Pronunciamento de Izalci Lucas em 01/06/2023
Discurso durante a 58ª Sessão Especial, no Senado Federal
Sessão especial destinada a homenagear a Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape) pelos seus 40 anos de fundação.
- Autor
- Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
- Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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Homenagem:
- Sessão especial destinada a homenagear a Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape) pelos seus 40 anos de fundação.
- Publicação
- Publicação no DSF de 02/06/2023 - Página 62
- Assunto
- Honorífico > Homenagem
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, PROCURADOR DO ESTADO, DISTRITO FEDERAL (DF).
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF. Para discursar.) – Bom dia a todos e a todas. Quero aqui, Nelsinho, cumprimentá-lo como também parabenizar V. Exa. e também o Senador Rogério Carvalho pela iniciativa desta sessão especial.
Cumprimento aqui a Vice-Governadora do Distrito Federal, Celina Leão. Todos os nossos conselheiros, presidentes. Para não ter que citar todos, cumprimentar a nossa Ludmila, que é a nossa Procuradora aqui do Distrito Federal. Tive o privilégio de trabalhar com o seu irmão, Marcelo.
Bem, nada acontece por acaso. Hoje, no Brasil, ser gestor é quase que proibitivo, porque todo mundo que assina qualquer coisa responde. Por mais que faça correto, por mais que tenha um pouquinho, ainda existem as questões políticas.
Por acaso, Presidente Nelsinho, ontem eu recebi um telefonema. Eu fui Secretário de Ciência e Tecnologia em 2004 e em 2007. E lancei aqui, em 2004 e depois em 2007, nós fomos a Taiwan, Coreia e Japão para conhecer todos os parques tecnológicos, todas as questões de iniciativa nas universidades de Taiwan, Coreia e Japão.
Taiwan não tinha relação com o Brasil oficialmente. Eu não poderia ir como secretário. Aí, a Universidade de Brasília, que era patrocinadora, me convidou para ir junto com a Federação da Indústria, do Sinfor da tecnologia, e fui porque o projeto era nosso, a demanda era nossa.
E, passado um tempo, como Secretário ainda, eu tinha saído porque eu fui Deputado Federal, chega aqui uma notificação questionando os R$10 mil, que não pagou nem o hotel do Japão, para vocês terem ideia. A Universidade de Brasília prestou conta filmando, gravando, fazendo relatório. Prestou conta.
Foi para o Tribunal de Contas, evidente que foi um adversário político, pedindo a minha prestação de conta. Por mais que a UnB tenha dado tudo isso, dois a dois. Inclusive pedindo a minha inelegibilidade. Tanto é que eu nem viajo mais pelo governo. Nada. Não adianta me convidar porque eu não vou mais.
Quem viajou a trabalho sabe o que é isso. Aí, desempataram. Foi vitorioso. Isso lá em 2010, depois que eu fiz uma auditoria do governo aqui, na época do Governo PT, Agnelo.
Agora, ontem, me ligam: "Izalci tem aqui um processo perguntando pelos R$10 mil". Eu falei assim: "Cara, não é possível! Não é possível!". É impossível você fazer qualquer coisa neste país.
Então, Ludmila, foi bom que nós mudamos a legislação. Não sei se está regulamentado aqui, mas, se a gente não der uma atenção para todo servidor, o gestor, a gente não vai fazer nada neste país. Então, eu já vinha mesmo nesta sessão, mas coincidentemente aconteceu isso ontem à noite. É um negócio assim que não tem lógica. Mas por que, talvez? Estou na CPMI. Fiz convocações, assim como fiz na outra. O Janot, no último minuto – faltavam 15 minutos para terminar o mandato –, fez questão de meter a caneta.
Então, são perseguições políticas que acontecem. Então, vocês precisam ajudar os gestores, como agora a lei já permite, porque senão daqui a pouco você não vai ter nenhum gestor neste país que vai assinar qualquer coisa. O Brasil já não tem plano de nação, não tem projeto de Estado. Já é cada um faz o seu.
Agora, se a gente não tiver a garantia...
(Soa a campainha.)
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) – ... eu nem quero ser mais secretário, mas, se a gente não tiver a garantia de que tem uma proteção, que tem uma procuradoria para defender o gestor, esquece. O Brasil vai ter muito mais dificuldade.
Sr. Presidente, desculpe me estender, mas eu quero aqui parabenizar – não era para falar isso, era para elogiar todos vocês –, parabenizar pelo trabalho, mas eu tinha que aproveitar e desabafar porque ontem à noite, meia-noite, o cara me liga, certo?
Então, obrigado, parabéns e vida longa para a Associação. Eu sei o que é ser presidente de associação e defender.
Vocês estão de parabéns. E que venham outros 40, mais outros 40 anos de todos vocês.
Obrigado. (Palmas.)