Discurso durante a 100ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Breve relato da importância da escolha de Parlamentares honestos para o bem da sociedade.

Autor
Guaracy Silveira (PP - Progressistas/TO)
Nome completo: Guaracy Batista da Silveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Eleições e Partidos Políticos:
  • Breve relato da importância da escolha de Parlamentares honestos para o bem da sociedade.
Publicação
Publicação no DSF de 12/10/2022 - Página 10
Assunto
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Indexação
  • RELATORIO, IMPORTANCIA, ESCOLHA, SENADOR, DEPUTADO FEDERAL, DIGNIDADE, MELHORIA, SOCIEDADE.

    O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO. Para discursar.) – Sr. Presidente, que, com grande galhardia, sempre tem conduzido esta Casa; Senador Reguffe; meu amigo Kajuru, gostaria de, hoje, falar para o povo brasileiro, a quem nós devemos toda satisfação, a quem nós devemos a devida prestação de contas, por quem nós devemos trabalhar e honrar.

    Quero falar, Kajuru, do Brasil que eu não quero. Eu não quero um Brasil com políticos incompetentes, ladrões, corruptos e corruptores. Eu não quero um Brasil com traficantes legalizados destruindo as nossas crianças, a juventude e o futuro da nação. O Brasil que eu não quero é aquele em que a criança seja vítima de um ensino ideológico, pois a Declaração das Nações Unidas, de 1948, no Artigo 26, inciso III, diz que aos pais pertencem a responsabilidade e o direito de educação dos filhos. E o Artigo 12 diz: sem intromissão do Estado. O que eu não quero é um Brasil em que não se respeite a propriedade privada. Que a propriedade privada não seja, meu Presidente, desprotegida pelo Estado, como também consta na Declaração das Nações Unidas, no Artigo 17, incisos I e II. O Brasil que eu não quero: que facções criminosas façam parte de partidos políticos. Lugar de criminoso é na prisão. O Brasil que eu não quero, Srs. Senadores, é o do Estado se intrometendo na fé, na crença, na religião ou na família. Não quero um Brasil loteado, dividido entre políticos incoerentes, desonestos e inescrupulosos que incentivam a luta de classes de brasileiros contra brasileiros. Não quero um Brasil em que a juventude seja incentivada ao crime, ao furto, às drogas, etc. Não quero um Brasil seletivo na aplicação de justiça, mas quero uma Justiça equânime. Não quero um país abortista, que incentive a promiscuidade e a devassidão.

    Mas há um Brasil com o qual sonho. Eu sonho, Senador Kajuru, com um Estado seguro, desenvolvido e pleno de justiça social. Quero, Senador, um país onde os Poderes se auxiliem e sejam harmônicos; onde o ser humano seja mais valorizado como uma obra-prima da mão de Deus.

    Entristece-me quando eu vejo... Esses dias alguém foi preso, perdeu a liberdade porque derrubou uma árvore: uma árvore tem mais valor do que a liberdade de um homem! Um pescador que pescou no Rio Araguaia um peixe para matar a fome da sua família: também foi preso pelo Ibama. Então, parece que estamos aumentando o valor das coisas e diminuindo o valor do ser humano. A natureza é importante, os animais são importantes, as aves, os rios, tudo é importante, mas você, Senador, você, povo brasileiro, a nossa nação, nós somos a obra-prima de Deus e, portanto, o homem tem que ser valorizado acima de todas as demais coisas.

    O Brasil com que sonho tem políticos honestos, coerentes, para que lhes possamos entregar, despreocupados, o comando e o futuro da pátria. No Brasil que eu quero, meu Presidente, a Justiça não é venal, corruptível, nem julga a seu bel-prazer; nele a Justiça é cega, como é o seu exemplo. O Brasil que eu quero tem eleições periódicas, confiáveis, transparentes, honestas, em acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que, no Artigo 21, III, diz para que sejam transparentes para todos e não para um seleto grupo, e nós não sabemos o quanto podemos confiar.

(Soa a campainha.)

    O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – Mais um minuto, Sr. Presidente.

    O Brasil que eu quero é um país onde podemos ter confiança e ter segurança, um país melhor no futuro para as próximas gerações. Existe, Senador Kajuru, um versículo bíblico – lá no livro de Ezequiel, capítulo 19, versículo 29, e também em Jeremias, 31, 30, – que diz: "Os pais comeram uvas verdes, os dentes dos filhos se embotaram". Parece que as consequências dos pais passam aos filhos. Eu conheci, Senador: por causa dos erros dos pais e dos avós, os filhos sofreram as consequências. Deus é justo. A punição não é divina, mas a punição são as consequências do que nós fazemos.

    Nós vemos bem a nação alemã. Lá, em 1933, 1934, elegeu-se um louco para dominar aquele país. O que aconteceu? Hitler era um ídolo, se tornou um ídolo naquele momento na Alemanha, e a escolha daquele monstro levou a Alemanha, talvez, ao maior desastre da humanidade. As contas mais ínfimas calculam 50 milhões de mortes, as mais extravagantes calculam 120 milhões de mortes, culpa de um louco do partido trabalhista alemão, Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, e destruiu parte do mundo. Alguns calculam 120 milhões de mortes.

    Senador Kajuru, trabalhei com a Venezuela, um país que conheço relativamente bem, meu Presidente. A Venezuela é um país pleno de realizações, mas, em 1999, Senador, eles resolveram trocar a Presidência. Elegeram o Coronel Hugo Chávez, um louco. No dia em que tomou posse, ele pôs a mão sobre a Constituição dizendo assim: "Prometo cumprir essa rota Constituição", palavras de Hugo Chávez, eu me lembro bem. Companheiros, lá se vão 24 anos de uma nação decadente, cada dia mais. O Exército brasileiro fornece de 10 a 20 mil pratos de comida para os nossos irmãos venezuelanos, que estão destruídos dentro da própria Venezuela. Nas ruas das nossas grandes cidades, nós vemos as consequências de uma má escolha, que foi a escolha de Hugo Chávez e, consequentemente, Maduro. O crime dos pais brota nos filhos, os erros dos pais são acelerados nos filhos. Quando eles escolheram Hugo Chávez, eles estavam destruindo aquele rico e belíssimo país, um país pleno de potencialidades.

    Eu me lembro de uma coisa que deve ser muito do seu conhecimento, o Festival de Woodstock, em 1969, em que se fazia apologia ao sexo livre, drogas e rock. A partir daquele momento, aqueles jovens – calcula-se que talvez 500 mil jovens estiveram lá – dispararam o consumo de drogas, os abortos e a violência. De 1969 para cá, Senador Kajuru, o consumo de drogas pesadas ilícitas tem aumentado 10% de ano para ano. Culpa daquela geração de 1969.

    Então, companheiros, hoje escolhemos o Brasil de amanhã. Se nós os políticos não zelarmos pela geração do futuro, seremos responsáveis ou talvez mais do que responsáveis, culpados pela tragédia com crimes, aborto, drogas e humanidade destruída.

(Soa a campainha.)

    O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – Mais um minuto, Sr. Presidente.

    Eu quero falar, Sr. Presidente, da mais injusta escolha que a humanidade já fez. No ano 28 da Era Cristã, o Governador romano Pôncio Pilatos pôs Barrabás de um lado e Jesus Cristo do outro. Depois de ter inquirido Jesus Cristo, ele chegou à conclusão de que não havia crime nenhum em Jesus Cristo. E ele disse: "Eu não encontro crime nenhum neste homem". E disse: "O que eu farei?". Mas a multidão, ensandecida, respondeu: "Crucifica-O! Crucifica-O!". E disse: "Pilatos...".

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MG) – Para concluir, Senador.

    O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – Mais um minuto.

    "Pilatos...".

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – Ele pediu uma bacia com água e disse: "Sob o sangue desse homem, eu estou inocente". E, naquele momento, Sr. Presidente, ele lavou as mãos dizendo que estava inocente do sangue do Senhor Jesus Cristo. Mas, vejamos, a horda dos judeus naquele momento respondeu assim – olhe bem, nobre assessor da nossa Casa –, os judeus responderam: "Caia sobre nós e nossos filhos o sangue desse homem".

    E, meu Presidente, não passou aquela geração. No ano 66, General Vespasiano invade Jerusalém. A maior carnificina aconteceu sobre aqueles que proclamaram: "Caia sobre nós e nossos filhos o sangue desse homem".

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – ... novamente...

    O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MG) – Para concluir, Senador.

    O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO) – Concluindo, mais um minuto só.

    No ano 139, novamente o Imperador Adriano invade a Palestina, destruindo o resto de Jerusalém.

    As nossas escolhas de hoje podem refletir muito mal. Meu Senador, se nós, meu Brasil, escolhermos errado hoje, nós teremos nas nossas mãos tintas do sangue de nossos inocentes. Seremos culpados ou responsáveis por uma crise enorme que pode vir no Brasil. Tenhamos sensatez para escolher o melhor para este país, para o nosso Brasil, para a geração do futuro. Deus abençoe a nossa nação!

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/10/2022 - Página 10