Discurso durante a Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Cumprimentos às homenageadas com o diploma Bertha Lutz.

Autor
Augusta Brito (PT - Partido dos Trabalhadores/CE)
Nome completo: Augusta Brito de Paula
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem, Mulheres:
  • Cumprimentos às homenageadas com o diploma Bertha Lutz.
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2023 - Página 31
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Indexação
  • HOMENAGEM, MULHER, RECEBIMENTO, PREMIO, DIPLOMA, BERTHA LUTZ.

    A SRA. AUGUSTA BRITO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - CE. Para discursar.) – Bom dia a todas, bom dia a todos. Quero aqui primeiro cumprimentar a nossa Presidenta, a nossa Senadora Zenaide, na pessoa de quem eu cumprimento toda a mesa.

    Eu trouxe um discurso escrito, mas já vou abrir mão dele pela emoção desse momento, pelo dia significativo que é hoje estarmos aqui no Oito de Março. Eu, que vim lá do Ceará, que tenho uma trajetória de uma mulher na política – já fui Prefeita por dois mandatos, fui Deputada Estadual também por dois mandatos –, chegar até aqui no Senado e encontrar mulheres, como eu vejo aqui a Leila, que se emociona, que fala com propriedade do que sente, isso para mim já é muito valioso e já valeu muito a pena esse dia de hoje em perceber que nós temos aqui grandes Senadoras.

    E, nessa homenagem Bertha Lutz, eu quero aqui cumprimentar, na pessoa de Ilana, todas as homenageadas. Ela foi a primeira pessoa que me acolheu aqui dentro do Senado. Ela é essa mulher que vem e acolhe. Ela já me pegou, e eu já me senti totalmente parceira e incluída nesse cenário que, para mim, é totalmente ainda desconhecido, mas é um desafio bom, porque nós mulheres, quando entramos na política, entramos muito mais e com a certeza de que a gente pode mudar a vida de outras mulheres.

    Tenho certeza de que aqui, no depoimento da nossa querida Senadora Zenaide, ela falou que não quer mudar a vida dela em nada: já é médica formada, já tem uma profissão como todas as demais aqui, mas é através da política que a gente vê a real possibilidade de mudar a vida de outras pessoas, de outras mulheres, de outros filhos. Não estamos aqui com o propósito de mudar a vida dos nossos filhos, porque nós somos privilegiadas em poder ocupar esse espaço. Não que esse privilégio não dê toda a nossa competência e o nosso mérito, porque – eu vou citar aqui um exemplo – lá no Ceará, quando toda essa conjuntura política do nosso estado, em que nós temos o nosso grande líder Camilo Santana, hoje Ministro da Educação, que possibilitou que eu estivesse aqui hoje como suplente, assumindo o Senado. Isso tudo numa conjuntura de uma estrutura política que inclui homens e mulheres. Isso não é uma disputa de sexo, não é? A gente quer deixar sempre muito claro, e não precisaria a gente falar sobre isso, se fosse normal e natural, só que não é. Nós sabemos que, para a mulher chegar até aqui, ela está sendo julgada em todos os momentos sobre tudo: sobre o cabelo, sobre a unha, sobre a fala – se fala alto, se fala baixo, porque se fala baixo, é fraca; se fala alto, é doida; se chora, é desequilibrada. E aí a gente está aqui é para provar que a gente pode falar do jeito que a gente é: seja alto ou seja baixo, cada um tem o seu estilo. Isso não é um julgamento e uma determinação de ser: de uma mulher na política ter que ser igual a um homem ou ter que se comportar de uma forma que não seja o que nós somos na realidade.

    Então, eu estou aqui muito emocionada também, Leila, hoje pela possibilidade de entender a nossa responsabilidade: nós temos aí mais de 50% do eleitorado, enfim, e também da população de mulheres, e, aqui, no Senado, nós só temos 15 mulheres representando todo esse número de mulheres que têm que se sentir identificadas com esse mandato, que é nosso, que nós estamos tendo a oportunidade de ter. Então, a responsabilidade de cada Senadora aqui – eu me incluo, obviamente – é muito grande. Por isso que eu estou vindo lá do Ceará, trabalhando de manhã, de tarde e de noite, para fazer com que não só as cearenses – especialmente as cearenses...

(Soa a campainha.)

    A SRA. AUGUSTA BRITO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - CE) – ... se sintam representadas com esse mandato, que não é meu, mas que é nosso, que é de toda a sociedade, porque lá também me perguntaram, uma vez em uma entrevista, o que é que eu ia defender aqui no Senado, qual era a minha bandeira e o que eu iria fazer para as mulheres aqui no Senado, qual Comissão eu ia ocupar aqui no Senado. Aí eu disse assim: não existe uma Comissão específica, nenhum lugar e nenhum espaço que esteja determinado para mim, como essa aqui da Infância e Adolescência, quando eu era Deputada Estadual, porque todos os assuntos são de mulheres, porque tudo o que envolve a sociedade envolve a mulher, e essa possibilidade de participar aqui é o que eu quero construir.

    Eu quero aqui cumprimentar meu Líder lá da bancada, meu querido Fabiano Contarato. Eu dizia que queria participar da CCJ, queria participar das Comissões por onde passam todos os projetos, porque eu acho que o lugar...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    A SRA. AUGUSTA BRITO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - CE) – Concluindo, Concluindo.

    O lugar da mulher é exatamente onde se decide sobre as políticas públicas que não só falam sobre assuntos direcionados à extensão do nosso lar, ao cuidado, mas, sim, à extensão de tudo e de toda a sociedade.

    Então, eu quero aqui, dessa forma, dizer que o primeiro pronunciamento que eu faço é neste dia 8. Esperei este dia para ter essa simbologia, mas é de uma forma com que eu quero contar com todas e todos aqui, para que eu possa realmente fazer este mandato ser representativo para homens e mulheres e para a sociedade como um todo.

    Um grande abraço a essas mulheres, que são fortes, mas tem dia em que a gente não quer ser forte: a gente quer ser só simplesmente o que a gente é.

    Então, vivam as mulheres aqui do nosso país, vivam todos vocês!

    Muito obrigada pela oportunidade. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2023 - Página 31