Pronunciamento de Jorge Kajuru em 22/06/2022
Discurso durante a 72ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre a prisão pela Polícia Federal do Sr. Milton Ribeiro, ex-Ministro da Educação, durante a “Operação Acesso Pago”, que investiga irregularidades na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação.
- Autor
- Jorge Kajuru (PODEMOS - Podemos/GO)
- Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Crime Contra a Administração Pública, Improbidade Administrativa e Crime de Responsabilidade,
Educação,
Governo Federal:
- Considerações sobre a prisão pela Polícia Federal do Sr. Milton Ribeiro, ex-Ministro da Educação, durante a “Operação Acesso Pago”, que investiga irregularidades na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/06/2022 - Página 9
- Assuntos
- Outros > Crime Contra a Administração Pública, Improbidade Administrativa e Crime de Responsabilidade
- Política Social > Educação
- Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
- Indexação
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- COMENTARIO, OPERAÇÃO, POLICIA FEDERAL, RESULTADO, PRISÃO, MILTON RIBEIRO, EX-MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), ACUSAÇÃO, CORRUPÇÃO PASSIVA, PREVARICAÇÃO, TRAFICO DE INFLUENCIA, INDICAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BASICA E DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO (FUNDEB), FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE), PASTOR, DESTINAÇÃO, MUNICIPIOS.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO. Para discursar.) – Meu assunto hoje, 22 de junho de 2022, não poderia ser outro: a operação Acesso Pago, da Polícia Federal, que resultou na prisão do ex-Ministro da Educação Milton Ribeiro, exonerado há menos de três meses.
Ele deixou o cargo porque a imprensa desvendou a existência, no Ministério da Educação e Cultura, de um gabinete paralelo comandado por dois pastores evangélicos. Arilton Moura e Gilmar Silva dos Santos faziam a intermediação das verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) destinadas a prefeituras. Segundo gravação de fala do então Ministro Milton Ribeiro, em encontro com Prefeitos, ele atendia Gilmar, o Pastor, por causa de pedido especial do Presidente da República, Jair Bolsonaro. Quando estourou o escândalo, Jair Bolsonaro declarou, nas redes sociais, abro aspas: "O Milton, coisa rara eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton.", fecho aspas.
É, Presidente Bolsonaro, deve estar chamuscado! Deve estar chamuscado.
Logo, o país ficou sabendo de pedido de barra de ouro feita por pastor a Prefeito para liberar dinheiro do FNDE e até de promoção black friday na cobrança de propina, com oferta de desconto de 50%.
E tem mais, Brasil: depois da queda de Milton Ribeiro, o Gabinete de Segurança Institucional, atabalhoadamente, decretou sigilo sobre as visitas dos pastores Arilton e Gilmar ao Palácio do Planalto. Teve de voltar atrás, senhoras e senhores, e aí o Brasil ficou sabendo que os dois pastores eram íntimos do poder desde 2019, ou seja, antes da chegada de Milton Ribeiro ao Ministério da Educação e Cultura, em julho de 2020.
No mandado de prisão preventiva hoje expedido pelo Juiz Federal Renato Borelli, o Pastor presbiteriano Milton Ribeiro é acusado de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Agora, ele, Arilton Moura e Gilmar Santos poderão explicar em detalhes, e deverão, como funcionava o esquema suspeito de liberação de recursos do FNDE para obras de creches, escolas, quadras ou para compra de equipamentos.
Já o Presidente Jair Bolsonaro pode deixar de se gabar de que em seu governo não há corrupção. Eu fui o primeiro, nesta Casa, e por várias vezes repeti, a dizer desta tribuna que no Governo Bolsonaro não existe é investigação. Corrupção existe; o que não existe é investigação. No caso FNDE/MEC, tem mais coisas a serem explicadas, como compra de ônibus escolares com sobrepreço, destinação de kits de robótica para escolas sem internet e o escândalo...
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – ... das escolas fakes.
Já vou concluir, Presidente.
Que a Polícia Federal siga cumprindo a sua obrigação institucional com cem por cento de independência!
Últimas palavras.
Em tempo. Hoje, ao comentar a prisão do ex-Ministro da Educação, o Presidente Bolsonaro declarou que Milton Ribeiro deve responder pelos atos dele.
Concordo, Presidente Bolsonaro. Agora, eu tenho memória, Presidente, e tenho vídeo. É bem diferente do que o senhor disse em 10 de julho de 2021. Abre aspas: "Eu sou o responsável por tudo o que acontece ou deixe de acontecer nos meus ministérios".
E aí, Presidente? Aconteceu nos seus ministérios.
Agradecidíssimo.