Discurso durante a 92ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de projeto inovador de controle biológico da dengue, no Estado do Mato Grosso do Sul, em parceria com diversas entidades, que introduz no meio ambiente mosquitos resistentes a infecções pelos vírus da dengue, da zica e da chicungunha e, praticamente, não transmitem mais as doenças.

Autor
Nelsinho Trad (PSD - Partido Social Democrático/MS)
Nome completo: Nelson Trad Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Saúde:
  • Registro de projeto inovador de controle biológico da dengue, no Estado do Mato Grosso do Sul, em parceria com diversas entidades, que introduz no meio ambiente mosquitos resistentes a infecções pelos vírus da dengue, da zica e da chicungunha e, praticamente, não transmitem mais as doenças.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2022 - Página 10
Assunto
Política Social > Saúde
Indexação
  • COMENTARIO, PROJETO, SECRETARIA DE SAUDE, MUNICIPIO, CAMPO GRANDE (MS), FUNDAÇÃO INSTITUTO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ), MINISTERIO DA SAUDE (MS), MOSQUITO, AEDES AEGYPTI, COMBATE, DENGUE.

    O SR. NELSINHO TRAD (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MS. Para discursar.) – Sr. Presidente, bom dia a todos os colegas.

    Estamos aqui para dar a nossa presença e o nosso apoio aos projetos de crédito do Estado do Ceará e também de São Paulo, da cidade de Sorocaba, se não me engano, mas o que me faz vir aqui à tribuna rapidamente, Sr. Presidente, é o registro de um projeto inovador que, com certeza, servirá de exemplo para o restante do país, de controle biológico da dengue, que está sendo desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, em parceria com a Fiocruz, o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde e uma entidade denominada World Mosquito Program (WMP).

    Para quem não conhece essa história, eu explico melhor. Trata-se de uma técnica microbiológica avançada e inovadora que consiste em introduzir nas cidades mosquitos nos quais os cientistas inocularam uma bactéria chamada Wolbachia. Esses mosquitos interagem com os mosquitos locais e, em poucas semanas, boa parte dos Aedes aegyptis da região torna-se também portadora da bactéria.

    Em condições normais, essa bactéria a ser inoculada, a Wolbachia, está presente na maioria das espécies de insetos, mas não no Aedes aegypti. Quando o Aedes aegypti é inoculado com a Wolbachia, ele se torna resistente à infecção pelo vírus da dengue, zica e chicungunha e praticamente não o transmite mais. A bactéria, de outra forma, é completamente inócua tanto para eles, os mosquitos, como para nós seres humanos.

    Há de se observar que, em alguns bairros e alguns locais de Campo Grande, houve o decréscimo de quase 90% da manifestação destas doenças tropicais: dengue, zica e chicungunha. Resultados semelhantes já foram observados no norte da Austrália, na Indonésia e até mesmo, aqui no Brasil, em Niterói, no Rio de Janeiro. Seremos testemunhas de um passo histórico na saúde pública brasileira.

    Apurei também que o próprio Ministério da Saúde está interessado em observar esses resultados para implementar esse controle microbiológico Brasil afora.

    Apenas quero dizer que situações de ações preventivas que se devem fazer para evitar doenças são o grande caminho para a gente não ficar chorando pelo leite derramado quando se instalam epidemias, como a de dengue, zica, chicungunha e as outras relacionadas às doenças tropicais.

    Era isso que eu queria dizer, parabenizando mais uma vez a Prefeitura de Campo Grande e a Secretaria Municipal de Saúde do município, que é a capital do estado, na pessoa do Secretário José Mauro.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2022 - Página 10