Pronunciamento de Paulo Paim em 29/03/2022
Discurso durante a 26ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Preocupação com o aumento do custo de vida no País em um cenário de desemprego, inflação e perda do poder de compra do salário mínimo.
Elogios a iniciativas como a do município de Parobé-RS, que tem adotado o sistema tarifa zero, possibilitando à população o uso do transporte coletivo de forma gratuita. Anúncio da apresentação, por S. Exa., de requerimento de sessão de debates temáticos sobre o tema tarifa zero.
- Autor
- Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
- Nome completo: Paulo Renato Paim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Economia e Desenvolvimento:
- Preocupação com o aumento do custo de vida no País em um cenário de desemprego, inflação e perda do poder de compra do salário mínimo.
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Mobilidade Urbana:
- Elogios a iniciativas como a do município de Parobé-RS, que tem adotado o sistema tarifa zero, possibilitando à população o uso do transporte coletivo de forma gratuita. Anúncio da apresentação, por S. Exa., de requerimento de sessão de debates temáticos sobre o tema tarifa zero.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/03/2022 - Página 18
- Assuntos
- Economia e Desenvolvimento
- Política Social > Desenvolvimento Urbano > Mobilidade Urbana
- Indexação
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- COMENTARIO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, AUMENTO, INDICE, DESEMPREGO, INFLAÇÃO, INEXISTENCIA, POLITICA SALARIAL, VALORIZAÇÃO, SALARIO MINIMO.
- ELOGIO, INICIATIVA, MUNICIPIO, PAROBE (RS), ADOÇÃO, SISTEMA, GRATUIDADE, AQUISIÇÃO, PASSAGEM, TRANSPORTE COLETIVO URBANO, TRANSPORTE URBANO, MUNICIPIOS, RESULTADO, MELHORIA, OFERTA, EMPREGO, FOMENTO, COMERCIO, FACILITAÇÃO, MOBILIDADE URBANA, TRABALHADOR.
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar. Por videoconferência.) – Boa tarde, Presidente Izalci Lucas, Senadores e Senadoras.
Presidente, o atual cenário nacional é de crise econômica e social: alta do desemprego, cerca de 14 milhões; informalidade, em torno de 35 milhões; inflação, temos a maior desde 2015, 2021 fechou em alta de 10,06%; carrinho de supermercado cada vez mais vazio.
Uma cesta básica para uma família consome mais de 60% do salário mínimo. Salário mínimo congelado, não tem aumento real. A política nacional de valorização do salário mínimo, inflação mais PIB, não existe mais. Pelo terceiro ano consecutivo o salário mínimo não tem aumento real. A massa salarial mensal teve uma queda em dois anos de 18 bilhões, descontada a inflação. Em fevereiro de 2020 era de 250,5 bilhões; em janeiro de 2022 foi para 232,6 bilhões.
O trabalhador gasta no mínimo 17% do valor do salário mínimo em transporte, considerando apenas duas passagens por dia, uma e outra de volta.
É de saudar aqui, quero cumprimentar e elogiar a iniciativa de municípios como o de Parobé, no Rio Grande do Sul, que estão adotando o sistema tarifa zero, para que a população utilize o transporte coletivo sem pagar passagem. A prefeitura, no caso, subsidia. Há também experiências como essa nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais. Que essa iniciativa seja seguida por todo o país.
Essa prática ajuda a diminuir o custo de vida das pessoas, aquece o mercado de trabalho e fomenta o comércio, facilita a mobilidade dos trabalhadores para ir ao trabalho, aos desempregados para procurar emprego. Muitos nem usam mais o transporte coletivo, caminham de 10km a 15km à procura do sonhado emprego.
O economizado é usado para a compra de comida. Um estudo do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), de 2019, aponta que a oferta de transporte público coletivo gratuito ou com tarifas bem reduzidas é viável na maior parte das cidades do Brasil. Esse estudo mostra que hoje são os usuários que arcam com quase 90% da receita do sistema do transporte público urbano do Brasil.
Da mesma forma, demonstra como é possível criar fontes de recursos diferentes para subsidiar os gastos da população com ônibus, trem e metrô.
Diz Cleo Manhas, do Inesc. Abro aspas para a palavra da dita estudiosa:
O transporte é um direito assim como a saúde e a educação. E assim como a saúde e a educação, ele tem que ser bancado por impostos. Além disso, o transporte é aquele que faz com que as pessoas acessem os outros direitos, porque, em um país tão desigual quanto o nosso, se as pessoas não têm condição de pagar a tarifa, elas não acessam hospital, não acessam escola pública, não acessam o centro da cidade para procurar emprego.
O Jornal The New York Times disse que cem cidades do mundo não cobram tarifas. Elas são espalhadas pela França, Bélgica, Austrália, Luxemburgo. Junto a isso vem toda a melhoria da mobilidade urbana.
Apresentamos hoje, Senador Izalci, requerimento para este Plenário para realizarmos uma sessão temática sobre o tema tarifa zero. É de interesse de todos: de empresários, de trabalhadores. Todos ganharão com este debate e se pudermos avançar na tarifa zero.
Era isso, Presidente.
Obrigado pela tolerância.