Pronunciamento de Jorge Kajuru em 21/06/2022
Discurso durante a 71ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre a renúncia do Presidente da Petrobras, Sr. José Mauro Coelho, ocorrida em 20 de junho, e sobre a indicação do Sr. Caio Mário Paes de Andrade para a Presidência da estatal. Comentário sobre a tentativa do Governo Federal de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa.
- Autor
- Jorge Kajuru (PODEMOS - Podemos/GO)
- Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Administração Pública Indireta,
Energia,
Governo Federal:
- Considerações sobre a renúncia do Presidente da Petrobras, Sr. José Mauro Coelho, ocorrida em 20 de junho, e sobre a indicação do Sr. Caio Mário Paes de Andrade para a Presidência da estatal. Comentário sobre a tentativa do Governo Federal de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa.
- Publicação
- Publicação no DSF de 22/06/2022 - Página 8
- Assuntos
- Administração Pública > Organização Administrativa > Administração Pública Indireta
- Infraestrutura > Minas e Energia > Energia
- Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
- Indexação
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- CRITICA, GOVERNO FEDERAL, GESTÃO, JAIR BOLSONARO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEMISSÃO, JOSE MAURO COELHO, PRESIDENTE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
- CRITICA, POLITICA DE PREÇOS, PARIDADE, IMPORTAÇÃO, PRODUTO IMPORTADO, CRIAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, EMPRESA ESTATAL.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO. Para discursar.) – Brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, direto ao assunto.
Começo o meu pronunciamento lamentando o fato de não termos hoje entre nós um escritor do naipe de Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta, criador ele do Febeapá, o Festival de Besteiras que Assola o País. Os textos escritos na época para o jornal Última Hora e transformados em livros descreviam com humor os fatos, nem sempre risíveis, vividos pelo país após o golpe militar de 1964.
Estivesse vivo, Stanislaw Ponte Preta poderia escrever o quarto volume do Febeapá apenas sobre a situação da Petrobras no Governo Bolsonaro. Ela seria cômica se não fosse trágica ou vice-versa. Um exemplo aconteceu ontem, a renúncia ao comando da empresa de quem tomou posse há pouco mais de dois meses e já estava demitido há quatro semanas. José Mauro Coelho, terceiro Presidente da Petrobras no atual Governo. Dá ele lugar a um interino, enquanto o conselho da Empresa não se reúne para homologar o quarto indicado, Caio Mário Paes de Andrade, cujo nome, dizem vários especialistas, não se encaixa em algumas das exigências legais requeridas para ele assumir o comando da empresa.
Em meio à confusão, mais balbúrdia. O Executivo e aliados no Congresso dizem defender uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, cuja diretoria é nomeada pelo próprio Governo, dono da maioria no conselho da empresa. Ou seja, seria a primeira CPI do Governo contra o próprio Governo. Certamente um tema que se encaixa num Febeapá.
Tudo isso para o Presidente da República tentar mostrar aos brasileiros que nada tem a ver com a alta dos preços dos combustíveis, decorrente da paridade internacional, que a Petrobras adota desde 2016. Além de poder, teve tempo suficiente para acabar com uma PPI, e ele, Bolsonaro, no cargo desde janeiro de 2019.
Jair não fez o dever de casa e agora, meses antes da disputa eleitoral, entra em modo desespero, quer porque quer mostrar ao eleitor que não é responsável por ter deixado de cumprir suas obrigações como Chefe do Executivo. Haja mágica.
Termino. Espero que o Senado, Presidente Rodrigo Pacheco, não participe desse jogo de cena, evitando, sobretudo, contribuir para causar novos danos à maior empresa do país. Deixemos para o Executivo o protagonismo nas contribuições mais significativas ao festival de besteiras que assola o país.
O amor à minha pátria, ao meu país; a gratidão ao Estado de Goiás.
E parabéns, Presidente Rodrigo Pacheco, porque eu já li a sua posição de que não há a menor razoabilidade para, aqui no Senado, a gente discutir o que o Governo quer discutir: a questão da CPI da Petrobras. Pelo amor de Deus.
Agradecidíssimo.