Discurso durante a 41ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a homenagear a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, em razão dos 49 anos de sua fundação.

Autor
Paulo Rocha (PT - Partido dos Trabalhadores/PA)
Nome completo: Paulo Roberto Galvão da Rocha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Administração Pública Indireta, Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }, Homenagem:
  • Sessão Especial destinada a homenagear a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, em razão dos 49 anos de sua fundação.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2022 - Página 21
Assuntos
Administração Pública > Organização Administrativa > Administração Pública Indireta
Economia e Desenvolvimento > Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • HOMENAGEM, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA (EMBRAPA), PESQUISA AGROPECUARIA, AREA, CIENCIAS AGRARIAS, CIENCIAS AGRICOLAS, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO AGRARIO, DESENVOLVIMENTO AGRICOLA, DESENVOLVIMENTO AGROPECUARIO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, BRASIL.
  • HOMENAGEM, TRABALHADOR, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA (EMBRAPA), OPERADOR DE MAQUINAS, PESQUISADOR, TECNOLOGIA AGRONOMICA, ATUAÇÃO, SOBERANIA NACIONAL, POVO, PATRIMONIO PUBLICO, APOIO, PRODUTOR RURAL, AGRICULTURA FAMILIAR, CRITICA, RETIRADA, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, INVESTIMENTO, PESQUISA, COMENTARIO, UNIDADE, ESTADO DO PARA (PA), PRODUÇÃO AGRICOLA, FRUTA.

    O SR. PAULO ROCHA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA. Para discursar.) – Obrigado, Presidente.

    Minhas palavras serão rápidas. Escrevi aqui alguma coisa, mas quero falar mesmo. Primeiro, a homenagem a esta grande empresa não é apenas a homenagem à empresa em si, mas, principalmente, àqueles que fazem a Embrapa no dia a dia, do mais simples trabalhador, um tratorista (Palmas.)

    ... como também o mais alto dos pesquisadores, do pesquisador ou da pesquisadora.

    E quero dizer para vocês, ao fazer essa homenagem, que não é qualquer uma empresa pública estatal; é uma empresa que tem a ver, como já foi dito aqui pelo meu colega anterior, com a soberania do nosso país.

    Todo mundo sabe da exuberância que é o nosso país, da questão da terra, da floresta. Essas são as maiores que nós temos no nosso país. É verdade que o subsolo também é muito rico com os nossos minérios, mas da terra e da floresta é de que se trata a soberania de um povo. E algumas coisas que eu vou falar aqui e me posicionar não têm nada a ver, quando se trata de terra ou de floresta, de questão ideológica. Aqui é uma posição clara, política: se a Embrapa, como se diz, é dos brasileiros, é empresa pública, o Governo é o guardião para tratá-la assim, porque é uma conquista, é um patrimônio, que trata principalmente do nosso desenvolvimento – e todo mundo sabe do papel da terra e da questão da floresta no desenvolvimento do nosso país, seja através do grande negócio agropecuário como também do pequeno produtor rural.

    O atual Governo não está tratando a Embrapa assim. O corte do orçamento, a retirada de dinheiro para pesquisa é um processo – a gente já sabe como acontece isso – de desvalorizar ou criar dificuldades para depois ser capturada por algum interesse, que sempre está de plantão.

    Então nós aqui, no Congresso Nacional, todos esses companheiros que já falaram e que ainda vão falar, como o Heinze, o Acir Gurgacz, que não está aqui, temos nos unido aqui para socorrer a nossa Embrapa, através de emendas orçamentárias, para assegurar a vida das pesquisas que estão fazendo lá, através da Comissão da Agricultura. É uma prática concreta de todos os setores. Aqui tem Senador ligado ao grande negócio rural, como também tem Senadores ligados à agricultura familiar. E todas têm cada uma a sua importância. Portanto, aqui não é polarização ideológica. O agronegócio gera divisas importantes para o país, na medida em que exporta os grãos, etc., etc. Mas a agricultura familiar também tem sua importância, porque ela é responsável por 70% da produção de alimentos – saudáveis, inclusive.

    Então, Sr. Presidente, ao homenagear, também deixo a preocupação de que uma empresa como essa não pode sofrer o que vem sofrendo mais recentemente. Eu sou o Líder do PT aqui no Congresso, no Senado, o que nós fazemos com autoridade devida, porque os próprios companheiros sabem que, quando nós passamos pelo governo, foi um dos grandes momentos de maiores investimentos na pesquisa. E falo com respeito maior ainda, porque eu venho da Amazônia, porque eu sei qual é o papel da Embrapa lá, inclusive na vida do cidadão, quer seja do grande negócio, mas na vida também do pequeno.

    Os companheiros da Embrapa do Pará sabem que também a gente socorre inclusive na infraestrutura. Os prédios, onde se fazem os cursos, etc., estavam caindo lá. Foi com emenda parlamentar que a gente socorreu para processar isso. Essa é a grande homenagem com que, no dia a dia, a gente defende uma empresa como essa.

    Por isso eu queria render esta homenagem, homenagem principalmente aos trabalhadores, repito, do mais simples trabalhador e trabalhadora, do mais simples até o mais alto pesquisador.

    E a maior homenagem que a gente pode fazer é essa, Chico, como nós temos feito no dia a dia na Comissão de Agricultura, socorrendo os orçamentos. O pessoal da Embrapa que trafega por aqui nos nossos corredores sabe dessa importância que a gente dá à nossa Embrapa.

    Para terminar, Chico, você falou muito e vou dar o exemplo da Embrapa do Pará, da região. Essa produção do açaí, que agora se tornou inclusive conhecida mundialmente, vem de uma pesquisa da Embrapa de lá, que fez uma experiência. O açaí é mais da área encharcada, das várzeas. A Embrapa interveio tecnologicamente e levou para a produção em qualquer solo, através de um processo. Por isso houve esse gigantismo, e nós exportamos, inclusive, o nosso açaí para todo o mundo. E trouxe riqueza e bem-estar para o pequeno produtor, mas também para os grandes negociantes, que implantaram a chamada verticalização do açaí.

    Por fim – aqui não está o pessoal do Acre –, eu vou falar da castanha do Pará, que o pessoal briga dizendo que é do Acre. É castanha do Brasil, vamos dizer assim. Outra experiência importante foi a da transformação da produção de castanha, lá na nossa região, pela Embrapa do Pará. Normalmente – Chico, você sabe –, a castanha dá dentro da floresta em cerca de 15 anos, por aí. A Embrapa fez uma intervenção genética que mantém a mesma qualidade da produção, mas hoje já produz em 6 anos. Portanto, há possibilidade, realmente, de gerar mais riquezas. E vejam: tudo com condições autossustentáveis, respeitando o meio ambiente e aumentando a produtividade.

    Esses são exemplos de que não é preciso devastar tanto assim para poder produzir e gerar riqueza para o nosso povo e para a nossa gente.

    Parabéns, Embrapa!

    Vida longa a todos da Embrapa! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2022 - Página 21