Discurso durante a Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Homenagem às mulheres agraciadas com o diploma Bertha Lutz por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem, Mulheres:
  • Homenagem às mulheres agraciadas com o diploma Bertha Lutz por ocasião do Dia Internacional da Mulher.
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2023 - Página 29
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Indexação
  • DISCURSO, HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MULHER, RECEBIMENTO, PREMIO, DIPLOMA, BERTHA LUTZ, DEFESA, IGUALDADE, GENERO, FEMINISMO, COMBATE, VIOLENCIA DOMESTICA.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – É a vida, não é? Por que será que o Kajuru é o primeiro homem a usar a tribuna no Dia Internacional da Mulher? E, dos sessenta e seis Senadores, só três se inscreveram para homenageá-las. Eu, o primeiro, para variar; Fabiano Contarato; e lá está Rogério Carvalho, só nós três.

    Bem, por que que eu subo? Porque, desculpem-me homens presentes, eu sou o Senador que mais ama as mulheres. Não há nenhuma dúvida disso. Desculpem a modéstia.

    Permitam-me aproveitar a oportunidade para fazer homenagens póstumas à minha mãe, merendeira de grupo escolar, que me criou com um salário mínimo e com toda a dignidade – nada me faltava, sou filho único –: D. Zezé. Lembro aqui Hebe Camargo, que nasceu neste 8 de março, há 94 anos, minha madrinha na televisão brasileira – isso vai sempre me honrar.

    Quero dizer a todos que, se na composição da população brasileira as mulheres são 52%, guardo tal relação na minha equipe de trabalho, em que a predominância é feminina. Eu tenho 25 assessores, 16 são mulheres, entre o gabinete de Brasília e o de Goiânia, ou seja, mais de 50%. Eu amo mulher, 24 horas por dia, ao meu lado, amando ou trabalhando.

    Tal fato é motivo também de orgulho, porque assim como várias ações voltadas para a mulher que desenvolvo em meu mandato por Goiás, foco principal de minha ação legislativa para o estado, consegui até agora seis hospitais da mulher, seis maternidades, o primeiro hospital do Brasil para mães de autistas e a maior policlínica de Goiás.

    Faço questão de destacar, ainda, que tenho neste Senado nove projetos de lei relacionados à defesa das mulheres contra a violência, que tem o meu absoluto repúdio. E aqui homenageio, minha irmã Leila, uma goiana chamada Ka Malaquias, um doce a minha Kamillinha, que sofreu agressão por várias vezes de seu "ex-companheiro", entre aspas, que este Senado vai estar contigo, Kamillinha, vai te proteger, vai te apoiar, especialmente a Bancada Feminina.

    Lutar pela igualdade de gênero é lutar pelo fortalecimento da democracia. Afinal, não existe democracia sem igualdade.

    Em homenagem a todas as mulheres, apresento aqui uma frase atribuída ao filósofo alemão Arthur Schopenhauer. Dizia ele: "A mulher é um efeito deslumbrante da natureza".

    Para concluir, eu quero aqui fazer algumas lembranças emocionantes de minha vida nesses anos todos. A minha madrinha Hebe Camargo fez, irmã Zenaide querida, uma homenagem a mim quando completei 30 anos de carreira. Sabe o que aconteceu, minha irmã Soraya Thronicke, minha onça preferida? Eu posso dizer, porque ela é minha amiga eu a amo e amo o marido dela, o César.

    Nesse momento de homenagem aos meus 30 anos de carreira, sabe quantas ex-mulheres minhas foram à festa? As onze com as quais eu casei – as onze –, seis delas com os maridos, que são meus amigos, bebem comigo, jogam xadrez comigo, e nós temos um encontro anual, porque eu nunca briguei com ex-mulher. Terminou, eu fiz o que eu podia fazer financeiramente, mesmo não tendo direito a dar nada a elas, mas eu sempre deixei alguma coisa, alguma lembrança, pelo meu caráter.

    Onze mulheres. Achei, Leila, que eu não teria a 12ª, o 12º amor, e ganhei – Anápolis, Goiás, me deu de presente – a Priscila, com quem eu vou viver como se fosse um arqueólogo, porque eu aprendi com o Vinicius de Moraes a saber amar, a fazer poema, a abrir porta do carro, a entregar flores. Já lhe entreguei flores demais, Leilinha. É verdade ou não?

    Bom, vou falar de Leila. Eu passei por um momento muito difícil – ainda passo na minha vida –, e só uma pessoa sabe desse meu segredo, porque é um sofrimento muito grande, eu não posso negar. Eu tive vontade até de me suicidar. Faço psicanálise com o Dr. Arnaldo Madruga. E a única pessoa que sabe desse meu segredo é a Leila, minha amiga irmã há trinta anos, uma mulher inigualável, de uma lealdade canina, de uma amizade profunda, que liga toda hora para saber como você está. Eu amo Leila de amor. Não é só amar, é amar de amor.

    Meu querido irmão, que eu também amo, Fabiano Contarato, nesses quatro anos de relacionamento aqui, você sabe o que eu lhe devo.

    Eu nunca usei o apartamento funcional do Senado por quatro anos. Morava num insalubre, uma kitnet de 35m². Pagava o aluguel.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – A Leila foi colocando para mim, praticamente exigindo, que, pela minha saúde, por alimentação, por tudo que eu passei nesses quatro anos em relação ao diabetes, em relação ao AVC – um AVC que eu sofri ao lado da Leila, sentado com ela, no dia 19 de novembro de 2019, aqui no Plenário... E eu acabei convencido pela Leila e por quem? Por ela, que ofereceu o apartamento dela, que falou: "Você vai morar lá, senão eu rompo com você". Sabe quem me ofereceu o apartamento dela? Simone Tebet. Ela. Olha que prazer eu tenho! Eu durmo num quarto com cheiro de honradez. Sou privilegiado! Sou privilegiado!

    Eu queria, para concluir, dizer...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – ... que Eliziane Gama é também especial da minha vida, no dia a dia. Quantas vezes ela calou a minha boca porque eu iria falar bobagem! Até porque eu falo muita bobagem mesmo. É por eu sou filho único. O mundo não aceitaria dois Kajurus. É óbvio demais. Então, essa é a importância de Eliziane na minha vida.

    Para concluir, eu abraço aqui uma primeira-dama que para mim o é, a Lu Alckmin. Eu fui dar um abraço nela. O marido dela é meu amigo pessoal, o Vice-Presidente Geraldo Alckmin. A Lu é uma mulher admirável também.

    E, para fechar de vez, ela não está aqui presente, mas eu vou oferecer a todas as mulheres do Brasil o que eu mais amo fazer, porque eu li mais do que eu vivi, não tenho culpa. Eu amo poemas. Amo poesias. Sou um frasista e vou oferecer, em nome de todas vocês, para a nossa Primeira-Dama, Janja...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – ... um pequeno poema, até porque eu sei que o Presidente Lula tem exímias qualidades, mas essa ele não tem: Lula nunca ofereceu um poema à mulher dele. Não sabe fazer isso, não é da praia dele. Então, Lula, eu vou fazer um por você, para ela, em nome de todas as mulheres: Janja, querida, o meu coração diz o que eu preciso. Basta o seu sorriso que eu serei feliz.

    Agradecidíssimo. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2023 - Página 29