Discurso durante a 121ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Discurso de despedida de S. Exª. do mandato de Senadora da República.

Autor
Simone Tebet (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Simone Nassar Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atividade Política:
  • Discurso de despedida de S. Exª. do mandato de Senadora da República.
Aparteantes
Alessandro Vieira, Confúcio Moura, Dário Berger, Eduardo Braga, Eliziane Gama, Esperidião Amin, Flávio Arns, Giordano, Jorge Kajuru, Leila Barros, Mara Gabrilli, Marcelo Castro, Nilda Gondim, Paulo Paim, Paulo Rocha, Rose de Freitas, Soraya Thronicke, Zenaide Maia.
Publicação
Publicação no DSF de 15/12/2022 - Página 39
Assunto
Outros > Atividade Política
Indexação
  • DESPEDIDA, MANDATO PARLAMENTAR, SENADOR, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), PRESIDENCIA, COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, LIDER, BANCADA FEMININA, COMENTARIO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para discursar.) – Obrigada, Sr. Presidente Veneziano, na sua pessoa cumprimento as Sras. e os Srs. Senadores e aqueles que nos acompanham neste momento.

    É chegada a hora da despedida, Sr. Presidente. Lembro-me, como se fosse hoje, do primeiro dia em que, ainda trêmula, subi nesta tribuna. Lembro-me, naquele momento, das palavras que vieram do meu coração ao dizer, no dia 23 de fevereiro de 2015, que vinha com a mais absoluta vontade de aprender, convicta de que Deus não necessariamente escolhe os capazes, mas que capacita os escolhidos. E disse isso com a convicção da certeza daquilo que vinha no meu coração, porque era aquela a mais pura verdade. Mato Grosso do Sul havia eleito uma mulher com extrema capacidade de servir e com vontade de aprender, mas que não se sentia capaz de estar à altura do mandato, da missão honrosa que o povo do meu estado havia me delegado.

    Passados esses anos, agora em despedida, não encontro outra palavra ou outras palavras, mas especificamente uma, capaz de oferecer o melhor significado do sentimento que abrigo e que está hoje na minha alma, no meu coração: gratidão. Gratidão a Deus por ter me dado a honra de servir ao meu estado e ao meu país como Senadora da República, gratidão ao povo do meu estado que depositou em mim fé e esperança.

    No limite das minhas naturais limitações e possibilidades, procurei fazer da fagulha da esperança de muitos um facho de luz para iluminar os caminhos do povo brasileiro. A busca por igualdade de oportunidades sempre foi a minha grande missão, a minha grande causa, e por ela lutei.

    Lutei por um Brasil justo e solidário. Lutei para que cidadania não fosse apenas uma mera figura de retórica, nem se restringisse ao simples ato de ir às urnas votar, mas pudesse ser a mais absoluta e plena. Nas palavras de Ulysses Guimarães, na sua plenitude, pudesse representar aquilo que está na Carta Magna: só é cidadão quem tem salário justo e digno, quem lê e escreve, quem mora, quem tem hospital e remédio e lazer para descanso.

    Nos últimos quatro anos, lutei com o fiel propósito, nesses tempos difíceis do atual Governo, para, junto com a Bancada Feminina, superar o ódio, a violência, as injustiças, a incúria política e administrativa, o descaso e a omissão que, infelizmente, marcaram, nesses quatro anos, a cena política brasileira.

    A minha luta foi inspirada nos grandes homens públicos que por aqui passaram, mas, Sras. e Srs. Senadores, os senhores não sabem como me marcaram, porque a minha vida política... E hoje saio muito maior e engrandecida, porque levo comigo um pedacinho da experiência e das qualidades e dos atributos de cada um das Sras. e dos Srs. Senadores.

    Vinda do interior do interior do Brasil, jamais imaginei chegar tão longe. Jamais me imaginei ocupando espaços que, durante dois séculos, 198 anos, sempre foram ocupados, dominados pelo timbre masculino. Fui a primeira mulher Presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher do Congresso Nacional, graças a um ato nomeado por um Presidente do Senado, o Senador Renan Calheiros.

    Fui a primeira Presidente da Comissão mais importante desta Casa, a Comissão de Constituição e Justiça, e, graças à bancada do meu partido, sempre e eterno, meu partido MDB, por unanimidade, fui a primeira mulher, Eduardo Braga, a liderar a maior bancada, na época, que é a nossa Bancada do MDB. Só tenho uma palavra a todos vocês, queridos companheiros, de novo: gratidão.

    Com muito orgulho, fui a primeira Líder da Bancada Feminina no Senado Federal. E aí aqui eu preciso pedir ao Brasil que me escute: que vocês possam – tomo a liberdade para dizer isso – dar mais atenção às mulheres que fazem política no Brasil. Vocês vão descobrir talentos. Vocês vão descobrir competência, ética, respeito e, acima de tudo, um amor incondicional de mãe e de mulher por este país dessas pessoas.

    O que mais me incomodou como candidata à Presidência da República foi dizerem: "Como que eu descobri..." ou "Como que nós descobrimos você só agora, Simone?". Isso as mulheres, as meninas falando. E eu peço ao Brasil, agora que saio, que através da TV Senado, das redes sociais, acompanhem os trabalhos dos nossos colegas, mas deem um olhar especial para cada uma das Deputadas, das Senadoras, das Parlamentares, das mulheres que fazem política no Brasil e vocês vão ver quantos talentos – e quanto desperdício de capacidade – está o Brasil perdendo na causa pública.

    Os registros do Senado dão um testemunho dos avanços na legislação da nossa Bancada, não só no combate à violência contra a mulher, em que tivemos a unanimidade dos votos com os Parlamentares homens, mas na nossa luta contra qualquer tipo de discriminação.

    Ouso dizer, Senadora Zenaide, que nós somos, de uma certa forma, um espelho desse coletivo democrático que queremos, porque temos nós, eu e você – posso chamá-la assim –, sotaques diferentes, somos de partidos diferentes, de ideologias diferentes – Rose, não, porque ela é do meu partido –, temos ideologias e partidos diferentes, mas nós nos unimos em uma só voz para defender a causa da mulher, da mãe, do idoso, da criança e da família.

    Caros colegas, Sras. e Srs. Senadores, democracia e direitos constitucionais não podem se limitar a discursos de ocasião. A Constituição é a nossa maior e mais abrangente luz, não pode ser mero ornamento nas prateleiras vazias. Nossa missão é garantir que os direitos mais sagrados, invioláveis, individuais, fundamentais, como direito à vida, à liberdade, à igualdade e à propriedade, não sejam apenas de poucos, mas de todos.

    Ao longo da minha caminhada, aprendi que não se luta apenas para vencer, não se luta apenas para vencer, Veneziano. Confesso aqui que ganhei muito mais nas vezes em que perdi as batalhas. Mas, se a gente luta, é para defender projetos, para disseminar ideias, para iluminar caminhos, para plantar boas sementes para ter uma colheita coletiva no futuro. Eu não posso negar que, em determinados momentos, eu fui ao limite da minha capacidade física e mental.

    Aqui, uma palavra em relação à CPI da Covid. Fiz da minha indignação coragem ao constatar que 700 mil pessoas perderam as vidas. Muitas delas poderiam estar vivas não fosse uma política de saúde pública movida pela insensatez, pela insensibilidade e pela omissão.

    Há tanto por fazer e há tantos retrocessos para combater. É preciso urgentemente que o livro volte ao lugar das armas; a esperança ocupe o lugar da iniquidade; a verdade varra definitivamente a mentira; o ouvido conciliador volte a ocupar o lugar do, hoje, grito de ordem; e que o diálogo assuma definitivamente o seu lugar no lugar do ditado, para que o amor definitivamente tome o lugar do ódio.

    Da minha parte, despeço-me agora, hoje, do Senado Federal, mas não da vida pública. Não sei aonde a vida vai me levar, mas farei política enquanto viver, como cidadã, como professora, como advogada, repito, aonde quer que a vida me leve.

    Lutarei e continuarei a lutar por um Brasil sem fome e sem miséria, por saúde e educação de qualidade, que devolvam a cidadania e nos retirem dessa vergonhosa situação de ser um dos países com maior desigualdade social do planeta; por um Brasil que volte a ter, na nossa diversidade, a nossa maior riqueza, afinal, somos um único país. Um país cujo trem da história viaja no tempo em uma mistura afinada dos sons do chamamé, do cururu, do carimbó, da lambada, do trevo, do samba de roda, da moda de viola; o mesmo trem da história que atravessa este país unido pela riqueza dos sabores do churrasco, do sobá, do porco no rolete, do peixe à pantaneira, do arroz com guariroba, do acarajé, do sarapatel, do frango ao molho pardo e do arroz com pequi.

    Quero, com essas palavras, aqui fazer uma homenagem, citando todas as regiões do país, a cada um dos Senadores e Senadoras que aqui estão, de todas as regiões e, com isso, fazendo uma homenagem a esse maravilhoso povo brasileiro.

    Um país, enfim, cujo povo cultiva em terra fértil, com seu trabalho, sua arte e seus sabores, o futuro que todos nós queremos.

    Foi pela realização desses sonhos que aceitei a nobre missão a mim delegada pelo meu irmão, Presidente Baleia Rossi. Não foi fácil a decisão, mas sabia que estava em boas mãos, sabia que você iria me encaminhar no bom caminho e agradeço a você, em nome de muitos companheiros que estiveram conosco, Baleia, porque viu atributos em mim atributos que eu não sabia que tinha, especialmente o amor e a coragem para servir ao Brasil. Na sua pessoa, agradeço ao meu partido.

    Agradeço agora, na fase final – e essa é a fala final do meu discurso –, a todos os funcionários desta Casa. Sou testemunha de que vocês são o coração, a alma e o pulmão do Senado Federal. Nós passamos; vocês permanecem, porque nós somos passageiros; vocês são necessários, missionários da causa pública.

    Um agradecimento especial ao pessoal do meu gabinete na figura da minha Chefe de Gabinete, Jacqueline. Todos vocês fizeram um coral de vozes afinadas, capazes e profissionais. Caminhamos juntos nas horas mais difíceis, fizemos a travessia de mãos dadas.

    Agradeço agora à minha família... (Pausa.) (Palmas.)

    Mãe, eu quero que você saiba que a minha ausência frequente só fez aumentar em profundidade e em amplitude a presença dos ensinamentos morais que você plantou dentro de mim. Se alguma vez, se em algum momento eu fiz luz foi inspirada nos seus ensinamentos de vida que nortearam cada decisão que eu tomei e cada voto que eu proferi. Por isso, de público, eu te digo: eu te amo!

    Às minhas filhas, minhas duas Marias, peço perdão pela minha ausência... (Pausa.) (Palmas.)

    ... pela minha ausência nas passagens mais difíceis. Fica a esperança de que tudo tenha sido um grande e profundo aprendizado para vocês.

    Ao meu marido, companheiro de todas as jornadas, que dividiu comigo todas as angústias e tornou as minhas ações e decisões mais leves, o meu eterno amor.

    E, por fim, com a gratidão suprema, lanço meus olhos a Deus, em louvor de oportunidade de trilhar os mesmos caminhos do meu pai, desde quando, ainda menina, outros trens da vida nos levaram de mãos dadas de Três Lagoas, nossa terra natal, onde ambos fomos prefeitos, a esta tribuna, como Senadora e Senador da República.

    Foram muitas estações comuns até chegar a este pedacinho de chão. Hoje, sinto a sua presença plena. Onde quer que o trem da vida me leve, agora sei que continuarei a ouvir o alento de seu assovio e a sentir a firmeza de suas mãos.

    Gratidão. (Palmas.)

    O Sr. Eduardo Braga (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) – Sr. Presidente, Sr. Presidente...

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Senador Eduardo, eu queria pedir a V. Exa. a compreensão porque, logo que anunciada foi a fala da Senadora Simone Tebet, pediu-me para ser a primeira oradora a Senadora Mara Gabrilli. Logo em seguida, evidentemente até pela condição que V. Exa. exerce – e exerce tão bem – como Líder do MDB, partido que sempre foi tratado como a segunda casa pela Senadora Simone Tebet, V. Exa. falará pela instituição partidária.

    Eu passo a palavra à Senadora Mara Gabrilli e, em seguida, passarei aos demais outros e outras companheiras que quererão fazer em palavras a despedida momentânea da Senadora Simone Tebet.

    Senadora Mara, por gentileza.

    A Sra. Mara Gabrilli (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - SP. Para apartear. Por videoconferência.) – Obrigada, Presidente.

    Simone, eu gostaria de começar agradecendo a confiança em mim depositada. Foi uma honra construir quase cinco milhões de votos com você e com todas as pessoas e partidos que, juntos, confiaram em nós: o PSDB, o MDB, o Cidadania, o Podemos.

    Eu quero fazer uma menção ao Senador Tasso, que muito ajudou nesse processo.

    Esteja segura, Simone, de que, assim como você não fez essa campanha sozinha, você jamais estará sozinha. A nossa missão, Simone, sempre foi construir um caminho de amor e coragem. Isso me orgulha demais! Ao saber que o Governo eleito assumiu o nosso plano de governo, sei que ele assume assim um compromisso com todos esses partidos que mencionei e principalmente com as causas que nós defendemos. Nossas propostas de combate à fome, à desigualdade, de promover a inclusão social de todos os grupos – dos indígenas, dos cidadãos negros, da população LGBTQIA+, dos refugiados, das pessoas com deficiência, das pessoas com doenças raras, das pessoas excluídas em geral –, bem como a educação inclusiva e a promoção da educação dos jovens brasileiros, promovendo uma política nacional de cuidados e regulamentar a Cannabis medicinal no nosso país.

    Nós seguiremos firmes, cobrando as nossas demandas porque elas são viáveis, concretas e são urgentes.

    Simone, foi um orgulho poder representar com você a valorização feminina: um feminino que cuida, que faz as coisas com amor. Olha o que você disse: que abre mão. É aquele amor abnegado à ciência, à consciência e que por isso mesmo se multiplica; é do feminino resiliente e resistente, que nunca deixará alguém para trás. E ouso reconhecer que essa é a nossa maior força, porque um país só será desenvolvido de fato se não deixar ninguém para trás. O Brasil tem que ser de todos e para todos, incluindo mulheres e toda a nossa diversidade nas tomadas de decisão, como você vem falando brilhantemente.

    A sua trajetória é pioneira, Simone. A sua liderança, ousadia, representando tantas mulheres brasileiras e inspirando tantas meninas a irem mais longe, para ocupar seus espaços na sociedade.

    Enfim, você é uma inspiração! E são muitos os seus feitos na política e na vida. Você vai fazer muita falta aqui no Senado.

    Eu quero deixar um beijo carinhoso para as suas filhas, Maria Fernanda e Maria Eduarda.

    Em nome delas, Simone, e de tantas marias deste Brasil, eu quero reproduzir aqui, para você, de coração, para as Senadoras, para as mulheres brasileiras, para os nossos homens queridos e para todos a brilhante poesia, canção de Milton Nascimento:

[...] mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre. Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria mistura dor e alegria. Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça e é preciso ter sonho sempre, [Simone]. Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida.

    Essa é você.

    Seguimos cheias de fé na vida e no nosso Brasil.

    Beijo, Simone, no seu coração.

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) – Nossa – antes de receber aparte do meu querido Líder –, foi inspirador. Vocês não têm noção da mulher que é Mara Gabrilli. Com todas as dificuldades, em nenhum momento vocês vão ver Mara entristecida. Ela foi fonte de inspiração, Senador Veneziano, nesse período de caminhada, como minha candidata a Vice-Presidente, ao meu lado.

    Aprendi muito. Ela me ensinou muito e, mais do que isso, mostrou que nós temos, Senador Eduardo Braga, uma dívida muito grande com as pessoas com deficiência no Brasil.

    Mara, querida, só um beijo no coração para agradecer tudo o que você representou na campanha e que representa, a partir de agora, como minha amiga, na minha vida.

    Muito obrigada.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senadora Mara.

    Convido nosso companheiro Líder do MDB, Senador Eduardo Braga, que, decerto, falará por aqueles que, regimentalmente, não têm a oportunidade de fazê-lo. Menciono o nosso Presidente, Deputado Baleia Rossi, e o Deputado Walter Alves, que representa o seu pai e Senador Garibaldi Alves.

    Cumprimento o Deputado Hildo Rocha, que vejo.

    Cumprimento o Deputado Lucio Mosquini, que estava entre nós. Enfim, aqueles que vieram prestigiar, abraçar e reverenciar este momento de despedida da Senadora Simone Tebet.

    Senador Eduardo Braga.

    O Sr. Eduardo Braga (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Para apartear.) – Presidente Veneziano Vital do Rêgo, minha querida amiga, colega, correligionária Simone Tebet, tenho certeza de que falo em nome do nosso Presidente Baleia Rossi, aqui presente; em nome do Líder Isnaldo Bulhões, Líder da Câmara, que também está aqui no Senado para prestigiar o pronunciamento de V. Exa., e de todos os Parlamentares do MDB presentes neste momento no Plenário.

    Reconheço, primeiro, a pessoa humana que V. Exa. é, porque, antes da Senadora, da política, há o ser humano, a mulher, a mãe, a filha.

    Portanto, eu quero primeiro cumprimentá-la pelo ser humano que V. Exa. é, sempre sensibilizada por fazer o bem, sempre motivada em construir soluções para melhorar a vida, com um olhar diferenciado, que é o olhar feminino, sempre mais acurado, sempre mais observador, do que nós outros, masculinos.

    V. Exa. também é um ser humano especial, porque é um ser humano sem preconceito. Um ser humano que não distingue ricos e pobres, brancos e negros, pretos e pardos, um ser humano que se sensibiliza com as crianças e que tornou a causa das crianças brasileiras e da política pública infantil, no Brasil, a prioridade da Senadora e da candidata Simone Tebet.

    Isso, em síntese apertada, representa o seu papel nesse processo.

    Ainda há pouco, Simone, permita-me chamá-la assim, eu indagava ao Presidente Baleia Rossi, porque estou há muitos anos no MDB, mas não conseguia me lembrar de uma figura feminina, uma liderança política dentro do nosso MDB, que tenha alcançado o destaque, a projeção e a visibilidade que V. Exa. alcançou. E achava que talvez fosse ignorância da minha parte, desconhecimento da minha parte. Não, Senadora Simone. Você é, Simone, a mulher que foi mais longe dentro do MDB. Você é a mulher que embandeirou e empunhou temas antes não levantados pelo MDB, menos ainda por uma voz feminina, representando o MDB, o partido mais nacional de todos os partidos do Brasil, o partido com maior número de Vereadores, maior número de Prefeitos e Vice-Prefeitos, com uma história na redemocratização deste país.

    Se nós hoje comemoramos, na data de ontem, a diplomação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como Presidente eleito, e de Geraldo Alckmin, como Vice-Presidente eleito, comemoramos a democracia brasileira. E lá está a marca indelével do MDB.

    E lá, agora, figura uma marca meiga, firme, terna, porém corajosa, de Simone Tebet. Foi assim que você, Simone, chegou à nossa bancada de Senadores.

    Chegamos juntos ao Senado, eu e você. Foi assim que você chegou. E você sai gigante. Gigante, pelo seu trabalho. Gigante pela sua história, pela sua coragem, pela sua firmeza e pelo papel absolutamente correto que V. Exa. desenvolveu no seu mandato e na sua vida pública, que não começou no Senado e que não terminará no Senado. Tenho convicção, eu, que tenho lá 40 anos de vida pública, que comecei como Vereador, lá na minha querida Manaus, a certeza de que o Brasil, a política brasileira e o MDB ainda verão a Simone Tebet ocupando e galgando posições públicas, políticas, com mandato ou sem mandato, sendo uma voz do bem, sensata e da construção de um Brasil melhor, melhor para as crianças, melhor para os jovens, melhor para as mulheres, melhor para as minorias e melhor para aqueles que querem um Brasil melhor.

    Portanto, parabéns, Simone, e você não deixa o Senado, você continua reverberando pelo seu pensamento, pela sua voz e pela sua altivez dentro desta Casa.

    Muito obrigado. (Palmas.)

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) – Em respeito obviamente aos demais que vão falar na sua despedida, eu vou só me permitir, Kajuru, apenas porque é meu Líder, fazer uma e depois vou ouvir todos os apartes antes da minha fala final, porque, como disse, não quero jamais que exista, não quero monopolizar esta tribuna no momento de despedida de outros colegas.

    Líder Eduardo Braga, a liderança nos impõe responsabilidades, mas também nos faz maiores. V. Exa. é líder não só pela sua capacidade, sua sensibilidade, mas pela grandeza que tem de saber que não é só líder para liderar, mas é liderado por todos nós. Então, é uma honra ter sido liderada por V. Exa. Hoje eu só tenho uma palavra a dizer: muito obrigada por ler aquilo que vai dentro do meu coração.

    Perguntaram-me, num prefácio que fiz para um livro sobre mulheres empoderadas, como eu gostaria de ser chamada: Senadora Simone Tebet, candidata à Presidência da República, e daí por diante. Eu disse simplesmente Simone Tebet, porque eu estou política; eu sou Simone Tebet, eu sou mãe, eu sou mulher, eu sou professora. Então, muito obrigada por olhar e ver que acima de tudo não só eu, mas todas as mulheres aqui, o que nós trazemos aqui é o nosso coração, é a nossa alma. E é isso.

    Muito obrigada por saber me ler, ter feito essa leitura tão carinhosa e generosa em relação à minha pessoa.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Convido S. Exa., Senador Jorge Kajuru; em seguida, Senador Paulo Paim.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO. Para apartear.) – Eu vou tentar aqui obedecer ao meu ídolo e meu melhor patrão em 40 anos de carreira na televisão brasileira, Sílvio Santos. Ele dizia: " Kajuru, evite chorar em público".

    Simone Tebet, ser humano, Simone Tebet mulher, Simone Tebet mãe, Simone Tebet esposa e principalmente filha, é muito difícil falar de ti sem emoção.

    Eu a conheci no primeiro dia de meu mandato. E como? Eu cheguei ali fora, tinha uma mulher nova, jovem, chamada Maria Eduarda, uma estonteante maravilha, que brilhava como um farol de milha, e ela disse: "Kajuru, eu queria tirar uma foto com você". Eu tirei a foto e perguntei quem era ela. "Eu sou filha da Senadora Simone Tebet". Eu falei: "Então, a sua mãe deve ser muito acima da média, por ter uma filha tão educada, tão encantadora como você".

    Fui convivendo com você, Simone, e confesso: nenhuma outra mulher, politicamente falando, me proporcionou tantos momentos inesquecíveis.

    Você, Simone, sai do Senado para o Ministério do Desenvolvimento Social – até porque eu espero que o Presidente Lula não queira ter o Kajuru como seu inimigo e não seja injusto com você, não a colocando nesse Ministério. E, depois, você terá faixa de Presidente da República, na minha opinião, em 2026.

    Para concluir, pelo amor admirável que você tem ao seu pai, Ramez Tebet, que vive felicidade profunda, lá em cima, no colo de Deus...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – ... pelo amor profundo que você tem ao próximo, que é, para mim, mais admirável ainda, a forma como você ama os brasileiros, as brasileiras, as pessoas, o próximo, eu quero lhe oferecer um poema que veste você literalmente.

[...] ninguém leva nada de seu

e a vida foi um empréstimo de ossos.

O belo foi aprender a não se saciar

da tristeza nem da alegria [...]

Fique afirmado aqui [...]

E que meti a colher até o cotovelo

numa adversidade que não era minha,

no padecimento dos outros [...]

    Isso é Simone Tebet. O Brasil precisa saber disso.

    E finalizo com uma poesia que você vai lembrar, no dia que receber a faixa de Presidente da República, em 2026. A poesia é simples.

Se teu sonho for maior que ti

Alonga tuas asas

Esgarça os teus medos

Amplia o teu mundo

Dimensiona o infinito

E parte em busca da estrela...

Voa alto!

Voa longe!

Voa livre!

    Simone Tebet, je t'aime d'amour.

    O Brasil te ama de amor. (Palmas.)

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) – Obrigada, Kajuru.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Senador Paulo Paim, por obséquio.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para apartear. Por videoconferência.) – Presidente Veneziano, como disse a nossa grande liderança, Simone Tebet – até porque muitos querem falar e nós não podemos falar demais –, por isso, Simone, eu começo dizendo que eu te considero uma mulher além do seu tempo, porque as mulheres, no Brasil, são muito discriminadas e você está além do seu tempo, liderando este momento.

    Simone, permita que eu diga, tu sabes que eu te conheci jovem, no gabinete da Presidência do Senado, com o meu querido amigo – amigo mesmo. Já te contei que ele foi ao Rio Grande, porque houve um impasse lá, na universidade, sobre um projeto que tínhamos votado, foi me defender e foi aplaudido de pé. Sabe quem era? O teu pai, Ramez Tebet. Então, você vem dessa cepa. Você vem dessa história bonita, que só orgulha a tua família e o povo brasileiro.

    Permita, Simone, que eu diga, rapidamente também, que, quando você disputou a Presidência, você era Senadora eleita! Ninguém tem dúvida! Era a Senadora mais eleita do Brasil! Aí, você, em nome da democracia, foi para um grande desafio, com coragem, firmeza, sabedoria, competência, e fez um debate pelo qual o Brasil ficou te conhecendo.

    O Brasil que não te conhecia está te conhecendo agora.

    Por isso, Simone, quando eu fui a uma reunião e ouvi você dizer "Presidente, eu quero muito que acabe com essa história de mulher e homem não terem salários iguais na mesma função"... Até você falava lá nessas reuniões com a autoridade com que você nos liderou aqui por duas vezes nesse debate. Eu até fui Relator, mas quem liderou foi você, e você sabe disso. Você fez a defesa, você nos liderou, mas, infelizmente, engavetaram o projeto. E é um compromisso do Governo.

    Eu não tenho nenhuma dúvida, querida amiga...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... Senadora do povo brasileiro Simone Tebet, eu não tenho nenhuma dúvida de que você não sai da vida pública. Sai do Senado, mas vai caminhar por este país ajudando a reconstruir o Brasil para todos, sem nenhum tipo de preconceito.

    V. Exa. – eu dou este testemunho – combate todo tipo de preconceito. Por pouco tempo, eu direi, todo tipo de preconceito.

    V. Exa. tem um olhar humano. V. Exa. tem uma visão de política humanitária. Encontrou-me um dia no corredor e me disse: "Paim, esse projeto assim, assim, assim. Não sei se é teu, mas é isso aqui o projeto. Vamos defender juntos!"

    Simone, estamos juntos com você. Tenho certeza de que, se este Plenário tivesse parte da coordenação daquela de frente ampla que se tem no Brasil em nome da democracia, essa coordenação iria te aplaudir de pé.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Eu te aplaudo de pé.

    Obrigado por tudo, Simone.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Paulo Paim.

    Convido nossa querida companheira de partido, Senadora Rose de Freitas.

    A Sra. Rose de Freitas (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES. Para apartear.) – Eu ensaiei não vir. Não é fácil.

    Primeiro, Simone, tem um resgate que você faz aqui e que fez na caminhada como candidata a Presidente da República, e as pessoas tiveram que olhar que, ao lado do Lula, além da Presidente do partido, além da ex-Ministra do Meio Ambiente, havia uma mulher dizendo que ela também podia ser Presidente da República.

    Quando ouvimos aqui os nossos companheiros, Senador Kajuru, falando da importância do seu papel nessa luta, da sua coragem, eu estava em casa meio combalida e disse assim: eu vou lá e vou falar para a Simone aquilo que eu senti nesse trecho dessa caminhada que fizemos juntas aqui na Casa.

    Quando você fala das suas marias e tudo aquilo que você procurou representar e dizer que existe no Brasil, no gesto de uma mulher que compartilha uma luta para ajudar a eleger um Presidente da República depois de não ter alcançado sua meta...

    Eu não tenho dúvida de que o Presidente eleito, para o qual eu gostaria de falar daqui a pouco, quando eu subir a esta tribuna, sabe que o passo que ele deu para pegar aquele diploma na mão tinha sombreado o passo de uma mulher que estava...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Rose de Freitas (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES) – ... ali levando o conteúdo da sua luta para ajudá-lo a chegar lá.

    Essa grandeza, Simone, os homens não têm sempre, as mulheres têm mais.

    A minha emoção de falar para você, de falar para Zenaide e de falar para outras mulheres que nos ouvem é pelo seguinte. Como é que este Brasil ousa pensar em fazer justiça social, mudar a economia e – lembrando o que disse Eduardo Braga – cuidar das crianças se não tiver a mulher do lado? E você foi lembrar disso.

    Você sabe o que eu sinto no meu coração? E eu gostaria muito, depois que nós estivéssemos fora daqui, que você contasse o que os seus olhos de mulher viram neste país...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Rose de Freitas (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES) – ... as outras mulheres que você viu, que a abraçaram, que viram em você a esperança, que acreditaram e que, depois, quando passou o primeiro turno, olharam pra você e disseram: "Eu vou fazer o que ela está fazendo". E levaram a vitória a Lula.

    E, neste momento, me desculpem, eu quero fazer uma observação. Enquanto discutem para onde você deve ir ou não deve ir, se você pode ir ou não pode ir... Desculpe-me, mas é tão pequeno diante do tamanho que você foi nessa luta! O que eu queria lhe dizer? Nós somos tudo isso, gente, mas você, minha amiga, aqui, quando atravessou aquele corredor e foi presidir a CCJ, você colocou um pé na direção em que você sabe que vai caminhar sempre, com mandato ou sem mandato. Eu não vou dizer aqui; "Simone, amanhã você pode ser Presidente do Brasil". Você pode tudo, você pode tudo! Eu só quero que você leve com você tudo aquilo que você colheu, e acho que você deveria escrever: "As mulheres que eu conheci nessa caminhada por essa eleição à Presidência da República". Imaginem que riqueza de mulheres, que nunca pensaram em ver outra mulher ali, falando de igual para igual!

    É assim que funciona. Eu, quando entrei aqui, em 1987, e me candidatei para ser Vice-Líder do Mário Covas, me lembro de que alguém dizia: "Uma mulher Vice-Líder? Nós nunca tivemos". Então aprendam, o Brasil inteiro, os companheiros que aqui estão, aprendam com Simone Tebet!

(Soa a campainha.)

    A Sra. Rose de Freitas (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES) – Ela não está se despedindo de ninguém, mas é doloroso isto aqui, porque a falta que você vai fazer... Eu não estarei aqui para senti-la, mas a sentirá Zenaide, sentirá a Eliziane, sentirão os companheiros que aqui estão, Wellington dias, que vai virar daqui a pouco Senador, vai sentir falta de alguém que não procura certeza absoluta, por ser advogada, nas letras, na legislação, mas procura no seu coração antes de colocar a razão junto.

    Então, o Lula, Presidente da República, quando sentar-se àquela cadeira, vai saber que teve uma mulher que esteve ali ajudando, não o incensando, mas lutando do lado; não fazendo figuração política, mas mostrando que as mulheres constroem a democracia com o amor e a coragem que você mostrou para que os votos chegassem até ele. Eu me lembro de que, quando nós conversamos ao telefone...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Rose de Freitas (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES) – ... você falava: "O meu tempo são 48 horas. O partido decidirá, mas eu já decidi".

    Minha amiga, amo você do meu coração, sua história, sua luta, sua família. Eu só tive orgulho de que a vida me concedesse acompanhá-la nessa quadra da história. Não vamos nos dispersar e não vamos nos afastar.

    O Brasil se orgulha de você, e eu, muito, muito, muito!

    Obrigada. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senadora Rose de Freitas.

    Convido nossa companheira Senadora Eliziane Gama.

    A Sra. Eliziane Gama (Bloco Parlamentar União Cristã/CIDADANIA - MA. Para apartear.) – Querida Senadora Simone Tebet, vendo assim a sua emoção, a gente também fica aqui totalmente emocionada, todas nós, porque você, Simone, talvez nem tenha a noção do que você significa para essa geração, talvez nem você tenha a noção do que você significa para um tempo da história na luta das mulheres brasileiras.

    Eu lembro que, quando você esteve na minha cidade, São Luís, como candidata a Presidente, a gente caminhava ali pelo centro de São Luís, e se percebia o olhar das mulheres querendo tocá-la, querendo falar com você de alguma forma. É exatamente isso que é hoje a geração das mulheres brasileiras que não estão empoderadas como deveriam estar, mas que, quando veem você com o empoderamento que você teve, com a bravura, com a determinação, com a garra, com a coragem, veem em você um instrumento para também serem essas mulheres corajosas, que possam, na verdade, marcar o seu tempo, que possam marcar a sua época.

    Simone, você marca a nossa geração, você marca o nosso tempo, não só porque você foi a nossa primeira Líder, ou porque você foi a primeira candidata a Presidente desta Casa, ou porque você foi a primeira posição em tantas outras funções, mas, sobretudo, porque você nos inspira. Eu acho que você é um exemplo de inspiração para as mulheres brasileiras, você é uma inspiração para mim.

    Vendo o Kajuru falando de quando chegou aqui nesta Casa e falou com a sua filha, eu lembro que, quando cheguei aqui como Senadora, falei: "Eu quero conhecer a Simone". Eu falei com você aqui, na área da Presidência – eu não sei se você lembra, foi a primeira vez que eu tive contato com você –, e eu já lhe perguntei ali se você seria candidata a Presidente desta Casa. Eu não sei se você lembra.

    Então, quando a gente chega aqui como uma geração, como eu cheguei, como a Soraya, como a Zenaide, minha colega...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Eliziane Gama (Bloco Parlamentar União Cristã/CIDADANIA - MA) – ... Deputada Federal – fomos Deputadas Federais juntas ali na Câmara –, a gente chega tentando procurar alguém para se espelhar, e a gente como mulher acaba encontrando em pessoas como você, com tanta firmeza, com tanta coisa realizada na vida, um parâmetro, um ponto ali para se espelhar e também seguir uma mesma trajetória.

    Querida, você não estará conosco aqui como Senadora, aqui votando – falei isso agora há pouco com a Nilda também –, mas você continuará aqui, no Senado, nos ajudando, nos orientando, trazendo as boas ideias. Eu tenho plena convicção de que, como Ministra da República, que eu não tenho nenhuma dúvida de que você será e que, aliás, será com muita competência, você também vai marcar o Governo do Presidente Lula, que foi eleito por todos os brasileiros, mas que teve um toque muito especial da sua participação, não é? Todos nós sabemos que a sua presença no palanque do Presidente Lula foi fundamental para essa vitória...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Eliziane Gama (Bloco Parlamentar União Cristã/CIDADANIA - MA) – ... extraordinária – Marcelo lembra que deu a vitória – que o Presidente Lula teve nesse momento da história do Brasil, reiniciando uma nova caminhada, reiniciando um novo momento do nosso país.

    Que Deus a abençoe, querida! Vá ao novo ponto agora. Você termina uma trajetória, está com um novo ponto de partida e esse novo ponto de partida daqui para frente, não há dúvida nenhuma, será tão vitorioso, será com tanto sucesso como esse que você teve até o presente momento.

    Que Deus a abençoe, querida. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senadora Eliziane Gama.

    Convido S. Exa. o companheiro Senador Alessandro Vieira e, em seguida, Senador Giordano, Senadora Leila, Senador Marcelo, Senadora Soraya, Senadora Nilda Gondim, Senador Amin e Senadora Zenaide.

    Senador Alessandro.

    O Sr. Alessandro Vieira (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - SE. Para apartear.) – Senadora Simone, o que eu posso fazer, nesse apertado instante, é um profundo agradecimento: agradecimento pelo companheirismo, pelas diversas lições, pelas oportunidades de crescimento dentro desta Casa e fora e um agradecimento como pai pelo exemplo para as minhas filhas. É muito importante para as meninas do Brasil saber que existe essa possibilidade de ocupação de espaço de poder.

    A sua jornada como primeira em várias coisas, primeira Presidente da CCJ, primeira candidata à Presidência desta Casa, seguramente não se encerrou. Nós teremos outras oportunidades em que a senhora será novamente a primeira, desbravando caminhos de que o Brasil precisa.

    Hoje a democracia brasileira tem uma grande dívida com o seu trabalho, com o seu empenho, e isso vai ser reconhecido pela história.

    Parabéns, muito obrigado e boa caminhada!

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Alessandro Vieira.

    Convido o nosso companheiro, Senador Giordano.

    O Sr. Giordano (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - SP. Para apartear.) – Senadora, amiga, Simone Tebet, eu sou suspeito ao falar de mulher, porque eu fui criado por uma mulher guerreira, como cito sempre, mas, ao encontrar a colega na CPI, quando você entrava na CPI, fazia uma total diferença. Eu via uma força maior chegar, dominar aquela CPI, dominar tudo, levar a verdade, levar convicção para o povo que estava assistindo, para os milhares de pessoas que estavam assistindo.

    E Deus é especial, Deus é especial: não a reconduziu ao Senado, mas a reconduziu à candidatura a Presidente da República, e foi muito difícil também se posicionar à candidata. Nós conversamos bastante durante esse período, e eu vi o quanto você teve que ser guerreira todo dia. E uma coisa fez muita diferença: os votos que levaram o Presidente Lula a ganhar, que foram pequenos, pode ter certeza de que foram das mulheres brasileiras que, inspiradas em você, minha amiga, fizeram a urna virar no segundo turno.

    Então, parabenizo-a! Não tivemos histórias juntos de guerra, mas vamos estar juntos daqui para frente e vamos fazer história juntos para eu poder contar logo mais.

    Fica com Deus! Parabéns! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Grato, Senador Giordano.

    Convido a nossa querida companheira, amiga, Senadora Leila.

    A Sra. Leila Barros (PDT/PDT - DF. Para apartear.) – Segura! Sr. Presidente, obrigada pela oportunidade.

    Simone, é até difícil. Parece que a gente já estava se preparando para isso. Algumas vezes a gente se encontrou e a gente já pensando assim: "Poxa, está acabando, Leila! Estão acabando os meus dias, os meus anos aqui dentro do Senado".

    Eu só queria relembrar, Simone, a primeira vez que eu me encontrei com você – acho que eu fui ao seu gabinete –, e você, numa conversa, falou para mim algo que eu não vou esquecer nunca: "Se eu puder te dar um conselho, Leila, os primeiros quatro anos são só de observação. Fale pouco e ouça mais". E foi o que eu procurei fazer, aqui, dentro desta Casa, Simone.

    Então, primeiro quero agradecer a você por ter sido sempre muito generosa comigo. Em alguns momentos em que me excedi ou que deixei, às vezes, de me posicionar ou de falar, você sempre chegou para mim assim: "Leila, por que você não estava lá, a gente precisava de você". "Leila, você foi bem". Quer dizer, o tempo todo sendo muito companheira, muito parceira, muito empática. Eu sempre falo para as pessoas de você. As pessoas me perguntam: "Como é que é a Simone? Como é que é a bancada?".

    E eu tenho muito orgulho, Senador Veneziano, de ter participado, neste primeiro quadriênio desta legislatura, e ter podido conviver com você, Simone, e com tantas outras Senadoras, como a Senadora Nilda Gondim, a quem hoje a gente também teve a oportunidade de manifestar o nosso carinho.

    Quero dizer a você, Simone, que você realmente, como Rose e tantos outros falaram aqui, é gigante! E você cresceu, você chegou numa eleição para Presidente numa ótica assim: é uma mulher, é mais um player... E você se agigantou, você nos representou de uma forma...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Leila Barros (PDT/PDT - DF) – Assim como Soraya, o que acho muito importante falar aqui, mas quero dizer da forma como você se posicionou.

    E é muito importante para o Brasil entender o seguinte, principalmente as mulheres: fica o seu exemplo, da Soraya e de muitas de nós, porque não é questão de campo, não é questão de posições, não é questão do que achamos ou do que queremos, de que lado nós estamos; é por ser mulher e por ter a coragem. Num momento em que muitos ficaram em cima do muro, esperando decisões de terceiros, você foi a mulher que chegou ali, em poucas horas, tomou uma posição e escolheu um lado. E a gente sabe o preço, muitas vezes, num ambiente como está hoje o Brasil polarizado, que você pagou, Simone. Eu estive do seu lado aqui em Brasília caminhando, eu vi.

    Certamente o Governo que hoje chega tem que entender a sua força...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Leila Barros (PDT/PDT - DF) – ... a admiração – desculpa, rapidinho, Sr. Presidente – e o que você representa enquanto mulher. O Senador Giordano falou muito bem, se muitas mulheres tinham dúvidas naquele momento de em quem votar, você foi a pessoa, você foi a mulher que chegou: "Eu, por ser mulher e por tudo que vivi dentro do Senado, é neste lado que eu estou". Então, Simone, não é só por ser mulher; é por ser corajosa e por ser uma referência para todos nós.

    O mundo está aí enorme para você explorar e para você crescer mais. Eu lhe dou um até logo, minha amiga, porque sei que estaremos aí, todos nós, em grandes batalhas, nesses próximos quatro anos. E muito obrigada pelo seu exemplo, viu! Eterna admiração! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senadora Leila Barros.

    Convido nosso companheiro S. Exa. o Senador Marcelo Castro.

    O Sr. Marcelo Castro (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PI. Para apartear.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, Senadora Simone, você vai deixar aqui muitas saudades, mas, mais do que isso, você vai deixar um vazio aqui no Senado, pelo que você construiu, pelo que você representa aqui, não como mulher, mas como Senadora competente, preparada, inteligente, presente, sempre defendendo as boas causas nacionais.

    Digo para você aqui, Simone, do fundo do meu coração. Você foi nota 10 nessa campanha. Você foi brilhante e eu acho que você hoje é uma unanimidade nacional. Eu não conheço uma pessoa que não tenha você no mais elevado conceito. Todas as pessoas com quem eu conversei durante a campanha foram unânimes em dizer que você foi a melhor em todos os debates, em todas as campanhas por onde você esteve.

    Se você foi a que teve o melhor desempenho, por que então você não foi eleita? Porque a eleição não depende só do melhor desempenho. Foi a hora. Podíamos dizer que você era a candidata certa na hora errada, inadequada, porque havia no Brasil uma bipolarização muito forte, que evidentemente...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Marcelo Castro (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PI) – ... que tirou, diminuiu a chance dos outros candidatos.

    Mesmo assim, você foi crescendo. Você começou lá debaixo e foi o terceiro candidato mais votado do Brasil. Eu não tenho a menor dúvida de que você marcou o seu lugar na política como uma das grandes estrelas da política nacional.

    E, se você não foi Presidente agora dessa vez, eu digo assim: vamos aguardar o tempo. Eu acho que você está na posição. Ninguém poderá dizer quem vai ser Presidente da República um dia. Pode ser, pode não ser, mas você está no jogo, você está no nível. Pelo que você representou nessa campanha, eu não tenho dúvida de que todo brasileiro tem você no conceito de que você pode ser uma Presidente da República num futuro próximo ou mais distante. Você é muito jovem, ainda tem muito futuro pela frente.

    Então, meus parabéns a você por tudo que você fez. Você saiu grande, você fortaleceu a democracia, você defendeu a melhor causa, você defendeu sempre as melhores teses. Você se saiu bem em todas as circunstâncias.

    E uma característica aqui que eu quero louvar de você, que o Churchill gostava de dizer: que todas as qualidades do político se subordinam a uma só, a coragem. Sem a coragem, não adiantam as outras qualidades porque a pessoa não tem a capacidade de decisão, de determinação. Você foi de uma firmeza nos debates, de uma coragem extraordinária que marcou todos os seus pronunciamentos.

    Então, eu desejo a você aqui o melhor dos mundos. E você estará presente conosco aqui com seus ensinamentos, com sua sabedoria e sobretudo com seu exemplo retilíneo, correto, decente de pessoa que ama o Brasil e que luta sempre pelas boas causas.

     

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Marcelo, precisas palavras.

    Senadora Soraya Thronicke.

    A Sra. Soraya Thronicke (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MS. Para apartear.) – Senadora Simone Tebet, eu gostaria de fazer das palavras de todos os Senadores as minhas também. Mas eu preciso lhe dizer que: como sul-mato-grossense eu quero parabenizá-la; como sua aluna eu quero parabenizá-la; como sua eleitora – porque votei em você em 2016 - eu quero parabenizá-la; como sua colega de Senado eu quero parabenizá-la; como sua concorrente eu quero parabenizá-la pela sua grandeza, pelo seu espírito de combater o bom combate, pela sua elegância, pela sua inteligência, pela sua coragem, pela sua presença, pela sua amizade. Não é fácil, a gente sabe.

    Quero falar ao MDB – seus colegas estavam em peso – sobre a sua força e a sua coragem de se manter, mesmo podendo sair a qualquer momento, fiel ao seu partido. Então, esse partido tem que valorizá-la mesmo. No momento, numa situação...Não é só neste momento, mas aqui no Brasil ser mulher na política não é fácil, Kajuru, porque às vezes você é usada, às vezes você é enganada.

    São poucas as mulheres que se dispõem, que têm um marido como o seu, filhos e filhas como os seus, uma família que está disposta a suportar toda a dificuldade do externo, das suas decisões, e abraçá-la na sua decisão. Quero aqui parabenizar toda a sua família, o seu pai, o seu esposo, suas filhas e todos os sul-mato-grossenses que têm que ter orgulho da mulher que você é e que - com o tamanho do nosso estado - conseguiu a projeção nacional que você conseguiu. É um orgulho, como sul-mato-grossense, poder dizer-lhe que nós temos, realmente, que abraçar você e desejar-lhe todo o sucesso do mundo.

    Não acredito, como o Marcelo disse...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Soraya Thronicke (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MS) – ...que é a pessoa certa na hora errada, porque eu acho que tudo tem um porquê. Era a pessoa certa, na hora certa, no momento certo, porque existe um porquê por trás de tudo isso.

    Não quero, também, despedir-me de você, porque você vai estar aqui, nós vamos nos ver sempre, no avião, enfim. Desejo-lhe sucesso. O Brasil merece a sua presença na política. Eu sei que, às vezes, dá vontade de sair, porque você está aqui por um ideal, não é por dinheiro, não é por nada e nem por conquistas profissionais, porque você conseguiu chegar ao ápice da carreira. Enfim, tudo você fez com excelência. Então, não vou me despedir, mas quero deixar registrado o meu orgulho como sul-mato-grossense, como sua colega, até mesmo como concorrente e por estar ao seu lado. Quero desejar-lhe sucesso, porque o seu sucesso é o sucesso, também, do povo sul-mato-grossense, do povo brasileiro.

(Soa a campainha.)

    A Sra. Soraya Thronicke (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MS) – Muito obrigada por eu ter tido o privilégio de estar ao seu lado neste tempo aqui.

    Obrigada. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Grato, Senadora Soraya.

    Convido a Senadora Nilda Gondim.

    A Sra. Nilda Gondim (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB. Para apartear.) – Ah, Simone, tenho tanta coisa para dizer a você: corajosa, determinada, firme, perseverante. Você deu visibilidade à mulher. Você não tem a dimensão do quanto conquistou, você não tem. Então, fique certa de que vai ficar temporariamente fora do Senado, mas vai nos representar, com certeza, num cargo federal e muito bom. É reconhecimento, é reconhecimento por tudo o que você fez. Você entrou, e entrou mesmo, entrando, mostrando à mulher a necessidade de ajudar ao nosso candidato a Presidente, o Lula, e foi indo mesmo, forte, firme e corajosa.

    Parabéns! Você deu uma grande lição para as mulheres.

    Eu estou com você, com certeza.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senadora Nilda Gondim.

    Senador Esperidião Amin. (Pausa.)

    Nós não estamos...

    O Sr. Esperidião Amin (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para apartear. Por videoconferência.) – Eu quero...

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Pois não, Senador.

    O Sr. Esperidião Amin (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Por videoconferência.) – Eu quero ser muito conciso.

    Subscrevo aqui as palavras a partir da Senadora Soraya, a quem eu rendo também a minha homenagem pela grandeza do seu gesto, de, como concorrente, conterrânea, parceira e amiga da Senadora Simone Tebet, fazer este registro. Eu não deveria falar, porque ela, como coestaduana, concorrente e mulher, deveria encerrar esta parte. Mas eu gostaria de concordar com algumas das palavras em especial: coragem com inteligência. É mais difícil essa dupla do que encontrar uma ou outra das qualidades e, acima de tudo, poder iluminar um momento em que os radicalismos tendem a prevalecer se não houver luxo.

     E quero registrar aqui a minha homenagem à Presidente da Comissão de Justiça do Senado. Não foi só o exercício, mas fazer o exercício com produtividade e qualidade, porque o Senado merece. A coragem de disputar a Presidência do Senado. Eu tenho muito orgulho de ter sido solidário com esse seu passo. E, finalmente, poder homenagear na sua pessoa a mulher do Mato Grosso do Sul. (Pausa.)

    A senhora está tendo o privilégio, Senadora, de estar recebendo o beijo e o carinho do nosso líder da psicologia e da psiquiatria. Portanto, está acima de nós.

    E concluo, dizendo: Que bom...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Esperidião Amin (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Por videoconferência.) – ... que eu posso ver no seu gesto e nas suas qualidades aquelas que eu conheci do meu amigo e companheiro de Senado Federal Ramez Tebet!

    Sucesso!

    Você conquistou com essas qualidades, não colocando os talentos na gaveta, mas fazendo com que os talentos, que Deus lhe deu e o seu trabalho exaltou, os seus talentos a conduzissem a uma estatura que deve ainda mais para o nosso país.

    Sucesso e muita saúde e felicidade para você e para os seus!

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Esperidião Amin.

    Eu convido nossa querida Senadora Zenaide Maia.

    A Sra. Zenaide Maia (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Para apartear.) – Minha amiga Simone, amiga de todas as mulheres deste Brasil.

    Simone, foi falado aqui, de tudo que eu vi, mas eu queria dizer uma qualidade que a Simone tem: a de transmitir. Ela tem o mérito de transmitir o que ela conhece para todas nós aqui – foi o que Simone fez – e também tem a generosidade de dizer que está aprendendo com a gente.

    Simone, não tenha dúvida de que o seu sucesso neste país, o orgulho das mulheres, como você sempre diz: "Nós estamos aqui para aquelas que não têm representatividade", Kajuru. Então, o que você transmitiu para aquelas mulheres foi isso: "Estou com vocês, estou sentindo o que vocês estão sentindo, e sei que vocês confiam em mim, porque com certeza a gente sabe que a fome daquelas crianças e mães... a gente sabe que elas não estão ali porque Deus quis. Foram decisões políticas que fizeram com que crianças, jovens e adultos estejam, a esta hora, como você falou aqui várias vezes, sem ter nenhuma alimentação.

    E as pessoas percebem, Simone quando você é sincera, e você tem essa capacidade. Ou seja, você mostrou paras as mulheres brasileiras, para o povo brasileiro: "Eu estou com vocês, eu sei que necessariamente vocês não precisam estar sofrendo. Acreditem em mim".

    E é isso, Simone, mérito do grande poder que você tem...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Zenaide Maia (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Para apartear.) – ... de transferir para as pessoas o que você conhece e elas entendem isso.

    Minha amiga, vai fazer muita falta aqui, viu? Mas você vai voar mais alto e eu queria dizer: onde você estiver, nós da Bancada Feminina e os colegas vamos estar presentes com você.

    Que Deus lhe proteja sempre, minha amiga. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Gratíssimo, Senadora Zenaide.

    Convido nosso estimado Governador, Senador Confúcio Moura.

    O Sr. Confúcio Moura (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO. Para apartear.) – Sr. Presidente, Senadora Simone Tebet, mesmo antes de conhecê-la, depois da nossa eleição em 2018, eu já tinha essa admiração extraordinária pela sua pessoa. Não tinha motivo ainda, era uma sintonia fina do pensamento, uma energia que nos unia e um respeito extraordinário. E, ao chegar aqui e conviver, em nada me decepcionei. Seu trabalho, a sua liderança, o seu discurso enérgico, o seu raciocínio lógico, fácil, convincente, o seu conhecimento, que aflora à medida que você fala naturalmente... Então, a minha admiração aumentou muito.

    Eu sou um liderado seu, eu sou um admirador natural, gratuito, espontâneo, oferecido, não é? Então, eu lhe desejo muito sucesso nos seus passos futuros. Que realmente consiga aumentar ainda mais esse seu carisma com o povo brasileiro.

    Quero agradecer pelo seu discurso muito bem-feito. Você abraçou a todos os nossos companheiros. Você colocou os pratos regionais, significando um abraço ao Brasil. Então, eu quero saudá-la e agradecer por essa convivência, desejando-lhe muita prosperidade e muito êxito nos seus próximos passos!

    Sucesso sempre!

    Muito obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Gratíssimo, Senador Confúcio.

    Convido remotamente o Senador Flávio Arns.

    Em seguida, o Senador Paulo e o Senador Dário Berger.

    Senador Flávio.

    O Sr. Flávio Arns (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - PR. Para apartear. Por videoconferência.) – Obrigado.

    Agradeço, caro amigo, Senador Veneziano.

    Eu quero dizer à colega e Senadora Simone Tebet que, em primeiro lugar, foi uma honra e um privilégio conhecer o seu pai: um Senador educado, competente, trabalhador e sensível a todas as causas importantes para o Brasil. E quero dizer isso para a sua família, especialmente para a sua mãe, para o seu marido, para você, como filha, e para as suas filhas: podem ter no avô, que foi Senador, Presidente do Congresso Nacional, uma referência naquilo que todos nós consideramos a boa política, ou seja, a capacidade, a competência de construir o bem comum.

    E você está nessa linha também, tanto no trabalho bom realizado, orgulho para a família, para Mato Grosso do Sul e para o Brasil, Presidente da CCJ, como já foi dito, com tanta atividade desenvolvida no período, Líder da Bancada Feminina, uma atuação sempre exemplar, sempre presente, debatendo, discutindo.

    E quero dizer, Simone, que acompanhei todos os debates e posso assegurar que você sempre deixou claro, em todas as suas manifestações, aquilo que é o mais importante para o Brasil, a base da economia, do meio ambiente, da parte social, que é democracia, liberdade, respeito às instituições, defesa de valores, do diálogo, do entendimento, da verdade...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Flávio Arns (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - PR) – ... do amor, da solidariedade com o ser humano. O Brasil tem que se lembrar disso. Essa foi a base de toda a sua discussão. Inclusive são valores assim que permanecem no decorrer dos anos. É disso que o Brasil mais precisa e do que o mundo mais precisa.

    Quando a gente fala com o povo na rua, é isto que você colocou: paz, segurança, respeito, diálogo. Chega de fundamentalismo e de polarização para que a gente divida o povo. Não, a gente quer unir o povo! E você falou disso o tempo todo também.

    Você sensibilizou não só as mulheres, você sensibilizou muita gente pelo Brasil. Tantas pessoas que eu conheço pelo Paraná dizem: "Olha, a Simone representou aquilo que eu penso, que eu acho importante.". Sejam homens, mulheres, jovens, eles disseram: "Olha, é a Simone!". Então, você tem o seu espaço assegurado.

    E quantas pessoas que perguntam ainda para a gente – e a gente faz inclusive esse apelo ao Presidente Lula e ao Vice-Presidente Geraldo Alckmin, pois muita gente no Brasil está esperando – o papel que você, Simone, com todos esses valores, poderá ainda emprestar para o Brasil, num trabalho público importante, necessário para o país.

    Nós queremos vê-la ainda trabalhando e transformando em realidade tudo aquilo que você abordou, de maneira tão apropriada. Foi, talvez, a pessoa que mais defendeu a educação no Brasil – creche, pré-escola, ensino fundamental, médio, pós-graduação. Você, em todos os debates, em todas as discussões, dizia: olhem, a educação é o carro-chefe para o Brasil.

    E é isto que a gente acha mesmo: o Brasil só vai ser melhor pela educação.

    Você não defendeu só pautas humanitárias. Você defendeu uma política de promoção social. Isso é muito diferente. É no sentido de dizer que o ser humano precisa, como você coloca, de casa, de comida, de trabalho, de saúde, de educação. Há que se promover o ser humano através de políticas públicas, com desenvolvimento econômico, com proteção ambiental.

    Então, você plantou. Eu diria, Simone, como você mesma coloca, que foi o momento de semeadura. Cinco milhões de votos são muitos votos também. E todas as pessoas falam de você. Quem é Simone? Simone é Senadora. Simone é política. Simone está no MDB. Teve o apoio, inclusive, do nosso partido na candidatura para Presidência também.

    Então, a Simone, agora, tem o seu espaço assegurado na vida política do país! Isso é muito importante.

    Foi tempo de semeadura, de debate. Você sensibilizou muita gente. Você abriu espaço para as mulheres. Não há dúvida. Mas teve o voto de homens, de jovens, de todos os setores da sociedade.

    E o que a gente deseja é que você continue firme nesta caminhada. Os seus objetivos são importantes. São os nossos objetivos.

    Conte sempre com a gente, para que esta caminhada possa transformar ideais em realidade.

    O Senado Federal, por todas as manifestações, diz: que bom, que bom que você teve a coragem, que você plantou esperança, que você acreditou nas coisas com fé, com trabalho e com a sua animação.

    É do que o Brasil precisa: gente animada, competente, com ideais fortes, que saiba aglutinar e unir todos os setores da sociedade.

    Parabéns!

    Vamos em frente!

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Muito grato, Senador Flávio Arns.

    Eu convido o Senador Paulo Rocha, como penúltimo orador.

    E, logo em seguida, Senador Dário Berger.

    Senador Paulo Rocha.

    O Sr. Paulo Rocha (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA. Para apartear.) – Minha cara, querida Simone. Eu queria destacar uma coisa aqui, de tudo que foi destacado: a mulher, a mãe, e etc., a Senadora... Queria destacar uma coisa aqui. Primeiro, dizer que o nosso partido, o PT – nós aqui –, por sua atitude no segundo turno, tem por V. Exa. o maior carinho e o respeito pela sua postura política. Não tenha dúvida disso.

    Você vai ser reconhecida porque o nosso partido, principalmente o nosso maior Líder, o companheiro Lula, trata as coisas com gratidão. Mas eu queria dizer uma coisa – desculpe-me tratar... é só para mostrar a construção da nossa relação... Porque eu aprendi aqui, pela minha simplicidade de operário, aqui no Congresso Nacional, que, mesmo com qualquer distância de pensamento e divergência, a gente se faz respeitar quando a gente respeita o outro.

    Eu aprendi isso e tenho isso em conta aqui, na relação com os companheiros, com tudo. Mas tem uma coisa que você conquistou mais ainda, o nosso respeito, os nossos corações e o reconhecimento pela pessoa que você é.

    Simone, você foi... eu sei qual foi a tua luta, dentro do partido, para você ser candidata a Presidente da República.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Paulo Rocha (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA) – A gente conversou várias vezes sobre isso. E o resultado da sua eleição, pode-se dizer, foi pequeno, mas foi exatamente a resposta, pela sua grandeza... E, no segundo turno, você mostrou quem você é. O tamanho que você tem na política. A tua postura política no segundo turno te fez maior até do que você é na política.

    Simone, você saiu destas eleições maior do que todos aqueles...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O Sr. Paulo Rocha (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA) – ... que tratam a política com resultado menor do que aquilo que você tem: a política como instrumento de conquista, de transformação e de mudança no nosso país. Você fez isso. Por isso que a gente tem não só a grande mulher que você é, a grande Líder que você é, mas você faz da política esse instrumento de grandeza, de dignidade, porque todos nós queremos, quem faz isso, a felicidade do nosso povo.

    Beijão.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Líder Paulo Rocha.

    Senador Dário Berger.

    O Sr. Dário Berger (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - SC. Para apartear.) – Prezada Senadora Simone Tebet...

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Senador Dário, o seu microfone, por gentileza.

    O Sr. Dário Berger (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - SC) – Está ligado.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Está? Desculpe.

    O Sr. Dário Berger (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - SC) – Prezada Senadora Simone Tebet, eu não poderia deixar de me manifestar num momento tão importante quanto este. Afinal de contas, convivemos, semanalmente, de maneira muito especial, juntos, no mesmo partido, comungando dos mesmos ideais, dos mesmos sonhos de ver um Brasil melhor. E a hora... e a vida da gente é feita de momentos. V. Exa. passou por um momento muito sublime da vida nacional, onde já escreveu o seu nome na história. Saiu consagrada como uma mulher de fibra, de coragem, determinada e que certamente nos orgulhou muito.

    A hora da despedida é sempre mais difícil do que a hora da chegada. Mas você tem muito a comemorar. Você orgulha as mulheres brasileiras, você orgulha as mulheres do seu Estado do Mato Grosso do Sul, você orgulha o seu partido, você é um orgulho para o Senado Federal. Você já demonstrou talvez a mais importante virtude que nós devemos ter para exercer uma atividade política e a política é a arte do bem comum, para exercê-la precisa coragem, você teve coragem. E eu quero parabenizá-la por isso e quero...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Dário Berger (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - SC) – ... desejar-lhe muita saúde, muita paz, muitas felicidades e que você faça desse momento uma oportunidade para crescer ainda mais. Estarei sempre torcendo por ti e estarei junto na expectativa de que você possa ser uma grande representante do Brasil ainda no futuro.

    Um grande abraço.

    Felicidades e boa sorte. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Senadora Simone Tebet, depois de 23 Srs. e Sras. Senadoras que trouxeram, em gestos largos, sentimentos verdadeiros ao seu respeito, eu passo a palavra a V. Exa. para que assim faça os seus comentários e dirija aos seus companheiros e companheiras as suas palavras derradeiras neste instante.

    Senadora Simone.

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) – Sr. Presidente, sem palavras, elas foram absorvidas pelo mais alto sentimento de gratidão por conta da generosidade dos meus colegas e minhas colegas que me fizeram neste momento muito maior do que sou, infinitamente maior do que sou. Sou, repito, aquela menina do interior, do interior do Brasil que, aos 14 anos, pediu autorização para sua mãe para ir para as ruas para lutar por liberdade, por Diretas Já, que depois teve o privilégio que a vida lhe concedeu de estudar fora e descobrir que seu mundo e seu quintal eram muito pequenos diante da dimensão do Brasil. No Rio de Janeiro, tive que conviver e convivi ali com toda sorte de desigualdade. Naquela época, vi pessoas catando comida na lata de lixo. Ver, depois de 30 anos de redemocratização e de tantas lutas, 33 milhões de brasileiros passando fome... Depois de 20 anos, com mandatos consecutivos, tendo eu, Senadora Rose, resistido por quatro anos para entrar na vida pública, porque eu não queria mandato, eu queria fazer política nos bastidores, eu só posso chegar a uma conclusão e, com ela, eu gostaria que fossem as minhas derradeiras palavras no Senado Federal.

    Eu sempre repito, apenas para dizer – não no sentido de orgulho, mas, no sentido de pesar – que, em pleno século XXI, eu tive tantas primeiras vezes. Fui a primeira Prefeita da minha cidade – que pena, lamentável. Reeleita Prefeita. Fui a primeira Vice-Governadora. Por que tantas primeiras vezes? Não era para ser assim, era para ser a 10ª, a 20ª!

    Mas eu quero deixar aqui, com toda a verdade, que, durante esses oito anos, pautou o meu mandato: eu nunca quis entrar para a vida pública e sempre fiz política. O meu pai me induziu e fiz por um gesto a ele.

    Eu falo, com toda a convicção de quem tem um temor e um amor incondicional a Deus, que me guia em todos os momentos. Eu acho que, apesar de todas as primeiras vezes, sem desmerecê-las, eu vim para a vida pública por uma única razão: para que, no momento em que o Brasil mais precisasse, eu pudesse, em nome das mulheres brasileiras, ter coragem e fazer o gesto mais difícil da minha vida pública, vindo eu de um estado tão conservador. Estou pagando um preço muito alto, pessoal, por isso. Faria tudo de novo.

    E, portanto, eu quero deixar registrado, que possa ser transcrito, nos Anais desta Casa – eu que já fiz tantos discursos na minha vida, não foram poucos –, o documento que eu redigi, em uma madrugada, assim que teve o resultado do segundo turno. Eu redigi um manifesto ao povo brasileiro e disse isso e isso foi televisionado ao vivo.

    Se, de tudo o que eu fiz, foi grandioso, não sei se foi. Ele ficou infinitamente menor, diante da importância do passo, arriscado, mas necessário, que eu dei, a favor da democracia, por amor à liberdade, por amor às pessoas que mais precisam e para que eu termine a minha vida um dia vendo que todas as crianças brasileiras dormem bem alimentadas.

    Quero, com isso, dizer que eu fiz um manifesto ao povo brasileiro, assim que saiu o resultado do segundo turno, declarando o meu apoio incondicional ao Presidente Lula, na convicção de que as urnas não levaram para o segundo turno dois democratas – apenas um – e na convicção de que o Presidente Lula, com a sua equipe, vai tirar o Brasil do mapa da fome.

    E um Brasil que alimenta 800 milhões de pessoas no planeta Terra vai ter a capacidade e, só então, vai ser digno do seu grandioso nome – Brasil –, das suas grandiosas terras férteis, da sua Floresta Amazônica, do seu Pantanal, do seu Pampa, da sua musicalidade, da sua cultura, da mistura de raça que deu tão certo...

    Nós só seremos dignos da grandeza do povo brasileiro quando Lula entregar o seu mandato, daqui a quatro anos, e dizer: "Nenhuma criança dorme com fome num país que alimenta o mundo, 800 milhões de pessoas no planeta".

    Esse manifesto ao povo brasileiro é o manifesto que eu fiz e é o documento mais importante que eu já redigi na minha vida. Eu não vou ler para não cansá-los, mas eu gostaria apenas de uma frase.

    Quando eu digo que há um Brasil... Eu digo que eu votei com a minha consciência e com a minha razão e que votarei com a minha razão de democrata e com a minha consciência de brasileira, e a minha consciência me diz que, neste momento tão grave da nossa história, omitir-me seria trair a minha trajetória de vida... E aí narrei a trajetória desde os 14 anos.

    "Há um Brasil a ser imediatamente reconstruído. Há um povo a ser novamente reunido. Reunido na diversidade, antes e sempre, a nossa maior riqueza, hoje esmigalhada por todos os tipos de discriminação. Neste ponto, um desabafo [Senadora Eliziane]: de que vale irmos às nossas igrejas proclamar nossa fé se não somos capazes de pregar o Evangelho e o respeito ao nosso próximo nos nossos lares, no nosso ambiente de trabalho, nas ruas de nossa pátria?".

    E aí eu venho falando da fogueira do ódio e das desavenças. E por tudo isso eu falo do meu apoio incondicional ao Presidente Lula no segundo turno. E meu apoio é por um Brasil que sonho ser de todos, inclusivo, generoso, sem fome e sem miséria, com educação e saúde de qualidade e desenvolvimento sustentável, um Brasil com reformas estruturantes que respeita a livre iniciativa, que incentiva o agronegócio e defende o meio ambiente e que propicie comida mais barata, emprego e renda.

    O último parágrafo foi um chamado a todos os democratas. Eu disse que nós não estaríamos com a nossa missão cumprida e disse: quero finalizar dizendo que, até 30 de outubro, estarei vigilante nas ruas. Meu grito será pela defesa da democracia e da justiça social e minhas preces, por uma campanha de paz. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/12/2022 - Página 39