Pronunciamento de Jorge Seif em 27/04/2023
Discurso durante a 38ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal
Sessão de Debates Temáticos destinada a debater o tema “Juros, Inflação e Crescimento”.
- Autor
- Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
- Nome completo: Jorge Seif Júnior
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Economia e Desenvolvimento:
- Sessão de Debates Temáticos destinada a debater o tema “Juros, Inflação e Crescimento”.
- Publicação
- Publicação no DSF de 28/04/2023 - Página 47
- Assunto
- Economia e Desenvolvimento
- Matérias referenciadas
- Indexação
-
- SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DEBATE, JUROS, INFLAÇÃO, CRESCIMENTO, ECONOMIA.
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) – Sr. Presidente Rodrigo Pacheco, Sr. Ministro Fernando Haddad, Sr. Ministro do Banco Central Roberto Campos, Sra. Ministra Simone Tebet, Sras. e Srs. Senadores, setores produtivos aqui representados, economistas...
Presidente Pacheco, primeiramente, parabéns pelo debate. Parabéns também ao Governo Federal e às instituições que estão vindo aqui nesta Casa, que é um gesto importante de aproximação do Parlamento com o Governo Federal para discutirmos o que precisamos avançar no Brasil.
Ministro Haddad, eu poderia aqui fazer até uma defesa do legado, do trabalho do Presidente Bolsonaro, do Ministro Guedes, mas tudo o que nós não queremos mais são polarizações, ofensas, agressões ou dizer quem é melhor, quem é pior – não! Eu só queria lembrar algumas coisas: eu poderia falar que a inflação no Brasil em 2022 foi menor que a dos Estados Unidos, Europa e América Latina; que, no último relatório do Banco Mundial sobre extrema pobreza, o Brasil experimentou o menor nível da série histórica, em 1,9%; poderia lembrar que o antecessor do senhor, o Ministro Paulo Guedes, recebeu um prêmio de uma revista inglesa como um dos melhores economistas do mundo; que o Governo do Presidente Bolsonaro promoveu um superávit primário em 54 bilhões no final do seu Governo, o que não ocorria desde 2013; redução de despesas públicas de 19,3% para 18,2% do PIB; e tantas outras coisas.
Eu concordo com o senhor e lhe dou toda a razão quando o senhor fala que o sistema tributário brasileiro é uma colcha de retalhos. Isso é um grande desafio para o senhor, para a Ministra Tebet e para as Casas, para o Congresso Nacional – é um desafio gigantesco.
Eu vejo também... Eu sou produtor rural da cidade de Itajaí, sou da pesca. E o que nós vemos do final da eleição para cá, que foi muito polarizada, muito disputada, com vários problemas? O que aconteceu com a economia brasileira, independente de narrativas e sem posicionamentos políticos? Nós vimos a bolsa de valores até agora acumulando uma queda de praticamente 8%, nós estamos falando de mais de R$500 bilhões; nós estamos vendo uma briga, que não é salutar, entre o Poder Executivo e o Banco Central. Não adianta nós demonizarmos o Banco Central nem o Robertos Campos.
Eu creio que o senhor, a Ministra Tebet, o Roberto Campos e as equipes de vocês – que são servidores de carreira dos ministérios, e temos que ter respeito por essa equipe que assessora os senhores – têm que dar as mãos, mas o discurso, quando nós começamos a demonizar,
Eu creio que o senhor, a Ministra Tebet, o Roberto Campos e as equipes de vocês – que são servidores de carreira dos ministérios, e temos que ter respeito por essa equipe que assessora os senhores – têm que dar as mãos. Mas, com o discurso, quando nós começamos a demonizar, com o falatório sem ação, o empresariado, os economistas e os bancos que estão aqui representados não pensam que o amor venceu, mas, sim, que o medo está imperando, o medo e a insegurança. É uma insegurança que prejudica a todos: quem votou em Bolsonaro, quem votou em Lula, família pobre, família rica, bancos, empresários, investidores estrangeiros... Nós estamos experimentando baixa na bolsa de valores, nós estamos experimentando fuga de capitais, nós estamos agora, em fevereiro, pelo IBGE, com uma redução de 26% dos empregos comparativamente com fevereiro do ano passado. E isso... Será que, em dois meses...
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Sr. Presidente, me dê mais um minutinho ou dois minutinhos, por gentileza.
Com certeza, com dois meses do Governo do Presidente Lula, vocês não seriam capazes de fazer qualquer movimento que prejudicasse tanto a economia, mas aí eu peço para o senhor o cuidado com as questões das palavras e dos gestos que o Governo Federal está dando para a sociedade brasileira. Quando nós falamos, por exemplo... Vou exemplificar, se o senhor me permite, mais uma vez, agradecendo-lhe por o senhor ter permanecido aqui, no Parlamento, conosco, aqui no Senado. Quando nós começamos a falar – alguns gestos que apavoram todos aqui e quem nos assiste – que vamos usar um banco que é para financiar empresas brasileiras para financiar países que estão devedores do Tesouro Nacional, é um gesto que gera medo.
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Quando nós falamos que vamos retornar imposto sindical, isso gera medo, insegurança e recuo da economia. Quando, através de decreto, o marco do saneamento foi completamente desconfigurado, inclusive desrespeitando esta Casa, que o aprovou, isso é outro gesto. Então, são gestos como esses...
Na questão do teto fiscal, eu até tenho uma crítica construtiva ao senhor. Se nós somos uma colcha de retalhos, se nós hoje vivemos praticamente já a revogação do teto fiscal e se nós queremos avançar com essas pautas, o Governo Federal não poderia demorar tanto em enviar o arcabouço para estas Casas. Nós precisamos de reforma fiscal, tributária, trabalhista, várias, mas hoje depende muito mais do senhor e da Ministra Tebet...
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – ... para que, com esses gestos do Governo Federal com o Parlamento, com a população, com o empresariado, possamos, então, experimentar um aquecimento, uma confiança daqueles que investem...
E aqui eu cito Ronald Reagan, ex-Presidente americano, que disse que o melhor programa social é o emprego. Quem gera emprego não vai ser o Ministro Haddad, nem a Ministra Tebet, nem o Roberto Campos, tampouco o Presidente Rodrigo Pacheco, se não esses que estão aqui nos assistindo que torcem para um movimento, uma sinalização do Governo Federal em questão de respeito a gastos públicos – até agora, eu creio que essa seja uma das maiores inseguranças que nós temos experimentado enquanto brasileiros – e de medidas propostas pelos senhores, que têm equipes maravilhosas...
(Interrupção do som.)
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MG. Fazendo soar a campainha.) – Para concluir, Senador.
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Obrigado, Sr. Presidente.
Eu fui Ministro da Pesca, Ministro Haddad, e tive muito contato com o Ministério da Economia. Por isto é que eu elogio as equipes dos senhores: eu as conheço. E tenho certeza de que, se o senhor der uma apertadinha, pedir uma celeridade ou pedir ao próprio Parlamento que envie propostas para nós avançarmos nessas agendas econômicas...
Acima de tudo, a Bíblia nos ensina o seguinte: o poder da vida e da morte está na língua. Quando o Governo fala algumas coisas, assusta o mercado, por ser um Governo que pensa mais na questão social, no grande Estado. Isso assusta as pessoas.
Então, nós desejamos, enquanto Senadores, Parlamento, brasileiros e empresários – sou produtor rural –, toda a sorte do mundo. E peço ao senhor e à Ministra Simone Tebet que acelerem as propostas de reforma fiscal, tributária, arcabouço...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – ... que são muito importantes para todos nós.
Muito obrigado.