Pronunciamento de Esperidião Amin em 29/03/2022
Discurso durante a 26ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre a necessidade de a Petrobras estabelecer mecanismos de proteção contra a especulação financeira sobre o preço dos combustíveis no País.
- Autor
- Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
- Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Energia:
- Considerações sobre a necessidade de a Petrobras estabelecer mecanismos de proteção contra a especulação financeira sobre o preço dos combustíveis no País.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/03/2022 - Página 19
- Assunto
- Infraestrutura > Minas e Energia > Energia
- Indexação
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- DEFESA, NECESSIDADE, IMPEDIMENTO, REPASSE, POPULAÇÃO, BRASIL, CUSTO, ESPECULAÇÃO, PETROLEO, DERIVADOS DE PETROLEO, COMBUSTIVEL, GASOLINA, OLEO DIESEL, GAS LIQUEFEITO DE PETROLEO (GLP), CORRELAÇÃO, AUMENTO, PREÇO.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para discursar.) – Presidente, boa tarde a V. Exa. Boa tarde aos companheiros Senadoras e Senadores.
Eu gostaria de fazer uma reflexão que, de certa forma, se encadeia com os pronunciamentos já feitos aqui hoje a respeito dessa mudança de comando da Petrobras.
Pelo que se sabe, o indicado, e sempre é possível polemizar, mas o indicado, ainda neste mês de março, disse da importância de um fundo de equilíbrio, que, quando nós debatemos aqui – e V. Exa. tem conhecimento disso –, setores do Governo disseram não à ideia. E o que se sabe é que o Sr. Adriano defendeu essa ideia ainda neste mês de março. E eu aplaudo. Aplaudo porque não é preciso que seja um ano eleitoral para se saber que não há bom senso em repassar o custo do petróleo, o preço especulativo do petróleo para a bomba de gasolina, de diesel e de gás de cozinha. Isso não é sensato em nenhum lugar do mundo. Em nenhum lugar do mundo se admite isso, não só em ano de eleição. Isso é uma regra de sobrevivência básica. Não que o povo coma combustível, mas é o combustível que permite que o povo se desloque, que a economia se movimente e também que as pessoas tenham na sua cozinha urbana, principalmente, um elemento fundamental que é o gás de cozinha, responsável talvez... Isoladamente, Senador Izalci, deve ter sido o maior fator de preservação das nossas florestas. O senhor já imaginou quanta lenha não se cortou, quanta lenha não se incendiou depois do advento do gás de cozinha! É só pensar nisso.
Então, sob todos os aspectos, eu quero focalizar este tópico: tem de haver um amortecedor entre a especulação, seja por guerra, seja por vento, seja para baixo, seja para cima no preço, e o consumidor, em matéria de combustível, energia e, particularmente, petróleo.
Só para concluir, este processo que nós estamos vivendo é tão absurdo – e o senhor se recorda – que, entre maio e agosto de 2020, o custo do barril de petróleo, o preço do barril de petróleo era zero, porque não havia comprador. E a petroleira tinha que colocar o petróleo num navio e ficar passeando, porque não havia onde estocar. Mas nenhuma pessoa do Brasil foi beneficiada por isso. Quando o barril de petróleo valia zero, não ia para a bomba esse ganho, não ia para o bujão de gás.
Então, eu estou aqui dizendo o seguinte: se deve demitir ou não deve demitir é uma decisão de Governo. Agora, deixar como está, se submeter ao interesse de acionista, seja ele brasileiro – eu também sou acionista... Quando foi aberto, o senhor também deve ter comprado aquelas mil ações da década de 90. Era quase um dever patriótico a gente comprar ações da Petrobras. Eu comprei também mil ações na época, que custavam, hoje, R$1 mil. Não é porque o acionista é de Wall Street, é estrangeiro, é americano, que nós temos que submeter o povo brasileiro ao custo, na sua casa, no seu deslocamento para o trabalho, principalmente no transporte coletivo, no transporte de carga, ou seja, no ciclo de vida da sociedade, ao ditame do mercado, mercado que não tem considerado a saúde financeira do Brasil, a saúde financeira de ter perdido menos do que previa o mercado na pandemia, recuperado mais do que o mercado imaginava e, agora...
(Soa a campainha.)
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) – ... estar oferecendo alguns números muito interessantes.
Não quero participar do restante da polêmica, mas quero focalizar este assunto: eu espero que essa mudança da Petrobras – sem, com isso, criticar o atual Presidente ou o ex-Presidente ou louvar o próximo – represente uma advertência de que o povo brasileiro deve ter, neste Parlamento e no Governo, mecanismos compatíveis com o mercado, sim, mas que não admitam o contrassenso desse impacto direto do custo especulativo com a vida do brasileiro.
Muito obrigado.