Pela ordem durante a 98ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Esclarecimentos sobre o fechamento da Rádio K do Brasil, em Goiás.

Autor
Jorge Kajuru (PODEMOS - Podemos/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
Rádio e TV:
  • Esclarecimentos sobre o fechamento da Rádio K do Brasil, em Goiás.
Publicação
Publicação no DSF de 06/10/2022 - Página 25
Assunto
Infraestrutura > Comunicações > Rádio e TV
Indexação
  • EXPOSIÇÃO, FECHAMENTO, RADIO, ESTADO DE GOIAS (GO).

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO. Pela ordem.) – Presidente Rodrigo Pacheco, eu quero trazer um esclarecimento sobre as palavras do Senador Eduardo Girão, que é um irmão, que me ensinou inclusive a não ter ódio nesta vida e a não guardar mágoas. Eu aprendi contigo e já falei isso na sua casa, diante do seu seio familiar.

    É verdade. Em 2002, a Rádio K do Brasil, em Goiás, considerada uma das maiores do Brasil, sofreu uma perseguição implacável que, na época, no jornal O Globo, mereceu um editorial do histórico jornalista, infelizmente falecido, Ricardo Boechat, que colocou o título: "Nem a ditadura fez igual". Ela foi fechada onze meses, a pedido de Marconi Perillo, Governador na época, ao Ministro das Comunicações da época, em 2002, seu amigo talvez, Pimenta da Veiga.

    Enfim, de repente, depois de onze fechamentos, eis que o Governador de Goiás, Marconi Perillo, pediu o fechamento literal, a cassação da Rádio K do Brasil. Ao terminar o Governo Fernando Henrique Cardoso, sobrou para o então eleito Governo Lula decidir, em fevereiro, se fechava ou não a minha histórica rádio do Brasil, com mais de 120 funcionários.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – Simplesmente, quatro jornalistas históricos e meus amigos da época, alguns padrinhos de casamento, como Juca Kfouri, como José Luiz Datena, como Ivan Lins, como José Trajano, foram pedir ao Lula que isso não acontecesse, ao Presidente Lula, que assumiria em 1º de janeiro. Ele garantiu que isso jamais aconteceria no governo dele e que eu poderia ficar tranquilo.

    Eu fiquei tranquilo.

    Quando chegou em fevereiro – o Ministro das Comunicações era Miro Teixeira –, de repente, literalmente, a minha rádio foi fechada, caçada.

    Eu perdi o único patrimônio que eu tinha na minha vida, Presidente Rodrigo Pacheco. A rádio, hoje, viva, valeria R$30 milhões. Hoje eu não tenho nada. Eu não tenho casa para morar, eu não tenho apartamento, eu não tenho nada. Como Antonio Anastasia sempre disse aqui, eu sou um Senador que vivo do meu salário. Hoje, inclusive, quase todo ele bloqueado. É Ministro do STF, é governador aqui e ali, mas tudo bem, segue a vida.

    Então, é esse esclarecimento.

(Interrupção do som.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – Para ser rápido, aprendi contigo, Girão, eu não guardo mágoas do Presidente Lula, muito menos do Presidente Bolsonaro. Que cada um tenha a sua vida, o seu destino. Eu me mantenho independente; pronto, acabou. Isso não vai mudar. Mas que dói, dói; porque a Rádio K do Brasil era como um filho para mim.

    Mas tudo bem. Deus é apaixonado por mim, Presidente Rodrigo Pacheco. Fechou a rádio. Kajuru quebrou, faliu. Salário que ele tinha, R$20 mil. A rádio tinha faturamento de R$350 mil. Eu era um homem rico.

    Eis que eu sou convidado para a Rede Nacional, em São Paulo, e começo uma carreira brilhante, trabalhando em todas as redes. E o meu salário, Presidente, era simplesmente de R$350 mil por mês, Saboia.

    Você sabe o que é ter um salário desse? Eu fui trabalhar como apresentador de rede nacional. Idiota como eu sou, gastei o dinheiro todo. Graças a Deus, com mulheres.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/10/2022 - Página 25