Pronunciamento de Confúcio Moura em 12/04/2022
Discurso durante a 34ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
Reflexão sobre a importância da educação na infância e na juventude para o futuro de um País.
- Autor
- Confúcio Moura (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
- Nome completo: Confúcio Aires Moura
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Crianças e Adolescentes,
Educação Básica:
- Reflexão sobre a importância da educação na infância e na juventude para o futuro de um País.
- Publicação
- Publicação no DSF de 13/04/2022 - Página 11
- Assuntos
- Política Social > Proteção Social > Crianças e Adolescentes
- Política Social > Educação > Educação Básica
- Indexação
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- COMENTARIO, IMPORTANCIA, PRIORIDADE, EDUCAÇÃO BASICA, CRIANÇA, INCLUSÃO, JUVENTUDE, FUTURO, BRASIL.
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO. Para discursar. Por videoconferência.) – Sr. Presidente, eu estive olhando os meus escritos e achei um pequeno artigo que eu escrevi em 14 de agosto de 2006, perto de 16 anos atrás.
Eu o iniciei com o seguinte. Os bispos em Medelín, Colômbia, em 1968, disseram que a evangelização pode iniciar pelo estômago. Como um faminto pode rezar e ainda agradecer pela sua fome? Primeiro, o homem é alimentado e, depois, a doutrina, porque a fé do faminto é o prato de comida, que termina sendo o seu Deus imediato.
A democracia é boa, Sr. Presidente, mas ela, sozinha, não enche a barriga. Se ela é boa, deve encher a barriga do povo, em primeiro lugar. Só assim, será excelente. Se não o fizer, eu não respondo por ela.
É simples: basta abrir os braços para a infância e para a juventude. Só a juventude pode nos salvar. Só ela poderá quebrar esses jarros cheios de usos e costumes. Só ela, a juventude, e a infância bem-educada poderão ver as coisas diferentes e até se insurgir contra este bendito sistema vigente, tramado por nós mesmos.
Quem não vê o outro lado permanece quieto. Indiferente e calmo, aceitando tudo como é, certo ou errado.
Enquanto o tempo passa, move-se uma folha ao vento. Ao menos isto, mover uma folha ao vento.
Como é fácil escrever, encantar, discursar. Ainda mais a força das boas intenções ou o discurso que empolga e que faz bater forte o coração.
Não há segredo para a mudança que não seja a determinação de ousar e deixar cair o suor da face.
Basta, Sr. Presidente, escola de boa qualidade para os jovens. Com aulas atrativas, como o encanto das próprias ruas, porque a rua é bela para o menino e é atrativa. A rua encanta e seduz. A escola e a aula devem ser tão gostosas como a rua, como as brincadeiras de infância, nas ladeiras, nas calçadas, nos terreiros e nos quintais.
Só a educação inclui o jovem. Fora disso serão mais e mais gerações perdidas, dinheiros jogados fora, no balde de lixo, mais alguns milhões de jovens perdidos nas cidades e uma indústria sem fim de injustiças, delinquências e todas as matizes de violência. O que é uma cidade, senão um porto, um ponto singelo no mapa do continente?
Tenho o presente e o futuro para cuidar. Nada é mais importante do que acreditar no futuro, porque o futuro existe, a educação existe, como existe Deus.
Sr. Presidente, é um discurso antigo. Esta é uma cronicazinha que eu escrevi há 16 anos. E ela está tão presente...
Eu fico olhando as palavras, os discursos, de Cristovam Buarque. Eu fico reparando o que que fez Darcy Ribeiro, como Senador, como Secretário, como Vice-Presidente, como Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro, o tanto que essas pessoas lutaram, fora outras tantas maravilhosas personalidades brasileiras que lutaram pela educação.
E hoje, passados aqui, do meu simples e singelo escrito, 16 anos, parece que tudo continua pior. Infelizmente. Parece que nada melhorou.
Então, eu fico assim até pensando se vale a pena tantos discursos, não é? Se vale a pena tantas lamúrias, tantas falas de que a educação é prioridade, se, na realidade, não se praticar a educação com as próprias mãos.
Assim eu encerro o meu pronunciamento, falando, Sr. Presidente, da importância da educação, tão falada e decantada, e tão desleixada, como está e como sempre esteve.
Muito obrigado.