Discurso durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Discurso em Sessão Solene destinada a homenagear Ruy Barbosa, patrono do Senado Federal.

Autor
José Medeiros (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Jose Antonio dos Santos Medeiros
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Discurso em Sessão Solene destinada a homenagear Ruy Barbosa, patrono do Senado Federal.
Publicação
Publicação no DCN de 02/03/2023 - Página 21
Assunto
Honorífico > Homenagem
Indexação
  • DISCURSO, SESSÃO SOLENE, HOMENAGEM POSTUMA, CENTENARIO, MORTE, RUY BARBOSA, ADVOGADO, JURISTA, POLITICO, PATRONO, SENADO.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT. Para discursar. Sem revisão do orador.) – Eu cumprimento a todos neste recinto.

    Quero parabenizá-lo por tornar histórica esta data, por homenagear esse grande brasileiro, um dos pilares de sustentação deste país.

    Quero registrar aqui a presença também desse grande brasileiro que está aqui na mesa, que nos honra com sua presença, o Presidente José Sarney. É também histórica a sua passagem aqui por tantos anos em que ficou aqui nesta Casa.

    Ruy Barbosa é um dos pilares, como eu disse, da sociedade brasileira. Eu digo isso porque não só no direito, não só na economia, não só na política, mas em tantas outras áreas, ele está na consciência do popular, do popularesco. Quantas frases não estão aí, ditas como ditados, que são de Ruy Barbosa? E as pessoas falam e às vezes nem sabem. Por exemplo, querer é poder. "Se querer é poder, querer é vencer." Então tem: "A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua"; "A justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta", nos cursos de Direito a gente ouve muito isso. "O homem que não luta pelos seus direitos não merece viver"; "Justiça tardia não é mais do que injustiça institucionalizada". Quem nunca ouviu isso? Isso tudo é de Ruy Barbosa. E esta frase aqui, que no Exército é quase que um mantra: "O Exército pode passar 100 anos sem ser usado, mas não pode passar um minuto sem estar preparado.", de Ruy Barbosa. "A justiça pode irritar, porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna." E por aí vai.

    A sabedoria vasta dele é cantada em verso e prosa não é à toa, porque realmente era um grande brasileiro. E como todos os gênios, eu não sei, parece que isso é uma característica dos gênios, eles nunca são especialistas numa área só. Eles são especialistas em várias. Aí pode pegar Da Vinci, Newton e tantos outros. E você pega Ruy Barbosa, economia, direito, política e por aí vai.

    Se você pegar os seus biógrafos, há até certa dúvida entre eles se ele era um realista, se ele era idealista; alguns discutem isto: se ele era um homem realista, se era um idealista. E o fato é que ele era as duas coisas: era um brasileiro, Deputado Otto Alencar, que enxergava atrás dos montes, enxergava longe, portanto, um idealista, mas sem tirar os pés do chão. Ele foi criticado algumas vezes por o seu projeto de educação sugerir conceitos que ele tinha trazido de países mais desenvolvidos e criticavam-no por não considerar as realidades nacionais. Portanto, ele estava sendo um sujeito realista e, ao mesmo tempo, idealista. Enfim, esse brasileiro, além de ser um pilar, idealista, realista, um grande frasista, um gênio, ainda contribuiu muito para o Direito Constitucional...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco/PL - MT) – ... e para uma coisa muito importante: para a manutenção do tecido social, que, neste momento, é tão caro, Presidente Rodrigo Pacheco, e para o qual este Senado, que é a Casa dele, tem uma importância muito vital.

    Eu sinto que, neste momento, o Brasil está bem polarizado e precisa muito dos ideais de Ruy Barbosa de igualdade, de equidade, principalmente no tocante ao respeito às diferenças. Não pode um viés político massacrar outro sob pena de esgarçamento do tecido social. Nós precisamos que haja o equilíbrio, e Ruy Barbosa defendia isso com todas as forças.

    Viva Ruy Barbosa! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 02/03/2023 - Página 21