Discurso durante a 41ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a homenagear a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, em razão dos 49 anos de sua fundação.

Autor
Luis Carlos Heinze (PP - Progressistas/RS)
Nome completo: Luis Carlos Heinze
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Administração Pública Indireta, Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }, Homenagem:
  • Sessão Especial destinada a homenagear a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, em razão dos 49 anos de sua fundação.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2022 - Página 24
Assuntos
Administração Pública > Organização Administrativa > Administração Pública Indireta
Economia e Desenvolvimento > Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA (EMBRAPA), PESQUISA AGROPECUARIA, AREA, CIENCIAS AGRARIAS, CIENCIAS AGRICOLAS, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO AGRARIO, DESENVOLVIMENTO AGRICOLA, DESENVOLVIMENTO AGROPECUARIO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, BRASIL.
  • COMENTARIO, HISTORIA, CIRNE LIMA, ALYSSON PAULINELLI, MEMBROS, DIREÇÃO, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA (EMBRAPA), INICIO, EVOLUÇÃO, AGRICULTURA, TECNOLOGIA, MAQUINA AGRICOLA, ATUAÇÃO, FRENTE PARLAMENTAR, AGROPECUARIA, REFERENCIA, PREMIO NOBEL, PROTEÇÃO, FLORESTA AMAZONICA, PRODUÇÃO AGRICOLA, CERRADO.

    O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS. Para discursar.) – Bom dia! É um grande prazer estarmos aqui.

    Quero saudar o nosso Presidente Elmano, meu colega, nosso colega. Deve ter muitos agrônomos aqui; o Elmano é agrônomo, já o nosso Senador Wellington é veterinário – também tem veterinários aqui. É um prazer estar com você, Elmano, nesta sessão justa em que estamos homenageando a Embrapa pelos 49 anos.

    Ministro Paulo Alvim, obrigado pela presença. Cumprimento também o Senador Izalci Lucas, que é o proponente da homenagem; o Presidente da Embrapa, Celso Moretti, em cuja pessoa quero saudar os "embrapeanos" que estão presentes aqui hoje; o nosso Márcio Lopes de Freitas, que fez um grande evento da agenda do cooperativismo, com a Frente Parlamentar de Deputados e Senadores – parabéns pelo evento de ontem à noite! Também, da mesma forma, cumprimento Nilson Leitão, que hoje aqui representa a nossa Confederação Nacional da Agricultura; o Augusto Pestana – tem uma cidade no Rio Grande do Sul que se chama Augusto Pestana, que é o nome desse moço aí que é o chefe da nossa Apex. Também cumprimento o Vinícius, em nome do sindicato dos funcionários da Embrapa. É um prazer estar com vocês todos.

    Quero dizer que eu já fiz também essa homenagem, acho que há dois ou três, antes da pandemia, para homenagear o que a Embrapa representa, como técnico da área que sou, que conheço esse assunto, e lá se vão 48 anos, Moretti, que estou formado – quando saí de Santa Maria para São Borja eu iniciei essa minha luta em prol da agricultura.

    Quero saudar aqui o Prefeito Alfredo, de Capela de Santana. Para quem não conhece o Rio Grande: ele é o pai de uma estrada chamada Transaçoriana, Chico. Passa-se por essa estradinha – toda a Serra Gaúcha, todo o Vale do Caí, a região norte do estado – para chegar a Porto Alegre, passa-se por essa estrada que esse moço nos cobrava e que hoje já é uma realidade. Então, parabéns ao Alfredo, aos Prefeitos da região, de São Sebastião do Caí, de Capela de Santana, de Portão e também de Nova Santa Rita. É uma obra barata, mas que tem um efeito enorme para aquela região.

    Quero saudar também o Jorge Lemainski, da Embrapa Trigo, o Adeliano Cargnin, da Embrapa Uva e Vinho. Vamos ver se ele trouxe uva e vinho para os convidados, se não tem suco de uva. Cargnin? Devia ter trazido, não trouxe nada, tchê? Pelo menos umas garrafas de suco de uva tinham que ter vindo lá da Embrapa Uva e Vinho e umas maçãs lá de Vacaria também seria bom, cairiam bem hoje aqui. Não trouxe nada! Sr. Presidente, tinha que ter dado um voucherzinho para trazer umas caixas de maçãs. Ele conseguiria isso para trazer aqui e umas garrafas de suco de uva.

    O Fernando, da nossa Embrapa Gado de Corte... Onde está o Fernando? Bom, não estou enxergando o Fernando aqui agora. Mas queria saber do Joseli Portela, que trabalhou na Embrapa Gado de Corte e foi meu colega de faculdade – técnico agrícola e, depois, na faculdade. Roberto Pedroso, da Embrapa Clima Temperado.

    Bom, há essa história que foi falada aqui e eu só quero repetir. Cirne Lima foi um dos autores intelectuais da nossa Embrapa. Depois veio o Paolinelli, que seguiu Cirne Lima, e foi ele que montou efetivamente e botou essa megaempresa a funcionar. Então, quero saudar, em nome de Cirne Lima e do Paolinelli, esse trabalho. Em nome da direção anterior, o Dr. Eliseu Alves, também uma referência para vocês "embrapeanos". Então, essa história começa com essas pessoas e alguns mais, mas estou referenciando essas pessoas.

    Paulo, veja o que eles fizeram. Comentava agora com o Márcio: essas cabeças lá naqueles anos do início da Embrapa mandaram dois mil técnicos – o Brasil naquele instante importava alimentos; com essa extensão territorial, era importador de alimentos –, Elmano, agrônomos, veterinários, zootecnistas, bioquímicos, de todas as áreas, Alvim, para se especializar nos Estados Unidos, na Europa, enfim, no mundo, nas melhores universidades, para trazer tecnologia para o Brasil. A partir desse intento, hoje o Brasil exporta para mais de 200 países com sustentabilidade – isso para nós é um orgulho –, e vocês, "embrapeanos", lá atrás, com as pessoas de que falei, iniciaram esse processo.

    Então, aos mais de 8 mil "embrapeanos", funcionários ou técnicos, parabéns a vocês pelos 49 anos que nós estamos comemorando da Embrapa!

    Quero dizer que temos muito ainda a fazer. Nós temos conversado muito com a Embrapa Cerrados e também com o Roberto, da Embrapa Clima Temperado, com relação a um novo assunto, com que, em 2019, comecei a trabalhar: remineralizadores. Eu sei que, até dentro da Embrapa, Celso, tem gente que é contra e tem gente que é a favor. Mas o que eu quero dizer é o seguinte: é uma nova alternativa. Nada contra os adubos solúveis, isso não vai substituir o NPK, mas é uma nova alternativa, como, alguns anos atrás, surgiu o calcário. Então, nós já fizemos correção de solo com calcário.

    Agora, o pessoal da Embrapa Cerrados – Sebastião Pedro e a turma dele – e o Roberto, que está aqui, da Embrapa Clima Temperado, vêm trabalhando muito nesse tema conosco, que, para nós, são alternativas e soluções que só o Brasil começa a mostrar para o mundo. Se nós temos hoje a agricultura de palha – como é que se chama? –, de plantio direto, isso começou também no Brasil, é uma tecnologia nossa, e hoje o mundo copia uma tecnologia nossa. As nossas indústrias de máquinas agrícolas hoje não perdem em nada para as marcas mundiais John Deere e New Holland. Enfim, essa é a evolução de gente que ontem, Chico, era uma pequena ferraria.

    Então, é um prazer estarmos aqui com vocês. Hoje, por megaempresas, o Brasil hoje é respeitado e reconhecido no mundo.

    Quero saudar também Alaerto Marcolan, que é meu conterrâneo, de Constantina, e hoje está na Embrapa de Rondônia. O Alaerto é importante porque está hoje fazendo um trabalho em Rondônia, onde nós temos aquele espaço enorme no norte do Brasil para utilizar. Ouvi o Chico falar aqui na questão dos lavrados de Roraima. Eu estive lá naquele caso Raposa Serra do Sol. O clima daquela região, Nilson Leitão, é igual ao clima da Flórida, nos Estados Unidos. Presidente Márcio, se lá esse clima funciona com frutas, com grãos, com o que quiser, esse mesmo clima nós temos aqui, em Roraima. Então, o Brasil tem oportunidades fantásticas!

    E quando criticam o Brasil... Ontem, quando nós, a Frente Parlamentar, estivemos com o Presidente Rodrigo Pacheco, levamos vários temas que nós temos que votar aqui no Senado Federal, e foi colocado ali, Nilson: por que o Brasil é tão criticado se hoje nenhum país do mundo preserva o que o Brasil preserva dentro das propriedades rurais e também nas áreas públicas? Hoje temos mais de 60% do território preservado, mas brasileiros falam mal do Brasil, e aí a mídia mundial fala mal do Brasil. Por quê? Porque nós hoje somos o maior exportador de frango, o maior exportador de boi, por exemplo, e o maior exportador de soja, e esse mercado nós tomamos de alguém. Então, na questão do mercado, estou falando apenas desses três produtos; hoje há dezenas de produtos do Brasil que estão correndo o mundo e fazendo o seu trabalho. E muito começou com a Embrapa em todo o Brasil, em todo o território brasileiro, a partir daquelas iniciativas de Paolinelli e também de Cirne Lima.

    E o outro ponto que eu quero complementar com vocês. Está aqui a Tanise – onde está a Tanise? –, Vereadora de Porto Alegre, minha companheira de chapa lá também hoje. E aí, Tanise, eu tive a honra de conhecer, junto com o Paolinelli, Norman Borlaug. Os agrônomos o conhecem porque é uma referência de um Prêmio Nobel da Paz.

    Você é agrônomo, Chico; o Elmano é agrônomo; eu sou agrônomo e tantos outros que aqui estão. Eu ouvi de Norman Borlaug, há uns seis, sete anos, antes de ele falecer, hoje é falecido, dizendo que veio ao Brasil nos 1970, que o Paolinelli o trouxe aqui. Percorreu aqui o Cerrado que o seu Piauí tem; que o Mato Grosso do Wellington tem; que o Goiás tem; que o Tocantins tem. Ele deu uma entradinha por aqui, uma pessoa do alto do seu conhecimento, um Prêmio Nobre da Paz, ele disse assim: "Isso não presta, não vai produzir nada". Quando ele voltou aqui, sete, oito anos atrás, ele disse: "Eu tenho que me penitenciar, primeiro com os agricultores brasileiros e depois com a pesquisa brasileira".

    E essa pesquisa de vocês tem muito a ver com isto: a introdução de uma lavoura em clima temperado, o clima que nós temos aqui nesta região, então, isso é importante. Não é o temperado, é o tropical. Porque em outros países do mundo não tinha essa agricultura, essa revolução de o Brasil ter hoje quase 300 milhões de toneladas de grãos, as frutas, as carnes, os lácteos, tudo o mais que o Brasil está produzindo hoje.

    Então, parabéns a vocês, porque é o dia de homenagear o setor e a Embrapa como um todo, pelo trabalho que faz. Estamos juntos. Contem com o nosso apoio para podermos ajudar essa grande empresa brasileira que hoje é orgulho no mundo inteiro. A qualquer parte que você vai, quando se fala em pesquisa, a Embrapa é chamada. Então, esse é o ponto importante que eu quero deixar para vocês.

    Parabéns a vocês e vamos trabalhar em prol do Brasil tantas coisas positivas. Podem escrever: nós seremos a maior nação agrícola do planeta, Márcio. Com as cooperativas de emprego que nós temos hoje; com as empresas privadas que nós temos hoje; com a tecnologia que nós temos hoje, nós superaremos todos esses players mundiais com a nossa capacidade, sem devastar a Floresta Amazônica, só aproveitando o Cerrado brasileiro que nós temos uma parte que ainda se pode explorar e as pastagens degradadas que tem hoje em todo o Brasil.

    Aí o Alfredo Homma, lá de Belém, nós temos conversado com o Alfredo, que também tem projetos importantes que nós podemos implementar nas florestas do Brasil inteiro, não em áreas novas, mas nas pastagens degradadas que nós temos aí. Então, tem muita coisa para fazer e vocês, com esse capital de mais de 8 mil "embrapeanos" têm esse potencial e esse poder de fazer essa transformação.

    Ministro Alvim, parabéns também por estar assumindo essa nova empreitada, neste momento, substituindo o grande Marcos Pontes, que fez um grande e belíssimo trabalho frente ao Ministério da Ciência e Tecnologia. V. Exa. agora assume esta posição e tenho certeza de que também vai dar continuidade ao que o Pontes fez ao longo desse período.

    Um abraço a todos vocês. Foi um prazer. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2022 - Página 24