Pronunciamento de Esperidião Amin em 11/07/2022
Discurso durante a 80ª Sessão Especial, no Senado Federal
Sessão Especial destinada a homenagear o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
- Autor
- Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
- Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Data Comemorativa,
Direitos Humanos e Minorias:
- Sessão Especial destinada a homenagear o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/07/2022 - Página 17
- Assuntos
- Honorífico > Data Comemorativa
- Política Social > Proteção Social > Direitos Humanos e Minorias
- Matérias referenciadas
- Indexação
-
- SESSÃO ESPECIAL, REALIZAÇÃO, HOMENAGEM, DIA NACIONAL, MULHER, NEGRO.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para discursar.) – Vou tentar cumprir a promessa, coisa que não é muito fácil na política e para os políticos.
Cumprimentando a todas, na pessoa da querida amiga Senadora Leila Barros, congratulo-me com a iniciativa e cumprimento a todos aqueles que representam esta homenagem pela sua própria presença.
Vou fazer uma colocação muito singela. Eu tive o privilégio de ser alfabetizado pela irmã da personagem deste livro, Antonieta de Barros. Esse sobrenome tem muito significado: fui alfabetizado pela irmã dela, Leonor de Barros. E quero destacar aqui uma singularidade fantástica. Eu entreguei este livro na Biblioteca do Senado Federal, na semana passada, que foi editado pelo Conselho Estadual de Cultura de Santa Catarina e contém uma seleção muito interessante de escritos da nossa Maria da Ilha, que é como ela escrevia, era o pseudônimo que ela usava nas crônicas que publicou sempre sobre o título de Farrapos de Ideias. Não vou ler as crônicas, mas apenas mencionar que são oito tipos de crônicas.
A primeira que ela escreveu, em 1º de agosto de 1929, aos 28 anos de idade, era relacionada à vida, relacionada ao comportamento e ao sentimento humano; e sobre mulher – no caso, mulher negra –, educação e magistério, que foi a sua grande ocupação; sobre política e governo (ela foi a primeira Deputada Estadual do Brasil – do Brasil! –, negra, em Florianópolis, Santa Catarina); sobre cidade, cotidiano e jornalismo; sobre espiritualidade e fé.
Esta é a seleção muito bem-feita das crônicas, e acho que, ao entregar isto à biblioteca, portador que fui do Conselho Estadual de Cultura, tento legar ao Senado a experiência de vida dela.
E, finalmente, uma particularidade muito especial: Antonieta de Barros nasceu no dia 11 de julho de 1901. Repito: 11 de julho de 1901, ou seja, exatamente há 121 anos.
Na sua história, que eu não testemunhei como aluno, mas testemunhei de maneira inesquecível – Senadora, a senhora pode não acreditar, mas eu, aos sete anos de idade, era um guri quase raquítico, tinha resfriados todo mês –, quando eu vi aquela mulher imponente na minha frente, meu pai me entregou a ela, ela abriu um sorriso, um colar, e me deu toda a confiança. Eu me agarrei com os joelhos dela, e por isso essa cena me é inesquecível e ajudou a que eu compreendesse a luta, a dívida e, acima de tudo, o esforço por resgatar a dívida.
Muito obrigado. (Palmas.)