Discurso durante a 123ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Discurso de despedida, balanço do mandato de S. Exa. e agradecimentos aos pares.

Autor
Reguffe (S/Partido - Sem Partido/DF)
Nome completo: José Antônio Machado Reguffe
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atividade Política, Saúde, Segurança Pública:
  • Discurso de despedida, balanço do mandato de S. Exa. e agradecimentos aos pares.
Aparteantes
Carlos Viana, Esperidião Amin, Izalci Lucas, Jorge Kajuru, Leila Barros, Marcos do Val, Plínio Valério, Rodrigo Cunha, Soraya Thronicke.
Publicação
Publicação no DSF de 21/12/2022 - Página 63
Assuntos
Outros > Atividade Política
Política Social > Saúde
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Indexação
  • DISCURSO, DESPEDIDA, ORADOR, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, QUALIDADE, SENADOR.
  • DISCURSO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, DESTINAÇÃO, RECURSOS PUBLICOS, SAUDE PUBLICA, DISTRITO FEDERAL (DF), EMENDA, ORÇAMENTO, ASSINATURA, SOLICITAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, EXERCICIO, FISCALIZAÇÃO, LEGISLATIVO.

    O SR. REGUFFE (S/Partido - DF. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, despedida não é algo fácil em nenhum momento da vida. Este momento – e eu fiz deste mandato uma trajetória exercida com toda dignidade, com muita dedicação e muita luta – não é fácil.

    Quero aqui, em primeiro lugar, agradecer pelas várias mensagens carinhosas no celular e no e-mail a todas as pessoas que me mandaram um abraço e uma mensagem carinhosa.

    Queria dizer que a minha trajetória não foi fácil. Ninguém me deu isso gratuitamente. Eu levei três eleições para conseguir ter um mandato de Deputado Distrital – perdi a primeira, perdi a segunda, só ganhei na minha terceira eleição para Deputado Distrital, justamente para entrar na política da forma mais digna e honesta com que uma pessoa pode entrar.

    Nos meus mandatos, como Deputado Distrital, Deputado Federal e Senador, eu honrei e cumpri tudo o que escrevi nos meus panfletos de campanha – como Distrital, Federal e Senador. Eu sempre digo que as pessoas podem me criticar por qualquer coisa, menos por uma: nos meus mandatos, eu honrei e cumpri tudo o que escrevi nos meus panfletos de campanha, ponto por ponto, sem exceção.

    Apresentei aqui no Senado 11 PECs e 55 projetos. Aprovei seis, e todos relevantes, incluindo o Projeto de Lei 6.330, de 2019, que garantia tratamento de quimioterapia oral para pacientes com câncer, projeto aprovado pelo Senado; depois, com muita luta, aprovado pela Câmara dos Deputados; vetado pela Presidência da República; derrubado o veto aqui no Senado; por 23 votos apenas, não conseguimos derrubar o veto na Câmara dos Deputados; mas, depois disso, o Governo editou uma medida provisória reconhecendo o mérito dele, não chegando ao que eu gostaria, mas já melhorando, estipulando seis meses de prazo máximo para a ANS decidir sobre um medicamento que tinha sido aprovado pela Anvisa, ou seja, um projeto que gerou uma medida provisória. Ninguém tocava nesse tema que hoje beneficia milhares de pacientes com câncer.

    Fui o Parlamentar do Distrito Federal, incluindo os três Senadores e os oito Deputados Federais, que mais destinou recursos para a saúde pública do Distrito Federal nas emendas ao orçamento. Foram 92,310 milhões destinados para a saúde pública do Distrito Federal. Foram comprados equipamentos para diversos hospitais da rede pública. Foram comprados tomógrafos, ventiladores mecânicos, oxímetros, sistema de videoendoscopia. Foram comprados medicamentos para câncer, pacientes com câncer fizeram tratamento de quimioterapia oral na rede pública do Distrito Federal por uma emenda minha. Hoje há pacientes fazendo tratamento de quimioterapia oral na rede pública por uma emenda minha.

    Destinei recursos também para custeio da saúde, que é uma coisa para a qual as pessoas não destinam normalmente; para aquisição de ambulâncias. Foram compradas 14 ambulâncias para o Samu aqui para o Distrito Federal e agora mais quatro de UTI móvel para a rede pública de saúde. Foram R$92,310 milhões destinados apenas para a saúde do Distrito Federal.

    Nem sempre essa informação chega às pessoas, nem sempre a imprensa divulga tudo. Destinei recursos também para a construção de escolas, para reforma de escolas públicas, porque político, às vezes, gosta de destinar dinheiro só para construir, para ter o nome lá, e esquece de destinar para manter, para reformar; destinei recursos também para reforma de escolas públicas.

    Destinei recursos também para o aparelhamento das polícias militar e civil, para compra de viaturas de resgate e salvamento para o Corpo de Bombeiros. Fiz diversas emendas e requerimentos ao longo do meu mandato.

    Também tentei dar um exemplo de economia. Abri mão dos salários extras a que os Senadores ainda têm direito, da verba indenizatória, da aposentadoria especial de parlamentar. Estou saindo da política, estou saindo da política e só vou ter direito ao INSS na minha vida. Abri mão do plano de saúde vitalício dos Senadores e estou saindo da política também sem ter direito ao plano de saúde. Tudo em caráter irrevogável, nem que eu queira posso voltar atrás. Abri mão do carro oficial, da cota de gasolina, reduzi o número de assessores no meu gabinete de 55 para apenas 9. Economizei sozinho, só com essas medidas, mais de R$16,7 milhões aos cofres públicos. A tese que eu defendo e que eu pratico e pratiquei ao longo dos meus mandatos é de que o mandato parlamentar pode ser de qualidade e exercido com dignidade, custando menos ao contribuinte.

    Tive aqui também 100% de presença, sem faltar a uma única sessão deliberativa em toda essa legislatura. Apenas dois parlamentares têm esses 100% de presença, e eu sou um deles.

    Sempre pautei meu voto pensando no que era melhor para a sociedade, sem pensar se aquilo iria beneficiar ou prejudicar um governo. Nunca usei meu mandato para prejudicar governo nenhum ou para o país ou o Distrito Federal não darem certo. Sempre li os projetos, analisei o mérito de cada proposição e fiz a reflexão se aquilo era bom ou ruim para a população. E aí dava o meu voto, sempre pensando no que era melhor para a sociedade.

    Assinei pedidos de investigação em todos os Governos aqui. Nunca obstaculizei uma investigação porque é papel também do Senado Federal, do Poder Legislativo, fiscalizar. E assim eu agi na Presidência da CTFC desta Casa botando tudo em votação, limpando a pauta. O que chegava eu votava, podia ser requerimento da oposição de convocação de Ministro, podia ser requerimento da situação, de Senadores independentes. Coloquei tudo em votação, como acho que é o papel de um magistrado na Presidência de uma Comissão.

    Esse é um até breve. E a lágrima que sai do meu coração é a mesma que irriga o jardim verde da esperança de dias melhores para o Distrito Federal, que eu tanto amo, e que eu tive o orgulho de representar como Deputado Distrital, Federal e Senador, e do Brasil, porque eu acredito em dias melhores. E acredito que isso muda com cada um fazendo a sua parte. E foi isso que eu fiz ao longo dos meus mandatos.

    Aprendi, com meu falecido pai, que o ser humano não mostra quem ele é no seu verbo, no jeito como ele fala, que o ser humano mostra como ele é nas suas atitudes, na forma como ele age, e foi isso que eu tentei fazer ao longo dos meus mandatos: honrar tudo a que eu me comprometi com os meus eleitores.

    Estou dando esse até breve da política, saindo da política podendo dizer isso, de boca cheia: honrei tudo o que eu escrevi nos meus panfletos de campanha. Se pegarem meu panfleto de campanha e meu mandato, meus mantados são uma cópia, são cópias dos meus panfletos de campanha.

    Quero dizer àqueles que me assistem que eu ouço muito nas ruas as pessoas criminalizando a política, e esse é um grande mal que a sociedade pode fazer a ela mesma. Nós devemos criticar com contundência a má política, lutar pela boa política, mas não criminalizar a política. Esse não é um caminho bom para o futuro de uma sociedade. Nós temos que melhorar a política, reformá-la, criticar as más práticas e praticar a boa política, mas nunca criminalizar a política. A política é um instrumento importante para a gente melhorar a sociedade.

    Eu me orgulho de ter apresentado projetos relevantes, de ter destinado os recursos das emendas ao orçamento com critério, seriedade e consciência da responsabilidade na destinação de cada centavo desse dinheiro que é o dinheiro do contribuinte, priorizando o que precisa ser priorizado.

    Para encerrar, um agradecimento aqui, primeiro à minha equipe, do gabinete, por toda a dedicação. Sei que eu sou um chefe, às vezes, muito exigente. Queria agradecer também a todos os funcionários do Senado Federal, também pela dedicação e pela forma carinhosa com que sempre me trataram. Queria agradecer aos Senadores, a cada um dos senhores e das senhoras. Esse convívio democrático é muito importante, cada um colocando o que pensa, defendendo, muitas vezes, o contraditório.

    Peço desculpas se, em algum momento, eu magoei alguém ao longo não só deste mandato, mas de toda a minha trajetória; foi sempre tentando fazer o melhor para a nossa sociedade, o melhor para o interesse público com "P" maiúsculo, porque eu acho que é para isto que serve a política: para representar as pessoas de verdade e de fato.

    Um feliz Natal a todos. Muito obrigado a cada um dos 826.576 eleitores que votaram em mim para o Senado Federal. Fiz o que podia, o meu melhor, numa Casa que é coletiva, mas fiz tudo, todos os dias, para honrar cada um de vocês de verdade, de coração e com toda a dignidade e decência.

    Muito obrigado.

(Durante o discurso do Sr. Reguffe, o Sr. Rodrigo Pacheco, Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Veneziano Vital do Rêgo, 1º Vice-Presidente.)

    O SR. CARLOS VIANA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MG) – Pela ordem, Sr. Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Senador Reguffe, V. Exa. há de permitir, evidentemente, os pronunciamentos em respeito a este instante que esta Casa está vivenciando, de companheiros seus que querem se despedir de V. Exa.

    Pela ordem, Senador Esperidião Amin. Em seguida, Senadora Soraya, Líder; e, como V. Exa., representante do Distrito Federal, o Senador Izalci Lucas.

    Senador Esperidião Amin.

    O Sr. Esperidião Amin (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para apartear. Por videoconferência.) – Pois não.

    Presidente, eu fiquei devendo um até logo e uma saudação ao Senador Acir e gostaria de aproveitar este momento para dar um até breve também para o Senador Acir Gurgacz, que foi um exemplar companheiro de Senado e Presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.

    Mas quero dirigir uma palavra, neste momento, ao meu prezado amigo, Senador Reguffe. Costumo dizer sempre que ele teve o melhor pedaço da infância dele aqui, no litoral catarinense, quando o seu pai cumpriu missão oficial da Marinha brasileira. Tenho pelo Senador Reguffe uma admiração muito especial pelo seu jeito singelo, direto e honesto de encarar a política e de se constituir uma boa inspiração para todos nós.

    Como ele é muito mais moço do que eu, quero lhe desejar um até breve, e que as suas baterias do ideal sejam carregadas neste Natal, na reflexão do Natal e do começo de ano, para que nunca desista da atividade pública, porque, como ele mesmo lembrou, apesar daqueles que criminalizam a política, é a política que pode melhorar o nosso país através das alavancas mas apropriadas, especialmente a da educação e da busca da justiça social.

    Feliz Natal e um inspirado ano novo para você.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Senadora Soraya Thronicke.

    A Sra. Soraya Thronicke (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MS. Para apartear. Por videoconferência.) – Sr. Presidente, eu gostaria também – fiquei aqui devendo, porque precisei me ausentar por uns minutos – de dar um abraço aqui de longe para o Senador Acir Gurgacz, que também deixa o Senado Federal nesse momento e de dizer a ele o quanto eu o admiro e o tanto que ele foi importante ali na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, uma pessoa que trabalha com bastante afinco, delibera e coloca a gente para trabalhar. Senador Acir, muito obrigada pela convivência.

    E ao meu amigo Reguffe, de quem eu sempre fui fã; fã do seu trabalho, fã do seu mandato. Quando eu cheguei ao Senado Federal, já era uma seguidora sua. Sempre te admirei muito. Posteriormente você veio para o meu partido e nos tornamos correligionários. Para mim, foi uma grande honra conviver contigo. Lamento a sua ausência da política nesse momento. Nem o Distrito Federal e nem o Brasil merecem isso, principalmente porque você sequer chegou a ir para as urnas. O embate foi anterior, foi no momento ainda partidário. Então, eu lamento demais.

    E quero exaltar aqui a sua capacidade de agregar. Agregou muito porque, quando estava formando a nossa chapa do União Brasil do Distrito Federal, você trouxe mulheres incríveis, maravilhosas, como a Maria Paula, como Sandra Faraj, como tantas outras que, se eu começar a nomear aqui, eu vou começar até a chorar, porque nós não conseguimos eleger nenhuma delas infelizmente – infelizmente. Então, o Distrito Federal sequer sabe o que poderia ganhar, então perde ainda mais.

    Mas, enfim, a vida é cíclica, um dia a gente ganha, um dia a gente perde. A gente tem que saber perder. Você não sai perdendo de forma nenhuma. Quem está perdendo somos nós.

    Então, só lhe peço...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Soraya Thronicke (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MS. Por videoconferência.) – ... diante da proximidade da sua casa com o Senado Federal, que você não suma, meu amigo. A sua importância dentro da política vai continuar. Para tudo que você quiser e você sonhar também o meu gabinete está de portas abertas.

    E desejo que neste momento agora... De repente, você vai até entrar em um momento sabático, não sei; mas, às vezes, quando uma porta está se fechando – que não foi o caso, não foi da sua escolha, mas, enfim –, outras quantas se abrem.

    Então, meu amigo, sinta aí... Hoje eu não estou aí de corpo presente, mas estou aqui mandando aquele abraço para você. Nós vamos nos ver ainda antes do final do ano. Saiba da minha admiração, do meu carinho. E aguardo você, logo mais, novamente aqui, você que teria condições de ser Governador do Distrito Federal. Tomara que repense, que recobre as suas forças, traga aquele time de volta. E vamos juntos! Eu quero te ajudar no próximo pleito.

    Um abraço, muito obrigada.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senadora Soraya Thronicke.

    Senador Izalci Lucas. Em seguida, Senadora Leila, Senador Marcos do Val, Senador Rogério Carvalho.

    O Sr. Izalci Lucas (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF. Para apartear.) – Presidente, eu quero, primeiro, Senador Reguffe, dizer da minha alegria de poder ter convivido contigo na política, eu que o acompanho desde o seu mandato de Deputado Distrital. Disputamos a primeira eleição juntos em 1998, faz algum tempo, e acompanhei toda a sua trajetória.

    E, de fato, quero aqui reafirmar e confirmar tudo que você disse, principalmente com relação aos seus compromissos. Acho que, em nenhum mandato, nem de Distrital, nem de Federal e muito menos de Senador, você deixou de cumprir aquilo que você prometeu, escreveu nas suas propostas.

    Quero aqui também ressaltar a importância do seu trabalho com relação ao Distrito Federal nosso. Acho que a Senadora Leila também é testemunha do seu trabalho e do desempenho na defesa do Distrito Federal, de uma forma muito especial, na área de saúde. V. Exa. realmente sempre se preocupou com a área de saúde, dedicando-se muito a ela. Está aí o exemplo de quando, ainda como Federal, V. Exa. indicou e sugeriu que nós dedicássemos toda a emenda de bancada para a construção do hospital do câncer, que é um tema que V. Exa. sempre defendeu.

    Eu quero dizer da minha alegria, mas da tristeza também pela sua saída e pela forma também como saiu. V. Exa. poderia, sim, ter disputado essa eleição. Brasília perde com isso, mas tenho certeza de que é o que você disse: até logo. Logo, logo, estaremos juntos. Passa muito rápido. E não necessariamente a gente pode fazer algo somente com mandato, o que V. Exa. já fez, inclusive. Antes de ser Deputado Distrital, já fazia muito no programa, nas atividades fora da política.

    Quero continuar seu amigo, parceiro. Tenho certeza de que Brasília vai continuar contando com V. Exa.

    Precisamos, de fato, mudar...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Izalci Lucas (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) – ... a realidade das pessoas que estão sofrendo muito aqui, no Distrito Federal.

    Quero parabenizá-lo e desejar a todos, mas, de uma forma especial, a V. Exa., um feliz Natal e um 2023 com muita saúde, muita paz e muito ânimo!

    Que a gente possa continuar juntos defendendo Brasília, o Distrito Federal e o Brasil.

    Parabéns pelo trabalho de V. Exa.!

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Izalci.

    Convido S. Exa. a Senadora Leila Barros, companheira de bancada do Senador Reguffe. Senadora Leila.

    A Sra. Leila Barros (PDT/PDT - DF. Para apartear. Por videoconferência.) – Oi, Sr. Presidente.

    Hoje o dia amanheceu mais triste. É engraçado, de repente, olhar o Reguffe no Plenário se despedindo... Reguffe, eu acho que a política está dentro de você, e você e a política... Eu acho que é só uma coisa... É difícil para mim, neste momento, me despedir, mas vou dizer até logo.

    Eu me lembro do meu primeiro dia no Senado, na votação para Presidente. Acho que você recebeu seis votos, e um deles foi meu, com a convicção plena de que eu estava votando em uma pessoa que era e sempre foi uma grande referência para mim na política. Aprendi muito com você, muito mesmo!

    É até logo, porque é muito duro ver Brasília não tendo você aqui com a gente, representando toda a sua força, tudo que você significa como pessoa, como ser humano, como exemplo mesmo.

    Como o próprio Izalci falou, nós somos testemunhas mesmo de que tudo que você falou, de que tudo que você prometeu você cumpriu. Você cumpriu com muita dignidade!

    Eu gostaria de dizer a você muito obrigada por tudo. Vou lhe dizer até logo, porque a gente vai estar juntos nesta batalha, construindo, ajudando a cidade, mas, acima de tudo, sempre, sempre, tocando em frente a nossa amizade, o nosso respeito. Você sabe...

    Eu sei que, algumas vezes, você ficou chateado por, algumas vezes, ter faltado de mim o que você esperou, que era uma palavra de conforto, que, de repente, era um ombro... E você sabe das minhas lutas, da minha personalidade, mas nunca faltou...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Leila Barros (PDT/PDT - DF. Por videoconferência.) – ... por você a minha admiração, o meu carinho. Eu quero te agradecer por tudo. Certamente, Izalci também. Você foi muito especial, um grande companheiro e vai fazer muita falta para nós nesses próximos quatro anos aí, que não serão fáceis para nós na Casa. Está bom? Eu quero dizer que eu amo você – viu? –, com todo o carinho do mundo. Que você seja muito feliz nas suas escolhas, e a gente vai estar junto.

    Aproveito também, Sr. Presidente – desculpe-me a emoção –, para mandar um grande abraço para o Senador Acir Gurgacz, porque eu não tive oportunidade, companheiro de PDT, um cara que foi muito generoso, que fez excelente trabalho na Comissão de Agricultura.

    Enfim, Sr. Presidente, é um dia difícil para mim e acho que para todos nós. Tem sido dias difíceis, com a despedida da Nilda, da Rose, do Tasso, da Simone, enfim, e agora com esses dois gigantes aí da política que são o Reguffe e o Acir. É isso. A política é cíclica. Nós estamos Senadores, não o somos, e assim seguimos a vida.

    Gratidão, Reguffe, gratidão, Acir, por tudo! Beijo.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Um abraço, Senadora Leila Barros.

    Senador Marcos do Val. (Pausa.)

    Senador Marcos... (Pausa.)

    Senador Rogério Carvalho. (Pausa.)

    Senador Carlos Viana.

    O Sr. Carlos Viana (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MG. Para apartear.) – Obrigado, Presidente Veneziano.

    Senador Reguffe, primeiro quero dizer da alegria de ter convivido esses quatro anos e do aprendizado que tive com a sua pessoa, a sua simplicidade, a sua forma sempre firme de defender os seus ideais.

    Quero lhe contar aqui um caso, uma passagem particular até muito interessante: eu, no interior de Minas Gerais, visitando parentes, lá onde o Senador Esperidião Amin gosta de dizer que é reino de tutumumbuca, dos pequenos mosquitos, mas uma região de pessoas muito queridas, e uma prima ficou sabendo que eu estava lá visitando a cidade, foi até mim e falou assim: "Olha, Carlinhos [é como eles me chamam], há lá um Deputado de que eu sou fã e gostaria muito que o senhor mandasse um abraço para ele, porque eu vejo, falo... Ele tem um exemplo interessante de política e tal." Eu disse: "Não, está bem, está bem, mas quem é?". "Não, espera aí que eu vou saber aqui. O Senador 'engove', 'engufe'." (Risos.)

    Aí eu falei: "Não, é Reguffe." "É Reguffe, esse mesmo." Aí ela foi ao Facebook dela, tirou um post seu sobre como via a política. Olha isso, o tanto que seu trabalho foi reconhecido por todo o Brasil e que para mim serviu de exemplo também.

    Parabéns! Você é jovem, tem toda uma trajetória de vida. Isso aqui tudo é transitório. Disse bem a Leila: nós estamos políticos, estamos Senadores. A população nos deu esse tempo, e temos aqui de dar as nossas respostas, as nossas prestações de contas com transparência, com responsabilidade, como você fez todos esses anos. Parabéns! Desejo muito sucesso e prosperidade. E esteja sempre conosco aqui, porque, uma vez Senador, é sempre bem-vindo em meio aos Senadores. Parabéns, Reguffe!

(Soa a campainha.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Carlos Viana.

    Senador Marcos do Val.

    O Sr. Marcos do Val (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - ES. Para apartear. Por videoconferência.) – Boa tarde a todos.

    Eu não ia perder essa oportunidade para falar aí para o amigo Reguffe sobre aquele dia que nós tivemos... Ninguém faz ideia do que aconteceu dentro daquele seu gabinete num dia em que você estava muito preocupado em dar continuidade ao seu trabalho e se doar para a sociedade. E a Renata liga para mim dizendo que estava no seu gabinete e se eu podia ir até lá. E aí, quando eu chego lá, eu vi um brasileiro, um Parlamentar transtornado com a possibilidade de não poder contribuir com a sociedade, com quem o colocou aí. E isso me chamou muita atenção, muita atenção.

    Eu confesso – e já tenho falado até para alguns – que eu cheguei ao Senado com aquela ideia de que ninguém aí prestava. Cheguei achando que todo mundo era corrupto, que todo mundo queria tirar proveito, que todo mundo queria tirar seus benefícios, enfim. Quando eu aí estive, eu vi que realmente tinha brasileiro, sim, determinado em deixar um legado, não um mandato, e se doando completamente ao mandato, não fazendo algo para que ele possa ter aí, sei lá, um trampolim para outro projeto. Mas eu vi uma pessoa realmente desejando muito, mas muito a continuidade do mandato. Aquele dia foi um dia muito especial para mim, por exemplo, como uma grande lição de que realmente existem seres humanos que são iluminados.

    E o que para a gente pode ser uma derrota, às vezes, é um momento de subir para outro degrau, não é? Quem somos nós para questionar quais são os objetivos de Deus? Ora, abre porta; ora, fecha; mais ali na frente abre uma outra maior.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Marcos do Val (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - ES. Por videoconferência.) – Eu fiquei assim muito feliz até. Eu senti que você ficou numa posição como se tivesse que me contribuir, me ajudar de alguma outra forma. E eu falava: "Não, Reguffe, não se preocupe, porque só de estar vendo um brasileiro se doando tanto, com tanta disposição de ajudar o próximo...". Em momento algum você falou de você: falou de ajuda ao próximo. E ali foi uma grande lição para mim. Foi um momento muito emocionante para nós dois ali. Só eu, você e Renata soubemos ali o que nós passamos no seu gabinete. E fiquei feliz, assim, de conseguir ajudá-lo.

    E eu quero dizer, meu amigo, que, não só naquele momento, mas sempre – sempre! –, em toda a sua vida, você pode contar com este capixaba aqui. É só acionar para o que for preciso, estarei ao seu lado, ombreado – que é como a gente fala – para o que for preciso.

    É uma pena não ter você aí no Senado. Tem coisas que a gente questiona a sociedade, alguns erros, alguns acertos, e a gente fica: "Bom, se é assim que Deus quer, seja como Deus quiser, não é? Que seja feita a vontade Dele".

    E quatro anos voam. Eu não tenho dúvida de que nós vamos estar juntos novamente aí num período próximo. E é o que a nossa querida Leila falou: a política está em você. Você é um grande exemplo de político que desconstrói qualquer argumento que a sociedade e a imprensa criminalizam. Você é aquela pessoa que vem e desconstrói esses argumentos.

    Então, ficam aqui meu abraço, minha admiração, e você continua e continuará sendo um grande exemplo para mim.

    Obrigado, amigo! Fique com Deus, estamos juntos!

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado Senador Marcos do Val.

    Senador Plínio Valério e, em seguida, Senador Rodrigo Cunha.

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - AM. Para apartear.) – Meu amigo Reguffe, bendito o homem que honra seu compromisso e suas palavras, um homem que deixa a política, que deixa o mandato de cabeça erguida. E bendito o político que não tem vergonha de ser político. Isso tudo se enquadra no seu comportamento, no seu jeito de ser.

    Fizemos amizade, sou admirador do seu trabalho e vou sentir a sua falta. Lamento muito a força estranha que não deixou o senhor voltar aqui, mas acontece. E quatro anos passam muito rápido. Assim como você, meu amigo, eu também não tenho vergonha de ser político. Isto é legal: numa despedida, de cabeça erguida, consciência tranquila, peito lavado, você poder dizer tudo o que quer, o que cumpriu, o que fez. Portanto, eu não vou me despedir. Eu vou... Acho que é até breve. Você vai estar por aqui conosco e eu vou continuar aprendendo com você. Seja feliz nessa nova vida, mas volte, porque você faz muita falta para a gente, amigo.

    Um abraço para o Acir. Eu não estive aqui na despedida do Acir, Presidente. Quero mandar um abraço a ele e dizer a mesma coisa: que na política não tem morte, na política ninguém mata, ninguém morre. Na política a gente vence e perde eleições. Assim é a vida. Eu sei que os dois estarão de volta logo.

    Obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Agradecido, Senador Plínio Valério.

    Senador Rodrigo Cunha, por gentileza.

    O Sr. Rodrigo Cunha (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - AL. Para apartear.) – Sr. Presidente, eu tenho a alegria de estar aqui no Senado e ser colega do Senador Reguffe.

    Senador Reguffe, por várias vezes, eu disse o quanto V. Exa. é importante para inspirar novas gerações a entrar na política. Ouvi o discurso de V. Exa. em que mencionou que sempre buscou dedicar os recursos e suas emendas para a saúde, não buscando colocar uma placa em uma obra, mas, sim, melhorar a vida das pessoas – é algo intangível, mas é algo que V. Exa. deixa como legado.

    A saúde é uma das suas pautas, sem dúvida nenhuma. V. Exa. mencionou aqui um medicamento para o câncer, para ajudar a amenizar os efeitos danosos do câncer, cuja discussão no Brasil foi uma conquista de V. Exa., mas eu quero trazer outro assunto de que V. Exa., há muito tempo, trata com grande propriedade que é a questão da tributação dos medicamentos. V. Exa. sabe que tem medicamento no país cuja carga tributária ultrapassa 35%. E ninguém compra um medicamento se não estiver precisando dele. Então, essa é uma causa que eu e o Brasil inteiro já ouvimos de V. Exa.

    Ouvi de V. Exa. também vários e vários outros assuntos, entre os quais a reforma política tão necessária e também essa discussão sobre a reflexão de o que é política, que as pessoas confundem. O seu exemplo é o mais claro disto: a política é diferente do político. Então, quem persegue a política, quem demoniza a política está errado. Tem que saber diferenciar um e outro. Do político, se você não gosta, você o troca, mas a política é necessária.

    E V. Exa. foi, durante todos esses quatro anos em que eu estive acompanhando de perto...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Rodrigo Cunha (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - AL) – ... alguém que eu já acompanhava de longe, que serviu de inspiração para mim também dentro da política, desde suas caminhadas pela Raps, em São Paulo, pelo Brasil inteiro, até seus posicionamentos como Deputado Distrital, que chegou em Minas Gerais – como nosso Senador Carlos Viana falou –, como chegou em Arapiraca, onde eu vivi a minha vida inteira.

    Então, é disto que nós somos feitos: de pessoas que podem levar a política para o bem ou para o mal. E V. Exa. a levou para o bem. Consegue deixar um legado em vida, reconhecido por isso. E a palavra que todos aqui mencionaram é a que eu quero deixar: seja feliz porque V. Exa. merece. Fique com Deus!

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Grato, Senador Rodrigo Cunha.

    Senador Jorge Kajuru.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO. Para apartear.) – Presidente, obrigado.

    Reguffe, eu penso que, ao gravar esta semana espontaneamente um vídeo para ti, para tua história, para o teu currículo, você disse que ficou emocionado, mas tudo que eu falei ali saiu de improviso, do meu coração, da minha alma.

    Não vou repeti-lo, porque lá o tempo foi maior para esse vídeo que você vai guardar para o resto da sua vida, tenho certeza. Aqui normalmente não tem a mesma audiência das redes sociais, tanto as suas como as minhas, mas os exemplos que você deixou nesta Casa vão ficar por muito tempo, até para uma outra vida vão lembrar de você. Não tenha dúvida, não só eleitores; Parlamentares vão lembrar de tudo que você fez aqui, da maneira educada até para discordar e, discordando, você nunca desqualificou nenhum colega aqui. Então, por essa e outras razões ninguém pode manchá-lo em nada, até porque do ponto de vista moral insofismavelmente você não tem rigorosamente nenhuma mancha. A parte "chiqueiral" que existe – para mim hoje, graças a Deus, pequena no Senado, maior na Câmara –, dessa parte "chiqueiral", você sai daqui sem levar nem o cheiro, você sai limpinho para voltar daqui a quatro anos para o Distrito Federal poder votar em você da maneira como quiser se candidatar.

    Foi muito triste! Você, Alvaro, Kátia e Lasier são nomes que não poderiam estar fora daqui. Eu fico pensando nos novos Senadores que vão chegar. Eu vou recebê-los com carinho, eu não tenho problema com nenhum. O único que eu quero que não me cumprimente, porque ele ficará com a mão no ar, é aquele lusco-fusco do Sergio Moro, pelo que ele fez com o Alvaro Dias no que tange à traição, que é algo mais nojento que existe na humanidade.

    Deus te abençoe! Cabeça erguida. Esta Casa está pronta para te receber e para receber, especialmente, cada exemplo seu nesse período todo aqui.

    Muito obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Senador Reguffe.

    O SR. REGUFFE (S/Partido - DF) – Eu queria agradecer do fundo do meu coração as palavras de cada um de vocês.

    Quero agradecer ao Distrito Federal as oportunidades que me deu de ter sido Distrital, Federal e Senador e dizer que eu tentei cumprir essa missão, porque é uma missão para mim, com toda dignidade, honestidade, decência e honrando tudo com o que eu me comprometi nas minhas campanhas.

    Muito obrigado a todos. Muito obrigado a todos os eleitores por todas as mensagens, por todos os e-mails, por todo carinho.

    Um feliz Natal a todos, muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/12/2022 - Página 63