Presidência durante a 72ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Encerramento da Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da segunda edição do Prêmio Adoção Tardia – Gesto Redobrado de Cidadania.

Autor
Fabiano Contarato (PT - Partido dos Trabalhadores/ES)
Nome completo: Fabiano Contarato
Casa
Senado Federal
Tipo
Presidência
Resumo por assunto
Honorífico:
  • Encerramento da Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da segunda edição do Prêmio Adoção Tardia – Gesto Redobrado de Cidadania.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2023 - Página 29
Assunto
Honorífico
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO DE PREMIAÇÕES E CONDECORAÇÕES, ENTREGA, EDIÇÃO, PREMIO, PESSOA FISICA, PESSOA JURIDICA, ADOÇÃO, RELEVANCIA, ATUAÇÃO, CIDADANIA, REFERENCIA, IDADE, CRIANÇA, ADOLESCENTE.

    O SR. PRESIDENTE (Fabiano Contarato. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - ES) – Muito obrigado a todos e todas.

    Mais uma vez, eu quero aqui parabenizar a todos os agraciados e a toda e qualquer pessoa que é envolvida com esse tema, que, para mim, é uma das molas propulsoras da minha vida.

    Eu quero aqui apenas, antes de finalizar, fazer um registro breve, fazer um apelo também, um apelo enquanto pai.

    O poder público e as instituições têm que ter um olhar humanizador – é humanizar a dor –, eles têm que ter empatia, se colocar na dor do outro.

    E aí, minhas queridas Senadoras, a constituição familiar não tem regra, porque família é onde se planta e se colhe amor. Família não é essa imposição que quer apenas estabelecer uma forma de família. Existem pais na adoção monoparental, e aquilo é uma família. Existem mães que são mães solo, como a senhora foi, que é uma família. Existem famílias homoafetivas, como a minha família, de que eu tenho orgulho.

    Quero deixar claro para vocês que a família de um casal heterossexual não é melhor do que a minha família, porque a mesma certidão de casamento que vocês têm eu também tenho; que os filhos, pela relação biológica, não são só os seus filhos, porque a mesma certidão de nascimento que os seus filhos têm eu também tenho – do Gabriel e da Mariana.

    Então, vamos exercer mais o amor, vamos nos desprender dessas amarras por questões fundamentalistas. O Cristo, em quem eu acredito, é Aquele de que se diz "não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim".

    E, quando eu olho para cada um de vocês e enxergo esse Cristo, eu vou exercer mais o amor, o respeito, a caridade, a compaixão, o acolhimento, o perdão. Eu não vou estar apontando dedos. O Deus, em quem eu acredito, não está acima de todos; Ele está no meio de nós. E isso tem que ser dito diuturnamente.

    Adotar essas crianças é um ato de amor, mas, na adoção, não existe idade; na adoção, não existe cor da pele, não existe estar ou não com deficiência. Simplesmente existe, porque é amor. Foi assim que aconteceu comigo. Eu adotei inicialmente sozinho; depois, eu me casei e adotamos a Mariana, que Deus nos deu na pandemia e que é a alegria de nossa casa, e o Gabriel, a razão de nossas vidas. Eles transformaram as nossas vidas.

    Então, eu faço aqui um apelo nacionalmente. Se você é pai ou mãe ou se você quer ser pai ou mãe, adote! Adote, mas faço um apelo. Eu sei que tem que ter essa interação, mas, vão descobrir que essas crianças só tem uma coisa para lhes dar, que é amor, um amor incondicional que vai transformar a vida de vocês.

    Eu vou fazer uma provocação aqui só para finalizar e não quero que ninguém se sinta ofendido com o que eu vou fazer. Se eu perguntasse assim... O perfil de muitas dessas crianças que ficam mais para a adoção tardia é de pretas e pardas. Se eu olhasse aqui – eu queria que o cinegrafista, se pudesse, fizesse uma geral na plateia –, se eu perguntasse a vocês aqui da plateia: "Vocês acham que o Brasil ainda é um país racista?". Levante a mão quem acha que é um país racista o Brasil. (Pausa.)

    Quem aqui se considera racista? Levante a mão. (Pausa.)

    Então, onde foi que nós escondemos os racistas? Essa é a pergunta que eu quero fazer diuturnamente para quando a gente exercer o nosso direito de cidadania, porque ser cidadão não é apenas viver em sociedade, mas transformar. E a premissa é constitucional, porque não sou eu que estou dizendo. Todos somos iguais perante a lei, independentemente de raça, cor, etnia, religião, origem, orientação sexual.

    Um beijo carinhoso a todos e a todas.

    Cumprida a finalidade desta sessão de entrega do Prêmio Adoção Tardia, agradeço às personalidades que nos honraram com sua participação.

    Convido os agraciados para uma foto conjunta em frente à mesa.

    Está encerrada a sessão.

    Muito obrigado. (Palmas.)

(Levanta-se a sessão às 10 horas e 23 minutos.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2023 - Página 29