Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque para os principais avanços e desafios dos cem primeiros dias do Governo Lula.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Economia e Desenvolvimento, Governo Federal:
  • Destaque para os principais avanços e desafios dos cem primeiros dias do Governo Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 12/04/2023 - Página 11
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Economia e Desenvolvimento
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • REGISTRO, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INCLUSÃO, RESPEITO, DIVERSIDADE, COMENTARIO, BOLSA FAMILIA, PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (PMCMV), ECONOMIA, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DEFESA, DEMOCRACIA, REFORMA TRIBUTARIA.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Inicialmente, Presidente da sessão, Primeiro-Secretário, Prefeito do nosso Senado, Senador do Maranhão, orgulho, Weverton Rocha, um amigo, para quem não sabe, de lealdade canina.

    Brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, Deus e saúde aos que acompanham pelas redes sociais, TV Senado, Rádio Senado, Agência Senado, Mesa Diretora aqui presente, aliás, mais uma novata hoje aqui na mesa, seja bem-vinda. Seu nome? Amanda, seja bem-vinda, Amanda!

    O Governo Lula 3 completou ontem, Senador Paulo Paim, cem dias. E a minha fala de hoje sobre o assunto começa com a lembrança do primeiro dia, o da posse. O Brasil se encontrava sem Presidente e Luiz Inácio Lula da Silva, num gesto simbólico, recebeu a faixa de oito pessoas, representantes de negros, indígenas, crianças, mulheres e cadeirantes. Lula iniciava o terceiro mandato expondo com clareza o seu projeto de inclusão e de respeito à diversidade, certamente sabedor de que, no país que ocupa o pódio na categoria maiores desigualdades sociais do mundo, a missão não é das mais fáceis.

    Uma semana depois, sofreria ele uma tentativa de golpe cuja senha foi a invasão e a depredação dos prédios abrigados na Praça dos Três Poderes. O golpe foi contido, mas, porque nele tanto se falou ao longo de quatro anos, boa parte dos brasileiros ainda normaliza os graves acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, em vez de perceber que eles representam uma anomalia institucional.

    É nesse contexto que devem ser vistos os primeiros cem dias do atual Governo, em pleno século XXI, desafiado a possibilitar que todos os brasileiros tenham acesso diário a café da manhã, almoço e jantar, tarefa difícil para quem recebeu um país com 33 milhões de famintos e mais de 100 milhões em insegurança alimentar. Daí a necessidade de recomposição de programas e políticas sociais: Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos, aquisição de alimentos, merenda escolar, proteção dos indígenas, aumento real do salário mínimo, ampliação da faixa de isenção do imposto de renda.

    Parece pouco, mas muito já se fez. Porém, ainda não foi realizado o suficiente para a economia deslanchar e o país voltar a crescer. É o que se espera, para que surjam mais empregos, melhorem a educação, a saúde, a segurança pública e seja reduzida, de uma vez por todas, a desigualdade.

    É sempre desafiador, no Brasil, conciliar crescimento econômico com desenvolvimento social, Senador Bittar, do Acre. Botar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda, como quer o Presidente. Vai, é claro, exigir dele a plenitude de sua capacidade de negociação, reconhecida desde quando era líder sindical.

    O quadro não é totalmente favorável. A nova âncora fiscal é bem-vinda, a reforma tributária que vamos aprovar aqui no Legislativo é mais do que necessária, mas há desafios que não podem ser subestimados, entre eles a superação da cultura do ódio, da intolerância e do medo.

    Precisamos restaurar o arcabouço institucional, ameaçado nos últimos anos. Não tenho dúvida de que democracia rima com esperança, do verbo esperançar, e que o fortalecimento de ambas passa necessariamente pelo abandono do rancor e da falta de civilidade, todos alimentados cotidianamente nas redes sociais, o que requer um freio, e ele é ultranecessário.

    É indispensável que os brasileiros se permitam vivenciar uma cultura de paz, baseada no respeito à vida e na defesa intransigente do princípio da não violência, através da educação, do diálogo e da cooperação.

    Para concluir, é preciso acreditar. Na reunião com os ministros para o balanço dos cem dias, o Presidente Lula declarou que, se for para governar com foco nos pessimistas, é melhor desistir. Concordo com ele. Para mim, o mundo é dos otimistas. Os pessimistas são meros expectadores.

    Encerro com a frase atribuída a Santo Agostinho, aspas: "A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las."

    Agradecidíssimo, Presidente Weverton Rocha. E vamos trabalhar, pátria amada!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/04/2023 - Página 11