Discurso durante a 97ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque para as diferentes pautas defendidas pelos principais presidenciáveis durante as eleições gerais. Reflexão sobre a importância de se combater o racismo, a LGBTQIA+fobia, e de fortalecer as comunidades indígenas e quilombolas.

Autor
Fabiano Contarato (PT - Partido dos Trabalhadores/ES)
Nome completo: Fabiano Contarato
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Direitos Humanos e Minorias, Eleições e Partidos Políticos, Governo Federal:
  • Destaque para as diferentes pautas defendidas pelos principais presidenciáveis durante as eleições gerais. Reflexão sobre a importância de se combater o racismo, a LGBTQIA+fobia, e de fortalecer as comunidades indígenas e quilombolas.
Publicação
Publicação no DSF de 05/10/2022 - Página 12
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Direitos Humanos e Minorias
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • COMENTARIO, DIFERENÇA, PAUTA, DEFESA, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, ELEIÇÕES, IMPORTANCIA, DEMOCRACIA, COMBATE, RACISMO, HOMOFOBIA, PROTEÇÃO, COMUNIDADE INDIGENA, QUILOMBOS, CRITICA, QUANTIDADE, MORTE, PESSOAS, BRASIL, MOTIVO, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PREÇO, AQUISIÇÃO, VACINA.

    O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, senhoras e senhores, quase 700 mil brasileiros perderam a vida pela covid. Como a população brasileira pode esquecer tão rapidamente essas mortes?

    Eu falo isso com propriedade porque perdi uma cunhada de 44 anos. Também a minha sogra ficou internada por três meses.

    Como as pessoas, Senador Jorge Kajuru, podem esquecer 700 mil pessoas quase que perderam a vida e 35 milhões que estão com sequelas irreparáveis?

    Eu, quando me vejo cercado de pessoas que apoiam o Presidente Bolsonaro, fico me questionando muita coisa, e eu queria trazer à reflexão dos meus colegas.

    Quando eu olho para um Presidente que chegou a afirmar que preferia ter um filho morto a um filho gay, ele é contra a minha existência. Então, isso não é partido político.

    Quando eu olho um Presidente que chegou a afirmar que não correria o risco de ter uma nora negra porque os filhos foram bem-educados... Eu tenho dois filhos negros. Isso é uma questão civilizatória!

    Quando eu vejo esses 686 mil mortos e ele banalizou o tratamento, difundiu medicação sem nenhuma comprovação científica, negou vacina, nossos irmãos de Manaus morreram por falta de oxigênio, minha gente. Isso é uma questão civilizatória!

    Não tem como conviver, me perdoem o desabafo, mas quando eu vejo as pessoas... E nós temos um momento singular agora no dia 30 de outubro, está em jogo defender a democracia ou ser contra ela, porque nós também temos um Presidente que não sabe viver numa democracia, um Presidente que atacou a Ordem dos Advogados do Brasil, que ataca a imprensa, que participa de movimentos antidemocráticos para fechar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, é como se instalasse um germe de um regime déspota, tirânico, dentro de uma democracia.

    Eu seguirei aqui firme defendendo, morrerei defendendo a democracia.

    Um Presidente que reduz a participação da sociedade civil, que criminaliza ONGs, um Presidente que chega ao ponto de afirmar que teve cinco filhos, quatro homens, no quinto fraquejou e veio uma mulher; que já chegou a afirmar que a mulher tem que ganhar menos porque engravida. Isso é uma questão civilizatória!

    Eu espero que a população brasileira, no dia 30 de outubro, saiba valorar isso porque foi violado o principal bem jurídico, a vida humana, o respeito à integridade física e à saúde; foram atacadas as instituições dentro do Estado democrático de direito.

    Eu posso ter qualquer restrição ou qualquer crítica a qualquer ministro ou a qualquer Parlamentar ou a qualquer Chefe do Executivo, mas o princípio é da impessoalidade, as instituições têm que ser fortes, nós temos que defender a democracia a todo custo, minha gente.

    E, de outro lado, quando eu vejo as pessoas falando...

(Soa a campainha.)

    O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - ES) – Quando eu vejo as pessoas falando em corrupção, como justificar superfaturamento em aquisição de vacina? Aquisição de imóveis em dinheiro vivo? Não, minha gente, está em jogo isso, são dois projetos.

    Eu não canso de falar e a sabedoria está na repetição. Eu venho de uma família humilde e sempre utilizei a educação pública, sempre utilizei o Sistema Único de Saúde e só foi com o Governo do Presidente Lula que o pobre teve acesso à universidade, ao Prouni, Projovem, Pronatec; Minha Casa, Minha Vida; Luz para Todos, Cidades Conectadas, Samu, Sisu, Mais Médicos, Médicos sem Fronteiras, Ciência sem Fronteiras. Só não reconhece isso quem não quer!

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - ES) – O filho do pobre viajando, o filho do pobre tendo acesso à universidade.

    Minha gente, eu espero que a população dê uma resposta, e a resposta está no direito de voto, porque ser cidadão não é apenas viver em sociedade, mas transformar a sociedade. E a população tem que entender que o voto tem um preço e o preço do voto é saúde pública de qualidade. E isso foi conquistado através do Governo do Presidente Lula. O preço do voto é o preço da educação pública, o preço do voto é a redução da carga tributária.

    Agora, defender um Presidente que nega a ditadura e ovaciona torturador? É fácil defender ditadura estando numa democracia. Difícil é defender democracia estando numa ditadura.

(Soa a campainha.)

    O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - ES) – Eu espero que a população brasileira, no dia 30 de outubro, vire essa página triste da história, porque são dois projetos. Um que coloca o pobre no Orçamento, que é feito para os pobres, pretos, indígenas, quilombolas, população LGBTQIA+, pessoas com deficiência, pessoas que vivem com HIV, e que, eu não tenho dúvida, é o do Presidente Lula, pelo Partido dos Trabalhadores. O outro, de um Presidente que, infelizmente, não sabe viver numa democracia. A escolha vai ser feita por você, eleitor. A consciência, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

    E, no dia 30 de outubro, espero, nós vamos virar essa página triste da história, vamos fortalecer a democracia e entender, de uma vez por todas: nós Parlamentares temos essa obrigação...

(Soa a campainha.)

    O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - ES) – ... porque todo poder emana do povo e nós temos que derrubar os muros do Parlamento e interagir com o principal destinatário, que é a população.

    Chega de homens brancos, na sua grande maioria, ricos e engravatados, decidindo a vida de milhões de pobres. São 60 milhões em situação de pobreza e de extrema pobreza, desempregados, subutilizados... Só não reconhece... Porque contra fatos não há argumentos. Só não reconhece o avanço, na área social, que o Brasil teve com o Governo do PT, quem não tem o mínimo de gratidão. E eu sou eternamente grato, vindo de escola pública, utilizando o Sistema Único de Saúde, por tudo que o PT fez ao país.

    Volto a falar, como mantra: Prouni, Pronatec, Projovem, Minha Casa, Minha Vida; Luz Para Todos, Cidades Conectadas, Sisu, Samu...

(Interrupção do som.)

    O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - ES. Fora do microfone.) – Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/10/2022 - Página 12