Discurso durante a 34ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Reflexão sobre a importância da educação na infância e na juventude para o futuro de um País.

Autor
Confúcio Moura (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Confúcio Aires Moura
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Crianças e Adolescentes, Educação Básica:
  • Reflexão sobre a importância da educação na infância e na juventude para o futuro de um País.
Publicação
Publicação no DSF de 13/04/2022 - Página 11
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Crianças e Adolescentes
Política Social > Educação > Educação Básica
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, PRIORIDADE, EDUCAÇÃO BASICA, CRIANÇA, INCLUSÃO, JUVENTUDE, FUTURO, BRASIL.

    O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO. Para discursar. Por videoconferência.) – Sr. Presidente, eu estive olhando os meus escritos e achei um pequeno artigo que eu escrevi em 14 de agosto de 2006, perto de 16 anos atrás.

    Eu o iniciei com o seguinte. Os bispos em Medelín, Colômbia, em 1968, disseram que a evangelização pode iniciar pelo estômago. Como um faminto pode rezar e ainda agradecer pela sua fome? Primeiro, o homem é alimentado e, depois, a doutrina, porque a fé do faminto é o prato de comida, que termina sendo o seu Deus imediato.

    A democracia é boa, Sr. Presidente, mas ela, sozinha, não enche a barriga. Se ela é boa, deve encher a barriga do povo, em primeiro lugar. Só assim, será excelente. Se não o fizer, eu não respondo por ela.

    É simples: basta abrir os braços para a infância e para a juventude. Só a juventude pode nos salvar. Só ela poderá quebrar esses jarros cheios de usos e costumes. Só ela, a juventude, e a infância bem-educada poderão ver as coisas diferentes e até se insurgir contra este bendito sistema vigente, tramado por nós mesmos.

    Quem não vê o outro lado permanece quieto. Indiferente e calmo, aceitando tudo como é, certo ou errado.

    Enquanto o tempo passa, move-se uma folha ao vento. Ao menos isto, mover uma folha ao vento.

    Como é fácil escrever, encantar, discursar. Ainda mais a força das boas intenções ou o discurso que empolga e que faz bater forte o coração.

    Não há segredo para a mudança que não seja a determinação de ousar e deixar cair o suor da face.

    Basta, Sr. Presidente, escola de boa qualidade para os jovens. Com aulas atrativas, como o encanto das próprias ruas, porque a rua é bela para o menino e é atrativa. A rua encanta e seduz. A escola e a aula devem ser tão gostosas como a rua, como as brincadeiras de infância, nas ladeiras, nas calçadas, nos terreiros e nos quintais.

    Só a educação inclui o jovem. Fora disso serão mais e mais gerações perdidas, dinheiros jogados fora, no balde de lixo, mais alguns milhões de jovens perdidos nas cidades e uma indústria sem fim de injustiças, delinquências e todas as matizes de violência. O que é uma cidade, senão um porto, um ponto singelo no mapa do continente?

    Tenho o presente e o futuro para cuidar. Nada é mais importante do que acreditar no futuro, porque o futuro existe, a educação existe, como existe Deus.

    Sr. Presidente, é um discurso antigo. Esta é uma cronicazinha que eu escrevi há 16 anos. E ela está tão presente...

    Eu fico olhando as palavras, os discursos, de Cristovam Buarque. Eu fico reparando o que que fez Darcy Ribeiro, como Senador, como Secretário, como Vice-Presidente, como Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro, o tanto que essas pessoas lutaram, fora outras tantas maravilhosas personalidades brasileiras que lutaram pela educação.

    E hoje, passados aqui, do meu simples e singelo escrito, 16 anos, parece que tudo continua pior. Infelizmente. Parece que nada melhorou.

    Então, eu fico assim até pensando se vale a pena tantos discursos, não é? Se vale a pena tantas lamúrias, tantas falas de que a educação é prioridade, se, na realidade, não se praticar a educação com as próprias mãos.

    Assim eu encerro o meu pronunciamento, falando, Sr. Presidente, da importância da educação, tão falada e decantada, e tão desleixada, como está e como sempre esteve.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/04/2022 - Página 11