Discurso durante a 84ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Posicionamento contrário à previsão sobre desertificação da Amazônia publicada pelo periódico norte-americano Nature Climate Change.

Autor
Plínio Valério (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Francisco Plínio Valério Tomaz
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Vegetação Nativa:
  • Posicionamento contrário à previsão sobre desertificação da Amazônia publicada pelo periódico norte-americano Nature Climate Change.
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/2022 - Página 50
Assunto
Meio Ambiente > Vegetação Nativa
Indexação
  • CRITICA, ANALISE, PUBLICAÇÃO, PERIODICO, NATURE CLIMATE CHANGE, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), RELATORIO, EXISTENCIA, PROCESSO, DERRUBADA, FLORESTA, DESMATAMENTO, REGIÃO AMAZONICA, Amazônia Legal.

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - AM. Para discursar.) – Presidente, Sra. Senadora, Srs. Senadores, a cada momento encontramos previsões catastrofistas a respeito da nossa Amazônia, e como amazônida, eu estou aqui sempre a falar da nossa realidade para aqueles hipócritas que não conhecem e fingem conhecer – divulgações como as que acabam de ser publicadas em um periódico norte-americano, o Nature Climate Change. Nesse texto, garante-se que a Amazônia se aproxima de uma virada irreversível, em que 50% de seu volume florestal está perto de virar uma grande savana, tudo devido a ações humanas que acabam por agravar potencialmente o problema do aquecimento global. Chega-se aí previsivelmente à afirmativa de que essa transição traria grande prejuízo à biodiversidade ao mudar completamente padrões meteorológicos regionais e acelerar de forma dramática as mudanças climáticas já nas próximas décadas.

    Não é exatamente uma novidade. A ideia de que a Amazônia estaria se transformando em um areal circula desde os anos 40 do século passado, numa tese conhecida como a "desertificação da floresta". Publicaram em um encontro de cientistas que a Amazônia, em 2010, seria um grande areal. Estamos em 2022, e os cretinos não reconhecem que estavam errados. Embora se fale nisso há aproximadamente 80 anos, até hoje não houve nenhum fato concreto nesse sentido, e nem um só palmo de terreno em toda a Amazônia se tornou areal.

    Há menos de um mês, surgiu outra tese, um concorrente nessa área aí: o Relatório Anual do Desmatamento, lançado pelo projeto MapBiomas, assegura que na Amazônia – olha só – o ritmo de derrubada de floresta chegou a 1,9 hectare por minuto, que equivale a cerca de 18 árvores por segundo. Eles divulgam lá fora que nós derrubamos 18 árvores por segundo. Isso no balanço de 2021. Qual a fonte desse estudo? Um mapeamento de mudanças na vegetação do território brasileiro, a partir da colaboração de universidades, ONGs e empresas de tecnologia. O ator Leonardo DiCaprio é que fez divulgação disso.

    Fazendo as contas rapidamente, a gente percebe que esses números são duvidosos. Segundo ele, a cada hora o Brasil perdeu 189 hectares de vegetação nativa ao longo de 2021. A marcha acelerada somou 16.557 quilômetros quadrados de desmate no último ano, equivalente a quase três vezes a área do Distrito Federal. O valor seria 20% superior ao de 2020. Então, olha só: 18 árvores por segundo vão dar quase 600 milhões de árvores por ano, o que é um absurdo, o que é uma mentira. Mas a mentira continua sendo apregoada. Os atores, os cretinos, os hipócritas continuam divulgando que nós, brasileiros, que nós, amazônidas, não sabemos tomar conta da Amazônia. Sabemos e tomamos conta muito bem. Nós sabemos como conviver com a natureza, mais do que ninguém. Repito: a partir desse cálculo, constataríamos que representaria uma derrubada de 567,648 milhões de árvores em um ano, já que a densidade comprovada da vegetação da Amazônia é de 556 árvores por hectare.

    O que eu quero, mais uma vez, com este discurso, é dizer a você, brasileiro, a você, brasileira: não acreditem nessas mentiras, não aceitem a pecha de vilão, não aceitem a pecha de bandido. Nesse filme que eles apregoam, querem que nós assumamos a condição de bandidos, e nós não somos bandidos. Eu não sou bandido! Você não é bandido!

(Soa a campainha.)

    O SR. PLÍNIO VALÉRIO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - AM) – Bandido é quem saqueia, é quem explora a Amazônia; bandido é quem explora o Brasil; bandido é quem usa de artimanhas falsas para tirar dinheiro de quem menos entende; bandido é quem saqueia o Brasil e a Amazônia desde o tempo colonial. Não somos nós; nós a preservamos.

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/2022 - Página 50