Discurso durante a 32ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Necessidade de investigação dos atos de 8 de janeiro de 2023 por meio de CPMI ou CPI. Preocupação com possíveis retiradas de assinaturas que inviabilizem a instalação dessas comissões. Convite aos Senadores para visitar o pátio da Polícia Federal a fim de averiguar os ônibus utilizados nos atos de 8 de janeiro. Solidariedade com o Senador Sérgio Moro, denunciado pela PGR em virtude de supostas falas contra o Ministro do STF Gilmar Mendes.

Autor
Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação do Judiciário, Governo Federal, Segurança Pública:
  • Necessidade de investigação dos atos de 8 de janeiro de 2023 por meio de CPMI ou CPI. Preocupação com possíveis retiradas de assinaturas que inviabilizem a instalação dessas comissões. Convite aos Senadores para visitar o pátio da Polícia Federal a fim de averiguar os ônibus utilizados nos atos de 8 de janeiro. Solidariedade com o Senador Sérgio Moro, denunciado pela PGR em virtude de supostas falas contra o Ministro do STF Gilmar Mendes.
Aparteantes
Eduardo Girão, Magno Malta.
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2023 - Página 57
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Judiciário
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Indexação
  • APOIO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, DEPREDAÇÃO, EDIFICIO SEDE, EXECUTIVO, LEGISLATIVO, JUDICIARIO, RECLAMAÇÃO, RETIRADA, ASSINATURA, CONVITE, VISITA, ONIBUS, POLICIA FEDERAL, PROTESTO, MANIFESTAÇÃO, SOLIDARIEDADE, SERGIO MORO, CRITICA, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), GILMAR MENDES.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG. Para discursar.) – Presidenta Soraya, boa tarde a todos os presentes aqui, Senadores e Senadoras, público presente, a toda a população que acompanha a gente pela TV Senado.

    Quero mandar um abraço aqui a um pessoal que é de Divinópolis e está aqui hoje: o Fernando Henrique, que trabalha na prefeitura junto com a Jordana, que é da Secretaria de Educação de Divinópolis. É um prazer recebê-los aqui. Fiquem sempre à vontade.

    Eu queria, antes de começar a falar sobre a CPMI, falar uma coisa, com toda a humildade, do fundo da minha alma e do meu coração. Às vezes, a gente anda aqui dentro do Senado e ainda tem Senadores que a gente cumprimenta e, às vezes, abaixam a cabeça, não cumprimentam a gente. Eu estou falando isso com toda a humildade porque tem pessoas que estão aqui hoje no Senado que eu via quando era pequeno. O próprio Esperidião Amin eu via na época da questão eleitoral, quando tinha propaganda eleitoral, e hoje eu estou tendo a honra de trabalhar aqui com o Esperidião Amin. O próprio Magno Malta, que está aqui, quando eu era pequeno, via pela TV, com banda de pagode, porque eu era pagodeiro também. Eu era tão bom cantor, Magno, que virei Senador; daí você já tira a base do tanto que eu era bom cantor. O próprio Romário, que estava aqui agora e não está mais presente, via desde pequeno. Eu aprendi a gostar de futebol, da Seleção Brasileira vendo o Romário jogar. Tem uma entrevista minha em 2007, quando o Romário estava quase finalizando a carreira dele... Eu faço coleção de camisa. Uma TV foi lá na minha casa para me entrevistar sobre questões de camisa. E me perguntaram qual camisa era a mais especial que eu tinha, qual eu guardava com o maior carinho. Já era a camisa dele, a dos mil gols. E me perguntaram: "Quem é o seu maior ídolo do futebol?". Falei: é o Romário. E perguntaram: "Mas, e o Pelé?". Eu falei assim: "Eu não vi o Pelé, eu vi foi o Romário jogar". E hoje eu estou podendo trabalhar com o Romário aqui, fora os outros Senadores que estão aqui. A própria Leila, que, quando eu acompanhei as Olimpíadas... Quem não acompanhava as Olimpíadas? Hoje eu estou do lado da Leila aqui.

    Eu quero falar isto para quem é de esquerda, Senador que é de esquerda, ou de direita: eu vou trabalhar sempre pelo bem comum. Eu sou cristão!

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Perto da Leila você é menor ainda – você fica menor ainda.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – Oi?

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Perto da Leila você fica menor ainda.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – Baixinho.

    Eu sou cristão e jamais vou fazer mal para alguém aqui. A gente vai discutir ideias aqui, debater projetos, debater questão de projetos, de ideias, mas fazer mal para algum Senador aqui?! Não esperem isso de mim. Meu pai ensinou a ter caráter. Meu pai me ensinou uma coisa: quando você sair de casa, saia de casa para fazer o bem, não saia de casa para fazer o mal. Então, eu estou aqui para fazer o bem para qualquer um que esteja aqui.

    Inclusive, na CPI da Soraya, se fosse para ser ela, eu estaria dando apoio total à Soraya aqui, porque eu acho que é de suma importância...

    A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MS) – Se estivesse o quê? Tramitando?

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – A sua CPI, se fosse para ser ela, eu estaria dando total apoio...

    A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MS) – Mas é ela! Pode assinar.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – Assino.

    A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MS) – Está tramitando – está tramitando.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – É só porque você não me procurou até hoje para assinar. Se me der, eu assino com o maior prazer.

    A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MS) – Então, está bem.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – Conte com o meu mandato.

    A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MS) – Pode preparar para mandar para o Senador.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – É porque eu acho que a ordem dos fatores não altera o produto, Soraya. Eu acho que a gente tem que fazer a CPMI – a CPMI, a CPI. O mais importante é averiguar os fatos. Eu acho que esta Casa tem que dar resposta para a sociedade – o Congresso Nacional. Se for através da sua ou da CPMI... Eu estou falando do fundo do meu coração mesmo. Eu acho que a gente tem que dar uma resposta para a sociedade urgentemente, mas é rápido que a gente precisa dar uma resposta.

    Eu estou falando isso tudo, porque, às vezes, a gente é novato, a gente tem muito que aprender... E, na hora que o Senador Kajuru veio falar do meu amigo Nikolas, falando da questão de que o Nikolas faltou com respeito, faltou com ética... E eu acho que faltar com respeito e faltar com ética... A gente está falando de ética aqui, dentro do Congresso Nacional, de Comissão de Ética, de ética... Para mim, gente, faltar com ética é você assinar uma CPMI e depois retirá-la. Isso para mim é faltar com ética! Isso para mim é uma falta de respeito com a população, com o eleitor que o colocou para você representá-lo. Então, é isso que para mim é falta de respeito, é não ter ética, é não ter moral... Você assinar uma CPMI e depois retirá-la?! Que sentido que faz isso?! Meu pai me ensinou a ter palavra, a ser homem. Meu pai me ensinou a fazer as coisas certas: "Você não é obrigado a prometer, não, mas, se você prometer, tem que cumprir".

    E qual que é o problema dessa CPMI, gente, se todo mundo está falando que a gente vai averiguar o que aconteceu? Eu quero falar aqui de uma situação de que eu falei aqui, mais cedo, sobre a questão dos ônibus. Eu até chamei o Magno Malta, chamei você também, Girão, para a gente poder ir ao pátio da Polícia Federal... Por que eu estou falando isso? Se tiver cem ônibus lá... Tem proprietário de ônibus que já falou para mim que alugou, pois houve pessoas que pediram: "Ô Ricardo, eu estou precisando do seu ônibus para poder levar até lá em Brasília". De onde que ele ia achar que era para fazer algo em uma situação dessas que aconteceu aqui? Aí ele vai ser punido por isso?! Então, a gente precisa separar o joio do trigo, gente. A gente precisa mostrar quem foi errado mesmo para pagar por isso. E eu não canso de falar que a gente não tem que passar pano para quem fez bagunça aqui, para quem quebrou isto aqui, eles têm que pagar por isso mesmo. Agora, tem pessoas igual a um pobre de um esposo de uma moça que eu acho que está presa ainda; ele me confessou hoje – ele estava aqui – que ela não participou do dia 8 e está presa. Então, a CPMI é para isso. É para poder investigar e fiscalizar isso. Não tem nada de errado!

    O que me chama a atenção é que algumas pessoas que falam que a democracia... No Governo Bolsonaro, quantas CPIs teve aqui? Teve alguma que foi barrada? Eu não estava aqui. Foi alguma? A própria sobre a covid... Agora, uma CPMI que é para poder investigar isso tudo não pode? Então, assim, o que é que está acontecendo com esta Casa?! Eu falo na questão de todos...

    E eu quero falar uma coisa aqui, eu quero avisar, pois a gente está há uma semana de novo, a novela continua. Eu queria chamar a atenção, porque, nesta semana agora, vamos ficar de olho, pois eu sei que aqui tem homens e tem mulheres – e quem assinou não vai retirar. Agora, eu estou vendo lá, dentro na Câmara Federal, Deputados Federais, Magno, que estão assinando e estão retirando.

    Deus poderia descer aqui, abrir o livro da vida, gente, de cada um aqui e contar por que é que está retirando assinatura, porque isso, para mim, é que é falta de ética! Se está tendo alguma coisa igual a gente ouve falar pela imprensa – eu não estou aqui acusando, porque eu não vou acusar ninguém, pois eu não tenho prova– de que é emenda para cá, é cargo para lá, isso, para mim, que é questão de não ter ética!

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Você me dá um aparte?

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – Fique à vontade.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para apartear.) – Não é falta de ética. Isso é falta de caráter. Assim, quando você disse que alguém quebrou o decoro parlamentar, é quando você expõe ao ridículo a Casa onde você está, segundo o Regimento.

    A questão do Nikolas: puramente ideológica. Quem ataca o Nikolas é puramente ideológico. São ataques ideológicos. O que foi que ele disse? "Hoje é Dia das Mulheres." Eu, aqui no Senado, disse: "Hoje é o dia do útero". Agora, você pode achar o que você quiser que você é; você pode achar que você é um poste, pode achar que é um cavalo, pode achar que é uma hiena. Eu tenho que respeitar, porque é regra de conviver. Eu respeito. Agora, a ciência comprova: morreu uma pessoa que dizia que se sentia no corpo de um cavalo; se, daqui a cem anos, o corpo é exumado, a ossada vai mostrar que era o corpo de um homem. Agora, você pode se sentir o que você quiser, uma mulher pode se sentir homem, mas, quando morrer, quando, daqui a mil anos, for exumado o corpo, a ciência dirá que é a ossada de uma mulher. Então, o Nikolas, quando colocou a peruca, estava dizendo: "Olhem, eu posso me sentir o que eu quiser. Eu sou homem, eu posso me sentir mulher, mas hoje é o Dia da Mulher". O Dia da Mulher é o dia do útero! E homem pode estrebuchar, pode querer, pode fazer abaixo-assinado, fazer lei, a ONU pode vir para cima, governo globalista, juntar a esquerda do mundo, não terá útero! Desculpe! Desculpe, não, desculpe de quê? Não terá. E por quê? Onde foi a falta de ética do Nikolas? Quem ele desmereceu? Qual a mulher que ele atacou? Não. Ele disse que querem tomar o lugar das mulheres.

    E V. Exa. está correto quando fala em respeito, é regra para conviver. Ninguém é obrigado a concordar em nada comigo. Eu também não sou obrigado a concordar em nada com as pessoas. Agora, não existe falta de concordância em tudo. Existem coisas em que a gente converge e coisas em que a gente não converge. Agora, essa questão é uma questão meramente ideológica e não cabe. Agora, é assim que as pessoas vivem. Elas lacram, elas atacam, elas vão às redes sociais sem a mínima necessidade.

    Qual é a necessidade de pedir a cassação desse rapaz? Eu já ouvi coisas bárbaras. Veja só, essa coisa agora, por exemplo, do Moro. Ele lá, descontraído – acho que o vídeo inteiro mostra que era uma descontração –, e fala aquilo, referindo-se ao Ministro Gilmar. Aí você me pergunta, você falaria? Não. Sabe, hoje, no mundo em que nós estamos vivendo, não dá nem para você brincar com nada. Eu passei ali e falei com o Paim: "Ô negão, eu vou entrar no Plenário. Paim, eu posso chamar você de negão? Porque, se não puder, eu peço perdão". Ele falou: "Não, você pode me chamar do que você quiser, negão". Ele devolveu para mim. Então, nós estamos vivendo num mundo chato, cara, num mundo chato, com uma sociedade chata, com uma sociedade chata.

    Quem é ideológico não quer nem discutir com você. Ele não quer nem saber o que você pensa. Se você não pensar feito ele, você não serve, você está apodrecido, você é colocado de lado.

    Quando V. Exa. toca nessa questão, eu não... Eu havia feito também uma fala, mas não com tanta contundência. E aí vem essa situação do Moro. Eu ouvi o Ministro Gilmar Mendes...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – ... dizendo ao Ministro Barroso, com o dedo em riste, com Barroso dentro do plenário: "V. Exa. feche o seu escritório de advogado". O que estava querendo dizer? Nós temos pessoas, nós temos vídeos de gente que falou coisa muito pior a respeito do Ministro, mas é o Moro. É atacar o Moro.

    Quando eu faço esta fala, eu não deixo de ser solidário a nenhum, porque, na verdade, em tudo que eu falo, e falo com contundência, eu mantenho o respeito; ainda que seja com brincadeira, eu mantenho o respeito. Você falaria? Não, mas também não é motivo para esse alarde todo, não é motivo para esse espalhafato todo que foi colocado na imprensa e que depois foi desmentido. Nós cobramos isso nessa reunião, que durou duas horas – o Senador Girão estava, eu estava lá, o Senador Heinze estava lá...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Ele disse: "Não, não estou com nenhum pedido de prisão, aquilo ali está completamente equivocado". Na verdade, existe na PGR uma recomendação, quer dizer, e a imprensa já colocou que a PGR estava pedindo a prisão do Moro.

    Nós estamos vivendo em época de bezerro não reconhecer vaca. Eu já vi de tudo, só falta ver chover para cima. Assim, são dias absolutamente trevosos e difíceis.

    V. Exa. está colocando a questão das pessoas que estão pagando um preço que tinham um onibusinho, dois onibusinhos e que alugaram... As próprias pessoas que acabaram sendo presas ou não foram quem pagou a sua passagem. Elas não foram financiadas por ninguém e estão com seus ônibus presos. E V. Exa. se coloca à disposição, eu estou com V. Exa.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – Obrigado.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Um aparte, se me permitir, Senador Presidente Heinze.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – À vontade.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para apartear.) – Meu querido irmão Cleitinho, você tem sido uma grata surpresa aqui no Senado Federal, com muita verdade, com muito amor, mas...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... com muita coragem nos seus posicionamentos.

    Em primeiro lugar, quero dizer que eu concordo com o Senador Magno Malta e me coloco à sua disposição para a gente ir aonde estão esses ônibus lá na Polícia Federal. Amanhã é um dia em que a gente está aqui em Brasília, e podemos estar juntos.

    Outro: é para lhe colocar sobre os vídeos que foram falados pelo Senador Magno Malta. Esse negócio de vídeo a que não se permite a gente ter acesso é complicado, porque tem isso também, Senador Magno Malta. Eu fiz um pedido aqui à Presidência do Senado há um mês, um mês e pouco, junto com a Bancada do Novo lá da Câmara, pedindo as imagens aqui do Senado. Por que nem no Senado a gente tem as imagens? Já não basta o que o Lula está fazendo, que não libera as imagens do Palácio do Planalto?! É porque as portas estavam abertas e deixaram entrar?!

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – As pessoas querem saber o porquê, Senador Heinze!

    Para a Senadora Soraya eu quero tirar o chapéu para ela, pois eu reconheço que, logo quando aconteceram os atentados, ela colocou no grupo de Senadores: "Vamos à CPI". Ela correu com a equipe dela, fez um trabalho hercúleo, fez a postagem lá, e todo mundo começou a assinar, todo mundo praticamente assinou. Eu fiquei observando. Quando saiu, dias depois, a questão da Abin, que teria avisado o Governo Federal de que o objetivo era destruir mesmo – dois dias antes, o Governo Federal já sabia –, começaram a não querer mais a CPI, começaram a não querer mais a CPI.

    Com todo o respeito à iniciativa da Senadora Soraya – ela sabe separar personalismo...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... e eu sou testemunha disso em algumas situações –, a legitimidade para fazer não é daqui do Senado. Isso é dar um doce, um pirulito para a população, para acreditar que vai ter CPI de verdade. A CPI de que eu participei aqui nesta Casa foi aquilo que todo mundo viu: uma blindagem aos poderosos. Sabem por quê? Ainda mais hoje que o Senado é governista, a maioria do Senado é governista, claro, até pelo pedido, hoje, de adiamento da CPMI. As duas Casas, Senador Cleitinho, foram vilipendiadas, foram agredidas. Então, Deputados e Senadores têm que investigar juntos. E por isso é CPMI, é mista. Essa letra "m" faz toda a diferença.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Esperança para a semana que vem! Deus vai nos abençoar, e nós vamos realizar isso para o triunfo da verdade e para a justiça.

    Parabéns pelo seu pronunciamento.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – Sr. Presidente, posso finalizar aqui? Vou ser breve.

    Primeiro, Girão, quero agradecer-lhe por tudo. É uma grata, para mim, trabalhar com V. Exa. aqui... Você está sendo um tio, um pai para mim aqui. É um orgulho estar com o senhor. Eu posso falar aqui do próprio Rogério Carvalho, que é apoiador do Governo, um cara que sempre me trata com muito carinho, que me abraça. Paulo Paim, então! Vocês podem ter certeza de que com os 80 Senadores eu vou trabalhar com todo o respeito. Em tudo o que precisarem de mim, se for pauta do bem comum, pauta para ajudar a população, eu sempre vou ajudar. Isto eu falo até para o Governo também: o que for para a população brasileira eu jamais vou atrapalhar. Eu quero o melhor para o meu país, não quero atrapalhar, não!

    Sobre a questão, para finalizar, Soraya, eu assino agora para você e assino qualquer CPI. Gente, se chegarem para mim e falarem: "Cleitinho, eu quero fazer uma CPI contra você". Podem me dar que eu assino. Sabem por que eu sou assim? Porque quem não deve não tem que temer nada. O primeiro passo é esse.

    A minha esposa sempre pega o meu telefone. Eu vou achar ruim...

(Soa a campainha.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PP/REPUBLICANOS/REPUBLICANOS - MG) – ...ela pegar meu telefone? Por que eu vou achar ruim? Eu não devo, não estou devendo. Agora, se, a partir do momento em que ela pegar o meu telefone, eu já começo a dizer para me dar aqui, correr para o banheiro e trancar a porta para mexer no telefone, estou devendo!

    A partir do momento em que não querem dar imagens, que estão bloqueando as imagens para não poderem divulgar as imagens, gente, estão devendo! A gente fica mais nervoso, porque é o meu jeito mesmo! Estão devendo, porque quem não deve não teme. Que sentido faz segurar uma CPMI para investigar tudo o que precisa ser investigado?! No dia 8, todo o mundo ficou falando que foram os patriotas, que foram os patriotas. A CPMI é para investigar os patriotas! É para investigar os patriotas!

    Lá na minha cidade, Polícia Federal, vá lá! Às vezes, tem algum político que foi lá, que motivou também, que incentivou... Vá lá na minha cidade, investigue a minha família, me investigue! Eu estou aqui para ser investigado. É assim que tem que ser. Quem não deve não tem que temer nada, não!

    A gente pede humildemente a esta Casa – 37 Senadores e Senadoras, mulheres, homens – que tenha palavra e não retire a assinatura. E que a gente fique esta semana de vigia com os Deputados Federais, porque a gente já viu aqui vários Deputados Federais retirando assinaturas!

    Queria aqui falar uma coisa, Sergio Moro: você não está sozinho. A PGR veio agora com essa história de querer prender o Sergio Moro. Espere aí, gente! PGR, vamos fazer o seguinte: vamos averiguar esses Deputados Federais também – vamos falar de ética – que estão retirando assinaturas da CPMI? É porque alguma coisa tem, tem motivação para fazer isso. Tudo na vida tem uma motivação. Se retirou, é porque teve uma motivação. E a gente tem que saber.

    Eu queria tanto que Deus descesse nesta Terra aqui agora e abrisse o livro de cada um – podia abrir o meu livro, de cabo a rabo, dos seis anos que eu tenho de política, mas que abrisse também agora o de cada um – para saber por que motivo estão retirando a assinatura da CPMI.

    Muito obrigado.

(Durante o discurso do Sr. Cleitinho, a Sra. Soraya Thronicke deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Luis Carlos Heinze.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2023 - Página 57