Discurso proferido da Presidência durante a 67ª Sessão Especial, no Senado Federal

Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Nacional da Imunização.

Autor
Marcelo Castro (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Marcelo Costa e Castro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso proferido da Presidência
Resumo por assunto
Saúde Pública:
  • Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Nacional da Imunização.
Publicação
Publicação no DSF de 16/06/2023 - Página 21
Assunto
Política Social > Saúde > Saúde Pública
Matérias referenciadas
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, IMUNIZAÇÃO, VACINA, VACINAÇÃO.

    O SR. PRESIDENTE (Marcelo Castro. Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PI. Para discursar - Presidente.) – Quero agradecer e parabenizar o Dr. Gonzalo Vecina pelas suas sábias palavras, e que colaborou muito nessa pandemia com o esclarecimento da enfermidade e o estímulo à vacina.

    Mas, Dr. Vecina, nós que já estamos aqui na melhor idade, esse eufemismo que foi criado aí, eu me recordava enquanto V. Exa. falava que, quando eu estudava Medicina, há 50 anos, a gente aprendia lá na Semiologia do Vieira Romeiro que, quando a gente ia fazer uma anamnese, tinha umas perguntas que eram obrigatórias para o paciente. Você nasceu de parto normal? Caminhou e falou na época adequada? Teve as viroses próprias da infância? Porque naquele tempo não tinha vacina, então, toda criança tinha as viroses próprias da infância: caxumba, catapora, sarampo, coqueluche.

    Graças a Deus, o nosso Programa Nacional de Imunização é, no dizer de alguns, o melhor do mundo, completa agora 50 anos de bons serviços prestados à nossa saúde pública, mas, verdadeiramente, nós temos um problema a enfrentar que são essas campanhas sistemáticas de gente ganhando dinheiro, desacreditando a vacina.

    Eu faço uma reflexão aqui com as senhoras e com os senhores que estão presentes: o que seria de nós, a humanidade, se a ciência não tivesse dado uma resposta tão rápida a essa covid? O que nós estaríamos fazendo hoje? Como estaria a humanidade hoje sem a vacinação?

    O Imperial College London fez o estudo e disse que, só em um ano, de dezembro de 2021 a dezembro de 2022, a vacina evitou a morte de 20 milhões de pessoas no mundo. Imagine se a ciência não tivesse agido com a presteza e a com rapidez, que foi inédita na nossa história, e nós hoje aqui estamos convivendo com a covid. Eu, por exemplo, já tomei cinco vacinas, devido à idade: tomei duas CoronaVac, tomei uma AstraZeneca, tomei uma Pfizer e tomei outra Pfizer bivalente. Estou seguindo aqui as instruções dos infectologistas anterólogas que é para aumentar a imunidade. Já peguei a covid, mas a peguei depois de triplamente vacinado, e, como no dizer de alguns, foi uma gripezinha, não incomodou tanto.

    Mas nós precisamos, verdadeiramente, estar todos unidos em defesa da ciência. Não podemos condescender, não podemos tolerar nenhum ataque à ciência. Quando uma autoridade pública vai publicamente se manifestar contra a vacina, se exibir que não se vacinou, isso é um desserviço à sociedade, isso não é um ato de exercício do direito de liberdade que cada um tem. É preciso entender que a vacinação é um ato coletivo. Eu me vacino não somente por mim, eu me vacino também pelo outro, pela sociedade. Se a pessoa fosse um ermitão, morasse numa caverna e não tivesse comunicação com ninguém, poder-se-ia até admitir. Bom, quer morrer? Morra. Não quer se vacinar? Não se vacine. Mas quem vive em sociedade, não, tem responsabilidade social, e o direito à liberdade de cada um só vai até onde fere o direito à liberdade dos outros. Então, a pessoa não tem o direito de não se vacinar, porque ela pode ser um propagandeador da enfermidade contra que ela não se vacinou, e, evidentemente, isso não pode ser admitido.

    Então, concordo aqui com as palavras do nosso Gonçalo Vecina, que nos deu uma aula aí, mais uma vez, e digo que o Congresso Nacional – o Senado Federal e a Câmara dos Deputados –, nós estamos aqui unidos para a defesa da ciência, porque a ciência é a salvação da humanidade – sempre foi, é e será.

    Nós não podemos abrir mão da ciência, porque tratamos de vidas e não podemos ficar com essas ideias ideológicas prejudicando. E o que é pior: não é só questão ideológica, não. Tem gente ganhando dinheiro fazendo propaganda contra a ciência, contra a vacina, e, infelizmente, muitas pessoas incautas vão nessa onda e trazem o problema que está ocorrendo hoje: nós já devíamos ter uma enfermidade como o sarampo exterminada, mas agora não, nós estamos novamente convivendo com isso e também com a ameaça de voltar a poliomielite. Evidentemente, nós não podemos tolerar isso.

    Então, quero agradecer a todos os presentes que nos honraram aqui; à Ministra Nísia Trindade; ao Dr. Mario Moreira, Presidente da Fiocruz; ao Claudio Maierovitch, esse famoso e importante sanitarista do Brasil; ao Dr. Gonzalo Vecina Neto; e à Dra. Lucilene Queiroz, Secretária do DF, que nos deu aqui uma aula de entusiasmo, de vigor e de capacidade de defesa da saúde, fazendo, conforme eu entendi, uma busca ativa mesmo para ir atrás das pessoas para se vacinarem.

    Então, acho que nós cumprimos hoje aqui a nossa sessão especial em defesa do Dia Nacional da Imunização.

    Muito obrigado a todos. (Palmas.)

    Antes de declarar encerrada a sessão, registro a presença da nossa ilustre Senadora Jussara Lima, que se encontra aqui.

    Muito obrigado a todos.

    Declaro encerrada a sessão. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/06/2023 - Página 21