Pronunciamento de Guaracy Silveira em 06/10/2022
Discurso durante a 99ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Defesa da criação de CPI para investigar os institutos de pesquisa eleitoral.
- Autor
- Guaracy Silveira (PP - Progressistas/TO)
- Nome completo: Guaracy Batista da Silveira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Eleições e Partidos Políticos:
- Defesa da criação de CPI para investigar os institutos de pesquisa eleitoral.
- Publicação
- Publicação no DSF de 07/10/2022 - Página 37
- Assunto
- Outros > Eleições e Partidos Políticos
- Indexação
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- QUESTIONAMENTO, IMPARCIALIDADE, ATUAÇÃO, INSTITUTO, PESQUISA ELEITORAL.
- DEFESA, INSTAURAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, INSTITUTO, PESQUISA ELEITORAL.
O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO. Para discursar.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, meu amigo Girão, meu irmão desta Casa, companheiros, meu amigo Paulo Rocha, carinhosamente chamado por nós de Paulinho, companheiro Prates, nós vivemos num momento aqui, Izalci, de a gente pensar muito sobre institutos de pesquisas. E vejo o nosso amigo Luiz do Carmo, que falou muito e com bastante propriedade. Muitas vezes ele tem sido vítima dos institutos de pesquisa.
Mas eu quero dizer, meu caro Izalci, que os institutos de pesquisa nunca erram. Eles acertam sempre. Eles acertam sempre no objetivo deles. Porque o que o instituto de pesquisa faz? Ele faz uma mercadoria, uma mercadoria que está à venda e compra quem quer. Então, nós sabemos quem são os clientes dos institutos de pesquisa e sabemos a mercadoria que eles querem. Querem mandar neste Brasil constantemente.
Sabe, meu amigo Presidente Izalci, pessoa que eu admiro muito, o Brasil sempre teve os reis da comunicação.
Antigamente, eram os Diários Associados, que eram comandados por Assis Chateaubriand Bandeira de Mello. Então, procurou manobrar com este país durante muito tempo e manobrou por muito tempo. E depois veio, com a queda dos Diários Associados, se não me engano, no ano de 1966, começaram a surgir outras redes de comunicação com poder, entre elas a Rede Globo.
Os institutos de pesquisa vão fazer o que o cliente pede. Se eu quero que o Izalci seja o Governador de Brasília, então eu vou fazer uma pesquisa muito favorável ao Izalci. Mas, se eu quero que o nosso amigo que nós chamamos carinhosamente de Zezinho seja o Governador, então, eu faço uma pesquisa favorável a ele. Os institutos nunca erram. Eles acertam sempre, querem abastecer os seus cofres.
E não falo levianamente isso, Presidente. Eu falo sabendo de casos e, se precisar provar, eu tenho como provar e sei das coisas.
Eles têm uma mercadoria para vender. Aos que compram só interessa um tipo de resultado: o candidato que eles querem promover ou, vamos dizer, despromover; elevar ou rebaixar – os eternos clientes dos institutos de pesquisas.
É fácil você fazer uma pesquisa com dados até verdadeiros, mas com amostragem falsa. O que é que eu chamo isso? Vamos dizer o seguinte: hoje, se fizéssemos uma pesquisa para Presidente do Brasil, mas eu quero manipular uma pesquisa. Eu peço que se faça uma pesquisa em frente a todas as igrejas evangélicas no domingo à noite. Vai dar 85% para o Bolsonaro e talvez 15% para o Lula. A pesquisa vai ser uma pesquisa; a amostragem é que foi errada.
Então, para a pesquisa nós fazemos dar o resultado que quisermos, mas não é honesta. As pesquisas não são honestas.
Então, vejamos bem, de um tempo para cá... Antigamente não era assim. Começaram, inventaram margem de erro. Como é que se adivinha essa margem de erro? Não tem parâmetro para adivinhar essa margem de erro. Inventa-se. "Não, é 3%". Meu Presidente, margem de erro não é margem de erro estatisticamente, não; é margem de negociação. Quem der mais leva. Quem der mais leva. Isso é uma verdade absoluta. E criaram mais um número: confiabilidade de 95%. De onde eles tiram essa confiabilidade? Também é margem de negociação.
Então, nós não podemos permitir mais que esta democracia do Brasil seja tão prejudicada com institutos tão falsos publicando, no sábado à noite, o resultado das eleições de domingo, do domingo seguinte. Isso é criminoso.
Nós tivemos tantas ações agora, combatendo fake news, fake news, fake news. Tá. Existem maior fake news do que foram os dados das pesquisas agora, desse primeiro turno da eleição? Fake news em todas as circunstâncias, em quase todos os estados do Brasil. No Paraná, davam o Juiz Sergio Moro em terceiro lugar; ele vai para o primeiro. Como o Senador Luiz do Carmo falou aqui sobre o resultado de São Paulo, o Tarcísio perdia por 14, 15 pontos. Daqui a pouco, o Tarcísio está dez pontos na frente. E também o Astronauta Marcos Pontes, não é?
(Soa a campainha.)
O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – Perdia em todas as pesquisas e sai vitorioso, com uma margem extremamente grande.
É erro de pesquisa? Não é, não. A pesquisa acertou; acertaram os cofres da pesquisa, abasteceram os cofres. Ganharam bem mais dinheiro, entraram alguns milhões a mais. Então, existe a pesquisa... Meu Presidente e povo do Brasil, as pesquisas acertam sempre nos objetivos deles, que são vender notícias falsas e abastecer os seus cofres.
A nação brasileira merece respeito, o povo brasileiro merece respeito. Então, não é justo o povo brasileiro merece respeito. Então, não é justo passar... O grande problema, meu Presidente, o grande problema, Senador Prates, é entregar a pesquisa como informação, como notícia. Aí é que está o crime maior.
(Soa a campainha.)
O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – As pesquisas não são notícias nem informações, as notícias são mercadorias de venda ou propaganda. As pesquisas são propagandas e mercadorias de venda. Então, tinha de entrar lá uma tarja de informe publicitário. É a isso que as pesquisas se prestam, no momento. Mas elas acertam sempre. Os cofres dos donos dos institutos de pesquisa estão sempre bem abastecidos. Talvez há um bom tempo, há 40 anos, no tempo do Gallup ainda, as pesquisas fossem realmente pesquisas e honestas. Agora, erram propositadamente a amostragem para dar o resultado que o cliente quer.
O principal cliente a gente sabe que é a Rede Globo e outros jornais que querem...
(Soa a campainha.)
O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – A pesquisa da Rede Globo tem que derrotar o Bolsonaro, tem que derrotar. Não importaria se o concorrente do Bolsonaro fosse Ciro Gomes, se fosse a Senadora Soraya. Fosse quem fosse, sempre estariam na frente do Bolsonaro, segundo as pesquisas da Rede Globo, porque a Rede Globo não compraria outra pesquisa que não desse o resultado que ela quer. Então, é sempre desse jeito e sempre vai ser assim enquanto esta Casa, o Senado, enquanto nós não legislarmos fazendo com que haja realmente critérios e até punições para quem fizer pesquisas tão falsas, tão mentirosas, tão desonestas.
(Soa a campainha.)
O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – Então, meu Presidente, esta Casa precisa legislar, a CPI precisa ser estabelecida.
O meu abraço ao Senador Randolfe.
As pesquisas precisam ter respeito pela sociedade brasileira. As redes de televisão precisam ter informes publicitários. Não estão fazendo notícias, estão vendendo um produto e vendendo caro.
É isso aí, povo brasileiro. Enquanto isso, nós temos de saber que as pesquisas são simplesmente mentirosas, que querem eleger ou tirar a eleição, como o Luiz do Carmo falou com tanta propriedade.
Que Deus abençoe a Nação brasileira, que Deus esteja conosco e nos esclareça muito bem para escolhermos um Brasil muito melhor. E tenho certeza de que um Brasil muito melhor será com Bolsonaro governando por mais quatro anos.
Muito obrigado.