Questão de Ordem durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Questão de Ordem suscitada pelo Senador Omar Aziz para que seja criada uma Comissão de Senadores e Senadoras com a finalidade de acompanhar as investigações em relação aos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro, de 2023, quando a sede do senado federal foi invadida e depredada.

Autor
Omar Aziz (PSD - Partido Social Democrático/AM)
Nome completo: Omar José Abdel Aziz
Casa
Senado Federal
Tipo
Questão de Ordem
Resumo por assunto
Atuação do Senado Federal:
  • Questão de Ordem suscitada pelo Senador Omar Aziz para que seja criada uma Comissão de Senadores e Senadoras com a finalidade de acompanhar as investigações em relação aos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro, de 2023, quando a sede do senado federal foi invadida e depredada.
Publicação
Publicação no DSF de 11/01/2023 - Página 9
Assunto
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, OMAR AZIZ, QUESTÃO DE ORDEM, CRIAÇÃO, COMISSÃO, SENADOR, ACOMPANHAMENTO, INVESTIGAÇÃO, ATO, CRIME, INVASÃO, DEPREDAÇÃO, SEDE, SENADO.

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - AM. Para questão de ordem.) – Eu conversei há pouco com V. Exa. e com alguns outros Senadores, como o Senador Eduardo Braga, o Senador Renan, os que chegamos primeiro aqui. Sugeri a V. Exa. uma Comissão de Senadores, sugerindo alguns nomes, para que acompanhem as investigações. O Senador Alessandro é Delegado de carreira, o Senador Contarato é Delegado de carreira, e eles podem acompanhar esses inquéritos e nos manter informados sobre aquelas pessoas que, em ato terrorista, depredaram os três Poderes. Estou sugerindo a Senadora Eliziane também. Eu acho que uma Comissão de cinco Senadores... E aí são sugestões a serem acatadas pelo Plenário, é lógico.

    O dia 8 é uma data para não ser esquecida, Sr. Presidente. Não é uma data como aquelas que as pessoas dizem: "Ah, vamos esquecer". Dia 8 de janeiro de 2023 é uma data para ser lembrada daqui a cem anos. Nunca aconteceu isso!

    Ontem, numa reunião de Líderes, eu dizia que participei em 1984... Eu era militante, nós viemos para Brasília – e o General Newton Cruz tinha fechado Brasília – para a votação, na Câmara, para as Diretas Já. Saímos derrotados naquele dia. Foi uma derrota, porque a população brasileira pedia Diretas Já, foi às ruas pedir Diretas Já, pacificamente. Até o saudoso Leonel Brizola dizia, à época, que o Rio de Janeiro, quando fizesse o comício pelas Diretas Já, ia enterrar as indiretas. E assim aconteceu no Brasil todo, aconteceu no meu estado, no Amazonas. Infelizmente, viemos aqui – muitos acompanharam, alguns têm lembrança disto – e perdemos na votação, porque a Câmara naquele momento votou contra as Diretas Já...

(Soa a campainha.)

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - AM) – Não se quebrou sequer um cinzeiro! Saímos daqui derrotamos, mas fomos trabalhando. Em 1985, indiretamente, o saudoso Tancredo Neves foi eleito Presidente. Ele não pôde assumir, e assumiu o Presidente Sarney, que honrou todos os compromissos assumidos pelo Tancredo. Diga-se de passagem, o Presidente Sarney honrou todos os compromissos com os partidos que o apoiaram na eleição indireta. Pode-se fazer alguma reclamação, mas consolidou, negociou. O Presidente Figueiredo, da mesma forma como agora o Jair Bolsonaro, não quis passar a faixa ao José Sarney. Ficou aquele clima de instabilidade que o Brasil viveu durante anos.

    Agora, isso não aconteceu no dia 8. Isso vem de antes, Srs. Senadores e Sras. Senadoras. Isso vem da criminalização dos políticos. Muitos magistrados cruzaram os braços e disseram: "Não é conosco". É aquela...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - AM) – ... ao contrário. Primeiro, foram a Câmara e o Senado criminalizados, com heróis criminalizando os políticos. Depois, não satisfeitos, chegou um personagem – porque aquilo só pode ser chamado de personagem – como Presidente e atacou o Judiciário da forma como atacou. E deu no que deu.

    É o momento de a gente mostrar que a democracia está em pé. E não são vândalos, terroristas que vão derrubar a democracia.

    Nós não temos o que temer. Nós temos é que manter a cabeça em pé e trabalhar pelo Brasil. O Brasil precisa do nosso trabalho, do trabalho do Presidente Lula, que se elegeu.

    E aí eu não vou sair em defesa, mas quero dizer que...

(Soa a campainha.)

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - AM) – ... o Ministro da Defesa não tem força policial. Querer agora imputar ao Ministro Flávio Dino a responsabilidade sobre o que aconteceu em Brasília é a gente querer arranjar justificativa. E não dá para justificar os atos que aconteceram dia 8.

    Por isso, a minha sugestão são duas. Que o dia 8 não seja esquecido, 8 de janeiro de 2023. Que o Senado possa tornar essa data um símbolo da resistência e parabenizar os servidores da segurança que tentaram de todas as formas, sozinhos, impedir que fossem depredados o Senado Federal e a Câmara Federal. Infelizmente, isso não pôde ser feito. E quero sugerir a V. Exa. que crie uma Comissão de Senadores e Senadoras para que acompanhe as investigações que estão sendo feitas, porque agora não vai ser que nem a Comissão da Verdade: que nós vamos deixar para trás. Nós temos que punir, seja quem for, seja...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - AM) – ... do meu estado que financiou isso ou quem tem estrelas nos ombros que está por trás também disso. Sem medo! É enfrentar a verdade e colocar a verdade de quem está por trás disso. Não é só um capitão que está na Flórida, tem outras pessoas também envolvidas e envolvidas muito fortemente.

    Por isso, eu peço que esses Senadores e Senadoras possam acompanhar essa investigação e tragam nomes.

    O Ministro Flávio Dino, ontem, disse o seguinte: "Nós temos aí já em dez estados". Ministro, o senhor tem que dar nomes, tem que acabar com esse negócio de achar que o senhor tem que ficar sabendo. Não o estou acusando de absolutamente nada. Acho que quem tem menos culpa nessa história é o Ministro Flávio Dino – vamos deixar claro. E eu não vou entrar aqui no mérito dos responsáveis...

(Soa a campainha.)

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - AM) – ... mas entro no mérito daqueles que financiaram, que deram voz a isso.

    E, no ano passado, Sr. Presidente, tem um discurso meu aqui já denunciando que o Comandante Militar da Amazônia tinha cruzado os braços vendo aquela mixórdia que estava no Comando Militar da Amazônia, que é o símbolo da resistência das nossas fronteiras. Por aqueles militares que ficam nas fronteiras cuidando das nossas fronteiras, nós temos que ter todo o respeito; não podemos ter respeito por aqueles que foram avacalhar o Comando Militar da Amazônia.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/01/2023 - Página 9