Pela Liderança durante a 78ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a retração econômica vivenciada pelo Estado de Sergipe nos últimos anos e o consequente aumento do desemprego e da pobreza na região.

Autor
Rogério Carvalho (PT - Partido dos Trabalhadores/SE)
Nome completo: Rogério Carvalho Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
Economia e Desenvolvimento, Trabalho e Emprego:
  • Preocupação com a retração econômica vivenciada pelo Estado de Sergipe nos últimos anos e o consequente aumento do desemprego e da pobreza na região.
Publicação
Publicação no DSF de 07/07/2022 - Página 34
Assuntos
Economia e Desenvolvimento
Política Social > Trabalho e Emprego
Indexação
  • PREOCUPAÇÃO, REDUÇÃO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, ECONOMIA, ESTADO DE SERGIPE (SE), AUMENTO, DESEMPREGO, POBREZA, REGIÃO, ENFASE, INDUSTRIA, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), PRODUÇÃO, GAS NATURAL, POTASSIO, FERTILIZANTE, PREJUIZO, PEQUENO AGRICULTOR, TURISMO.

    O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE. Pela Liderança.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, antes de mais nada, eu quero cumprimentar o Senador Weverton Rocha e todos os Senadores e a Senadora que hoje tomaram posse, mas, Presidente, eu vim aqui por um motivo que não é o melhor motivo que pode trazer um Parlamentar a esta tribuna.

    O Senador Weverton Rocha, nas suas palavras, falou que 57% da população do Maranhão vive hoje com menos de R$500. Essa não é uma situação isolada do Estado do Maranhão. O meu estado, que já teve a segunda maior renda per capita do Nordeste e que, na primeira década deste século, foi o estado que mais gerou emprego proporcionalmente no Brasil, hoje, é um estado cuja metade da população vive com menos de R$500 por mês.

    O nosso estado, Sr. Presidente, perdeu, nos últimos sete anos, a base de operação da Petrobras, em Sergipe; perdeu toda a sua produção de petróleo e gás, praticamente, porque as plataformas de águas rasas foram hibernadas, o poço de Carmópolis, que formou a maioria dos petroleiros, os maiores cérebros da indústria petrolífera brasileira e do mundo foi hibernado, que é o campo de Carmópolis, o maior campo de produção de petróleo em terra do Brasil, o nosso estado fechou o nosso terminal de gás, o Tecarmo, que é um ícone para a cidade de Aracaju, tivemos a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, a Fafen, hibernada por quase dois anos – agora ela voltou como uma empresa privada –, o nosso estado tem potássio suficiente para atender grande parte da demanda de potássio para a produção de fertilizantes, e desde 2014 que a mina está hibernada... Isso significa, Sr. Presidente, que há sete anos Sergipe e o Brasil não veem investimentos da Petrobras na produção de óleo, gás. Empresas como a Vale, cujos fundos de pensão são grandes acionistas, interromperam investimentos de grande relevância para gerar emprego e renda nas mais diversas partes do Brasil.

    Então, o nosso estado perdeu arrecadação, perdeu emprego e renda... Nós temos uma das maiores jazidas de calcário do Brasil, tínhamos três fábricas de cimento – hoje nós temos uma e uma segunda tentando se instalar e não conseguindo –, nós estamos tendo o fechamento, de forma rápida e desestruturante, da atividade do pequeno produtor, do pequeno abatedor de animais, os frigoríficos do nosso estado, na sua grande maioria, foram fechados, com isso, deixando desempregadas milhares de famílias, e grande parte dos nossos pequenos laticínios também foram fechados por falta de investimento...

    Em outras palavras, Sr. Presidente, o Brasil, o meu Estado, Sergipe, está à beira do colapso econômico, e isso se reflete na falta de comida na mesa, se reflete na insegurança alimentar, se reflete no desemprego, no desespero de milhares de famílias, homens e mulheres, jovens... Estamos com, aproximadamente, 25% da nossa juventude desempregada. Vinte e cinco por cento, Kajuru, da juventude desempregada.

    Esta semana, eu estava em Nossa Senhora do Socorro, que é a segunda maior da cidade do meu estado, e encontrei um grupo de jovens, de 17, 18 anos.

(Soa a campainha.)

    O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) – Eu me aproximei deles e perguntei para um deles o que era que ele mais queria. Ele olhou para mim e disse: "Emprego. O que o senhor pode fazer por mim?". Eu disse: "Neste momento, nada, porque eu não tenho como lhe dar um emprego.". Então, essa é a sensação e essa é a realidade de um Brasil que clama por emprego, por renda, essa é a realidade de um estado que parou no tempo.

    O Estado de Sergipe está paralisado, está estagnado. O nosso turismo não conseguiu, nos festejos juninos, que é um dos mais bonitos do Brasil, preencher nem 80% das vagas disponíveis no setor hoteleiro. Isso significa que o dinheiro não circulou, significa que as pessoas que se prepararam para uma festa não conseguiram obter a renda necessária para sobreviver 30, 60 dias com o fruto do trabalho no...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE) – Portanto, Presidente, eu quero ressaltar que nós esperamos por essa primavera que vem aí em outubro para, quem sabe, a gente ter um país mais pacificado, um país que possa sonhar de novo com a prosperidade, em que o povo possa voltar a sonhar com trabalho, com renda, em que a gente possa ser feliz de novo.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/07/2022 - Página 34