Pela ordem durante a Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Repúdio à fala preconceituosa proferida por um Vereador do Município de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, referindo-se de forma desrespeitosa e odiosa a trabalhadores nordestinos vítimas de trabalho análogo à escravidão.

Autor
Omar Aziz (PSD - Partido Social Democrático/AM)
Nome completo: Omar José Abdel Aziz
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
Crime de Responsabilidade, Trabalho e Emprego:
  • Repúdio à fala preconceituosa proferida por um Vereador do Município de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, referindo-se de forma desrespeitosa e odiosa a trabalhadores nordestinos vítimas de trabalho análogo à escravidão.
Publicação
Publicação no DSF de 01/03/2023 - Página 64
Assuntos
Administração Pública > Agentes Públicos > Crime de Responsabilidade
Política Social > Trabalho e Emprego
Indexação
  • COMENTARIO, REPUDIO, PRONUNCIAMENTO, VEREADOR, MUNICIPIO, CAXIAS DO SUL (RS), REFERENCIA, DESRESPEITO, TRABALHADOR, REGIÃO NORDESTE, ESTADO DA BAHIA (BA), VITIMA, TRABALHO ESCRAVO.

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - AM. Pela ordem.) – Não tenha dúvida, Senador Otto Alencar, de que o povo baiano é um povo, primeiro, muito feliz, alegre e recepciona todo mundo bem. Veja as festas, agora, no Carnaval e como todo o Brasil estava lá.

    Primeiro, o Brasil nasceu na Bahia; o Brasil começa pela Bahia.

    Tenho certeza absoluta de que esse não é o pensamento do povo gaúcho. Não tenho dúvida nenhuma. Isso é um fato isolado, que nós temos que repudiar, como têm fatos isolados em outros estados brasileiros.

    Mas toda a nossa solidariedade, primeiro, a essas pessoas que saíram dos seus estados e que estão em todos os estados brasileiros, tentando construir uma vida melhor, tentando trabalhar, tentando fazer o melhor.

    São Paulo acolheu o Nordeste. O Rio de Janeiro acolheu. Outros estados acolheram. No meu estado, os soldados da borracha foram os grandes heróis, na década de 40, quando o Amazonas era o maior produtor de borracha e feito por nordestinos.

    Da mesma forma, os estados do Norte receberam gaúchos, catarinenses, mato-grossenses, mineiros, que foram para o Norte. E, lá, foram bem recebidos, para tentar ganhar a vida, como o pai do nosso Presidente Rodrigo Pacheco, que foi para Rondônia. E, lá, nasceu o atual Presidente. Lógico, está em Minas, tem a história política em Minas, mas nasceu em Rondônia, no Estado de Rondônia.

    O Jayme conhece bem, governou o seu estado e sabe da importância que têm os nordestinos para o Brasil, principalmente a Bahia, o berço do Brasil, onde nasce o Brasil, de onde vem uma cultura excepcional, respeitada por todos nós.

    Mas esses fatos isolados, infelizmente, existem. Existem, sim, separatistas. Existe, sim, esse tipo de pensamento, infelizmente.

    E muitos deles, hoje em dia, Senador Otto, nos últimos anos, potencializados por quem presidia este País, fazendo uma divisão clara. Havia posicionamentos da mais alta autoridade brasileira em relação às brincadeiras com os nordestinos, com pessoas de cor. Isso foi potencializado. Quando se potencializa e quando uma pessoa vê a mais alta autoridade do país falando isso, é lógico que o pessoal também se sente no direito de achar que pode fazer esse tipo de coisa.

    Nossa solidariedade total ao povo baiano e, tenha a certeza, o repúdio a um fato isolado, de uma pessoa que mora no Rio Grande do Sul e que, infelizmente, se posiciona dessa forma. Eu tenho certeza de que há negros, há nordestinos e há nortistas morando lá e que ajudaram a fazer aquele estado ser o que é o Rio Grande do Sul hoje.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/03/2023 - Página 64