Discurso durante a 81ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solidariedade à família do Sr. Marcelo Arruda, assassinado em Foz do Iguaçu-PR. Defesa da promoção de uma cultura de paz pelos diversos setores da sociedade brasileira.

Indignação com o crime de estrupo ocorrido em um hospital no Estado do Rio de Janeiro praticado por um médico anestesista no momento em que a paciente estava em trabalho de parto. Registro da necessidade de políticas públicas para combater a violência sexual.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem, Segurança Pública:
  • Solidariedade à família do Sr. Marcelo Arruda, assassinado em Foz do Iguaçu-PR. Defesa da promoção de uma cultura de paz pelos diversos setores da sociedade brasileira.
Mulheres, Segurança Pública:
  • Indignação com o crime de estrupo ocorrido em um hospital no Estado do Rio de Janeiro praticado por um médico anestesista no momento em que a paciente estava em trabalho de parto. Registro da necessidade de políticas públicas para combater a violência sexual.
Publicação
Publicação no DSF de 14/07/2022 - Página 55
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Matérias referenciadas
Indexação
  • VOTO DE PESAR, FAMILIA, GUARDA MUNICIPAL, VITIMA, HOMICIDIO, TESOUREIRO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MOTIVO, DIVERGENCIA, POLITICA.
  • COMENTARIO, CRIME, ABUSO SEXUAL, ESTUPRO, MEDICO, PACIENTE, SITUAÇÃO, PARTO, LOCAL, HOSPITAL, SÃO JOÃO DE MERITI (RJ).
  • PREOCUPAÇÃO, CRESCIMENTO, PAIS, VIOLENCIA, MOTIVO, DIVERGENCIA, POLITICA.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar. Por videoconferência.) – Boa noite, Presidente Rodrigo Pacheco, Senadores e Senadoras.

    Presidente, como nas duas sessões, de segunda e de terça, eu acabei não falando, porque era sessão do Congresso, e eu estava presidindo audiências públicas, por isso, não tem como eu não falar, Sr. Presidente, sobre a morte do Marcelo. Eu quero deixar aqui registrados meus sentimentos aos familiares de Marcelo Arruda, assassinado em Foz do Iguaçu, Paraná. Ele era tesoureiro do PT naquele estado.

    Mas quero falar numa linha, Sr. Presidente, de paz, de reconstrução. Neste momento, claro, a sociedade toda repudiou os fatos que aconteceram, que levaram à morte do Marcelo. Esse não é o primeiro caso. A violência campeia pelo Brasil. Temos, nós todos, todos nós, de ter muito cuidado, ficarmos em alerta. É preciso redobrar a segurança para enfrentar aqueles que pensam na política de ódio. E eles existem, eles estão aí. Ódio contra as pessoas, contra a democracia.

    Eu tenho dito que a paixão política não pode se sobrepor à razão política, pois aí o que poderemos ter pela frente, como V. Exa. também tem dito, é a barbárie. O país não suporta mais intolerância política, discurso de ódio, ameaças, chamamentos à violência. Isso não condiz com a democracia, com a liberdade, com a justiça, com a civilização, com os direitos humanos, se algum espaço houver na prática de uma política que se queira maiúscula. Em qualquer sociedade avançada, é preciso compreender que a intolerância legalmente albergada e aceita não é compatível com a democracia. A democracia não tem como tolerar a própria intolerância.

    Os Poderes constituídos, as instituições, a sociedade, o Estado brasileiro, nós, agentes públicos, temos obrigação de pregar, pregar e pregar a paz.

    Na relação entre pessoas que não estão em conflito, elas podem ser adversárias. Repito: nessa relação entre pessoas que não estão em conflito, elas podem ser adversárias, mas não inimigas!

    Uma cultura de paz que chegue a todos, nas escolas, nas igrejas, nos sindicatos, nas federações, confederações, centrais, de empresários e de trabalhadores, nas comunidades, nos estádios, nos clubes, nas faculdades, na vizinhança, no campo e na cidade. Uma cultura de paz que esteja no dia a dia.

    Eu tenho dito, Sr. Presidente, que os veículos de comunicação podem ajudar muito. Rádio, jornal, televisão, as próprias redes sociais. A responsabilidade é de todos nós. É preciso unidade nesse sentido, sabedoria, principalmente nos partidos políticos, líderes, militância.

    As políticas humanitárias têm que ser o norte da nossa conduta.

    Marcelo Arruda presente!

    Eu termino, Presidente – não trocando de assunto, porque a violência é demais –, concordando com todos os Senadores e as Senadoras que condenaram esse crime hediondo, no Rio de Janeiro, feito por um monstro.

    Lembro-me de que, em 2020, foram 62.917 estupros; em 2021, 66,020 estupros. Vulneráveis e meninas de até 14 anos correspondem a mais de 70%. A subnotificação é enorme, subentende-se que é muito mais.

    Combater o estupro é uma decisão política. Precisamos acabar com a impunidade, com a cultura do acobertamento. Sr. Presidente, necessitamos muito de políticas públicas para se combater a violência sexual. Precisamos mudar essa cultura e falar muito sobre esse tema. Não temos de ter medo de falar sobre isso, sobre a exploração sexual, de debater, de construir políticas de prevenção e de combate a essas atrocidades contra vulneráveis feitas por monstros como esse do Rio de Janeiro.

    Era isso.

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/07/2022 - Página 55