A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MS. Para discursar.) – Bom, mais uma vez, bom dia!

    É um prazer estar aqui. Quero cumprimentar o Presidente desta sessão, Senador Jayme Campos, meu colega de bancada; o Senador Esperidião Amin, que também está com a agenda bastante cheia, é o novo Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. Quero cumprimentar a Ana Beatriz, Presidente da Brasil Júnior; Alexandre Bahia, que é o Secretário-Executivo do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; o Sr. Eduardo Cavalcante dos Santos, Relações Públicas da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior); o Sr. Vítor Moreira Soares, Presidente Institucional da Publicae Consultoria Júnior; e o Sr. Rodrigo da Rocha e Silva Fregonasse, Assessor de Inovação do Grupo Gestão. E quero cumprimentar todos vocês que aqui estão e, em nome de todos os administradores brasileiros e daqueles que formam os nossos administradores, cumprimentar, daqui do Senado Federal, a minha amiga e comadre Dra. Giuliana Mendonça de Faria, que é professora de administração e, agora, a nova Coordenadora do Curso de Administração Pública da UEMS, da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul.

    Bom, primeiramente, eu gostaria de agradecer ao Senador Jayme Campos e parabenizá-lo pela iniciativa do requerimento e a todo o Senado Federal por realizar esta sessão especial para comemorar o Dia Internacional do Empresário Júnior. O Parlamento, além de cumprir as suas atribuições legislativas, também deve ser espaço para iniciativas que estimulem projetos de desenvolvimento econômico e social do nosso país, além de incentivar ações que potencializem o espírito empreendedor e profissional dos nossos jovens.

    Hoje, as empresas juniores são responsáveis pelo desenvolvimento de mais de 40 mil soluções em todo o país, segundo dados da Brasil Júnior, o que envolve cerca de 20 mil empresários juniores. Imaginem, senhoras e senhores, 20 mil universitários tocando negócios, nas mais diversas áreas de atuação, aprimorando seus conhecimentos acadêmicos e ajudando no desenvolvimento do nosso país, gerando um faturamento de mais de R$70 milhões.

    Em Mato Grosso do Sul, meu estado, a Fejems, que é a Federação das Empresas Juniores do Estado de Mato Grosso do Sul, é a responsável por representar esse setor, que conta com mais de 400 estudantes empresários que realizam projetos e prestam consultoria para os mais diversos tipos de clientes, com preços acessíveis e qualidade garantida.

    Outro dado que merece a nossa atenção e que muito me orgulha é que mais de 1,5 mil empresas dessa estirpe existem no Brasil e 59% dos cargos de liderança são mulheres, o que demonstra maior equilíbrio com a nossa realidade, considerando que, hoje, somos a maioria da população brasileira e também a maioria nos cursos superiores do nosso país.

    Mas, infelizmente, o cenário no mercado de trabalho, fora desse ambiente das empresas juniores, não reflete a mesma participação feminina. Segundo a pesquisa Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgada recentemente, Ana Beatriz, pelo IBGE, as mulheres ocupam cerca de 37% dos cargos gerenciais e, embora tenham mais anos de estudo do que os homens e frequentem mais a escola do que os homens, elas recebem, nós recebemos 77,7% do rendimento dos homens.

    O que nós temos que fazer para mudar essa realidade? E quero dizer a todos os homens que estão aqui, com o meu maior respeito, nós não queremos ganhar mais, só queremos ganhar igual.

    E esse é um dos grandes desafios que temos como responsabilidade aqui neste Parlamento: buscar soluções reais que tragam a equidade de gênero no mercado de trabalho e nos salários de homens e mulheres. A equidade, apenas a equidade.

    E, além disso, é preciso investir em uma educação empreendedora e de qualidade para os nossos jovens, valorizando iniciativas inovadoras e lideranças comprometidas em construir o país do futuro, mas construir o país do futuro agora.

    Apesar de estarmos avançando, ainda há um grande potencial a ser explorado e aproveitado, o potencial de oportunidades e demandas de mercado e o grande potencial da capacidade que nossos estudantes possuem.

    Com tantos desafios e tantas dificuldades a serem superadas na educação brasileira, os universitários que conseguem empreender no país demonstraram grande competência e habilidade para gerar soluções criativas, colaborativas, tecnológicas e revolucionárias, capazes de transformar o nosso país.

    E quero aproveitar a oportunidade para colocar aqui o meu mandato à disposição de vocês para que juntos possamos aperfeiçoar, incentivar e desenvolver os trabalhos e os projetos dos nossos estudantes para que para vocês, para que todos eles possam empreender cada vez mais.

    E, para terminar, eu que sou uma liberal de carteirinha, logicamente customizada, à la brasileira, temos que ser liberais, mas dentro de algo, de um conceito que caiba dentro do nosso país. Então, não podemos ser aqueles liberais absolutamente frios, mas eu, que empreendo desde os 18 anos – tive minha primeira escola de inglês aos 18 anos, o meu primeiro empreendimento foi uma franquia, a Number One, de Minas Gerais; depois, empreendi no comércio e assim sucessivamente –, sou uma empreendedora nata, mas eu não tenho o conhecimento que vocês têm de administração. Por isso, sofri muito, sofri muito, aprendi na marra, aprendi sofrendo, e por isso aí está a importância de vocês. E hoje, aqui, dentro de um ambiente público, nós sabemos que princípios da Administração no meio privado podem fazer grande diferença no setor público. E isso é muito importante, trazer essa experiência de gestão para dentro do setor público, das nossas empresas públicas, empresas de economia mista, enfim.

    Mas quero dizer é que deposito muita esperança porque realmente quem gera lucro, quem gera a riqueza de um país são os empreendedores, é dessa a locomotiva que nós precisamos. Que ela esteja muito, muito afiada, e que não percamos mais nossos grandes talentos, porque muita gente se forma aqui no país e vai para outros países, eu lamento muito.

    Eu vi um dia um menino, assim, um gênio na área de laticínios, que foi para a Nova Zelândia.

    Países que estão muito antenados, liberais e tal já captam os nossos melhores talentos. Então, o que eu espero para o nosso país? Independentemente de qualquer coisa, agora, porque nós vamos mudar de Governo, eu estarei ao lado dos brasileiros. Não estava de um lado nem de outro. Eu estou junto com os brasileiros. E sempre votei com os brasileiros e com o Brasil, e assim continuarei votando. Então, para tudo o que for para que o nosso país cresça, para que tenhamos equidade em todos os sentidos, eu estarei ao lado dos brasileiros.

    Muito obrigada pela oportunidade.

    Parabéns! Sucesso! E que os olhos se voltem para vocês. Porque temos vários... Para terminar, Presidente. Agora eu vou terminar.

    Muito se falou do agro. O agronegócio cresceu muito, vem crescendo muito, e já era grande, já era a força motriz do nosso país. Mas eu passei a indagar, eu ouvi durante a campanha todos os setores – todos os setores – e perguntava se eles estavam realmente felizes com as políticas públicas que estavam sendo implementadas para outros setores. E muitos diziam que não.

    Então, quando nós temos apenas um setor da economia bem, é como se tivéssemos apenas um órgão do nosso corpo indo bem. Uma hora a conta chega para os demais.

(Soa a campainha.)

    A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MS) – Portanto, uma economia saudável é a economia que olha para todos os setores – para todos, absolutamente todos. Então, aí vai o meu apelo para o novo Governo: olhar para todos.

    Muito obrigada, Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Jayme Campos. Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MT) – Agradeço à ilustre Senadora Soraya. E quero dizer para nunca perdermos de vista também a agricultura familiar. Não é, Soraya?

    A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MS) – Sim.