ambiente em que a gente está... Quando o senhor falou aí: "Olha, vamos partir para a prática. Da mesma forma que os violentos estão se organizando, vamos nos organizar para a paz", e a gente sabe que a força da paz é muito maior, a força da natureza, do bem, da verdade, da justiça, da paz, é fundamental que a gente saia da omissão. Muitas vezes... Eu não sei quem é – é um autor desconhecido – que diz o seguinte: "É na omissão dos bons que o mal prospera".

    Então, a partir daí, você tem Mahatma Gandhi – a gente tem que ir buscar na fonte desses pacifistas, não tem jeito, são referências; então, a gente tem que meditar nessas palavras e agir –, que diz: "O que me incomoda não é o grito dos violentos, mas o silêncio dos bons". Aí vem o estadista irlandês Edmund Burke e diz o seguinte: "O mal só triunfa quando os bons cruzam os braços". São todos estímulos, convites à ação, à ação no bem. Quando o pessoal vai lá roubar o Banco Central, por exemplo – aconteceu lá na minha terra, tem até filme sobre isso aí, acho que foi o maior assalto da história do país –, eles fazem as reuniões ali, combinam, planejam, são competentes, fazem aquilo; vão e executam mesmo, ou seja, eles são audaciosos, intrigantes, ousados. E os bons, para fazer um bem, fazer um projeto de caridade? Muitas vezes, marca-se uma reunião para marcar uma reunião. Então, eu acho que a gente tem que aprender isso aí. E, às vezes, aprende-se na dor, não é? Ou você aprende pelo amor, ou você aprende pela dor.

    Infelizmente, a gente está vivendo um momento em que até as instituições não se respeitam. Até nas instituições aqui no Brasil a gente percebe isso: um Poder invadindo a competência do outro. A gente vê isso todos os dias neste Plenário. E o brasileiro, no limite, com fome, desemprego, inflação alta, vendo as suas instituições com procedimentos que precisam ser revistos. É o Estado democrático de direito – é o Estado democrático de direito. Sem entrar na questão propriamente dita, mas há até Deputado aqui sendo preso. Há Senador, Ulisses Riedel, pianinho aqui, medindo as palavras.

    Então, a gente... Obviamente, no caso do Deputado, eu discordo das falas dele, da linguagem; obviamente, as ameaças não têm cabimento, mas ele tem que passar pelo devido processo legal. Está lá previsto! Há a Comissão de Ética da Câmara, há os processos para ele responder. Mas, com uma canetada, chegar e tentar calar, tentar intimidar, tentar humilhar é uma coisa muito preocupante, e a gente não pode aceitar. Porque o Parlamento é o lugar de parlar, de falar. A gente precisa ter essa liberdade. Sem falar que, do meu ponto de vista, é um inquérito ilegal.

    Inclusive, nós conseguimos as assinaturas dos colegas – para atualizar um assunto do dia. Os colegas assinaram requerimento, de minha autoria, para que a gente possa ouvir aqui o Ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, respeitosamente, sobre esses inquéritos, onde a mesma pessoa, que é a vítima, julga e manda prender – há alguma coisa errada nisso tudo –, quando a própria PGR Raquel Dodge havia dito que havia pedido o arquivamento do inquérito.

    Mas vamos seguir! Vamos seguir, porque nós temos a última rodada. Eu peço cinco minutos, no máximo, para as considerações finais de quem quiser participar, claro, de quem quiser fazer mais alguma colocação.

    Eu vou ler aqui algumas perguntas que chegaram. E, aí, tanto a Viviane como o Geraldo Lemos Neto, como o Jean Carlos Dal Bianco, como também o Akira, o Ulisses Riedel, o Nildo... Não sei se está conectado ainda o Haroldo. Enfim, quem se sentir confortável para fazer as respostas aqui de algumas perguntas, na sua fala final, nas suas considerações finais, eu peço para fazê-las.

    Vamos a elas.

    O Asaph Scheidt, de Santa Catarina, diz o seguinte: "Qual a visão de outros países em relação ao desempenho do Brasil nessa construção [de cultura de paz]?"

    Yasmin Saggiorato, de São Paulo: "Em que proporção o Brasil pode mediar essa situação? Será que nosso país é exemplo de paz para situações assim?". Olha que pergunta interessante a da Yasmin. Um país que tem 40 mil mortes violentas – não é, Nildo? –, mais ou menos 40 mil, 50 mil; esse é o número em que a gente tem oscilado aí. Nós estamos vivendo uma guerra interna e uma violência grande, mas a gente sabe que o papel do Brasil é amplo.

    Pergunta do Heric Luciano, do Acre: "No papel de cidadãos, como podemos ajudar o Brasil na busca da paz internacional? [...]".

    Juliane Rocha, de São Paulo – olha só, o Brasil todo participando aqui: "Quais meios são encontrados no Judiciário e de forma extrajudicial que atualmente são utilizados como forma de construção da paz [pelo] Brasil?". Ela fala também na mediação de conflitos, não é?

    Thiago Rafael, de Mato Grosso: "Em que tipo de conflitos o Brasil faz mediação atualmente?" – olha que pergunta bacana! "Em que tipo de conflitos o Brasil faz mediação atualmente?".

    E a Luana Alcassa, de São Paulo: "Quais são as ações preventivas [...] que temos desenvolvido atualmente para lidarmos com esse tipo de situação [que a gente vive no mundo]?".

    Então, eu quero começar – vamos pela mesma ordem – com a Viviane Rios Balbino.

    Se você puder, Viviane, nos responder em cinco minutos a pergunta que você quiser ou fazer as suas considerações finais, de antemão eu lhe agradeço muito a sua paciência, a sua participação aqui conosco nesta sessão também.

    Viviane Rios Balbino, Conselheira Chefe da Divisão das Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores.

    Um abraço a todos vocês aí do Ministério de Relações Exteriores.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/04/2022 - Página 35