Discurso durante a 55ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, pela gestão da Petrobras e pelos aumentos nos preços dos combustíveis no País.

Autor
Jorge Kajuru (PODEMOS - Podemos/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Energia, Governo Federal:
  • Críticas ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, pela gestão da Petrobras e pelos aumentos nos preços dos combustíveis no País.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2022 - Página 14
Assuntos
Infraestrutura > Minas e Energia > Energia
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • CRITICA, JAIR MESSIAS BOLSONARO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, GESTÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), RESPONSABILIDADE, AUMENTO, PREÇO, COMBUSTIVEL, GASOLINA, PROVOCAÇÃO, FALTA, ESTABILIDADE, NATUREZA POLITICA, PAIS.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, SENADOR, RODRIGO PACHECO, PRESIDENTE, SENADO.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO. Para discursar.) – Brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, há menos de duas semanas, exatamente no dia 12 de maio de 2022, subi a esta tribuna para deplorar o jogo do faz de conta altamente desrespeitoso que o Chefe do Executivo brasileiro encena com a Petrobras, a estatal brasileira que cuida de petróleo e seus derivados.

    No dia anterior, ele havia demitido o Almirante Bento Costa Albuquerque, Ministro de Minas e Energia, ao qual a empresa está subordinada. Na ocasião, argumentei que o Presidente trocou de Ministro porque seria difícil ele se explicar caso demitisse o Presidente da Petrobras, que havia acabado de tomar posse. No entanto, o ridículo se impôs e ontem Jair Bolsonaro mudou novamente o comando da empresa da qual a União é sócia majoritária.

    E por que esse processo de avacalhação da maior empresa brasileira? – pergunto. Bolsonaro sabe que não vai concluir seu Governo com a gasolina a no máximo R$2,50, como ele prometeu na campanha de 2018. E nem perto de R$4,27, o valor médio do preço do combustível quando ele tomou posse, em janeiro de 2019. Hoje o valor médio do litro da gasolina se aproxima de R$8. Mas, como sói acontecer, o capitão finge que não é com ele. Primeiro, esbraveja contra os altos preços, derivados de uma política implantada em 2016 por Michel Temer, que em nenhum momento discutiu ou procurou mudar. Depois, Bolsonaro faz o que exige menos trabalho: troca o comando da empresa. Atiça o consumidor, sobretudo os caminhoneiros, contra a Petrobras, como se ele, Presidente da República, fosse isento de responsabilidade.

    É muita cara de pau!

    Bolsonaro vai tentar levar o jogo de cena até outubro, em busca de benefícios nas urnas – quer porque quer a reeleição –, porém as encenações repetidas podem resultar em tiro no pé. Vai ficando claro para os brasileiros que mudanças intempestivas na Petrobras significam mais instabilidade política, o que provoca alta do dólar, um dos fatores relacionados à valorização excessiva dos combustíveis. Outro é a invasão da Ucrânia pela Rússia, causadora de oscilações de preços do barril de petróleo no mercado internacional.

    Finalizo.

    A pobreza do repertório é cada vez mais notória. E, com a inflação acumulada de 12 meses chegando a 12,1%, a quarta maior dos países do G20, já é hora de Jair Messias mostrar mais criatividade. Já tem gente rotulando o seu período no comando da administração federal como o governo "Bolsocaro" – "Bolsocaro"!

    Além de concluir o mandato com combustíveis a preços estratosféricos, Bolsonaro também será lembrado pelas mudanças no comando da Petrobras. Roberto Castello Branco permaneceu dois anos no cargo. O General Joaquim Luna aguentou menos de um ano. Já o executivo José Mauro Coelho esteve Presidente da estatal durante 41 dias.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – Para fechar, diante desse quadro, não é descabida a pergunta que faço. O próximo empossado na Presidência da Petrobras conseguirá ficar no cargo por mais de um mês? Pergunto.

    E, Presidente, me permita em 30 segundos uma opinião minha. Independente, como sou e sempre fui em 40 anos de carreira na televisão brasileira e nesses cinco anos de vida pública. Independente para criticar, independente para elogiar.

    Eu quero dizer a toda a pátria amada aqui que, nesses momentos mais difíceis neste Senado Federal durante a sua gestão, eu posso propagar, com a maior tranquilidade e com a maior verdade de meu coração, de minha alma e de meu caráter, que, se existem duas qualidades raras...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – ... raras entre os homens públicos deste país, o senhor as tem.

    A primeira é a sua palavra – quando o senhor dá a sua palavra, o senhor cumpre –, e a segunda é a sua imparcialidade intocável. Falo de forma absolutamente reta e a quem possa interessar.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2022 - Página 14