Interpelação a convidado durante a 38ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de Debates Temáticos destinada a debater o tema “Juros, Inflação e Crescimento”.

Autor
Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a convidado
Resumo por assunto
Economia e Desenvolvimento:
  • Sessão de Debates Temáticos destinada a debater o tema “Juros, Inflação e Crescimento”.
Publicação
Publicação no DSF de 28/04/2023 - Página 51
Assunto
Economia e Desenvolvimento
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DEBATE, JUROS, INFLAÇÃO, CRESCIMENTO, ECONOMIA.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG. Para interpelar convidado.) – Sr. Presidente, vou falar sentado aqui mesmo, vou ser breve.

    Quero aqui cumprimentar todos que estão na mesa. E de uma forma muito humilde: que Deus abençoe vocês três. Vocês têm as pastas mais importantes do país. E o que eu peço para vocês aqui é que vocês se unam com o Presidente, o Lula, e, em vez de ficar jogando direta, indireta, do que precisa fazer, sentem vocês e busquem a maneira para a gente poder reduzir esses juros.

    Estou aqui literalmente para ajudar. Estou aqui para poder... Eu quero o melhor para o meu país. Eu não tenho projeto de poder. Por mais que a gente seja da Oposição, eu sei que muitas das vezes a Oposição quer um projeto de poder, quer atrapalhar para depois entrar; eu não, o projeto aqui para mim é da população. Então, tudo que for a favor do povo aqui eu quero ajudar.

    E eu tenho que orar por vocês, porque quem está de fora sempre tem a solução. Vocês estão nessas pastas de desenvolvimento econômico, da fazenda, do Banco Central, que são as pastas mais importantes. Então, em vez de talvez ficar nessa briga, talvez jogando indireta e direta, se unam com o Presidente Lula, até porque ele tem autonomia hoje, que foi feito pelo Congresso Nacional, e eu acredito que o Congresso Nacional tem a responsabilidade aqui de deixar a autonomia do Banco Central, porque isso foi uma vitória para o Brasil.

    Então, assim, em vez de ficar brigando, acho que a melhor maneira que tem é se unir e buscar uma forma de poder resolver isso.

    Eu não tenho mestrado, eu não tenho doutorado, eu acho que tem político que gosta de falar, de apontar o dedo em economia que não sabe nada de economia. Mas meu pai, que é verdureiro, com muita honra, e com muito orgulho estou neste Senado aqui, Haddad, meu pai me ensinou uma coisa desde pequeno. Quando eu recebi meu primeiro salário, que foi de R$500: "Você ganhou R$500, você não pode gastar R$600; você não pode gastar mais do que você arrecada". Talvez o que a gente mais viu neste país aqui é gastar mais que arrecadar – limite de gastos, que a gente sempre fala. Está na hora de, realmente, a gente fazer o limite de gastos, mas para quem realmente tem que diminuir esses gastos.

    Vamos falar de verdade: quem gera riqueza neste país aqui? É o trabalhador e o empresário. Quem gera despesa? Somos nós, os três Poderes. E eu acho que aqui eu falo com toda a humildade para tocar o coração dos Senadores, dos políticos do Brasil. Está na hora de a gente fazer uma reforma administrativa neste país aqui de verdade. Está na hora de a gente fazer uma reforma política. Não tem jeito mais de a população brasileira pagar a conta. Quem tem que pagar conta é quem gera despesa. Somos nós!

    A gente passou ontem, aprovou a questão do piso da enfermagem, piso nacional, que vai ter R$7 bilhões. Os três Poderes aqui custam, para a população brasileira, anualmente, R$15 bilhões. Está na hora de a gente fazer uma reforma administrativa e política. Se a gente tirasse metade da despesa que tem dos três Poderes, a gente pagaria o piso nacional. Então, o problema não está no povo; o povo está pagando, o povo está trabalhando, pagando seus impostos. O problema está aqui. E com essa briga que fica, se é da esquerda, é da direita, a gente nunca olha para a frente. E eu estou aqui para olhar para o povo. Se vocês são Governo hoje, o que for para o povo aqui eu quero ajudar, não quero atrapalhar.

    Então, vamos pensar nisso, vamos trabalhar para a população brasileira. Hoje – se eu estiver mentindo, o Presidente pode falar isso – a gente está falando de inflação aqui, da questão do poder do salário da população brasileira. Hoje eu mandei uma mensagem para ele cedo, preocupado com tanta taxa que a população brasileira paga. Lá em Minas Gerais, para se ter noção – isso é no Brasil –, na conta de água cobram uma taxa de esgoto. Toda cidade tem tratamento esgoto. Quer dizer, é um roubo legalizado, a população brasileira, a mineira, paga uma taxa de tratamento de esgoto que não existe – e está pagando.

    O que eu falar disso é o seguinte: paga-se mais pelo imposto e pela taxa que pelo próprio consumo dentro da conta de água e da conta de energia. Como é que um salário mínimo vai ter poder de compra? Está na hora de a gente diminuir os impostos e essas taxas que a população brasileira não aguenta pagar mais. E é isso que a gente tem que debater, é disso que a gente precisa dentro arcabouço fiscal, dentro da reforma tributária. Gente, se seguirmos aquilo que Jesus Cristo falou anos atrás – não precisa de mestrado e doutorado, não: "Dai a César o que é de César". Quanto à reforma tributária, não tem condição de um cidadão brasileiro que ganha R$5 mil pagar Imposto de Renda de 27%. Isso é covardia, não faz sentido!

(Soa a campainha.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/REPUBLICANOS - MG) – Então, tem como, mas a gente precisa realmente ter coragem de resolver. Eu estou aqui para poder ajudar. Eu, com uma posição inteligente, de quem quer o melhor para o meu país aqui, se vocês quiserem sentar para conversar, eu estou aqui para isso. Não adianta mais a população brasileira colocar imposto para quem gera riqueza. Quem gera despesa, que são os políticos, que é a classe dos três Poderes, que tem que pagar conta, é aqui que tem que cortar da própria carne.

    Foi um político no meu gabinete pedir para os partidos não pagarem as multas. Gente, pelo amor de Deus, o partido não devia ter nem fundo eleitoral! Estão discutindo aqui na Comissão a questão do Minha Casa, Minha Vida. Você já pensou se a gente tirasse metade do fundo eleitoral e do fundo partidário – que são R$5 bilhões, R$2,5 bilhões – e a gente fizesse casas do Minha Casa, Minha Vida com isso? Mas investem num político. Não está na hora de a gente investir mais num político, não, está na hora de a gente investir na população.

    Então, quero falar aqui para vocês três que estão aqui – infelizmente, o Lula não está aqui: em vez de brigar, unam-se para a gente melhorar o país. E se for para unir, pode contar comigo, viu?

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/04/2023 - Página 51