Discurso durante a 33ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação com as imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto divulgadas pela emissora CNN Brasil, que mostram suposta atitude omissa de agentes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) durante as invasões do dia 8 de janeiro.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Governo Federal, Imprensa, Movimento Social:
  • Indignação com as imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto divulgadas pela emissora CNN Brasil, que mostram suposta atitude omissa de agentes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) durante as invasões do dia 8 de janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 20/04/2023 - Página 86
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Outros > Imprensa
Outros > Movimento Social
Indexação
  • CRITICA, CONTEUDO, IMAGEM VISUAL, SEGURANÇA, PALACIO DO PLANALTO, DIVULGAÇÃO, EMPRESA DE NOTICIAS, POSSIBILIDADE, OMISSÃO, GRUPO, AGENTE DE SEGURANÇA, GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PERIODO, INVASÃO, MES, JANEIRO.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, senhores dois Senadores, eu venho a esta tribuna e ressalto que venho fazendo um acompanhamento, já há algum tempo, sobre aquilo a que me dirigi ao Presidente Pacheco, e não há qualquer leviandade na minha palavra com relação ao que coloquei aqui sobre a programação da TV Senado. Respeito. Não há nenhum desrespeito a nenhum tipo de profissional, até porque o profissional tem um diretor sobre si. E existe quem dá ordem e quem cumpre ordem. Meu respeito ao jornalista, que tem posição pela sua profissão escolhida, que é a de dar a informação.

    E eu não cheguei aqui ontem. Eu passei aqui 16 anos e tenho pleno conhecimento e espero, realmente, em havendo um equívoco, que quem de direito ou o Presidente tome as providências devidas.

    Bem, Sr. Presidente, eu volto aqui. Parece repetitivo, mas é um assunto que não pode parar. Dia 8 de janeiro... Essa CPMI que foi pedida, que foi inscrita; o fato determinado e assinado por um jovem Deputado Federal chamado André Fernandes, do Ceará, com o espírito de Calebe, de Josué. Destemidos, ao invés de olharem para os gigantes, veem Deus. Colhidas as assinaturas, tem um rito a ser cumprido.

    Num primeiro momento, um alvoroço, naquele dia 8, quando inocentes foram levados para uma emboscada. "Vocês saem da frente do quartel e entram nos ônibus. Acabou. Ninguém vai se machucado. Nós vamos levá-los para a rodoviária. Vocês não voltarão nos ônibus em que vocês vieram, mas está tranquilo. Vamos nos ônibus". Eles entraram nos ônibus. Isso é simplório, isso é simplório de se entender – dois mais dois são quatro. E andaram por toda a cidade de Brasília, por algum tempo, para que aquelas televisões pudessem filmar ônibus lotados de terroristas.

    Eu acho que o Talibã teve inveja, quando viu essas imagens, de tantos terroristas que eles não conseguiram arrebanhar no mundo inteiro, Moro. Homens, mulheres, pessoas simples, que vieram para aqui defender os seus valores, pelos seus filhos, pela sua família, pela pátria, contra o aborto, contra a ideologia de gênero. Pessoas que eles chamam de "terroristas bolsonaristas". Os mesmos que o Ministro conhecido como o famoso decano daquela Corte chamou de "nazistas" – a mim e a todos os outros que gostam de cantar o Hino Nacional –, "terraplanistas","não acreditam na ciência". A ciência que submergiu e ficou a serviço dos políticos nessa mentirosa CPI do Covid. E hoje era o dia – mas se passa mais um dia, porque é um fato em cima do outro – em que eu ia ler as bulas de todas as vacinas.

    Agora, que se sabe, assume-se que o vírus saiu de um laboratório e que máscara era só uma palhaçada, era máscara mesmo – nunca protegeu ninguém –, a nossa Anvisa aqui foi a última a dizer "não serve", "não vale". E agora saem notas da Organização Mundial de Saúde: "mantenham seus filhos longe da tal vacina". Ah, é? Não era para criança de cinco anos, de onze anos? Se bem que eu nunca vi nenhum Prefeito, nenhum Governador e nenhum homem público levar seus netos para vacinar. Queriam vacinar os filhos dos outros e os netos dos outros.

    Essas pessoas foram presas. Levaram-nas para uma emboscada e segregaram-nas no Ginásio de Esportes da Polícia Federal. Assinam um termo de culpa. Isso é juiz? A pessoa: "Eu vou me embora daqui, pelo amor de Deus!". "Tudo bem" e tal. Assinou. "Teje preso!" "Como assim?" "Teje preso!" E elas foram segregadas.

    Eu, diversas vezes, fui para a Colmeia; diversas vezes fui para a Papuda, uma vez acompanhado do Senador Girão, do Senador Moro, de outros Senadores e Senadoras, mas coloquei ali os meus dias e a minha energia a serviço, humanitariamente, em favor de vidas vitimadas pela covardia.

    E só imagens, imagens de terroristas, vidro quebrando, vidro quebrando no Senado: "Ah, quebraram o relógio! Um relógio tão antigo!"; "Ah, destruíram o Supremo!"; "Ah, destruíram as três Casas! O Palácio do Planalto!". Cara, eles queriam colar essa história de terroristas.

    E eu sempre dizia nos meus discursos: vamos, vamos, vamos fazer essa CPI, porque a gente precisa saber quem é o terrorista; porque a gente precisa descobrir, no meio desse povo, pelo menos três, quatro ou cinco que tenham pelo menos o nível de Cesare Battisti, um terrorista que foi inocentado pela Suprema Corte aqui e que tinha como advogado, hoje, um membro da Suprema Corte.

    E lá estavam Chico Alencar, Senador Randolfe Rodrigues, Senador Nery, esperando o julgamento. Eu até fiz uma foto – ficou deste tamanhão assim, ó! – para poder mostrar aqui: eles alegres, abraçando Cesare Battisti – terrorista –, vibrando porque ele agora estava livre. E chamam as pessoas de bem de terroristas.

    Hoje, aqui, no discurso do Senador Randolfe – o senhor prestou atenção, Sr. Presidente? –, ele disse: "Naquele dia, nós prendemos mais de cem... Nós prendemos mais de mil!". Nós quem, cara pálida? Nós quem? É só ir para as notas taquigráficas que vai achar o "nós" dele. É só botar a imagem. Nós quem? E nas imagens aparece.

    Se tem algum patriota que veio aqui dizer: "Eu quero um país livre de terrorismo, eu quero um país livre. Não quero uma Venezuela. Eu não quero ser Venezuela. Eu não quero Cuba! Eu não quero ser a China! Eu quero ter liberdade de culto! Eu quero cultuar em qualquer lugar! Eu não quero ser repreendido pela minha fé! Não quero meus filhos doutrinados! Não quero ideologia de gênero! Quem educa meus filhos sou eu! Escola abre janela para o conhecimento! Quem educa é pai e mãe, porra!"... Essas pessoas, esses são os terroristas.

    Quer dizer, aquele pessoal – o senhor era Deputado Federal em 2016 – que botou fogo na Esplanada dos Ministérios é tudo inocente. Quem botou fogo na estátua de Borba Gato é inocente. Quem invadiu o Supremo – e o MST invadiu o Supremo! – e quebrou tudo: inocente. É ato democrático! Invadiram a Câmara: ato democrático! Ora, está lidando com quem? Com um tolo? O que há em tudo isso? E "não queremos mais a CPI".

    O Presidente da República botou cem anos de sigilo. Como é que esse troço vazou? Deve ter sido alguém indignado. Alguém que tem senso de justiça e não estava se aguentando, estava sem dormir, sabendo que essa coisa era mentira, vendo pessoas massacradas, e aí resolveu vazar aquele pedaço lá; como vazou a receita de Dr. David Uip, por quem tenho muito respeito, que foi o primeiro homem que pegou covid em São Paulo, foi o primeiro a se curar com cloroquina, e era o Diretor do Núcleo de Combate ao Vírus, feito pelo Doria. Sucumbiu uma história, um nome, como tem David Uip, para Doria! Depois, alguém indignado vai lá e pega a receita dele no computador: ele receitou para ele mesmo cloroquina! É feito a música de Milton Nascimento: "Eu, caçador de mim"; ele foi: eu, o receitador de mim. E agora, José?

    A Bíblia diz que tudo que é feito nas trevas um dia virá à luz. Não querem entregar as imagens. O GSI disse que não entregaria as imagens à CPI aqui do Distrito Federal porque era muita imagem e era muito pesado. Ah, ah, ah, gente! Já existe tanto programa, e o GSI não tem programa para isso! Não, bota no Telegram, porque no Telegram vai.

    Como é o nome, menino? É AirDrop, é? (Pausa.)

    Como? (Pausa.)

    AirDrop. Vai também, não vai? – tem um monte de assessor aqui sentado. Não vai? (Pausa.)

    Vai.

    Já ouviu falar nisso, Presidente? Vai.

    "Não, mas é muita imagem..." Ah, ah, ah! Mamãe, me acode!

    Agora eu vou mostrar aqui na tribuna, porque essas imagens eu quero ver na TV Senado – me dá esse negócio aí, por favor.

    General Gonçalves Dias – eu também estou entrando com um pedido de prisão dele. Por muito menos, o ex-Ministro Anderson Torres está preso, depressivo; Ibaneis, tiraram do cargo. Também, ele assinou um recibo, não é? Pediu perdão a Lula, pediu perdão ao Ministro Alexandre. Duas crianças. Isso é humanidade, Presidente. Isso é humanidade. Tem o crime do cara comprovado? "Ah, era para dar um golpe para quem assumisse." Bolsonaro nem estava aqui. Quem ia assumir? A irmã Ilda, Senador Girão? Aquela moreninha orando em volta lá do quartel, Moro? Ela que ia assumir o golpe, e ela ia virar Presidente? Quem?

    Mas, se algum desses entrou aqui e quebrou alguma coisa, pague. Que pague! Se exagerou, que pague. Agora, quem são os infiltrados? Quem bolou essa zorra? Quem bolou essa zorra? Pague!

    Agora, veja, já recebi três telefonemas de pessoas: "Ah, eu vi um aparte seu dizendo sobre o General Gonçalves Dias. Vai devagar. Eu o conheço, é um homem de bem". Vai devagar? E quem disse que eu estou indo rápido? Quer dizer que com os outros pode?

    Vamos ver o General em ação.

(Procede-se à exibição de vídeo.)

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Essa matéria e essas imagens são da CNN. Chocante, chocante, Sr. Presidente, chocante!

    O povo brasileiro, neste momento, pergunta-se: Aonde chegaremos? Um país que, há cem dias, já tem sua economia no esgoto e está absolutamente destruído, porque não há qualquer preocupação com a economia deste país. A preocupação é fazer aflorar, exatamente, o procedimento e uma mudança de regime do Brasil.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Não é mudança de um Presidente para outro Presidente, mas mudança de regime no Brasil, que faz aflorar todas essas pautas ideológicas no país.

    E o General Gonçalves Dias se demite. Aí a notícia está. Se há alguém que estava sendo guiado por ele e que pertence àquele grupo que lá estava e estão presos, e esses afirmam categoricamente que nenhum desses está preso, mas que estão identificados, seria ótimo que vocês se antecipassem, porque o meu desejo, Sr. Presidente, é que a justiça se estabeleça e se instale.

    Existe um ex-Ministro preso, em processo depressivo, e nenhuma voz se levanta para falar alguma coisa.

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – É o Ministro Anderson Torres. E agora nós esperamos uma manifestação do Judiciário.

    Imagine V. Exa. se isso acontece dentro de um Governo de Jair Bolsonaro! Imagine V. Exa. se algumas dessas pessoas ainda fossem dos resquícios e lá permanecessem do passado Governo – e eu não era Senador, sem mandato, tão-somente um espectador, um cidadão brasileiro cumprindo o meu papel. Então, não é essa narrativa que vai criminalizar essas pessoas. Eu espero que haja uma urgente atitude das nossas autoridades maiores, uma urgente atitude de cada um de nós enquanto brasileiros, porque o povo do Espírito Santo não espera menos de mim, como o povo do seu estado não espera menos de V. Exa.

    Isto aqui não é inventado por mim; isto aqui não foi criado por mim. São imagens. É um fato, e é fato que Gonçalves Dias se demitiu. Como vão lidar com essa questão fazendo contorcionismos, levando seus aliados a criarem mais narrativas? Porque a Bíblia diz que um abismo chama outro abismo, e eu espero qual será o próximo abismo. E que essas imagens já reveladas sirvam para o acordar de todos aqueles que estavam adormecidos ou fingindo que estavam cochilando, para que a nação possa aplaudi-lo e dizer "muito obrigado pelo comportamento de V. Exas. no momento mais duro da vida da nação".

    O meu papel eu vou cumprir, ainda que me custe a vida. Para um homem sem liberdade, Sr. Presidente, é melhor a morte. E eu vou lutar pela liberdade até o final. "Ah, mas você é alvo. Vai devagar, porque esses caras podem lhe tirar o mandato". Eles podem me tirar até a vida. Podem me tirar até a vida! O apóstolo Paulo disse: "por nada tenho ganho a minha vida, não reputo nenhum ganho – o intérprete da mente de Cristo –, porque para mim, viver é Cristo, o morrer é lucro.".

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/04/2023 - Página 86