Discurso durante a 113ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexão sobre a importância de uma reconciliação nacional em prol da democracia e de um futuro melhor para o País após as eleições gerais de 2022.

Defesa da exploração econômica da Região Amazônica de forma responsável e racional.

Autor
Chico Rodrigues (UNIÃO - União Brasil/RR)
Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas:
  • Reflexão sobre a importância de uma reconciliação nacional em prol da democracia e de um futuro melhor para o País após as eleições gerais de 2022.
Desenvolvimento Regional:
  • Defesa da exploração econômica da Região Amazônica de forma responsável e racional.
Publicação
Publicação no DSF de 24/11/2022 - Página 26
Assuntos
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Economia e Desenvolvimento > Desenvolvimento Regional
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, RECONCILIAÇÃO, PAIS, FAVORECIMENTO, DEMOCRACIA, MELHORIA, FUTURO, RESULTADO, ELEIÇÕES, ANO, ATUALIDADE.
  • DEFESA, EXPLORAÇÃO, ECONOMIA, REGIÃO AMAZONICA, VINCULAÇÃO, RESPONSABILIDADE.

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - RR. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, o Brasil viveu, ao longo dos últimos meses, momentos de inabitual tensão, mas de grande maturidade política.

    A eleição presidencial mais disputada das últimas décadas pôs à prova nossas instituições e demonstrou que, apesar de um país dividido politicamente, as instituições democráticas cumpriram seu papel: garantir a participação de todos para a escolha de representantes que, eleitos, devem governar para todos, buscando o consenso naquilo que for essencial para o nosso país e nosso povo.

    O rescaldo de um processo eleitoral tão acirrado continua a requerer a máxima atenção de todos nós, principalmente desta Casa, que representa a sociedade brasileira. Como representantes do povo brasileiro, temos a obrigação e o dever de nos emanarmos no sentido de procurar meios para mitigar essa crise que ora nós vivemos.

    A democracia é exatamente isto: conciliar diferentes visões de mundo, permitir o contraditório e o sacrossanto debate de ideias. Passadas as eleições, é necessário que nos conscientizemos em prosseguir em um debate plural e democrático, mas também agregador e pacificador, com respeito e com diálogo.

    Por isso, é necessário conclamarmos todos os lados a baixar a fervura, retomar a convivência e iniciar um grande esforço de reconciliação nacional. É imperioso nos empenharmos no trabalho de reconciliação nacional. Insisto em dizer, Presidente. Não podemos mais estimular a divisão do povo brasileiro. Podemos pensar diferente, ter opiniões diferentes, mas precisamos somar esforços nas pautas essenciais para o Brasil nesse momento.

    Não se trata de desconsiderar as pautas defendidas por aqueles que não lograram êxito nas disputas. Perdemos, paciência, mas, pelo contrário, a exígua margem de votos aferida apenas reforça a máxima de que, em um regime democrático, a maioria governa, mas a minoria precisa ter a garantia dos seus direitos, o que significa que sua luta, suas demandas e os seus anseios precisam ser respeitados e ouvidos.

    Mais do que isso. O diálogo entre os que pensam de forma diferente é indispensável para a convivência civil. Sempre fomos um povo receptivo, o lado positivo do jeitinho brasileiro, conhecido em todo o planeta justamente pelo jeito afetuoso de tratarmos uns aos outros. Não devemos jogar fora cinco séculos de avanços na construção dessa identidade nacional.

    Por isso, Sr. Presidente, nos referimos até e citamos aqui provérbio, que diz: quando não tem lenha, o fogo se acaba, ele se apaga. E nós vivemos um momento em que vários segmentos continuam colocando lenha para que esse fogo teime em inquietar a população brasileira.

    Assim, com espírito democrático, baseados na tolerância e na colaboração, vamos começar a olhar para o futuro. É tempo de abraçarmos as nossas imensas potencialidades e conduzirmos o Brasil à condição de protagonista no cenário internacional. É tempo de fazermos isso todos juntos, vencedores e perdedores.

    Nesse sentido, a primeira, e talvez mais importante, missão que nos toca como representantes constituídos, qualquer que seja a nossa esfera de atuação e o peso das obrigações, é, antes de mais nada, dar o exemplo. Todos nós que ocupamos espaços na arena pública temos a obrigação de ajudar nesse distensionamento, e o faremos, em larga extensão, simplesmente buscando o consenso e o diálogo nas pautas essenciais e fundamentais para o desenvolvimento e o progresso do nosso país; adotando uma postura em favor da reconciliação nacional.

    Os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, em particular, precisam atuar como moderadores, ensejando as condições para que o tecido social seja recomposto. Tal postura terá certamente um efeito didático, cujos reflexos serão sentidos, gradual e crescentemente, nos mais diversos segmentos da coletividade. Estou convicto de que por conta do bom exemplo, esses grupos acabarão adotando, mais cedo ou mais tarde, uma posição igualmente responsável.

    Teremos atingido então a coesão necessária para retomar a trajetória de sucesso para a qual estamos destinados, em função das nossas riquezas e das nossas estatísticas superlativas. Afinal de contas, somos um país com mais de 210 milhões de habitantes, vivendo numa área de aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com recursos minerais imensuráveis e a maior biodiversidade do planeta.

    Ostentamos, já há algum tempo, o título de celeiro do mundo, com produção de alimentos capaz de nutrir cerca de 1 bilhão de seres humanos. A disposição para o trabalho, que é a marca da nossa gente, e a aplicação de técnicas e tecnologias desenvolvidas por nós, nós brasileiros, fizeram com que chegássemos a esse ponto.

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - RR) – Avançaremos ainda mais, unindo esforços e vencendo o falso dilema...

(Interrupção do som.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - RR) – ... entre o progresso e a conservação. Um Brasil unido será capaz de seguir plantando e colhendo cada vez mais, sem que isso implique falta de compromisso com as futuras gerações, exatamente como fizemos com a nossa matriz energética. Cerca de 80% das nossas fontes energéticas são limpas, e ainda há imenso potencial a ser explorado, notadamente nos campos da geração eólica, solar e da biomassa. É necessário aumentar forte e rapidamente a nossa capacidade instalada, para que, em um futuro não muito distante, passemos a exportar o nosso excedente energético, já que as soluções técnicas para a transmissão dessa energia para outros continentes já estão desenvolvidas.

    Cito, por fim, como símbolo maior da nossa riqueza e do nosso potencial, ah, sim, Presidente, a Amazônia, a Amazônia brasileira. Eis aqui um desafio à nossa capacidade de trabalhar a quatro mãos.

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - RR) – Para encerrar, Presidente, é certo que para que a região possa ser explorada, a nossa região amazônica, de maneira responsável e racional, precisaremos de uma visão crítica e de bravura de todos, todos os brasileiros. Do apoio da comunidade internacional também, sem colocar em risco a nossa soberania para a Amazônia. A palavra-chave aqui é cooperação. Ela é a síntese da mensagem que pretendo deixar com este pronunciamento e do apelo que eu quero fazer a meus colegas Senadores e Senadoras.

    O Brasil já é maior do que qualquer tese, e o seu povo pode e deve fazê-lo de uma forma absoluta e independente. Mas, para isso, precisamos caminhar juntos. O Brasil, Sr. Presidente, temos a certeza de que é maior que todas as crises. E, neste momento em que a sociedade tanto cobra de todos nós, tem a visão crítica centrada sobre o Senado...

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - RR) – Tenho certeza, Presidente, de que os olhos do nosso país estão mirando V. Exa., as posições que assume, as decisões que toma, sempre em favor da população brasileira.

    Sr. Presidente, este é um momento importantíssimo da vida nacional. E V. Exa., pela liderança, pela altivez, tem enfrentado todas essas crises e poderá ser, realmente, o grande mediador desses conflitos que assustam, assombram e preocupam a sociedade brasileira.

    Era isso o que eu tinha a dizer, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/11/2022 - Página 26