Discurso durante a 72ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da segunda edição do Prêmio Adoção Tardia – Gesto Redobrado de Cidadania.

Autor
Damares Alves (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/DF)
Nome completo: Damares Regina Alves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Honorífico:
  • Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da segunda edição do Prêmio Adoção Tardia – Gesto Redobrado de Cidadania.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2023 - Página 16
Assunto
Honorífico
Indexação
  • SESSÃO DE PREMIAÇÕES E CONDECORAÇÕES, ENTREGA, EDIÇÃO, PREMIO, PESSOA FISICA, PESSOA JURIDICA, ADOÇÃO, RELEVANCIA, ATUAÇÃO, CIDADANIA, REFERENCIA, IDADE, CRIANÇA, ADOLESCENTE, COMENTARIO, ORADOR, MÃE ADOTIVA.

    A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Para discursar.) – Obrigada a todos vocês que estão conosco. A presença de vocês aqui mostra quanto o assunto é importante e quanto esse prêmio representa para aqueles que adotam, para os que foram adotados e para aqueles que ainda serão adotados.

    Senadora Teresa, que alegria estar dividindo a mesa com a senhora e com o Senador Contarato, que têm sido dois parceiros.

    Gente, deixe-me explicar uma coisa: nós estamos em oposição em partidos, mas, dentro deste Plenário, as nossas lutas pelas crianças têm sido – juntos, os três juntos durante o tempo todo, sempre que preciso – para proteger as crianças do Brasil. Eu sou muito feliz em tê-los – os dois – como amigos, como parceiros na luta em defesa da criança.

    Quero cumprimentar o nosso coral. Que coisa mais linda! Que Deus abençoe vocês, meninos! Vocês abrilhantaram este evento. Vocês cantam muito lindamente, muito lindamente, e vocês estão num evento muito especial. Talvez tenha alguns pequenininhos aí que não estão entendendo o que é adoção tardia. Adoção todo mundo sabe o que é. Adoção tardia é quando a gente já adota uma criança um pouquinho maior – não só os bebezinhos –, crianças de oito, dez, doze anos.

    Eu sou mãe de uma criança que adotei quando ela tinha seis anos. Ela já não está tão criança, já está com 25 anos, mas, para o coração de mãe, vocês nunca crescem. A minha filha é uma história de amor, e amor à primeira vista, Senadora Teresa. A minha filha é uma menina indígena, que muitos de vocês conhecem. A minha filha pertence ao povo camaiurá. Eu tenho um trabalho, há muitos anos, de proteção de crianças indígenas. Essa minha filha estava num abrigo, numa instituição e não podia mais ficar na instituição – ela tinha que voltar para a aldeia. Mas, se ela voltasse, ela possivelmente não conseguiria sobreviver. Eu fui à instituição para entender o que fazer com aquela criança, e foi amor à primeira vista. Ela fala que foi paixão olho no olho.

    Em cinco minutos, eu engravidei, gerei e dei a luz a uma menina – em cinco minutos! E foi a melhor decisão da minha vida. Estava escrito lá no céu que Lulu seria minha filha. Quem conhece sabe: eu não sei se ela está parecida comigo ou se eu estou parecida com ela. A gente se misturou. Nós somos uma família. Sou mãe solo, eu e minha filha, mas somos uma família e ninguém vai tirar isso da gente.

    A minha adoção é uma modalidade de adoção chamada socioafetiva. Por ser uma criança indígena, a legislação ainda é muito rigorosa com relação à adoção de indígena. E a Lulu tem uma família na cidade, uma família na aldeia. Adotando a Lulu, eu adotei toda a aldeia. Como ela tem muitos irmãozinhos, hoje eu tenho mais de 30 netos por meio da Lulu. Isso é adoção!

    Adoção é algo que transforma a vida da gente. Eu sou outra pessoa depois que Lulu veio para a minha vida. As pessoas que conhecem aqui sabem o que eu estou falando. Lulu é brava igual à mãe, mas é brincalhona igual à mãe, corajosa igual à mãe, chora como a mãe. É tão incrível como nós duas somos parecidas...

(Soa a campainha.)

    A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) – ... que eu tenho usado muito a minha história para dizer: adotem, adotem!

    Neste dia, nós estamos homenageando pessoas que estão voltadas à adoção tardia. Eu quero cumprimentar todos, todos vocês que estão sendo homenageados, cada um com um trabalho diferente, mas eu destaco aqui a Sandra. A Sandra, lá de Divinópolis, lá do interior de Minas, lidera grupos na sua cidade, no seu estado e no Brasil, de apoio à adoção. A Sandra que, quando veio para esta Casa há 15 anos, quando eu conheci Sandra, motivou inúmeros Parlamentares a se envolverem com a causa. As últimas modificações na Lei de Adoção têm muito a ver com o papel e o trabalho de Sandra, que motiva e que investe nessa causa. Sandra e sua filha, que nos inspiram tanto.

    Parabéns, Sandra! Parabéns a todos os homenageados!

    E bora, Brasil! Bora adotar! Bora! Adotar muda a vida da gente. Adotar não é só um ato de amor, é um ato de transformação também.

    Obrigada a todos vocês que estão aqui conosco neste evento.

    Deus abençoe a todos vocês. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2023 - Página 16