Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a suposta participação das Forças Armadas na tentativa de desacreditar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Autor
Jorge Kajuru (PODEMOS - Podemos/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação do Judiciário, Defesa Nacional e Forças Armadas, Eleições e Partidos Políticos:
  • Considerações sobre a suposta participação das Forças Armadas na tentativa de desacreditar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Publicação
Publicação no DSF de 30/06/2022 - Página 13
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Defesa Nacional e Forças Armadas
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Indexação
  • COMENTARIO, POSSIBILIDADE, PARTICIPAÇÃO, FORÇAS ARMADAS, MINISTERIO DA DEFESA, TENTATIVA, PREJUIZO, CONCEITO, TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE), JUSTIÇA ELEITORAL, QUESTIONAMENTO, URNA ELEITORAL, VOTAÇÃO ELETRONICA, SUPERVISÃO, PROCESSO ELEITORAL, ELEIÇÕES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, JAIR BOLSONARO.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO. Para discursar.) – Há menos de dois meses, subi a esta tribuna para manifestar indignação contra a estratégia, conduzida pela Chefia do Executivo, que visa desmoralizar a Justiça Eleitoral brasileira. Como a articulação de cunho golpista só faz aumentar, vejo-me obrigado a voltar ao tema, ciente de que outros pronunciamentos sobre o assunto virão. Isso porque o articulador da campanha, o Presidente da República, demonstra mais aversão às urnas eletrônicas à medida que o pleito se aproxima e as pesquisas de intenção de voto mostram que seu sonho de reeleição pode se transformar em pesadelo.

    Lamento, especialmente, a participação das Forças Armadas, através do Ministério da Defesa, na ofensiva contra o Tribunal Superior Eleitoral, fazendo coro a argumentações infundadas de Jair Bolsonaro e usando suspeitas como argumentos inquestionáveis para tentar desacreditar o TSE diante de opinião pública.

    E tome ofícios assinados pelo General Paulo Sérgio de Oliveira, até alegando desprestígio, em busca de um protagonismo descabido. As Forças Armadas têm na Comissão de Transparência das Eleições, criada pelo TSE em setembro do ano passado, a mesma importância da OAB, da Polícia Federal, do TCU, do Congresso Nacional e da sociedade civil.

    Não cabe aos militares a supervisão do processo eleitoral.

    Creio que caberia até explicar por que - de uma hora para outra – setores da área militar caíram de amores pelo tema.

    O jornal Folha de S.Paulo mostrou, com base na Lei de Acesso à Informação, que até o ano passado, não houve nenhum questionamento das Forças Armadas junto ao TSE sobre o sistema de votação. Na mesma linha, desde 1996, ano de lançamento das urnas eletrônicas, os militares não realizaram estudos, pareceres ou qualquer tipo de análise sobre a segurança do sistema eleitoral.

    Parece até ironia, Presidente Pacheco, ver, neste momento, tanta preocupação de militares com o sistema eleitoral, sobretudo colocando em dúvida a transparência do processo. É só lembrar que, durante as duas décadas da ditadura militar, instalada em 1964, os brasileiros foram impedidos de exercer o voto direto para escolher o Presidente da República.

    Eu, Jorge Kajuru, votei pela primeira vez para Presidente em 1989, já com 28 anos. Hoje vejo, com alegria, que brasileiros com 16 anos podem exercer o seu direito de escolha. Para mim, é obrigação de todos os brasileiros, na defesa de nossa democracia, lutar para que esse direito permaneça garantido e respeitado.

    O amor ao meu país e a minha gratidão ao Estado de Goiás.

    Obrigado, Presidente Rodrigo Pacheco. Cumpri o tempo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/06/2022 - Página 13