Fala da Presidência durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Abertura da Sessão Solene destinada a homenagear o Estado de Israel pelos 75 anos decorridos desde sua criação.

Autor
Carlos Viana (PODEMOS - Podemos/MG)
Nome completo: Carlos Alberto Dias Viana
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Homenagem:
  • Abertura da Sessão Solene destinada a homenagear o Estado de Israel pelos 75 anos decorridos desde sua criação.
Publicação
Publicação no DCN de 18/05/2023 - Página 10
Assunto
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO SOLENE, HOMENAGEM, PAIS ESTRANGEIRO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CRIAÇÃO, ESTADO, ISRAEL.

    O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Fala da Presidência.) – Declaro aberta a sessão solene do Congresso Nacional destinada a homenagear o Estado de Israel pelos 75 anos decorridos de sua criação.

    A presente sessão foi convocada pelo Presidente do Congresso Nacional, Senador Rodrigo Pacheco, em atendimento ao Requerimento do Congresso Nacional nº 4, de 2023, de minha autoria e também do Deputado Samuel Viana.

    Compõem a mesa e convido para que tomem assento juntamente comigo o Exmo. Sr. Daniel Zohar Zonshine, Embaixador do Estado de Israel na República Federativa do Brasil; (Palmas.) o Exmo. Sr. Senador Alan Rick, Primeiro-Vice-Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, para que esteja conosco assim que estiver conosco em Plenário; a Exma. Sra. Deputada Cristiane Lopes; (Palmas.) o Exmo. Sr. Deputado Padovani, nosso Coordenador do Paraná; (Palmas.) também o Sr. Ric Scheinkman, como é conhecido por todos, Presidente da Confederação Nacional das Câmaras de Comércio Brasil-Israel. (Palmas.)

    Convido a todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino de Israel.

(Procede-se à execução do Hino de Israel.)

    O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) – Convido a todos, agora, para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional brasileiro.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.)

    O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG. Para discursar - Presidente.) – Podemos sentar.

    Quero dar meu bom-dia e agradecimento a todos que nos acompanham pela TV Senado, que acompanham esta sessão solene de homenagem aos 75 anos de Israel, àqueles que nos ouvem pela Rádio Senado e também por todo o sistema de comunicação do Senado Federal, que tem prestado um trabalho importantíssimo de informação a todos os cidadãos.

    Já temos a nominata aqui?

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) – Ótimo.

    Quero saudar todos aqueles que estão conosco na mesa mais uma vez: o Embaixador Sr. Daniel Zohar Zonshine; a Deputada Federal Cristiane Lopes, membro como eu do Grupo Parlamentar Brasil-Israel; o Sr. Deputado Federal Nelsinho Padovani, nosso companheiro do Paraná; o Presidente da Confederação Nacional das Câmaras de Comércio Brasil-Israel, Sr. Ricardo Scheinkman. Quero agradecer-lhes a presença e saudar, mais uma vez, todos os senhores.

    No dia 14 de maio...

    Saúdo também as autoridades presentes, as Sras. e os Srs. Embaixadores, encarregados de negócios e demais membros do Corpo Diplomático em Brasília de Belarus, Cabo Verde, Guatemala, Panamá, Reino Unido, Rússia, Sri Lanka e Vietnã; a Diretora-Geral do Senado Federal, Sra. Ilana Trombka; o Presidente-Executivo da StandWithUs Brasil, Sr. André Lajst; a Presidente da Associação Cultural Israelita de Brasília, Sra. Tamara Socolik – obrigado pela gentileza –; o Sr. Embaixador Sidney Romero, do Itamaraty, que está aqui presente; e também o Sr. Yonatan Gonen, que é o nosso Vice-Embaixador de Israel aqui em Brasília. Se deixei de citar alguma autoridade, por gentileza se identifique, para que o nosso cerimonial possa dar as devidas honras da Casa.

    No dia 14 de maio de 1948, há 75 anos, foi assinada, em Telavive, por 38 membros do conselho do povo judaico, a declaração de independência do Estado de Israel. A primeira assinatura era a de David Ben-Gurion. Esse documento importantíssimo, senhoras e senhores, fundador de um dos países mais bem-sucedidos da modernidade, foi redigido, como sabemos, em hebraico, a língua ancestral do povo judeu, a língua da Torá ou Pentateuco, como nós cristãos a chamamos, e que foi reabilitada e adaptada aos novos tempos para servir de veículo de comunicação entre os cidadãos do novo Estado ou Estado que ressurgia.

    Tenho grande admiração, grande respeito e um enorme carinho pelo povo judeu. Já que hoje homenageamos o Estado de Israel, dirijo-me, mais apropriadamente, ao povo de Israel, aos israelenses, não somente aos judeus, mas a todos aqueles que compõem o Estado de Israel, pois Israel não apenas inclui o povo judeu, mas é um Estado multiétnico, multicultural, tolerante, em que todos os cidadãos gozam dos mesmos direitos políticos e civis. Deve-se sempre lembrar que Israel é o Estado mais democrático e, portanto, mais livre de todo o Oriente Médio. Gosto sempre de citar que os cristãos do Oriente Médio em Israel aumentam em número, a cada ano, o que não acontece na maioria dos países vizinhos. Os judeus, contudo, em Israel, são maioria e inegavelmente foram eles que cumpriram o desígnio histórico de ser os agentes da formação do novo Estado, este Estado que ora completa 75 anos de idade.

    O percurso não foi nada fácil. Desde 70 depois de Cristo, os judeus não possuíam uma terra da qual fossem soberanos. Foi este o ano da Diáspora, quando, derrotados pelos exércitos romanos depois de uma sangrenta insurreição, os judeus – a enorme maioria deles – tiveram de sair de sua terra ancestral e espalhar-se pelo mundo. Então, de 70 depois de Cristo, ano convencional do começo da Diáspora, até a Declaração de Independência em 1948, transcorreram nada menos do que 1.878 anos. Que outro povo, no mundo, pode ostentar, em sua história, tamanha persistência em manter a sua unidade cultural e o sentimento de pertencer a uma comunidade própria e que, ao final de quase 2 mil anos de sofrimento e de perseguição infligida por outros povos, sagrar-se vitorioso e voltar a ser senhor de suas terras ancestrais? É uma história única na humanidade.

    Ainda no final do século XIX e até a primeira metade do século XX, o movimento político em prol da constituição de um Estado judaico na Palestina passou por alguns capítulos importantes, como a fundação do sionismo por Theodor Herzl, a Declaração de Balfour e o plano de partição da Palestina, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1947.

    Nós, no Brasil, gostamos sempre de lembrar, com muito orgulho, a participação decisiva de um brasileiro na aprovação deste plano. Trata-se de Oswaldo Aranha, chefe da delegação brasileira na ONU (Palmas.) e que presidiu a sessão em que se votou a referida matéria. Sabemos que Oswaldo Aranha não somente deu o voto de desempate, o chamado voto de minerva, em favor da aprovação do plano, mas também trabalhou ativamente nos bastidores da assembleia para que se chegasse a esse resultado.

    Aprovado o plano, fez-se realidade a criação do Estado de Israel.

    Sr. Presidente, senhores presentes, movidos pelo sentimento de amizade e de respeito a Israel, um grupo de Senadores brasileiros, no qual me incluo, tivemos a iniciativa de fazer aprovar a Resolução do Senado n° 35, de 2019, que instituiu o Grupo Parlamentar Brasil-Israel. O grupo é aberto à participação de todos os Parlamentares brasileiros – Senadores e Deputados Federais – que a ele queiram aderir.

    Uma vez ultrapassados os inconvenientes causados ao normal curso dos trabalhos parlamentares pela epidemia do covid, finalmente pudemos instalar, no último dia 28 de fevereiro, em primeira reunião, o grupo parlamentar. Na oportunidade, tive a grata satisfação e a honra de ser escolhido por meus pares, Senadores e Deputados, Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, uma instituição que certamente ajudará a estreitar os laços entre os Parlamentares dos dois países.

    O Brasil sempre contou com a solidariedade de Israel. O mais recente episódio nesse sentido caracterizou-se pelo deslocamento a nosso território, especialmente ao meu Estado de Minas Gerais, de 130 bombeiros israelenses, em janeiro de 2019, que nos vieram ajudar nos árduos trabalhos de localização de vítimas do terrível acidente de Brumadinho, infelizmente ocorrido em Minas Gerais. Soube que os bombeiros israelenses serão merecidamente homenageados, em solenidade marcada para breve, pelos bombeiros de Minas Gerais, que, ombro a ombro com eles, naquela triste ocasião, labutaram.

    Queremos aprofundar nossa cooperação com Israel. Já existem algumas iniciativas nesse sentido. Seja na área de agricultura, especialmente quanto a técnicas de irrigação em terrenos no Semiárido, seja na área de tecnologia da informação, seja na área de segurança pública, seja na área de equipamentos médicos de alta tecnologia, temos muito a aprender e a comerciar com Israel.

    Israel, a partir de um território muito pequeno, com grande escassez de terras férteis e de recursos naturais, soube erigir uma sociedade tecnologicamente avançada, com os melhores índices de desenvolvimento humano da região e com alto grau de tolerância política e de liberdade.

    Quanto às mulheres, não há outro país do Oriente Médio em que elas contem com mais autonomia. Para dar um exemplo, as mulheres, em Israel, servem ao exército. Como os homens, portam armas e vão à luta. Como os homens, talvez não haja indicador mais eloquente de igualdade efetiva entre gêneros do que o dever igual, com disposição igual para isso, de arriscar a vida e morrer em defesa da pátria, se necessário. Nossa admiração, senhores.

    Israel é um pequeno país em tamanho, mas grande em realizações, Sr. Embaixador, valente, corajoso, pois é cercado de países que, muitas vezes, tentam, mas não conseguiram, ao longo do passado, terminar com sua independência, contra a qual trabalham e não fazem segredo algum disso.

    Há muito preconceito contra o povo judeu, sempre houve, e o antissemitismo, que é um tipo de racismo, ainda se encontra presente no mundo Ocidental, presente, por exemplo, na imprensa internacional, e é cultivado secretamente, ou não tão secretamente assim, ainda nos dias de hoje por algumas viúvas da Guerra Fria que se colocavam ao lado da União Soviética. Não tenho receio de falar abertamente sobre isso, pois é a verdade.

    Quanto ao comércio entre Brasil e Israel, ele encontra-se em progressão. Ainda que 2021 tenha sido um ano de pandemia, é digno notar que o fluxo do comércio entre as nações, entre 2021 e 2022, dobrou e atingiu a cifra de US$4 bilhões.

    No Brasil, residem cerca de 120 mil judeus, que sempre foram muito bem acolhidos por nós e sempre viveram aqui, em segurança e em paz. Eles formam a décima maior colônia judaica do mundo, e a segunda da América Latina.

    Caros amigos de Israel, no momento em que, para encerrar este discurso, reitero minhas felicitações pelo aniversário de 75 anos da declaração de independência do Estado de Israel, deixo consignado, também mais uma vez, o firme propósito do Parlamento brasileiro de estreitar a cooperação entre nossos países.

    Israel é uma sociedade que, — por sua persistência, por sua intrepidez, por sua inteligência, por sua competência, — nos inspira a todos nós.

    Meu muito obrigado aos senhores e agradeço ao Altíssimo a possibilidade de, como Senador, presidir esta sessão e receber a todos os senhores aqui, de uma maneira amigável e admirável pela história que se nos apresenta, por Israel.

    Muito obrigado a todos.

    Muito bem-vindos. (Palmas.)

    Solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição, no painel, do vídeo preparado pela Embaixada do Estado de Israel.

(Procede-se à exibição de vídeo.)

    O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) – Obrigado.

    Concedo a palavra, por cinco minutos, ao Sr. Ricardo Scheinkman, Presidente da Confederação Nacional das Câmaras de Comércio Brasil-Israel.

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. PRESIDENTE (Carlos Viana. Bloco/PODEMOS - MG) – De onde você quiser. Pode falar daí, da tribuna...


Este texto não substitui o publicado no DCN de 18/05/2023 - Página 10