Discurso durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à existência de um navio de guerra iraniano aportado no Rio de Janeiro.

Defesa da instalação de CPMI destinada a investigar os atos ocorridos no último 8 de janeiro. Registro da visita da Presidente do STF, Ministra Rosa Weber, acompanhada do Ministro Alexandre de Moraes, à Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como “Colmeia”. Necessidade de respeito à livre manifestação de opiniões.

Leitura de texto sobre a origem da pandemia de Covid-19 e suas consequências.

Manifestação favorável ao agronegócio e de repúdio às invasões de terras produtivas.

Preocupação com as consequências para o turismo brasileiro diante de uma retaliação supostamente ideológica por parte do Governo brasileiro.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Relações Internacionais:
  • Críticas à existência de um navio de guerra iraniano aportado no Rio de Janeiro.
Segurança Pública:
  • Defesa da instalação de CPMI destinada a investigar os atos ocorridos no último 8 de janeiro. Registro da visita da Presidente do STF, Ministra Rosa Weber, acompanhada do Ministro Alexandre de Moraes, à Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como “Colmeia”. Necessidade de respeito à livre manifestação de opiniões.
Saúde:
  • Leitura de texto sobre a origem da pandemia de Covid-19 e suas consequências.
Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }:
  • Manifestação favorável ao agronegócio e de repúdio às invasões de terras produtivas.
Relações Internacionais, Turismo:
  • Preocupação com as consequências para o turismo brasileiro diante de uma retaliação supostamente ideológica por parte do Governo brasileiro.
Aparteantes
Eduardo Girão.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2023 - Página 110
Assuntos
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Política Social > Saúde
Economia e Desenvolvimento > Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }
Economia e Desenvolvimento > Indústria, Comércio e Serviços > Turismo
Indexação
  • CRITICA, NAVIO DE GUERRA, PAIS ESTRANGEIRO, IRÃ, RIO DE JANEIRO (RJ), SANÇÃO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
  • NECESSIDADE, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ATO, DEPREDAÇÃO, EDIFICIO SEDE, EXECUTIVO, LEGISLATIVO, JUDICIARIO.
  • VISITA, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ROSA WEBER, ALEXANDRE DE MORAES, PENITENCIARIA, MULHER.
  • NECESSIDADE, RESPEITO, OPINIÃO, LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
  • COMENTARIO, ORIGEM, VIRUS, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), LABORATORIO, CHINA, UTILIZAÇÃO, MASCARA, QUESTIONAMENTO, FECHAMENTO, ESTABELECIMENTO COMERCIAL.
  • PREOCUPAÇÃO, AGRONEGOCIO, REPUDIO, INVASÃO, SEM-TERRA.
  • PREOCUPAÇÃO, REVOGAÇÃO, DECRETO EXECUTIVO, DISPENSA, VISTO DE TURISTA, CIDADÃO, AUSTRALIA, CANADA, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), JAPÃO, TURISMO.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, é claro que eu tentarei ser breve, mas a mim falta a capacidade de síntese do ex-Senador Eduardo Suplicy, que tem uma capacidade muito grande de síntese, o Suplicy, ex-Senador. É, a mim falta essa capacidade que ele tinha de síntese.

    Sr. Presidente, Srs. Senadores, ainda tratando do assunto retaliação na área do turismo, essa cadeia toda atingida... E quero discordar de que essa retaliação não seja ideológica, é claro que é ideológica. E tem um fator claríssimo diante dos nossos olhos: está no Rio de Janeiro aportado um navio de guerra do Irã. Isso é ideológico ou é amor? Um navio de guerra e que fez uma grande festa. E esta Casa precisa saber quem estava na festa. Está aportado no Brasil. E aí os Estados Unidos entram na lista de retaliação. O Irã está na lista dos Estados Unidos de retaliação por conta de terrorismo, uma palavra que está muito em moda no Brasil, está em moda nos discursos desta Casa. Muita coisa já ouvimos: golpistas, terraplanistas, terroristas agora, genocidas. Isso é bobagem!

    Mas nós podemos desfazer todas essas coisas com a CPMI do dia 8. Quebraremos sigilos, ouviremos pessoas. E essa CPMI, que já nasce mamando, já nasce nascida – basta tão somente ser lida numa reunião do Congresso Nacional, Sr. Presidente –, revelará realmente quem são os baderneiros. Imagino que parte sejam os mesmos de 2016, que botaram fogo na Esplanada.

    E aqui quero relembrar o então Governador Rollemberg, que foi colega nosso nesta Casa, do PSB. Ele colocou a polícia para reprimir os Black Blocs, botando fogo em ministérios, incendiando a Esplanada. E depois eu fui obrigado a ouvir discurso de Senador aqui: "Meus olhos estão lacrimejando aqui, mas isso aqui é bomba de efeito moral, gás lacrimogêneo, sei lá o quê, que jogaram contra as pessoas, manifestantes, os manifestantes que botaram fogo na Esplanada" – os mesmos manifestantes que invadiram o Supremo e quebraram tudo, os mesmos que invadiram a Câmara. Nunca foi ato antidemocrático; foi um ato democrático – e com discursos!

    Então, essa narrativa não cola, se precisar de mim, porque, em nenhum momento, vou me acovardar. E vou falar... Ouvi de um Ministro aqui, no dia da votação da eleição do nosso Presidente Pacheco: "Não, não vamos fazer isso, porque isso pode resvalar em Senadores..." Ora, se... Você está falando de quem? Se estiver falando de mim ou sobre mim, abra a CPI, porque, se eu cometi algum ato terrorista, é claro que eu tenho que pagar!

    Mas o Brasil não conhece terrorismo. O Brasil conhece só um terrorista, chamado Cesare Battisti. Esse terrorista foi inocentado pela nossa Suprema Corte. O seu advogado brilhantíssimo pegou o indivíduo que queimou crianças junto com a família dentro de casa. Está preso! Prisão perpétua na Itália. E fez uma delação premiada. Na delação dele, ele assume todos os crimes que fizeram dele um inocente aqui no Brasil.

    Ora, se, nesta CPI do dia 8 de janeiro, conseguirmos encontrar alguém que seja próximo a Cesare Battisti... E eu me lembro do dia do julgamento dele. Estava cheio de Senadores. O Senador Nery, que é uma boa pessoa, lá do Pará, estava lá. O Senador Randolfe também. Eu tenho até a foto, grandona assim... Se quiser até eu mostro. Eles estavam lá e fizeram uma festa na hora em que o homem foi inocentado! O homem é decente, não é terrorista!

    Eu quero que, na CPI, encontremos um terrorista que, pelo menos, assemelhe-se a essa criatura que põe fogo em criança. "Ah, vai resvalar em..." Que resvale em quem quiser! Quem cometeu crime que pague! Se alguém se vestiu de verde e amarelo, veio e cometeu crime no Senado, pague!

    Mas eu já participei de centenas e centenas de movimentos no Brasil, patriotas cantando o Hino Nacional, milhões de pessoas, milhões e milhões! Quando eles iam embora, não ficava nem um copo no chão, não tinha ocorrência policial.

    Então, os fatos existem, já há tanta coisa na mão das pessoas, tantos vídeos reveladores... E uma CPI... Eu pergunto a V. Exa. que está presidindo a Casa: por que cem anos no sigilo do Palácio do Planalto, mas, na campanha política, dizia que não iria ter sigilo, em um dia, em nada? Mas era uma tentativa de atingir Jair Bolsonaro.

    E, assim, eu queria que alguém viesse ao Plenário, fizesse um discurso e me mostrasse três atos inconstitucionais de Jair Bolsonaro – três! Eu calo a minha boca, vou botar a viola no saco... Não! Vou melhorar: dois crimes de Jair Bolsonaro contra a Constituição – dois! Eu boto a viola no saco também. Não! Vou melhorar: um crime, um ato antirrepublicano de Jair Bolsonaro! Eu boto a viola no saco e vou embora. Eu me calo e sou um homem capaz de pedir desculpa, porque dizia a minha mãe, analfabeta profissional, que só os tolos não mudam. E eu vou mudar. Mas que é preciso é. O tamanho desta Casa, a Casa da Federação tem um tamanho tão tremendo que não pode fugir ao seu dever neste momento. É preciso abrir a CPI do dia 8 de janeiro!

    As pessoas estão indo para casa em liberdade. Você não prende um terrorista por 60 dias! Estão indo em liberdade! Eu tenho ido ao presídio, estou quase morando na Colmeia, estou quase morando na Papuda; quando não entro, fico na porta, acompanho a saída, vou para o Cime ver as patriotas e os patriotas, homens e mulheres que têm trabalho, que têm empresa, têm emprego. Alguns são funcionários públicos, Senador, e já foram demitidos nos seus estados. Nós temos que fazer uma ação coletiva para que não haja a demissão dessas pessoas. Muitos chegaram à noite e foram presos de manhã! E tem uma coisa: levados para uma emboscada – emboscada! –: "Entrem no ônibus, vocês irão seguros para casa; nós levaremos vocês à rodoviária, mas não nos ônibus que vocês vieram, nos nossos." De boa fé, eles entraram. Rodaram a cidade para que a mídia pudesse filmar os terroristas dentro dos ônibus. Se o Brasil tivesse esse tanto de terrorista, nós seríamos piores do que o Hezbollah, nós seríamos piores do que o ISIS! Um país desse tamanho com tantos terroristas... Seria explosão de prédio e de banco todo dia! De onde saiu isso? Narrativa.

    Eu vi um vídeo do Presidente Lula dizendo assim: "Bolsonaro nunca mais voltará ao poder; nós temos que seguir criando boas narrativas...". Foi ele que disse, não fui eu. Não sei nem se estava bêbado, mas foi ele que disse. Boas narrativas... O.k., terraplanistas, negacionistas – sem problema –, golpistas.

    Essa semana eu fiz um discurso falando sobre o Temer, nosso ex-Presidente da Câmara, ex-Presidente do PMDB e ex-Presidente da República que fez duas grandes reformas. E o Presidente atual, onde ele vai, faz questão de citar o nome do Temer, diz que deu um golpe –que deu um golpe! Eu não sei como isso não sensibiliza os correligionários do ex-Presidente Michel Temer.

    Eu dizia aqui desta tribuna, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Senador Wellington Fagundes, que, se Temer deu um golpe e o golpe resultou muito bem para ele, e ele assumiu após o golpe, todas as atitudes, todas as ações dele têm que ser anuladas. É preciso anular a reforma da previdência, é preciso anular a reforma trabalhista, que voltou a gerar emprego – o empresário parou de ter medo, Senador Girão, porque o indivíduo arruma um emprego, sai com 6 meses e leva metade do restaurante do cara. Os tribunais do trabalho viviam cheios de processo, todo mundo era processado! Litigância de má-fé, uma frase criada pelo Relator, o nosso querido Líder Rogerio Marinho, que foi o Relator da reforma da previdência. Já falei sobre esse assunto.

    Então, o ato de nomeação do Ministro da Justiça Alexandre de Moraes será anulado? A indicação dele para o Supremo, anulada? As decisões que ele tomou, anuladas? Porque, se foi um golpe... Quem diz isso é o Presidente da República, não sou eu. Nós conhecemos a linha do tempo e, na linha do tempo, nós sabemos que o Michel nem assinou golpe, nem pediu golpe, nem votou, porque Michel era Vice-Presidente da República. Interessante que – eu não subi à tribuna para falar desse assunto ou repetir esse assunto, mas acho que é muito importante, porque a CPI é importante – no dia 8 de março, no dia 8 de janeiro, no dia 8 de março! E aí essa movimentação humana das autoridades – nós estivemos lá com a Ministra Rosa Weber, Senador Girão –, uma movimentação humana e divina, divina, acima de tudo. Eles começaram a ser mandados para casa. E mais, Senador, ao colocar a tornozeleira eletrônica, eu acompanho lá e fico pensando: eu sou o autor da tornozeleira eletrônica, em 2005, no meu primeiro mandato. Se não tivesse tornozeleira eletrônica, eles estariam segregados, porque não poderiam ir para casa.

    Eu quero agradecer muito a Deus, Senador Girão, que, na sua infinita misericórdia, bondade, tem mexido com o coração das autoridades. Não é homem, não é mão de homem. Quem somos nós diante da tragédia que nós estamos vivendo, em que o Brasil está vivendo uma mudança de regime? Não é um Presidente que perdeu e outro ganhou, não; é um cerco ideológico que nós estamos vivendo. Pois bem, eles estão indo para casa amanhã, mais uma leva de mulheres. Hoje teve uma leva de homens. E a justiça vai se estabelecendo.

    Eu quero ler um texto aqui muito importante, é que esse texto importante...

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Senador Magno, se o senhor puder me fornecer um aparte.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Sim.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para apartear.) – Em primeiro lugar, eu queria dizer que poucas vezes vi um orador como o senhor falar de forma tão fácil a realidade que nós estamos vivendo aqui neste Brasil, onde os valores estão invertidos, onde não há governo. O que a gente vê que está acontecendo agora no Governo Lula, porque Governo é o nome que a gente tem que dar, é uma aberração: tudo que ele falou durante a campanha, fazendo o inverso nas pautas, colocando as pessoas em polvorosa, com atitudes incoerentes, em que o fígado, em que a revanche está acima de qualquer razoabilidade.

    E esses atos do dia 8 precisam ser investigados, nós estamos demorando muito. Eu quero fazer aqui esta ponderação, já ouvi nos bastidores que pode ser dia 28 de março a reunião tão esperada do Congresso Nacional em que vai ser lida essa CPMI, porque o brasileiro lá fora está confundindo CPI com CPMI – não tem nada a ver!

    Uma é aqui no Senado, que é a CPI. A outra, inclusive sobre essa eu tenho que dar os parabéns ao Senador Rodrigo Pacheco porque devolveu lá para o Ministro Gilmar Mendes dizendo que não vai abrir porque as assinaturas da Legislatura passada é que estavam nesse requerimento.

    E quer mais? A legitimidade quem tem é a CPMI. Esse "m" faz toda a diferença. Por quê? Onde é que houve a presença de vândalos depredando? Foi só no Senado? Não. Foi lá na Câmara dos Deputados.

    É como aquela história do Capitólio lá nos Estados Unidos. O que aconteceu lá? O Congresso foi investigar e, dois anos depois, a gente está vendo a verdade. Que no Brasil não demore esse tempo todo porque tem gente sendo injustiçada.

    Fui com o senhor lá na Papuda e a gente viu. Mendigo que estava lá no quartel foi arrastado. Tem autista, tem pessoas com comorbidades ainda. Enquanto a gente está aqui discursando, estão sofrendo lá. Que essa celeridade seja cada vez mais dada pelas autoridades porque, como dizia Martin Luther King, grande humanista, pacifista, pastor... Ele dizia o seguinte: uma injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar.

    Que essa CPMI – CPMI – venha, porque as duas Casas foram depredadas e os Senadores e Deputados é que têm que fazer esse trabalho de investigação por que o povo brasileiro está esperando ansiosamente.

    Muito obrigado, Senador.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Incorporo o aparte do Senador Girão ao meu pronunciamento. Peço à Taquigrafia.

    Quem pede por justiça tem que ser justo. A Ministra Rosa Weber foi à Colmeia e foi acompanhada do Ministro Alexandre de Moraes. E eles entraram na cela, desaconselhados pela segurança de não entrar. A Ministra foi corajosa, a Presidente do Supremo.

    Ela entrou porque ali não tinha ninguém perigoso. E ela perguntou quantos banheiros tinham para aquelas mulheres: 150. E a Dra. Kamila, que foi homenageada hoje aqui, diretora do complexo feminino do presídio, disse: dois. Ela pediu para ver, ela foi lá ver os banheiros junto com o Ministro Alexandre de Moraes.

    E, ao final, as presas pedem para orar com eles um Pai Nosso. E eles oraram um Pai Nosso com as presas.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Vivemos tempos difíceis, mas eu estou dizendo que não é atuação humana isso. Não é porque fulano falou, porque alguém chiou, porque alguém gritou. Não.

    Este é um tempo de uma ação divina que nós esperamos para todo o país, em todas as áreas e em todos os setores. E confio nisso, Presidente. Que Deus nos proteja num momento de tanta dificuldade. E nós aqui no Senado, nós temos que distensionar esta Casa, porque todos nós somos Senadores e queremos que a Casa seja protegida e cumpra o seu papel. Nós não somos inimigos do Senado. Existe oposição e existe situação. Sempre existiu isso. E precisamos nos respeitar e dar o respeito às pessoas.

    Nós somos oposição ao Governo, não somos oposição um ao outro aqui dentro, de jeito nenhum. O senhor pode falar o que quiser, e eu sou obrigado a te respeitar. Aliás, devo respeito. Ele pode falar o que quiser, eu devo respeito.

    Um sujeito defende o aborto. Cara, assim, eu sou completamente avesso só de ouvir, mas eu vou respeitar. Mas quem defende tem que respeitar a mim, que não defendo. Aliás, para mim, aborto é um acinte contra a natureza de Deus. Para mim, quem defende aborto tem coragem de matar a mãe.

    Mas eu queria, Sr. Presidente, encerrar lendo um texto. E ao final, eu vou dizer onde o encontrei. O texto, se lido, fica parecendo que fui eu, ou que foi um Augusto Nunes ou foi Caio Copolla, ou foi o Girão, esse texto. Mas ao final, direi.

É dura a vida de quem, pelo menos, tenta não ser engolfado por opiniões ideologizadas, um fenômeno que contaminou até cientistas, que deveriam ser a última linha de defesa contra a politização das suas atividades.

Alguns acontecimentos dos últimos dias dão certo alívio para aqueles que mantiveram a independência e são algo duro de engolir para quem acreditou firmemente que os "negacionistas" – entre aspas – seriam punidos por seus múltiplos pecados durante a pandemia.

Obviamente os fatos não têm nada a ver com opiniões formadas com base em posições políticas. Progressistas em geral, louvando a ciência, essa coitada tão abusada e conservadora e insurgindo-se contra a obrigatoriedade de medidas como máscaras, lockdowns e vacinas.

Teste de realidade: vírus saiu de um laboratório, e máscaras foram inúteis. No olho do furacão, a maioria de nós quis acreditar que uma camadinha de papel ou de pano na frente do rosto nos protegeria do vírus e que ficar em casa era o preço a pagar pela sobrevivência a uma praga incontrolável, saída da natureza para, como sempre, punir os humanos por invadirem habitats animais. No fundo, era nossa culpa e precisamos expiá-la.

O Departamento de Energia dos Estados Unidos e o FBI fizeram declarações apontando uma razoável convicção de que o vírus do covid-19 escapou, por acidente, do laboratório chinês onde era estudado, em Wuhan. Parecia um absurdo lógico imaginar que o vírus aflorado na cidade de Wuhan, onde funciona um laboratório de estudos desse tipo de agente patológico, tivesse saído, por acaso, de um morcego que infectou um animal intermediário que infectou humanos. Mas quem disse isso chegou a ser chamado de racista.

Outro tijolinho recente: a revelação de que a França havia encerrado a colaboração com o laboratório de Wuhan e avisado que ele estava sendo usado para fins militares. Fato. Uma instituição chamada Cochrane Library, considerada a mais respeitada na análise de intervenções médicas em escala mundial, concluiu que as máscaras comuns ou as usadas por profissionais de saúde, as N95, provavelmente, fizeram pouca ou nenhuma diferença na propagação da doença. Antes da pandemia, serviços médicos de diferentes países e a Organização Mundial de Saúde não consideravam as máscaras efetivas para conter o contágio de doenças respiratórias.

Fato, ou fatos: uma montanha de e-mails provenientes do ex-Secretário da Saúde do Reino Unido Matt Hancock comprova o que muita gente já tinha concluído, ou seja, que o governo na época chefiado por Boris Johnson, tomava providências com base em pesquisas de opinião e não na mais pura e elevada ciência.

Não é exatamente uma surpresa, e todos os políticos precisam, realmente, levar em consideração o que o povo está pensando. Mas ver a manipulação nua e crua desse conceito é chocante – é chocante.

Um exemplo, no mar de mensagens: as crianças das escolas inglesas para alunos a partir dos 11 anos foram obrigadas a usar máscaras sem nenhum embasamento científico, mas, sim, por um puro cálculo político. A Primeira-Ministra da Escócia na época, Nicola Sturgeon, havia determinado a restrição e Boris concluiu que não valia a pena comprar essa briga. Não queria parecer menos durão do que a rival escocesa.

    Só um minuto, Sr. Presidente, e eu encerro.

Achavam mesmo que não havia volta às aulas até o início do ano letivo, em setembro. Hancock e outros funcionários ironizaram as pessoas que precisavam voltar ao país e foram, durante um certo período, obrigadas a aceitar – e pagar – para ficarem dez dias em isolamento em hotéis perto de aeroportos, trancadas em caixas de sapato. Hilário, diz um deles.

Os exemplos de decisões sem motivos sólidos são inúmeros. Provavelmente, seriam similares se outros governos pudessem ser vasculhados de forma tão definitiva.

Um dos raros países que já fizeram isso foi a Suécia, que se distinguiu de todos os outros países desenvolvidos por não mandar a população se trancar em casa e manter abertas as escolas para jovens e crianças. Foi uma decisão “fundamentalmente correta”, concluiu a Comissão do Coronavírus.

Outra conclusão: vários outros países que implantaram o lockdown “tiveram resultados significativamente piores” do que os da Suécia.

As autoridades médicas, únicas responsáveis pelas medidas oficiais, pecaram por demorar muito para alertar a população e houve aglomerações que deveriam ter sido restringidas, criticou a Comissão.

Em resumo, muitas das orientações e das consequências do combate à Covid-19 só estão sendo estudadas agora, enquanto autoridades médicas e governamentais tiveram que reagir no calor dos acontecimentos, em meio a um estado mundial de pânico [pânico, pânico!] e prognósticos cataclísmicos.

Quanto mais a ciência verdadeira e jornalistas inquisitivos perscrutarem de onde se originou a pandemia, como se propagou, o que funcionou e o que não funcionou no seu combate, mais [e mais] teremos a ganhar.

Reconhecer fatos não é premiar os "negacionistas" – entre aspas –, uma palavra odiosa, por evocar uma horrível comparação com os degenerados que rejeitam as conclusões sobre o genocídio dos judeus pelos nazistas.

    Normalmente, o esquerdista odeia judeu, odeia Israel; ele faz vista grossa, ele não enxerga o que é genocídio de fato. São os campos de Auschwitz, são as crianças queimadas e mortas, e esses, que hoje celebram a covid e chamam as pessoas de genocidas, são cegos para o advento dos alemães contra os judeus.

Escrevendo na Spectator com sua inteligência brilhante e seu pendor para a polêmica, Rod Liddle anotou sobre a situação na Inglaterra: “Eu não tinha — e não tenho — grandes objeções ao primeiro lockdown ou mesmo às primeiras recomendações para usarmos máscaras ou esfregarmos as mãos com álcool a cada poucos segundos. Não sabíamos o que estávamos enfrentando”.

Liddle, obviamente, é um conservador e escreve que “muito do que fomos proibidos de dizer, sob pena de sermos banidos das redes sociais ou demitidos de nossos empregos, revelou ter considerável substância”.

    Já encerro, Sr. Presidente.

Quem preferir, pode ignorar essa parte e se ater aos fatos que estão contando uma história à qual não deveríamos fechar nossos ouvidos.

    Nunca morreu tanta gente! Nunca se morreu assim por morte súbita no mundo. Simplesmente apagou!

    Esse texto não é meu. Não costumo falar com textos na mão, até porque tenho dificuldades. Prefiro falar com o meu coração o que sinto. Esse texto devia ser a primeira página, mas não é; está lá no finzinho. É de sexta-feira passada, da revista Veja, no Brasil.

    Não foi escrito por Eduardo Girão, não foi por Caio Coppolla, não foi por mim, não foi por nenhum indivíduo, muito menos por Jair Messias Bolsonaro.

    Eu pretendo, na próxima semana, ler, nesta tribuna, a bula da vacina da Pfizer. Eu vou ler aqui. Eu vou ler a bula de todas as outras vacinas. Eu não me vacinei, graças a Deus, e sei que Deus tem cuidado e vai cuidar das pessoas que se vacinaram, porque um pânico foi posto na cabeça dessas pessoas e no seu coração, que as colocou tão amedrontadas, tão em pânico, trancadas em casa, onde qualquer vírus de gripe pode ser incubado. As pessoas que têm rinite, como eu, ao tossir, achavam que já iriam morrer, ao dar um espirro perto de alguém, alguém ia embora, saía do restaurante, porque aquele está doente, e nós fomos assaltados por tudo isso, e as pessoas foram levadas pelo pânico.

    As pessoas diziam, na campanha, "você é maluco, não fala sobre esse assunto, senão você não vai ganhar". Não depende de mim. Urna é só um detalhe. Se eu passar por ela, foi Deus; se eu não passar, foi Deus também. Que bobagem! Eu só quero discutir o que eu acredito. E vou continuar discutindo o que eu acredito.

    É lamentável, é triste ler a bula, até porque nem aconselho a quem tomou ler, porque, se ler a bula, pode ter um infarto ao lê-la. E a gente vai parar de falar...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – ... só porque alguém pode vir e te chamar de negacionista e de terraplanista, com essa narrativa em cima do Presidente Jair Bolsonaro?

    Eles passaram a maior parte do tempo tomando o tempo, gastando o tempo sem sentido, usando o tempo enquanto o Brasil, enclausurado, mesmo assim, onde o turismo tomou seu grande baque, como falava o Senador Irajá, o Brasil não passou fome. O nosso agro, hoje ameaçado, e V. Exa. é da área da Amazônia, do agronegócio, e sabe que verdadeiros atos de terrorismo aconteceram ao longo das semanas retrasada e passada e desta, atos cometidos pelo MST, contra produtores.

    Na terra do Senador Wellington, o Mato Grosso, terra do agronegócio, e o agronegócio é o animal que carrega o Brasil nas costas, invadindo terras produtivas, e são células, indivíduos que, além de apoiados, fazem parte desse Governo que tenta fazer um cerco ideológico no Brasil.

    Vamos destruir o agronegócio para plantar o quê? O que os vizinhos plantam? Maconha? Cocaína? O Brasil planta milho, o Brasil planta café, o Brasil planta soja... Nós somos ricos, nosso solo é rico. Qual a intenção de tudo isto? Eu vou encerrar com esta pergunta: qual a intenção de tudo isto? E eu não me furtarei a falar o que penso, o que sinto, porque sou brasileiro, amo o meu país e o meu Estado, o Espírito Santo, que, nessa atitude de cancelar, esses estados que produzem e trazem tantas divisas para o nosso país...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – O nosso Estado do Espírito Santo, por conta da nossa moqueca capixaba, recebe turistas do Japão, recebe turistas dos Estados Unidos, da Suécia, de todos os lugares que foram cancelados.

    Eles vão lá consumir em Guarapari, vão consumir na Praia da Costa, vão consumir na Praia do Morro, em Marataízes, vão lá subir para a Pedra Azul, para as terras frias do Estado do Espírito Santo, com hotéis maravilhosos! Essa cadeia tomará um baque muito grande por conta de um comportamento meramente ideológico, porque é ideológico! Quem aporta um navio de guerra do Irã dentro das suas terras e retalia quem pode trazer divisas pelo turismo é claro que é ideológico.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2023 - Página 110