Discurso durante a 45ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Agradecimentos aos Senadores pelo apoio na aprovação da Medida Provisória nº 1.076, de 2021, que garante o valor mínimo de R$ 400 para as famílias beneficiárias do Auxílio Brasil de forma permanente.

Reflexão sobre o contexto e as demandas atuais do Estado do Maranhão.

Autor
Roberto Rocha (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/MA)
Nome completo: Roberto Coelho Rocha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Assistência Social:
  • Agradecimentos aos Senadores pelo apoio na aprovação da Medida Provisória nº 1.076, de 2021, que garante o valor mínimo de R$ 400 para as famílias beneficiárias do Auxílio Brasil de forma permanente.
Eleições e Partidos Políticos:
  • Reflexão sobre o contexto e as demandas atuais do Estado do Maranhão.
Publicação
Publicação no DSF de 05/05/2022 - Página 80
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Assistência Social
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Matérias referenciadas
Indexação
  • AGRADECIMENTO, APOIO, APROVAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), CRIAÇÃO, BENEFICIO, CARATER EXTRAORDINARIO, COMPLEMENTAÇÃO, AMBITO, PROGRAMA NACIONAL, AUXILIO BRASIL, PERIODO, COMPETENCIA, MINISTERIO DA CIDADANIA.
  • COMENTARIO, DEMANDA, ESTADO DO MARANHÃO (MA), PROXIMIDADE, VENEZUELA, VOTAÇÃO, PROJETO, EXPORTAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, ECONOMIA, BOLSA FAMILIA, AUXILIO BRASIL, COLIGAÇÃO PARTIDARIA, SOCIEDADE.

    O SR. ROBERTO ROCHA (PTB - MA. Para discursar.) – Senador Weverton, eu queria fazer uso da palavra para poder, primeiro, agradecer a todos os colegas Senadores pela votação do nosso relatório, da medida provisória que acabamos de aprovar, uma matéria da maior importância para o Brasil e, sobretudo, para o nosso Brasil, que é o Maranhão. São matérias como essa que nos unem. Ou seja, a discussão é de política pública, e essa é uma política pública muito necessária para o Maranhão.

    A política une, mas às vezes também desune. A vida é assim. A vida é feita de encontros e desencontros. Já tivemos muitos encontros com o PDT, com a figura saudosa, de saudosa lembrança do Dr. Jackson Lago. Desde quando Prefeito de São Luís, e V. Exa. sempre muito próximo dele; depois como Governador do estado, eleito em 2006, ocasião em que fui eleito o Deputado Federal mais votado da história do Maranhão e ele foi eleito Governador no segundo turno, com o nosso apoio, nós sempre demos toda a nossa contribuição na construção de um estado melhor, de um Brasil melhor. E esses encontros e desencontros são próprios da vida, da política.

    Eu não tenho nenhuma dificuldade de relacionamento com ninguém. Claro que o calor da política, o calor da discussão política, do debate político... E o Maranhão, sobretudo nesses últimos anos, o Maranhão sempre foi um estado muito difícil, meus amigos. Por quê? Porque há uma concentração de poder muito grande para quem exerce o governo, e, com a economia sendo completamente pública, estatal, todo mundo depende do Governo. Eu era adversário do Governador, embora tenha sido eleito com ele em 2014, numa chapa em que tinha três candidatos, um Governador, um Vice e um Senador, e já no primeiro ano a gente se desentendeu, e se desentendeu por razões de visão de estado, de visão de país, de visão de mundo. Nada pessoal.

    Eu, aqui da tribuna do Senado, faço até um desafio ao ex-Governador, que diga se algum dia tive eu algum interesse contrariado no Governo dele. Duvido dizer. Não diz. Como também não tem, no meu mandato, nenhum interesse contrariado, em que foi feito o pedido por ele e negado por mim, absolutamente.

    De tal modo que a política permite esse tipo de concessão, com base ética. A política permite concessões dentro de bases éticas.

    A nossa aliança hoje é uma coisa até talvez inédita no país, em que tem vários candidatos a Governador, vários, e só um candidato a Senador. Ora, eleição de Governador pode ter dois turnos, de Presidente, mas de Senador, não.

    Eu recolho essa manifestação de confiança, de apoio também como um reconhecimento ao trabalho que temos feito aqui nesses últimos anos no Senado Federal, e muito desse trabalho temos feito juntos. Acabamos de votar juntos e concluir juntos uma matéria da maior importância para o Maranhão.

    Então, eu quero aqui reiterar a minha manifestação de confiança na política do meu estado, no meu estado, em V. Exa., na sua candidatura ao Governo do Maranhão, na candidatura dos outros pré-candidatos a Governador, com os quais nós estamos alinhando uma grande, ampla e democrática aliança.

    E deixo aqui ao Presidente do seu partido, com quem eu não tenho muita convivência, muito pouca – aquilo que passou, passou –, os meus pedidos de desculpas a ele, para que a gente possa caminhar junto na construção, não do que é melhor para mim, ou para V. Exa., ou para ele, mas na construção daquilo que é melhor para o nosso estado.

    Eu estou absolutamente desprendido. Poderia ser candidato, V. Exa. sabe, ao governo, mas eu acho que o Maranhão precisa muito mais de mim aqui no Senado, e eu vou tentar renovar o meu mandato de Senador.

    O Maranhão está vivendo talvez os piores dias da sua vida. O Maranhão está numa situação muito próxima da Venezuela; uma situação em que as pessoas que moram no estado estão vivendo, na sua grande maioria, cada vez mais da mão para a boca, completamente no império do imediatismo. Isso, para quem tem uma política de controle, quem faz da política um símbolo, usa o símbolo como se fosse um cadeado, é bom. Mas eu uso como uma chave. A gente faz para abrir. Abrir, abrir portas, abrir as janelas, abrir, desemborcar o estado. No Maranhão, a gente usa muito essa expressão "emborcado".

    E a gente está fazendo com que isso aconteça, criando as bases legais para que isso aconteça. Tanto que votamos aqui projetos, por exemplo, como a zona de exportação, que é a maior janela de oportunidade que o estado pode ter.

    De tal modo que eu quero aqui então, desta tribuna – V. Exa. puxou esse assunto, é um assunto de interesse do estado e de interesse do país... Claro, nós aqui representamos uma parte importante do nosso país. Afinal, o Maranhão é um estado que é muito rico. O Maranhão não é pobre. O Maranhão é empobrecido. O Maranhão é muito é rico. Ele, é verdade, é injusto e desigual e com muitos pobres. Mas a maior pobreza do Maranhão é de espírito público, porque, ao longo do tempo, foi feita uma opção da exploração política da pobreza, ao invés daquilo que é necessário, que é a exploração econômica da riqueza.

    Nós entendemos que nenhum lugar do planeta se desenvolve socialmente se não tiver desenvolvimento econômico, nenhum lugar. O econômico é que puxa o social, ou para cima ou para baixo. E nós queremos, juntos, fazer com que o Maranhão cresça economicamente para poder melhorar os níveis de vida daquela população e para a gente poder voltar aqui, no futuro, a esta tribuna deste Senado, e dizer: gente, o Maranhão não tem mais R$1 milhão de Bolsa Família, de Auxílio Brasil; o Maranhão tem R$900 mil, R$800 mil, R$700 mil. Por quê? Porque chegou muita indústria, chegaram empresas. Essas empresas, quando chegam, levam a empregos, e esses empregos levam à renda junto, e a renda leva à independência, à liberdade. Pois é tudo o que quem estava num palácio até poucos dias não quer.

    Fica aqui, então, a minha palavra de reconhecimento. V. Exa. foi muito importante na construção desse grande acordo político em favor do Maranhão. Vamos fazer uma coligação, e essa aliança é muito mais do que entre partidos, do que entre políticos, é uma coligação com a sociedade, é uma aliança com a sociedade...

(Soa a campainha.)

    O SR. ROBERTO ROCHA (PTB - MA) – ... em que quem for para o segundo turno, entre nós, terá o apoio dos demais.

    Aqui fica o meu compromisso público de sempre trabalhar pelo povo do Maranhão porque, termino dizendo, o meu Brasil é o Maranhão, o meu partido é o Maranhão. Como nós somos maranhenses e estamos ombreados com o mesmo propósito e objetivo, nós vamos caminhar juntos terraplanando, fazendo um caminho cada vez melhor para o Maranhão poder dar uma ajustada nas suas velas e buscar um porto seguro, um porto melhor. É este o meu desejo.

    Obrigado. Parabéns a V. Exa. pela iniciativa de trazer um assunto que é do estado, mas por trazê-lo aqui ao Senado, porque o Senado é exatamente a Casa da Federação que representa os estados. É por isso que cada estado tem o mesmo número de Senadores, três, diferentemente da Câmara, onde cada estado tem um número de Deputados. Nós somos representantes do estado, e o estado que nós representamos aqui precisa de nós mais do que nunca.

(Soa a campainha.)

    O SR. ROBERTO ROCHA (PTB - MA) – Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/05/2022 - Página 80