Discurso durante a 24ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a estrutura física do Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza (CE), e críticas à gestão orçamentária do Estado, especialmente no tocante ao suposto abandono da saúde e da educação ante os gastos com propaganda. Contentamento com a viabilização da iniciativa do Hospital do Amor, em Juazeiro do Norte (CE), decorrente de emendas parlamentares.

Autor
Eduardo Girão (NOVO - Partido Novo/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Saúde:
  • Preocupação com a estrutura física do Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza (CE), e críticas à gestão orçamentária do Estado, especialmente no tocante ao suposto abandono da saúde e da educação ante os gastos com propaganda. Contentamento com a viabilização da iniciativa do Hospital do Amor, em Juazeiro do Norte (CE), decorrente de emendas parlamentares.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2023 - Página 10
Assunto
Política Social > Saúde
Indexação
  • PREOCUPAÇÃO, ESTRUTURA, HOSPITAL, INFANCIA, ALBERT SABIN, FORTALEZA (CE), CRITICA, GESTÃO, ORÇAMENTO, ESTADO DO CEARA (CE), ENFASE, POSSIBILIDADE, ABANDONO, SAUDE, EDUCAÇÃO, PRIORIDADE, GASTOS PUBLICOS, PROPAGANDA, ELOGIO, VIABILIDADE, INICIATIVA, CASA DE SAUDE, JUAZEIRO DO NORTE (CE), RESULTADO, DESTINAÇÃO, EMENDA, BANCADA, PARLAMENTO.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para discursar. Por videoconferência.) – Muitíssimo obrigado, meu amigo, meu irmão, Presidente Senador Rodrigo Cunha, que muito orgulha o povo batalhador, criativo e extremamente amável de Alagoas.

    Eu queria, Sr. Presidente, nesta tarde... Não posso deixar para depois, eu sei que é um assunto que não estava nem no nosso radar, mas, quando se fala em criança, a gente não pode deixar, absolutamente, para depois esse assunto, porque é urgente. Depois de receber várias reclamações de familiares, de crianças que não conseguem a devida internação no Hospital Infantil Albert Sabin, localizado em Fortaleza, na capital do Ceará, onde eu nasci, eu pedi que minha equipe, de certa forma, fosse pessoalmente ao hospital constatar o problema. Vereadores já estiveram lá, e a gente fica, assim, muito preocupado, porque estamos impressionados com crianças que permanecem em cadeiras de plástico e em sofás improvisados pela falta de leitos disponíveis, principalmente no setor de emergência.

    Esse hospital foi fundado em 1952, ou seja, há 71 anos. Com o passar desse tempo, a instituição foi crescendo e recebendo do Ministério da Saúde o credenciamento para operar com alta complexidade, se especializando em neurocirurgia, oncologia, além de cirurgias cardíacas e craniofaciais. Conta com 300 médicos e mais de mil funcionários. Em média, faz 600 internações por mês com crianças, vindas de todas as regiões do estado. São realizadas mais de 20 mil consultas e 30 mil exames laboratoriais todos os meses.

    Nós constatamos não apenas a falta de responsabilidade. Não é falta de boa vontade apenas, do corpo de funcionários. Muito pelo contrário, são pessoas dedicadas, os médicos e enfermeiros. Eles estão fazendo o que podem, mas o problema é de fácil diagnóstico: falta estrutura física adequada para comportar a grande demanda.

    A situação da saúde pública no Ceará nunca foi boa, essa é a grande verdade, perdendo, apenas, para a questão da segurança pública, que é trágica. E não é por falta de dinheiro. Não podemos esquecer que o atual Governo do Ceará, em suas primeiras medidas, aumentou o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, mas aumentou também as despesas com a máquina do Estado, criando mais secretarias para atender interesses fisiológicos.

    Este, Senador Presidente, Rodrigo Cunha, é o grande problema que nós estamos enfrentando aqui no Ceará. É uma cultura de apadrinhamento, de não colocar técnicos, de não buscar fazer algo que é melhor para a sociedade. Isso é o que a gente está vendo.

    E o pior: este governo manteve, no orçamento, o indecente gasto com propaganda que, nos últimos oito anos do governo anterior, também do PT, consumiu mais de R$1,1 bilhão do dinheiro do pagador de impostos, do contribuinte cearense, um verdadeiro escândalo, sobretudo quando vemos um hospital, que tinha tudo para ser de excelência no tratamento, passando por dificuldades de fácil solução.

    Mas quero também dar uma boa notícia para a saúde pública do Ceará. No último dia 24 de março, estive, na verdade, conversando, articulando, desde o início, com o Prefeito Glêdson, de Juazeiro do Norte, com o Alex, que é o responsável na nossa equipe pela questão das emendas parlamentares, e estamos viabilizando o Hospital do Amor, que é uma referência mundial no tratamento do câncer e na questão da prevenção também no Estado de São Paulo. A sociedade civil abraçou esse projeto e, no dia 24 de março – olha a coincidência que a gente está vivendo aí –, o hospital completou 61 anos de existência como instituição filantrópica. Quem não conhece o Hospital de Barretos? E, no dia 24 de março, é o dia do Padre Cícero, o dia do nascimento do Padre Cícero, que irradia de amor toda a região, todo o Nordeste.

    E o senhor, Presidente Rodrigo Cunha, lá atrás, me falou sobre o Hospital do Amor, sobre o trabalho que o senhor fez em Arapiraca, em Alagoas. E nós estamos tendo essa iniciativa, agora, em Juazeiro do Norte, e vai ser um centro de prevenção, um instituto de prevenção do câncer do colo de útero e de mama. Nós já viabilizamos os recursos. O Hospital do Amor, lá de Barretos, com cujo Presidente eu estive, o Dr. Henrique Prata, também já está efetivamente se mobilizando, junto com a sua equipe, priorizando a instalação em Juazeiro do Norte. E eu fico muito feliz. É um bom sinal, porque esses recursos vão servir – são dezenas de bilhões de reais, com zero de orçamento secreto, tudo de emendas parlamentares impositivas, constitucionais, transparentes – para a construção do prédio, compra dos equipamentos necessários, para, inicialmente, já se fazer a prevenção dessa doença que, como eu falei, tem uma grande incidência na região. E a gente vai, assim, conseguir rastrear e evitar a perda de vidas, por décadas à frente, com esse trabalho inovador do Hospital do Câncer de Barretos.

    Eu queria dizer como é positiva, Sr. Presidente, a sensação do dever cumprido. São muitas vidas, repito, que poderão ser salvas e muito do sofrimento das famílias será atenuado com esse trabalho, pela primeira vez, no Estado do Ceará. É a primeira vez! Muitos estados já têm esse centro, esse instituto de prevenção do câncer de colo de útero e de mama do Hospital do Câncer de Barretos, que é o Hospital do Amor, e o Ceará está recebendo pela primeira vez em Juazeiro do Norte, para atender toda a região do Cariri, Crato, Barbalha, os municípios ali que são 28 do Cariri, e eu acredito que vai vir de todo o Nordeste brasileiro.

    Então, eu fico muito feliz porque é nossa obrigação, nosso dever fazer esse papel. A gente apenas tecnicamente avalia e blinda eleitoralmente, isso é algo blindado, nossas emendas têm tido esse cuidado. Eu não vou nem para inauguração, faço questão de ir ou antes, durante a obra, ou depois, vendo o funcionamento porque o dinheiro é do contribuinte, e a gente não pode buscar a perpetuação do poder com dinheiro que não é nosso. É nossa obrigação fazer isso.

    Então, que o Padre Cícero Romão Batista abençoe essa nossa iniciativa lá no Estado do Ceará, em Juazeiro, que certamente vai motivar outras semelhantes, visando ao bem-estar do nosso povo, que paga tantos impostos e que pede tão pouco.

    Muito obrigado, Sr. Presidente desta sessão, meu amigo, Senador Rodrigo Cunha. Um ótimo trabalho para a gente nesta terça-feira. Que possamos ter nesse 4 de abril notícias boas para o Brasil. Estamos aqui sempre fazendo um trabalho independente, nesse caso, uma oposição responsável ao Governo Lula, mas com muita responsabilidade, porque todos nós estamos embarcados nesse Governo e temos responsabilidade com o que nós produzimos.

    Muito obrigado. Que Deus abençoe o senhor e sua família.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2023 - Página 10