Discurso durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da participação de S.Exª. em eventos nos Estados Unidos da América, que versaram sobre os rumos da televisão em terceira geração e sobre mineração de pedras para uso na construção civil. Preocupação com a assimilação de novas tecnologias, como robótica e inteligência artificial, por parte das crianças no Brasil.

Autor
Carlos Viana (PODEMOS - Podemos/MG)
Nome completo: Carlos Alberto Dias Viana
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Ciência, Tecnologia e Informática, Economia e Desenvolvimento, Indústria, Meio Ambiente:
  • Registro da participação de S.Exª. em eventos nos Estados Unidos da América, que versaram sobre os rumos da televisão em terceira geração e sobre mineração de pedras para uso na construção civil. Preocupação com a assimilação de novas tecnologias, como robótica e inteligência artificial, por parte das crianças no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 03/05/2023 - Página 59
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Ciência, Tecnologia e Informática
Economia e Desenvolvimento
Economia e Desenvolvimento > Indústria, Comércio e Serviços > Indústria
Meio Ambiente
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, EVENTO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), ACESSO, TECNOLOGIA, INFORMAÇÕES, ATUALIZAÇÃO, LEGISLAÇÃO, TELEVISÃO, MINERAÇÃO, PEDRA ORNAMENTAL, CONSTRUÇÃO CIVIL, NECESSIDADE, ADAPTAÇÃO, MEIO AMBIENTE, CIENCIA E TECNOLOGIA, COMENTARIO, CHINA, PRODUÇÃO, AUTOMOVEL, ELETRICIDADE, CRITICA, COMBUSTIVEL FOSSIL, PREOCUPAÇÃO, FUTURO, CRIANÇA, ADOLESCENTE, BRASIL.

    O SR. CARLOS VIANA (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - MG. Para discursar.) – Muito obrigado.

    Srs. Senadores, Sras. Senadoras, meus cumprimentos. Meus cumprimentos também a todos os que nos acompanham pelas transmissões da rede Senado.

    Quero dividir com todos os senhores uma grande preocupação que trago comigo em relação ao futuro do nosso país e das nossas gerações. Preocupações, senhoras e senhores, que deveriam, mas não estão fazendo parte dos grandes debates da nossa atualidade política.

    Como Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia desta Casa, nas últimas duas semanas, tive o privilégio de atender a três importantes convites para visitas a eventos internacionais sobre temas que atingem diretamente nossa economia e a vida de milhões de trabalhadores brasileiros e do mundo, principalmente, das classes produtivas empregadas em nossa indústria.

    Chamo a atenção para a necessidade de que nosso Parlamento esteja atento e acompanhe com rapidez e diligência a necessidade de atualizarmos nossa legislação, diante das mudanças cada vez mais rápidas na competição tecnológica entre as principais e maiores economias do planeta.

    O primeiro grande evento foi o North American Broadcasting, na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos.

    Juntamente com o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e representantes da Anatel e de vários setores da comunicação no Brasil, em especial, a Abert, debatemos os rumos da televisão em terceira geração.

    Infelizmente, enquanto já se trabalha uma nova tecnologia mais ampla e de maior qualidade para um público carente por informações confiáveis, nós, no Brasil, ainda temos centenas de municípios que vivem a era analógica. Da mesma forma, escolas públicas sem acesso a qualquer tipo de sinal por TV educativa ou mesmo com internet de qualidade para apoio ao ensino.

    É urgente que desenvolvamos um plano estratégico para garantirmos a igualdade tecnológica no acesso à informação diária dos principais fatos do nosso cotidiano. Cidadãos bem informados fortalecem a democracia.

    O segundo evento foi o Covering, na cidade de Orlando, a convite da Agência Nacional de Mineração. O maior evento mundial em mineração de pedras para uso na construção civil.

    O Brasil, apesar de ser um dos maiores produtores mundiais de pedras ornamentais e minérios, teve participação muito tímida no evento. Faltou apoio e incentivo governamental no que chamamos aqui a atenção da Apex, a agência responsável pelo fomento às exportações brasileiras, para que também desenvolva um plano estratégico de apoio aos mineradores.

    Além dos equipamentos e amostras brasileiras, um debate importante foi levantado, que diz diretamente sobre o nosso trabalho: a adequação de nossa legislação ambiental para o desenvolvimento do setor e regras mais efetivas para o tratamento dos resíduos sólidos e dos impactos deixados na natureza, nas áreas exploradas. O mercado exterior quer as pedras e o minério brasileiros, mas quer também políticas de preservação e recuperação mais amplas e efetivas.

    Por fim, nos juntamos ao Senador Rodrigo Cunha para visitas na área de tecnologia e inteligência artificial, nas cidades de Xangai e Guangzhou, na China.

    Senhores, precisamos ficar atentos – e aqui peço redobrada atenção dos meus colegas do Senado. Em Xangai, estivemos em centros de pesquisa e produção de alta tecnologia em áreas onde antes funcionavam indústrias de manufaturados. Em apenas três décadas, os setores tecnológicos que foram atraídos para aquelas áreas especiais e receberam apoio governamental mudaram completamente o perfil de qualidade de vida e de renda daquele povo. Em média, cada centro tecnológico, em Xangai, desses especializados em apps de tecnologia, faturam entre R$500 e R$600 bilhões por ano. Esse sucesso levou a cidade de Xangai, em tão curto prazo, a alcançar um PIB maior do que o brasileiro.

    Na mesma sequência, não foi surpresa visitarmos também um projeto desenvolvido para a área da aviação regional e encontrarmos ali uma das fábricas mais modernas e rápidas no atendimento às demandas da aviação chinesa.

    Quando o assunto é meio ambiente, a legislação daquele país se adequou rapidamente sem impedir o crescimento dos vários setores da economia.

    Em Guangzhou estão vários projetos muito bem-sucedidos de produção de carros elétricos e novos combustíveis. Todas as frotas de táxi das maiores cidades chinesas, hoje, são não poluentes. Os carros elétricos, além de financiamento especial, têm vagas reservadas em estacionamentos públicos.

    Em cada dez carros vendidos na China, três não são movidos por gasolina ou diesel.

    Enquanto o mundo busca se livrar dos combustíveis fósseis, aqui em nosso Brasil, ainda debatemos os rumos da nossa estatal de petróleo cujo futuro é cada vez mais incerto no cenário internacional.

    Na linha de produção automotiva que visitamos em Guangzhou, os robôs assumem cada vez mais espaço na rapidez e na precisão das entregas finais, uma tendência mundial que certamente chegará com cada vez mais intensidade em nosso país. E eu me pergunto e pergunto a todos aqueles que lidam no dia a dia do país: qual será o futuro dos milhões de trabalhadores brasileiros que não tiveram oportunidade de qualificação profissional e estudos em escolas públicas muitas das quais, como citamos, nem mesmo têm internet disponibilizada para os alunos?

    Vamos pensar, senhores, no impacto que essa mudança de perfil tão drástica vai causar nos empregos e o que vai gerar em nosso povo tão dependente da previdência pública para sobreviver na terceira idade. Por lá, as crianças já são preparadas para um futuro em que elas é quem vão planejar, construir e direcionar os robôs. Não haverá substituição de mão de obra, mas a adequação do ensino por meio dos computadores e da inteligência artificial.

    Encerro, companheiros de Senado, reforçando nossa responsabilidade em acompanhar os avanços que tornam nosso desafio de desenvolver nosso Brasil em pé de igualdade com outras nações. É urgente entender o que está acontecendo fora de nossas fronteiras, de repensarmos as bases da nossa economia, das nossas escolas públicas para garantir um futuro promissor aos nossos estudantes, da nossa legislação ambiental e voltar nossos esforços para o desenvolvimento tecnológico e as experiências que podem nos tornar um país mais avançado, não somente na produção de riquezas, mas na igualdade de oportunidades em um mundo admiravelmente novo a cada dia.

    Obrigado, Presidente Rodrigo Pacheco, pela possibilidade dessa experiência que tive pelo Senado, agora, Senador Veneziano, que me torna, como Presidente da CCT, acredito, ainda mais preparado para que a gente possa dar respostas à nossa população.

    Muito obrigado, Excelência.

(Durante o discurso do Sr. Carlos Viana, o Sr. Rodrigo Pacheco, Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Veneziano Vital do Rêgo, 1º Vice-Presidente.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/05/2023 - Página 59