Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo Federal pelas declarações contrárias à política de juros adotada pelo Banco Central. Defesa da independência e autonomia dessa instituição.

Autor
Wilder Morais (PL - Partido Liberal/GO)
Nome completo: Wilder Pedro de Morais
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Administração Pública Indireta, Economia e Desenvolvimento, Governo Federal:
  • Críticas ao Governo Federal pelas declarações contrárias à política de juros adotada pelo Banco Central. Defesa da independência e autonomia dessa instituição.
Publicação
Publicação no DSF de 27/04/2023 - Página 36
Assuntos
Administração Pública > Organização Administrativa > Administração Pública Indireta
Economia e Desenvolvimento
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, DECLARAÇÃO, OPOSIÇÃO, AUMENTO, GASTOS PUBLICOS, POLITICA MONETARIA, JUROS, DEFESA, ROBERTO CAMPOS NETO, PRESIDENTE, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), INDEPENDENCIA, AUTONOMIA, AUTARQUIA FEDERAL.

    O SR. WILDER MORAIS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - GO. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, em audiência pública, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, esta semana, reforçou o papel do banco e a importância dele para a nossa economia.

    Como vimos, o Banco Central é responsável por uma série de ações que promovem a estabilidade financeira e a proteção dos direitos do cidadão.

    Nesse sentido, é importante destacar que a independência do Banco Central não é apenas uma questão técnica, é uma questão de defesa da nossa democracia.

    A independência e autonomia do Banco Central são fundamentais para garantir a estabilidade econômica de que precisamos para o desenvolvimento a longo prazo do nosso país. Afinal, é essa estabilidade que aumenta a confiança dos investidores no nosso país, atrai mais investimentos, gera mais emprego e renda para a nossa população.

    O Presidente Campos Neto foi muito claro ao responder meus questionamentos. Segundo ele, quando o Governo falha em reduzir despesa, o investimento não vem. Campos Neto lembrou ainda que quando o Governo... é cortar despesa, o efeito é diminuir a inflação. Ao contrário, quando o Governo foca em aumentar a arrecadação, como planeja o PT, o efeito é aumentar a inflação.

    Infelizmente, estamos vivendo ataques constantes ao Banco Central, ataques que tentam acusar seus diretores de captura pelas instituições financeiras. Esses ataques levianos não levam em consideração o fato de que o próprio Banco Central tem inovado e criado novas soluções como o Pix – o Pix, Sr. Presidente, que reduziu a receita dos bancos e beneficiou milhares de brasileiros em todo o nosso país.

    Infelizmente, o atual Governo parece não compreender a importância da instituição e da sua estabilidade econômica. Ao invés de adotar medidas efetivas para reduzir a carga tributária, promover um ambiente favorável aos negócios, o Governo prefere criar um inimigo imaginário, desviar as atenções dos verdadeiros problemas.

    O Governo deveria estar pensando, primeiro, em uma reforma administrativa, deveria estar sinalizando apoio ao setor produtivo, apoiando o agronegócio, a indústria, o turismo, a mineração, os serviços, deveria estar estimulando a geração de emprego e renda. Não deveria estar preocupado em tirar incentivos a setores importantes que ainda não se recuperaram da pandemia.

    Infelizmente, Sras. e Srs. Senadores, ataques não ajudam a reduzir as taxas de juros altas. Ao invés de atacar o Banco Central pela taxa de juros de 13,75, o Governo deveria estar preocupado com a redução da carga tributária, que chega a 35% em alguns setores, deveria estar preocupado com enxugar a máquina pública.

    Sr. Presidente, a maior ação social que o Governo pode fazer é a geração de emprego e renda, e não será aumentando a arrecadação, retirando benefícios essenciais que o Governo vai gerar mais emprego para o nosso país.

    Era isso, Presidente.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/04/2023 - Página 36